Tag Archives: Kio Shimoku

Preview da Abertura de Genshiken Nidaime!

Ia deixar esse post só no tumblr do Anikenkai, mas achei que ele deveria ser postado aqui também. Acabou de sair um preview para a música de abertura do novo anime de Genshiken Nidaime!

Eu gostei, casa bem com o espírito da série. Porém, a única modificação que eu faria era trocar por uma cantora que não soasse tão genérica.

E aí, o que acharam?

Genshiken Nidaime estreia em Julho no Japão e cobrirá a segunda fase do mangá, que começa no volume 10.

Ia deixar esse post só no tumblr do Anikenkai, mas […]

Anikencast #016 – Introdução a Genshiken (SEM SPOILERS)

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E cá estamos com mais um Anikencast! No programa dessa semana Diogo Prado e Starro introduzem o mangá de Genshiken  frente ao recente anúncio de que a JBC o trará para o Brasil! Conheça mais sobre o autor e sobre o universo por ele criado, seus personagens e toda sua genialidade por trás do roteiro. E o melhor de tudo, SEM SPOILERS! Não deixem de comentar!

>> GENSHIKEN será publicado pela JBC! NOTÍCIA DA DÉCADA!

Depois de ouvir, não deixe de mandar um e-mail com seus comentários, críticas e sugestões para [email protected] ou deixe um comentário aqui mesmo nesse post! Eles são muito importantes para nós! E se gostou, divulgue! Se não gostou, divulgue também!

Sem mais delongas… o Anikencast 016… basta apertar o play!

E cá estamos com mais um Anikencast! No programa dessa […]

Análise Comportamental no Capítulo 69 de Genshiken (aka "Yoshitake é uma intrometida?")

Nossa… há quanto tempo não falo dos capítulos atuais de Genshiken por aqui. Tava com saudades. Tivemos até uma nova personagem e nada de um postzinho a respeito. Bem, o post está aqui, mas não é sobre a nova personagem, sim sobre a Yoshitake (mais velha – se você está lendo entendeu porque eu especifiquei qual Yoshitake estamos falando sobre). A pequena e energética personagem teve um importante papel no recente capítulo 69 do mangá e rendeu uma boa discussão pelo fandom: Afinal, ela é ou não é uma intrometida?

Para um breve histórico para situar o leitor eventual na história: A irmã da Yoshitake, Risa, está com dúvidas sobre qual faculdade entrar. Como forma de ajudá-la nessa decisão, ela resolve levá-la em um tour pela universidade Shiou, onde fica o Genshiken (acontecimentos do capítulo 58). A grande questão é que na noite depois da visita, Yajima e Hato acabaram indo pra casa da Yoshitake e lá ficaram até de manhã. Ao acordarem, Risa, que sempre enfrentou problemas por parecer um garoto, pede para ver a “versão masculina” do Hato. Acaba que todos então decidem ir para a casa do Hato onde ele poderá se trocar tranquilamente… bem… não tão tranquilamente. Acontece que Hato decide tomar um banho, deixando as três meninas na sala esperando. Seguindo sua personalidade, Yoshitake resolve “explorar o ambiente”.

Aí começa a grande questão. Yajima logo se coloca contra essa intromissão na privacidade de Hato. Ela inclusive fica indignada com a atitude da amiga e diz que era algo que nunca imaginou esperar dela. Mas voltemos um pouco no tempo, mais precisamente para o capítulo 58, quando os então novatos resolveram se reunir na casa da Yajima para uma “festinha”. Naquela ocasião, a personagem não ficou nem um pouco incomodada com a intromissão de Yoshitake pra cima das suas coisas logo ao entrar. Por que agora, com outra pessoa, ela se incomodaria?

Há uma teoria que eu tenho como certa e que compartilho com outros “pensadores” do fandom: Yajima gosta do Hato. Gosta no sentido de sentir atração mesmo. Pode ser uma atração inconsciente ainda, mas que existe. Esse sentimento inconsciente é que fez ela reagir mais fortemente quando algo do Hato está em jogo do que quando algo dela própria está. Acrescente a isso o complexo de inferioridade da personagem e pronto, podemos compreender sua reação.

Mas o post não é sobre ela, e sim sobre a atitude da Yoshitake. Será que ela está sendo intrometida demais ao querer adentrar no submundo do quarto do Hato? Pessoalmente, digo-te não. Minha teoria é de que, assim como os outros membros do clube, excluindo a Yajima, a Yoshitake está encarando o Hato como uma das garotas. Se é assim que ele quer ser tratado, é assim que ela vai tratá-lo. Seguindo sua personalidade, ela gosta de ser bem próxima das pessoas. Próximas no sentido físico e no sentido de um relacionamento também. Ficar fuçando pra achar dojinshis é o que ela faria na casa de qualquer uma de suas amigas, por que não fazer na do Hato? Só porque ele é um menino? Mas ele não quer ser visto como tal.

