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Relembrando animes de um passado recente… PARTE 2 de 2

E cá estamos com a segunda parte do especial “relembrando animes de um passado recente”. O motivo da demora entre um post e outro é que essa segunda parte me deu um trabalhinho um pouco maior para ser feita. Afinal, ela compreende duas etapas da minha vida animística.

De 2000 a 2004, como eu apresentei no post anterior, foi a época da introdução de fato aos animes. Eu não estava mais preso ao que passava na TV ou a ter que comprar VHS de fansubs. A internet banda larga estava nascendo no Brasil e a cada dia meu acesso a animes aumentava. Essa fase eu denomino de “fase de introdução”.

De 2005 a 2008 eu demarco a época da “fase de consolidação” e de 2009 até 2011 “fase de produção”. Vamos tentar entender melhor essas fases agora…

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2005 – 2008 -> A fase de consolidação

Nessa época, o grande marco, ainda em 2005 foi eu ter conhecido Genshiken. Tive meu primeiro contato com a série que me abriria os olhos para um fandom ainda desconhecido por mim e que me interessaria tanto. Uma série que me apresentaria personagens dos quais até hoje tenho um enorme carinho por. A série favorita de toda a minha vida animística. Melhor ainda foi poder acompanhar a segunda temporada do anime em tempo real lá pra 2007-2008. Foi a primeira série que acompanhei semanalmente. Não perdia um episódio sequer. Era um ritual quase religioso assistir ao episódio da semana. E foi graças a isso que se deu origem a “fase de produção’, mas não vamos nos apressar.

Nessa fase eu vi outros animes que me marcaram bastante. Eu já não assistia mais tudo que aparecia pela minha frente pois era coisa demais. A biblioteca de opções havia crescido exponencialmente desde a “fase de introdução”. Eu tinha que ser mais seletivo.

Um dos grandes marcos foi, sem dúvida, o anime de Death Note. Foi um dos primeiros que assisti direto de grupos americanos. Só que não vi a série até o final. Eu soube que a JBC iria trazer o mangá para o Brasil e decidi parar de ver o anime para poder acompanhar o mangá mensalmente. Pessoalmente eu achei que valeu muito a pena ter tomado essa decisão. Acho que se não fosse por ela eu não teria ficado tão fã da dupla Ohba/Obata e não teria pegado Bakuman pra ler desde o começo. O único porém foi algo que eu lembro até hoje…

Estava com amigos num ônibus e eles começam a falar de Death Note. Desvio a atenção da conversa até que eles me soltam O spoiler da série. É… tenho certeza que vocês sabem que spoiler é esse. Aquele que divide a história em duas partes: pré-eLe e pós-eLe… é… eu soube disso antes de ler de fato. Triste.

Outro anime que vi bastante nessa época foi Eyeshield 21. Eu já gostava muito de futebol americano e quando vi que tinha um anime sobre isso fui logo conferir. Infelizmente nunca terminei de assistir ao anime nem de ver ao mangá, mas o guardo no fundo do coração. Junto dele tive meu primeiro contato com Hajime no Ippo, anime do início da década mas que eu só vim a conhecer nessa época.

Lembro de ter assistido a Eureka Seven também nessa época. Uma pegada diferente para as histórias de robô. Tive meu primeiro contato com os animes da série .hack numa época da minha vida em que eu estava bem interessado nos MMORPG. Lembro de ter acompanhado também, não semana a semana, mas ainda sim acompanhado Gurren Laggan pois no fórum em que eu participava o anime virou uma modinha bem ampla. O que dizer das produções da KyoAni, que consolidaram meu gosto pelo estúdio: Suzumiya Haruhi no Yuutsu e Lucky Star. E claro, já lá pro final da “fase de consolidação”, teve Michiko to Hatchin, anime inspirado no Brasil, com pegada de filme do Tarantino e direção musical de Shinchiro Watanabe.

A “fase de consolidação” chegava ao fim. Eu já não era mais um espectador aleatório de anime, eu tinha me consolidado como fã de animação japonesa. Mas eu não queria parar por ali. O que me fez perceber isso foi justamente acompanhar a segunda temporada de Genshiken semanalmente.

