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Resposta aos comentários do post sobre #VergonhaJBC

Em meu último post, expus minha opinião sobre o que foi o #VergonhaJBC. Como era de se esperar, o post rendeu um bom número de comentário. Alguns a favor, outros contra… a questão é que o assunto deu uma agitada nos leitores do Anikenkai. Em virtude da quantidade e da boa qualidade dos argumentos apresentados contra e a favor do meu texto nos comentário, quis respondê-los de uma forma adequada: um post-resposta. Por enquanto irei me ater a isso pois não quero saturar o blog (que não é só sobre isso).

Porém, antes de começar a responder ponto a ponto, quero deixar alguns comentários gerais:

1 – Agradeço a todos que comentaram, contra ou a favor. É para esse tipo de “discussão” que eu escrevo aqui.

2 – Eu entendo, até mais que o normal, de como funciona a manutenção de uma empresa no Brasil. Sei de todos os encargos federais e de todas as dificuldades que se enfrenta para fazer um serviço honesto em nosso país.

3 – Em momento algum quis faltar com respeito à classe social X, Y ou Z. Meu comentário foi simplesmente em virtude de conscientizar as pessoas de que se 5 reais fazem tanta diferença, é melhor você investir seu dinheiro em outra coisa que não mangás, até a situação melhorar. É assim que faço quando estou sem dinheiro e assim que aconselho os outros a fazerem. Se soou desrespeitoso meu comentário, peço desculpas.

4 – O motivo de tal manifestação é o de mostrar para as pessoas que tem sim como melhorar. Eu não quero fazer propaganda de compras no exterior, mas quero que o mercado daqui melhore para que eu não precise recorrer a importações para abastecer minha coleção.

Agora sim, vamos às respostas:

Ryoko disse:

Discordo. Mangá tem que ter um apelo popular, se aumentar o preço no intuito de aumentar a qualidade significar agradar meia-dúzia de burgueses, prefiro que continue do jeito que está.

Sim, mangá tem que ter apelo popular. Mas ser popular significa ter uma qualidade péssima? Por que? Podemos ter um produto popular com um padrão mínimo de qualidade. Manter as coisas do jeito que estão é ir contra o desenvolvimento natural de negócios. Isso implica que a empresa não se desenvolve já que seu consumidor não existe. Dessa forma ela investe muito pouco em expansão de mercado. Se o mercado não cresce, a empresa não pode melhorar. Vira um ciclo vicioso que não favorece em nada ambas as partes.

Ryoko disse:

O mercado já é pequeno, fragmentá-lo não é a melhor opção. Para o tamanho do nosso mercado, dividir o público em “quem quer qualidade” e “quem não quer” só vai piorar a situação.

O mercado é pequeno porque as empresas não tem visão de crescimento. Essa falta de visão de crescimento é sustentada por leitores que não se importam em ter uma maior qualidade. Como disse acima, um ciclo vicioso que não favorece nenhuma das partes.

Danpl disse:

Porque não mostrar as diferenças entre as editoras e porque a JBC anda sendo a pior? ia dar uma ideia melhor sobre os problemas e semelhanças da JBC pra outras editoras eu acho que isso sim ia ser motivo pra vergonha da Jbc

Excelente sugestão. Como já disse no Twitter, a JBC não pode servir de bode expiatório enquanto as outras saem “ilesas” do processo. A JBC tem sim problemas próprios, mas o mercado como um todo sofre com falhas parecidas.

Suna disse:

Não é preciso sair do país pra comparar: A Panini fez e faz um trabalho melhor (não perfeito), cobrando menos por volume do que a JBC. Aumentar o preço não é solução, é lucrar fácil com um público submisso, em sua maioria.
Eu não estou colecionando nenhum mangá, mais por falta de espaço, mas compro aleatoriamente.
Falta vontade de colecionar também porque esse padrão de publicação não é feito pra isso. Quem quer guardar mangá amarelado, despedaçando e com certas “adaptações” sem sentido? Não dura nem dois anos. Tem uns que se a gente quiser ler pela segunda vez tem que pegar com mais cuidados que à um recém nascido. –’
Ainda tem esse maldito formato meio tanko, as páginas borradas, e essa tal “Edição Especial” que é uma *utaria sem tamanho.

