Sabe quando suas expectativas estão nas alturas e você tem um medo enorme delas se despedaçarem se a série for ruim? Eu estava assim com Guilty Crown. Porém, para minha felicidade, esse primeiro episódio de Guilty Crown entregou o que eu esperava e foi bem satisfatório tanto nos quesitos técnicos quanto na história. É o noitaminA entregando o que sabe fazer de melhor: bons animes.
Shu é um menino que vive em um Japão pós-apocaliptico dominado por uma organização global após ter sido quase destruído por um uma epidemia. Nesse cenário, o menino decide viver sua vida a par da sociedade. Pouco interage com seus amigos e sempre que pode decide gastar seu tempo sozinho. Um dia, ao ir almoçar num galpão abandonado, usado por ele como um “esconderijo” do mundo, ele encontra sua cantora favorita ferida no chão. Ele presta ajuda, mas logo oficiais da organização mundial GHQ a capturam alegando ela ser uma terrorista. Só que a menina, de nome Inori, deixa com Shu um objeto que ela deveria entregar para um tal de Gai. Se sentindo culpado por não ter podido ajudar Inori, Shu decide ir atrás de Gai para entregar-lhe o tal objeto. Chegando até ele, um confronto com o GHQ tem início e Shu desperta o poder do objeto, o “Poder dos Reis” e parte para a briga.
O diretor Testsuro Araki (High School of the Dead) decidiu por começar a série com uma sequência musical de três minutos e meio com a canção “Euterpe” cantada por EGOIST. A melodia e voz suave contrastaram bem com a cena de perseguição que estava sendo mostrada, com Inori fugindo da GHQ em um modelito que se comporta contra as leis da física ao se manter grudado ao corpo da personagem. Essa decisão determinou o tom do episódio até o final. A sequencia emerge o espectador naquele universo.
A animação nesse primeiro episódio também é primorosa. Apesar dos mechas serem feitos em computação gráfica, não são feios. São bem feitos e bem animados. Certos animes deveriam aprender com a equipe de Guilty Crown…
Porém, não só tecnicamente essa série é bem feita. A história e personagens se mostraram muito interessantes. Temos Shu, um menino que fica indignado com a maneira relaxada e covarde com que enxerga a vida e decide que essa era uma oportunidade para conseguir um “algo a mais” em sua vida. Daí vem a Inori, uma revolucionária completamente fora de um esteriótipo estético para a “classe”, mas que mantem seu espírito. Ela luta fortemente contra o governo atual do Japão e seu estado de submissão à uma organização global. Mesmo sendo agredida, torturada e violentada ela mantem sua postura e não solta um “ai”. Achei uma personagem interessantíssima.
Ainda temos outros personagens a serem explorados, como Gai e sua organização rebelde, e mais interessante ainda foram as questões deixadas nesse episódio: por que Gai e Inori dão tanta confiança a Shu? Eles pareciam já saber que ele despertaria o “Poder dos Reis”. Como funciona a GHQ, o que eles querem de fato? Quem são os outros rebeldes, como eles vão agir? De onde saíram aqueles mechas?
É certo que teremos um anime com uma excelente história, muito provavelmente bem desenvolvida e com boas cenas de ação. Um prato cheio para fãs de animação japonesa. Guilty Crown atendeu às minhas expectativas mesmo elas estando tão altas. Para mim, o anime que mais promete na temporada.