Para mim, a Yoshitake não faz o que faz por mal, pelo contrário, ela trata o Hato tão como igual que não vê problema em chegar nesse nível de intimidade. Se isso é certo ou errado, só o tempo irá dizer. Agora, não achem que ela faz tudo isso inocentemente. É só ver seu discurso e suas feições pra saber que de inocente essa menina não tem nada. Fico curioso para os rumos que a personagem vai tomar. Espero que seja explorada cada vez mais pelo autor. Será que a Yoshitake será a Kasukabe dessa geração? Será ela a personagem entrópica que fará os outros membros se desenvolverem? Só Kio Shimoku sabe…

Nossa… há quanto tempo não falo dos capítulos atuais de […]

Anikencast #008 – Genshiken (Parte 1)!

Olá, queridos ouvintes! Cá estamos com O RETORNO do Anikencast!

Nesse programa de volta DidCart e Starro se unem a Graveheart e Nat para falar sobre o assunto mais pedido pelos ouvintes do Anikencast: GENSHIKEN! Esse mangá que é tão querido por nós começa a ser tratado nessa primeira parte (de não sabemos quantas ainda) com todo o carinho e atenção! Conheça os personagens e saibam por quê o mangá da SOCIEDADE PARA ESTUDO DA CULTURA VISUAL MODERNA merece ser lido!

Não deixem de comentar mandando e-mails para [email protected], dando reply no meu twitter ou comentando aqui no post!

Abertura da primeira temporada de Genshiken:

httpv://www.youtube.com/watch?v=blz27m1SXQg

Encerramento da primeira temporada de Genshiken (a posição dos personagens mudava a cada episódio):

httpv://www.youtube.com/watch?v=NfHVKOZIPb0

Escutem o podcast:

Duração: 99min

 

Olá, queridos ouvintes! Cá estamos com O RETORNO do Anikencast! […]

Colorização Manual X Colorização Digital

Eu adoro páginas coloridas. Sempre aprecio quando um artista consegue transformar sua arte em algo ainda melhor quando colocava cores. Por essas e outras que adoro a arte de Kio Shimoku. As páginas coloridas que ele fazia eram excelentes. Porém, quando a segunda fase de Genshiken começou a ser publicada (no final do ano passado), ele decidiu que iria começar a fazer suas pinturas digitalmente.

Isso por si só não é algo ruim. Vemos os exemplos dos gibis americanos que são praticamente todos colorizados digitalmente e são de extrema qualidade. Porém, esse não é o caso de Kio Shimoku e de vários outros mangakás. Eles simplesmente não sabem pintar digitalmente tão bem quanto pintam manualmente.

A arte digital é bem mais barata e produz resultados magníficos, mas é como qualquer outra ferramenta, para se fazer bem feito, tem que saber usá-la. A arte de Kio Shimoku perde muito quando é colorizada digitalmente por ele.

Abaixo vou colocar duas páginas coloridas feitas por ele. Uma do volume 9 (primeira fase) e outra do volume 10 (quando começa a segunda fase). Tirem suas próprias conclusões. Para mais artes coloridas de Kio Shimoku, vá na Genshiken Wiki!

E para vocês? Preferem arte digital ou manual? Quais artistas que mais gostam no quesito cores? Comentem!

Arte colorida do Volume 9

Arte colorida do Volume 10

Eu adoro páginas coloridas. Sempre aprecio quando um artista consegue […]

“Spotted Flower”: Um otaku recém casado com uma esposa ‘normal’… mas não é só isso…

No final de 2010, no 4º volume de uma antologia chamada Rakuen (Le Paradis), que só sai três vezes por ano, estreou uma série com singelas 6 páginas por capítulo. Com nome de Spotted Flower, nós somos apresentados a dois jovens recém-casados. O marido é um otaku, a esposa uma “civil” (não-otaku) e está gravida. A série se propõe então a acompanhar a vida do casal frente às novidades da vida a dois.

Para muitos passou desapercebido dentro da antologia. Afinal, tem tão poucas páginas e é um josei no meio de um monte de história yuri. Porém, um fato curioso chamou a minha atenção e a de muitos fãs de Genshiken ao redor do globo: Kio Shimoku é o autor.

O que estaria o autor de Genshiken fazendo em uma antologia diferente da tradicional Afternoon e, ainda mais, nume editora diferente da Kodansha?

Capas dos números 04, 05 e 06 da revista Rakuen (Le Paradis) , onde Spotted Flower é publicado.