Até então eu não havia lido o final do mangá. Os grupos esperaram o mangá ser concluído nos EUA para escanear seu final. Por isso meu acesso a ele foi bem limitado nessa época. Por isso, o conteúdo do anime para mim era inédito. Acompanhar semana a semana aqueles personagens tão queridos começava a mexer com a minha cabeça no sentido deu querer falar sobre o que estava acontecendo, elaborar teorias, conversar com outros fãs, ver o que eles tinham a dizer.

Infelizmente o fandom de Genshiken no Brasil é pequeno e era menor ainda naquela época. Procurando pela internet, achei um fórum de discussão em inglês chamado iiChan. Um fórum pequenino mas que tinha uma pasta só pra falar de Genshiken. Que felicidade. Semana a semana eu ia lá e comentava os episódios com outros fãs espalhados pelo mundo. Era um recanto de extremo nicho mas que eu adorava fazer parte. Até hoje eu visito o site para ver se alguém posta algo novo.

Essa minha rotina de discutir e de explorar melhor uma obra foi a semente do que eu faço hoje em dia. Foi necessário apenas mais um ano para eu decidir abrir um blog de animes inspirado por esse momento na minha vida e por outro blog também ligado a Genshiken (e animes em geral, claro), o Ogiue Maniax. Estava dado início à “fase de produção”.

2009 – 2011 -> A fase de produção

Eu não queria mais só absorver passivamente os animes. Eu queria falar sobre, discutir, pensar em cima daquilo. Criar o Anikenkai foi pura consequência de tudo isso. Nessa época foi quando eu comecei a assistir a maioria das minhas séries semanalmente. Justamente para poder participar de discussões.

Tivemos a primeira e segunda temporadas de K-ON!, que até hoje é um agradável guilty pleasure que eu tenho. Sengoku Basara, que me introduziu a essa franquia tão divertida e descompromissada. Basquash!, que me impressionou pela qualidade técnica. Higepiyo, um anime que cada episódio tinha 3min sobre um pintinho barbudo que me divertiu muito na época em que saia. Higashi no Eden, também conhecido como Eden of the East, trazia uma qualidade técnica impecável e uma história bem interessante de se acompanhar. CANAAN me trouxe de volta no tempo me fazendo lembrar de Noir. Tokyo Magnitude 8.0 me fez mergulhar fundo no noitaminA que até então era um bloco do qual eu não era tão familiar. Baka to Test, anime extremamente divertido com personagens que oscilavam curiosamente entre o clichê e o original. Pena que a segunda temporada foi tão fraquinha. Heartcatch Precure, o anime que me fez enxergar a franquia Precure de maneira diferente, acreditando que coisas boas podem sair dali. Giant Killing mostrou que ainda dava pra ter originalidade e uma boa história com animes de futebol. Panty & Stocking mostrou que a Ganiax não estava morta, pena não ter feito tanto sucesso quanto deveria.

Kuragehime virou um all-time favorite da minha pessoa depois da sua versão animada. Tantei Opera Milky Holmes mostrou que animes quase que 100% voltados para o moe também podem ser divertidos…

Ufa… foram tantos animes nessa época que fica difícil falar de todos. Mas essa overdose de anime semanal me esgotou. Por isso que a “fase de produção” termina em 2011. A partir de 2012 eu entrei na minha fase atual…

2012 – 20?? -> Fase de produção selecionada

É aqui que eu me encontro hoje em dia. Só coloquei esse adendo ao post para ele encerrar da maneira correta. Não pretendo desenvolver essa fase agora. O farei num futuro próximo, quem sabe. Até porque nem eu sei ao certo quais as características dela. Estou experimentando tudo agora.

Resumidamente, é uma fase em que eu cansei de ver animes semanalmente e em enorme quantidade. A produção começou a perder qualidade. O foco na quantidade foi exacerbado. Estou me voltando agora para a qualidade do conteúdo. Estou numa fase de ver poucas séries, mas aproveitar ao máximo delas. Não me incomodo mais de não estar por dentro de todas as discussões, por exemplo. Essa fase teve sua primeira manifestação quando decidi não assistir a Madoka Magica semanalmente… mas melhor parar por aqui pois essa nova fase é assunto para um post só dela.

