E chegamos ao final da Corrente de Reviews 2013! Foi um longo caminho recheado de dezenas de posts e alguns blogs que não entraram no espírito da brincadeira. No entanto, os pequenos problemas não foram suficientes para negar o sucesso que essa Corrente foi. Foram quase 40 blogs participando e postando! Demais, não?!

Mas calma que ainda tem o último post dessa Corrente: o meu. O Argama (que infelizmente não pôde fazer seu post por motivos pessoais) me indicou Nazo no Kanojo X para que eu analisasse. Eu aceitei o desafio. Quer dizer… não era um desafio propriamente dito. Eu explico.

Quando o anime de NnKX (vou escrever assim pra economizar espaço) estreou, em 2012, eu fiz um post de Primeiras Impressões um tanto quanto energético descarregando toda a minha repudia àquela premissa bizarra que era um casal cuja ligação se dava através da troca de baba entre os dois. E não usei essa expressão como metáfora de beijo, mas como literalmente troca de baba. Até hoje eu acho a premissa bem bizarra e não há como negar. No entanto, poucos observaram uma coisa que eu escrevi no respectivo post:

(…) toda a relação dos dois é completamente doida. E sabem o que realmente me deixou puto? QUE EU LI ATÉ O MALDITO VOLUME 2! Sério… por quê?

Acontece que a relação desses dois é tão maluca que eu fiquei interessado em saber como a coisa iria se desenvolver.

 E agora eu vou dizer algo que nunca disse em outro lugar… acho… que eu não parei no volume 2. Acontece que sim, a relação dos dois é interessante e eu queria saber o que iria acontecer. Quando me vi, estava já pau a pau com o Japão. Sabem o que ainda mais? Eu to até hoje lendo NnKX sempre que sai capítulo novo no Japão (fica fácil também já que sai na mesma revista que sai Genshiken, rs) e eu tenho que fazer uma alteração em algo que eu também disse no tal post:

E acreditem, a coisa não melhora.

Melhora sim. E muito. Na verdade, nunca foi ruim. Eu é que não consegui passar do choque inicial da premissa, assim como muita gente também deve ter feito (o que não é nada incompreensível, pelo contrário). Acontece que NnKX, além da boa qualidade técnica, tanto na produção do anime quanto no traço do mangá, nos conta uma excelente história de amor.

Lendo o mangá eu fui entendendo o que me chamava a atenção naquela obra e me fazia continuar assistindo: os personagens e sua originalidade. Pode parecer brincadeira mas foi preciso criar uma premissa bizarra como essa para podermos usufruir de personagens tão únicos e reais, por mais paradoxal que isso seja. Tsubaki está apaixonado por Urabe, uma menina cujo comportamento ele não consegue entender. Mas por um acaso do destino, eles acabam ficando juntos (mesmo que esse acaso seja baba) e a relação dos dois avança, se desenvolve, e a conexão dos dois começa a ir muito mais além do que a premissa, esta agora serve só como “uma rotina”, como os dois chamam.

A série segue num ritmo lento, tradicional dos romances japoneses, dando um valor a coisas como

 a importância do primeiro beijo, que, para nós ocidentais, pode parecer até exagerada, principalmente diante da premissa em questão. Mas a história não se limita só a isso. Ela fantasia o romance mas sem esquecer que aqueles são dois adolescentes e que adolescentes tem hormônios… muitos!

É aqui que Nazo no Kanojo X me surpreende ao tratar a sexualidade de seus personagens não do jeito doce e alegre tradicional dos shoujo, nem escrachado como nos ecchi para menin

os, e nem melancólico e denso demais como alguns romances para um público mais “maduro”. Ele fica ali no meio termo, cultivando sua originalidade. Ele ao mesmo tempo que é leve, não tornando a leitura pesada nem o

fensiva, não esquece de tratar de temas básicos de todo relacionamento, como o desejo sexual pelo parceiro.

Não é como se estivéssemos vendo uma história com dois robôs interagindo para agradar o leitor A, B ou C. É como se estivéssemos acompanhando o relacionamento de duas pessoas, com suas peculiaridades e esquisitices. O lance da baba acaba sendo só mais uma maneira (estranha, sem dúvida) de representar o amor, ou pelo menos de fazê-lo florescer naqueles dois.

Sei que muita gente defende NnKX porque diz que tem muitas metáforas por trás do lance da baba, e por aí vai, mas sendo sincero, essa história não precisa dessas metáforas para se mostrar boa. Seus personagens já são profundos o suficiente (ou você é um daqueles que cegamente categoriza a Urabe como Tsundere) e o relacionamento dos dois já é interessante por si só. Além disso, nós temos um time de personagens secundários que cumprem muito bem o seu papel e tornam ainda tudo mais gostoso de ler. O ritmo leve porém realista com o qual o autor trabalha e a transposição feita pelo diretor na adaptação animada são ótimos.

Nazo no Kanojo X não é só mais um na multidão. Ele tem carisma, ele é genuíno. Infelizmente, como disse no começo, muitos vão parar na premissa bizarra, o que novamente afirmo ser normalíssimo, mas, recomendo que forcem um pouco e tentem ultrapassar essa barreira. Eu consegui e não me arrependi do que vi/li e continuo lendo. Ah, e sim, o mangá é melhor… então se se interessou, vá direto para o mangá. O anime é bom, fato, mas mangá é mangá, né, pessoal?

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E é com esse post que eu dou por encerrada a Corrente de Reviews 2013. Obrigado a todos que participaram, mas principalmente a todos que acompanharam lendo e compartilhando os textos. Já adianto que a edição de 2014 já está confirmada e que haverão mudanças baseando-se nos erros que foram cometidos nesse ano. Porém, ainda tá longe. Espero de coração que vocês tenham gostado continuem conferindo os blogs que vocês gostaram e até o ano que vem!

Para conferir um post com TODOS os links para os posts, acesse a Central da Corrente de Reviews 2013!