A Panini tem vários problemas assim como a JBC, mas no geral (no tratamento físico dos mangás), faz um trabalho melhor que a concorrência. Mas esse trabalho melhor ainda não é o ideal e constantemente falha em apresentar um bom produto, mas ainda assim é superior ao da JBC. E sim, de fato o produto brasileiro não visa colecionadores. Uma pena, pois colecionadores são parte importante da cultura “quadrinesca”. Infelizmente as editoras ainda não os veem como um mercado valioso de fato aqui no país. Isso acontece porque a maioria dos colecionadores de mangás compram fora do país. Uma pena.

Rozeex disse:

É impossível comprar um mangá no padrão norte americano pelo mesmo preço em uma banca, isso tirando o frente, pois no Brasil há impostos altos para tudo e infelizmente não temos retorno, mas o grande problema se dá por parte das editoras não melhorarem com o tempo e nem TENTAR algo para isso, ao invés disso ocorre o contrario como vemos a JBC que não tenta nem se igualar com a sua maior rival que é a Panini, o resultado será pessoas cada vez mais buscando importar esse produtos e diminuindo ainda mais o numero de compradores que já não é muito e elas (editoras) parecem não fazem questão nenhuma de aumentar ou manter tal número.

Um perfeito raciocínio. É bem por aí que eu penso. Eu sei perfeitamente como no Brasil, manter honestamente uma empresa é um trabalho árduo e custoso. Sei que as editoras não podem de uma hora pra outra colocar um material de qualidade absurda, custando 50% a mais, e achar que tudo vai ficar bem. Claro que não. Eu tenho noção dos encargos pelos quais as editoras passam aqui. No entanto, como o leitor expôs, o que me preocupa é o silêncio das editoras quanto à expectativa de crescimento.

Lilian Kate Mazaki disse:

Contando com o fato de que um volume no Japão vende muitas vezes a quantidade de cópias do que aqui e que, só para exemplificar, a carga de impostos para manter um funcionário aqui é assombrosamente maior do que e boa parte do mundo … sim, o “papel” é mais caro.

O ponto aqui é não é puro e somente a parte física do produto que causa isto. Existe toda uma gama de custos associados à produção que faz com que as empresas (editoras) mantenham o nível pífio em suas obras.

Não é SOMENTE por “não estar nem aí”. Pesquisem sobre os tipos de tributação que uma empresa esta sujeita, para começar a entender que não é de graça que a qualidade é inferior.

Não estou dizendo que deveria continuar assim, estou também querendo frisar que (SIM, no Brasil, afinal é a realidade que conhecemos) não é só bom boa vontade que algo seria modificado.

Raciocínio correto também, mas no entanto, a questão central é que não temos como saber mais profundamente sobre o mercado editorial brasileiro pois, por motivos desconhecidos, a tiragem dos volumes não é divulgada. Deveria ser, mas não é. Então usar o argumento de que as editoras estão fazendo o possível com o pouco que tem existe, mas não é tão válido por falta de dados. Mas ao mesmo tempo eu sei que isso é verdade e volto a dizer, a mudança não pode ser imediata, mas é necessário que as editoras tenham plano de crescimento, mas não há evidencias de que eles existam por aqui.

Ryoko disse:

Então é isso, continuem reclamando sem considerar os fatores externos e com a mente de um burguês de Coapacabana.

Meu caro, seu comentário é extremamente paradoxal. Você me acusa (pelo que pude definir por burguês de Copacabana) de ser parcial no meu modo de pensar e de que estou sendo influenciado pela minha classe social e posição geográfica, mas ao fazer isso você se coloca numa posição superior para pensar sobre o assunto. Não deixe seus bons argumentos (que respondi acima) sejam jogados no lixo por uma declaração de ignorância.

Termino aqui meu post-resposta. Não deixem de comentar pois é através dos comentários que há discussão e geração de conteúdo.

Em meu último post, expus minha opinião sobre o que […]

Nova iniciativa da editora Panini

Em Setembro, nós ficamos sabendo que Sora no Otoshimono entraria para o catálogo da editora Panini. Tal anúncio veio trazendo certa polêmica sobre a “validade” de um lançamento como esse em terras nacionais. Eu, pessoalmente, nunca li o mangá, mas, mesmo com o grande apelo ao fanservice, eu gostei da primeira temporada do anime (a segunda por outro lado é bem desprezível). A questão é que eu fiquei curioso para com o mangá de Sora no Oto.