Agora é com vocês, comentem!

E cá estamos com a segunda parte do especial “relembrando […]

18/12… também conhecido como “O Desaparecimento de Haruhi Suzumiya”

Não, queridos leitores, esse (ainda) não é o post de Feliz Natal, mesmo o filme em questão tendo sido um belo presente do Papai Noel para nós, fãs ocidentais, que estamos ansiosos para conferir o novo capítulo da história de Haruhi Suzumiya.

Vale lembrar que se você não conhece o anime Suzumiya Haruhi no Yuutsu, procure em algum lugar e assista. Para mais infos sobre a série, recomendo o post do Gyabbo. Durante o post eu tentarei evitar ao máximo revelar detalhes da história do filme, mas se você não quiser spoilers, recomendo que volte a ler esse post após assistir ao filme.

Pois bem… Haruhi decide que quer fazer um evento de Natal para o SOS Dan e é claro que isso envolve todos os membros. No dia 17 de Dezembro começam os preparativos e a decoração da sala do clube.  Um dia comum para os personagens. No dia 18, Kyon acorda para mais um dia de tarefas, mas ao chegar na escola o clima está um tanto quanto mudado. Pessoas gripadas do nada, alunos que haviam sumido retornam, e o pior de tudo, ninguém conhece ou ouviu falar de Haruhi Suzumiya. Cabe a Kyon entender o que está acontecendo e tentar fazer as coisas voltarem ao que eram.

Essa história adaptada com extrema fidelidade dos livros de Suzumiya Haruhi nos faz mergulhar num clima de tensão constante narrado primordialmente pelos pensamentos de Kyon no decorrer da aventura em busca de uma solução para re-estabelecer o mundo como ele conhecia.

Logo no começo do filme já podemos ter a ideia de quão interessante a história ficaria. Kyon vivia reclamando do seu dia a dia “submisso” às vontades de Haruhi. Logo, um mundo sem ela seria o que ele sempre quis. Mas essa não é a verdade. Mesmo reclamando, muitas vezes com razão, Kyon gostava da imprevisibilidade da vida nada normal que levava junto dos membros do SOS Dan. Para uma pessoa que se mete nas mais diversas situações com viajantes do tempo, paranormais, extraterrestres e uma menina que é uma espécie de entidade com poderes para alterar a estrutura do universo, um dia de vida normal é puro tédio. O personagem coloca isso desde o começo na cabeça e já declara sua motivação para ir atrás dos seus colegas de clube em busca de respostas.

Mikuru, Yuki, Koizumi e Haruhi, os outros membros do SOS Dan, são outros que merecem uma boa análise. Nesse filme eles não conhecem Kyon, ou pelo menos não da maneira como conheciam antes do mundo ser alterado. Suas personalidades por outro lado se parecem bem com os seus “originais”. Começando por Mikuru que é a mesma personagem tímida e desajeitada de antes, só que agora sem ser uma viajante do tempo; Koizumi continua sendo uma pessoa bem inteligente e um tanto afeminado, mas nada de paranormalidade; a própria Haruhi tem a mesma personalidade impulsiva e excêntrica. A única que parece ter sofrido alguma alteração foi a Yuki que apesar de ainda ser tímida, calada e misteriosa, ganhou emoções, algo que sua “original” não desfrutava.

Se os personagens por si só já não motivassem interesse, ainda temos um excelente trabalho dos dubladores que dão vida a eles. Com destaque claro para Tomokazu Sugita, a voz de Kyon. Esse conseguiu dar a profundidade necessária aos sentimentos do personagem no decorrer do filme. Muitos dizem que o Kyon tem uma personalidade genérica e desinteressante se comparado aos outros membros do cast principal, mas ao ver esse filme o personagem se sobressai e muito. Excelente trabalho.