Bem, há muito subjetividade em Spotted Flower do que poderia se pensar.
Eu li Spotted Flower pela primeira vez pouco depois de Genshiken Nidaime ter estreado. Achei curioso um mangá feito pelo mesmo autor em outra revista de outra editora. Porém, li rapidamente e só achei curioso a temática ser novamente envolvendo otakus.

Tempo passou e novamente acabei me deparando com a série, agora com três capítulos publicados. Só que dessa vez, esse encontro veio acompanhado de uma observação bem curiosa: Spotted em japonês seria Madara (斑), assim como em Madarame Harunobu. Florescer seria traduzido como Saki (咲), assim como em Kasukabe Saki. Ao ler isso, eu já comecei a surtar.
Como não percebi isso antes? Spotted Flower foi criado por Kio Shimoku como um futuro alternativo onde a Saki deixa o Kousaka e se casa com o Madarame. Quem já leu Genshiken sabe que a única paixão de carne e osso do Madarame é a Saki. Kio Shimoku resolveu lançar então um “easter egg” para os fãs de seu principal mangá. Um belo fanservice.

 

Ok, os personagens não são exatamente os mesmos de Genshiken, mas se fossem, o “extra” perderia metade da graça. Existem, no entanto, inúmeras referências a acontecimentos em Genshiken que nos permite fazer essa associação.

Seja o fato da esposa mencionar que já teve um romance com outro otaku antes do noivo e o fato desse outro otaku ser um amigo em comum com o noivo (Kousaka… cof… cof…); seja ela mencionando que o noivo tinha uns DVDs de sadomasoquismo escondidos (teve uma cena em que Madarame esconde as fotos da Saki colocando esses DVDs sobre elas numa gaveta); seja ela falando que já se vestiu como uma personagem de anime (a personagem a que ela se refere é a mesma que Saki fez cosplay em Genshiken); seja por qualquer outras das tantas referências… fica claro que Kio Shimoku não fez aquilo sem querer.

Isso só mostra quão genial esse autor é. Spotted Flower é um mangá interessante para qualquer leitor e mais interessante ainda para fãs de Genshiken.

 

No final de 2010, no 4º volume de uma antologia […]

A Onda de Mudança de Gerações no Âmbito da “Diversão” em Genshiken II Volume 1/ Genshiken Volume 10 (Parte 2)

Esta é uma tradução de um post do blog Tamagomagogohan para mais informações, leia no início da Parte 1.

Links para as outras partes:

Parte 1

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As Impressões de uma Lacuna na Nova Geração de Genshiken

Acredito que este quadrinho de Nidaime torna esse contraste fácil de entender.

… Nossa… eles são… tão jovens!

Os três novatos do clube estão juntos aos antigos membros no apartamento da Ogiue (o lugar onde a Ogiue desenha seu mangá). Madarame e Sasahara estão obviamente entre os “garotos mais velhos”.

Se você observar a proporção de homens para mulheres, verá que o número de mulhores é maior que o de homens (apesar de uma certa excessão), e ainda que nenhuma delas está particulamente preocupada em evitar os outros. Se não me dissessem que isso era um grupo de otakus eu nunca teria adivinhado.

Claro que vocês podem dizer que é porque isso é só um mangá, mas mesmo assim, todos alí parecem estar se divertindo.

Entre eles, existe um personagem destacado, sentada no sofa com um olhar meio amargo no rosto: Yajima.

Entre os calouros, existe um garoto que se veste de mulher… ou devo dizer, um “otoko no ko.”[5]

O que a Yajima tem a dizer sobre tudo isso é inacreditavelmente fofo.

“Eu sou… bem avessa [muito resistente] a isso.”

Os sentimentos da Yajima para com a questão são, de certo modo, a ponte entre os diversos conceitos do que significa “divertir-se” em Genshiken. Ela está presa no meio da ponte e isso a deixa frustrada.

Se vocês olharem para a geração anterior, teve o episódio em que Madarame se opõe à “moda”, embora não fizesse o menor sentido. Mesmo ele mudando de idéia depois, o modo como Madarame e Yajima se distanciam é parecido.

O próprio termo “ota” é pouco usado em Genshiken.

Nesse volume, a única pessoa que fala esse termo além da Yajima é a Ogiue, e no sentido negativo de “ota”. A fala da Yajima no quadro acima, “Já que somos otakus, isso não importa”, praticamente resume tudo.

Por outro lado, você tem outra novata, Yoshitake (a garota de óculos no meio do sofá), que opostamente a Yajima exclamou, “meninas otakus e fujoshis são diferentes!” usando o termo positivamente.

Yoshitake determinou seu próprio status. Ela se considera uma “fujoshi” e não esconde isso. Apesar da própria Ohno ter percebido que era melhor se assumir do que esconder, com Yoshitake não tivemos nem essa evolução.