É então que, sem avisar, a Panini resolve se empenhar numa nova iniciativa de comunicação.

A editora contratou a agência SIMPLE Brasil para cuidar também de sua linha de mangás e, seguindo uma tendência que, espero, se torne padrão no mercado, decidiu me enviar um exemplar do mangá de Sora no Oto para uma análise. Fico feliz pelo contato da Panini e espero que essa ação se estenda para todos os mangás da linha e, como eu disse, se torne padrão no mercado. Quem tem mais a ganhar com tudo isso são os leitores que agora poderão ter informação de melhor qualidade sobre os lançamentos da editora.

Porém, o mangá ainda não chegou em minhas mãos. Assim que chegar, farei uma análise aqui no Anikenkai (e que fique claro que ela não será influenciada de forma alguma pelo fato do mangá ter sido enviado pela própria editora). Mas enquanto isso não acontece, o melhor a se fazer é participar das duas promoções que a Panini está promovendo.

Através do twitter @PaniniMangas, um volume de Sora no Otoshimono  será entregue por dia (até sexta, dia 11/11) para quem responder de forma mais criativa à pergunta “Quem você gostaria que caísse do céu?” com a hashtag #PaniniMangas.

E através do facebook da editora, uma nova imagem será postada a cada dia (também até sexta, dia 11/11) e quem der a melhor legenda para ela leva um volume de Sora no Oto.

Participe das promoções e aguarde, o review no Anikenkai será postado em breve.

Em Setembro, nós ficamos sabendo que Sora no Otoshimono entraria […]

Rapidinhas #13 – Participação "especial" do Anikenkai em tirinha.

Existe gente que se incomoda quando é criticada ou de certa forma “sacaneada”. Mas sinceramente, eu não tenho problema nenhum quando a coisa é feita de forma criativa e pertinente. Sendo assim, fiquei feliz com a “homenagem” da @SechanKV às minhas análises de mangá aqui no Anikenkai. Confiram o trabalho dela clicando na imagem abaixo para ampliar e não deixem de conferir novas possíveis tirinhas no blog Otame!

Existe gente que se incomoda quando é criticada ou de […]

Síndrome da Superlotação de Conteúdo

A internet nos possibilita ter acesso a qualquer conteúdo que queremos. Sejam eles gibis, filmes, séries, livros, jogos. No entanto, frente a tamanha quantidade de conteúdo, nós tendemos a ficar perdidos.

De uns tempos pra cá eu venho notando um comportamento curioso em mim. Mesmo tendo bastante tempo livre eu não consigo ver, ler, jogar, tudo que eu quero. E não é questão deu querer fazer mais coisas que as 24h do meu dia podem comportar, mas sim a indecisão do que fazer.

Se eu decido que vou ver um filme, eu tenho que escolher entre um zilhão de títulos que tenho em DVD/BD, ou que tenho no meu HD. É algo como quando íamos à locadora e ficávamos horas indecisos sobre qual filme iríamos alugar. Mas diferente daquela época que, quando chegávamos em casa nós víamos o filme alugado, hoje em dia acontece deu simplesmente encher o saco e ir procrastinar na internet vendo vídeos no YouTube, discutindo inutilidades em algum fórum ou lendo timelines desnecessárias no twitter.

Resumindo: não vejo nada.

E isso não só com filme. Gibis, animes, séries… tudo. Parece que hoje a facilidade de se conseguir algo é tão grande que não temos aquele senso de prioridade no que assistir. Não há uma data limite como “esse filme vai sair do cinema”, “essa série vai demorar eras pra ser reprisada na TV… se for”, “temos que devolver o filme na segunda senão pagamos multa”, “tenho que zerar esse jogo logo antes de devolver pra não apagarem meu save”.

Nós ficamos perdidos frente a tamanha imensidão. Começamos a perder o foco.

Não estou aqui protestando contra a internet (muito pelo contrário, acho uma das maiores invenções da humanidade até hoje), nem defendo o retorno às épocas nostálgicas. Mas simplesmente expresso uma observação comportamental que tenho feito em mim mesmo e tenho certeza que muitos outros também passam por essa “Síndrome da Superlotação de Conteúdo”.

A internet nos possibilita ter acesso a qualquer conteúdo que […]