No decorrer da história Kyon acaba reunindo os membros novamente na sala do clube de literatura (já que o SOS Dan não existe no mundo modificado) e terminam descobrindo uma maneira de fazer tudo voltar ao normal. É nesse momento que o filme toma um ritmo mais rápido e que os eventos trazem a memória diversos momentos da séries animada, o que torna indispensável que o espectador tenha assistido à mesma antes do filme. Se estiver assistindo sem ter conhecimento prévio dos acontecimentos mencionados, poderá encarar tudo aquilo como roteirismo, mas é algo que foi trabalhado desde o primeiro episódio da série.

E falando de roteiro, eu fiquei impressionado com o mesmo e com o trabalho da direção. Mesmo com quase três horas de duração, o filme não cansa. O ritmo e o encadeamento de eventos está na medida certa e a maneira como a história é contada é de deixar muito diretor de live action intrigado.

Ao final do filme quando Kyon está indo para a sala do SOS Dan para participar da ceia de Natal da Haruhi, ele dá um discurso muito interessante que é o ponto final na ideia de que Kyon era inferior aos outros membros do clube. Desde o começo sabemos que ele é especial para a Haruhi e que é insubstituível. Agora nós temos uma clara ideia disso. Ele é só o responsável por manter o mundo da maneira que ele é. Não só por ele ter feito o que fez no filme, mas porque ele tem uma arma secreta que pode desencadear os poderes da Haruhi a qualquer momento.

Uma história interessante e bem contada como essa não poderia ser mostrada de maneira descuidada. A KyoAni faz um trabalho incrível na animação com cenários detalhadíssimos e movimentação fluida. Por essas e outras que é extremamente recomendável assistir a esse filme em alta-definição. Preferencialmente com qualidade de blu-ray em 1080p.

Sem dúvida nenhuma “O Desaparecimento de Haruhi Suzumiya” (Suzumiya Haruhi no Shoushitsu, 2010) é um filme incrível e altamente recomendado para todos os fãs de animação e principalmente para os fãs da série animada. É bom Summer Wars se preocupar porque o posto de filme animado do ano pode não ser tão fácil assim de manter.

Não, queridos leitores, esse (ainda) não é o post de […]

Quando As Coisas Passam Do Limite

Todos sabemos que os animes nunca estiveram tão presentes em todo o mundo como estão hoje em dia e que é um hobby muito divertido e recompensador de se manter. Porém, infelizmente sabemos também que é um hobby que, em seu país de origem, acaba por ser visto como algo doentio e socialmente repulsivo. Muito desse sentimento é por puro preconceito e falta de conhecimento, mas certos comportamentos de certos otakus japoneses não ajudam na melhoria dessa imagem.

Um exemplo foram os motivos que levaram a Hyogo Kenritsu Nishinomiya Kita High School a postar uma nota em seu site alertando que a invasão da propriedade da escola é crime e que a escola vai começar a registrar queixa na polícia sobre os invasores.

Para quem ainda não entendeu, a escola mencionada acima foi usada como base para a produção do anime Suzumiya Haruhi no Yuutsu do estúdio Kyoto Animation (aka KyoAni). Sim, é exatamente essa escola que é frequentada pelos membros do SOS-Dan. Imagens comparativas como as acima podem ser encontradas no Kanai Sōja@rNote blog.

A escola ainda diz que tirar fotos de seu exterior é uma prática tolerável, mas quando certas pessoas começam a invadi-la em busca de fotos de suas instalações internas, isso se torna crime. Invasão de propriedade privada para ser mais exato, passível de prisão.

Estando em todo o seu direito, é impressionante a escola ter que chegar a esse ponto para os otakus perceberem que estão fazendo algo errado. Não nego que, se eu estivesse no Japão e perto do local também gostaria de conhecer como fã do anime, mas nunca pensaria em entrar na escola sem permissão.

Temos que tomar cuidado com o modo como levamos os nossos hobbys. Sejam eles animes ou qualquer outra coisa. Eles são uma parte importante das nossas vidas sem dúvida, mas nunca devemos exagerar.

Para fechar o post, fiquem com um clip feito pela dubladora da Yuki, Minori Chirara, usando como locação a escola de verdade:

Todos sabemos que os animes nunca estiveram tão presentes em […]