Bem, como vocês devem suspeitar, nem Yajima nem Ogiue se importam com moda. Eles estão bem usando um mero jeans. Mas de novo, se eu comparar a Ogiue de hoje com o que ela era quando usava os casacões, seu senso de moda se tornou bem mais apurado. Aquela gravatinha fica bem bonitinha nela. Já os jeans, eu não consigo entender.

O “otoko no ko”, Hato, é surpreendentemente estiloso. Yoshitake, que também parece ter um guarda-roupa bem variado, se mostra uma garota com gostos artísticos e literários bem variados. Mesmo Yabusaki, do clube de mangá, usa um pouco de maquiagem.

Yajima percebe essa diferença para com eles e isso a incomoda.

Ela originalmente se juntou ao clube porque pensou, “Eu gostaria de fazer algo divertido”, e seguiu com esse pensamento. Ela tem um complexo de inferioridade, mas isso também tem a ver com seu hobby otaku. Ela nunca foi apresentada a uma situação traumática, muito menos ela carrega algum fardo.

Diferente da Ogiue e da Ohno, ela não enfrentou um processo de iniciação intenso.

Mesmo assim, ela encara fortemente seus sentimentos de que existe uma forte e ireeconciliável diferença no que ela acredita ser um “otaku” e o que ela vê.

Ela pensa até que ponto uma pessoa chega pelo bem do “divertir-se” e seu coração fica perplexo com isso.

Basicamente, ela questiona a existência de Hato como um “otoko no ko”.

(continua em breve na Parte 3)

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Notas de Tradução:

[5] “Otoko no ko” (男の娘) é um trocadilho com a palavra para garoto “otoko no ko” (男の子), subsitui-se o kanji de “criança” pelo de “garota”. Poderia se traduzir para “trap” (“armadilha”, em inglês), um termo bem conhecido na internet que significa uma garota muito bonita, mas que na verdade é um cara. Eu preferi deixar o termo em japonês em virtude do trocadilho no kanji.

Esta é uma tradução de um post do blog Tamagomagogohan […]

A Onda de Mudança de Gerações no Âmbito da “Diversão” em Genshiken II Volume 1/ Genshiken Volume 10 (Parte 1)

INTRODUÇÃO:

Não há dúvida para quem visita o blog de que meu mangá favorito é Genshiken. É uma obra para a qual eu realmente gosto de gastar tempo e me dedicar a sua análise. Não só para entretenimento, mas para observar todo o fenômeno ao qual ela se refere, no caso, os otakus. Por todos esses anos pesquisando e analisando Genshiken eu aprendi muita coisa. Pouco já foi publicado aqui no Anikenkai.

Numa dessas pesquisas, me deparei com um texto do blog japonês Tamagomagogohan traduzido para inglês pelo meu colega blogueiro do Ogiue Maniax. Era um post onde o autor mostrava o que sentia para com essa segunda fase de Genshiken. Como eu achei o texto interessante e pertinente (principalmente agora que recebi minha cópia do Volume 10), pedi autorização para ambos e posto aqui o texto traduzido para meus leitores.

Para ler o texto, é bom conhecer Genshiken, mas mesmo que não conheça ou só tenha ouvido falar, é uma leitura válida sobre como um mangá pode continuar mesmo tento uma mudança relativamente drástica em seus protagonistas.

TRADUÇÃO:

Por se tratar de uma tradução do japonês, existem muitos termos que perderiam muito do sentido em uma tradução. Estes foram mantidos e uma nota foi adicionada a respeito deles ao final do post. Assim como certas citações.

As imagens usadas aqui foram usadas no post original, obviamente aqui traduzidas para o português para entendimento da maioria dos leitores.

Espero que gostem.

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Genshiken II [Nidaime] Volume 1 ou Genshiken Volume 10 saiu!

 

Bem… é…

Genshiken Volume 1 saiu em 2002.

Realmente já faz quase 10 anos…?

 

Quando Genshiken foi lançado, era comum compará-lo com Kyuukyoku Choujin R.[1].

Como obras individuais eles são completamente diferentes, e não há porque compará-los diretamente (brevemente, em R temos o Cluble de Fotografia, estudantes do Ensino Médio, e nenhum interesse otaku entre seus membros, enquanto que em Genshiken temos a Sociedade para o Estudo da Cultura Visual Moderna, estudantes universitários, e é baseada em um grupo de otakus). Porém, quando você olha para as diferentes faixas-etárias entre os membros e como há uma certa lacuna entre as gerações das obras na maneira como eles “trabalham” seus hobbies, a comparação acima fica mais fácil de entender do que poderia-se esperar. É sobre ver como eles gastam seu tempo livre se divertindo.

Isso foi tão discutido que eu já perdi a conta. Fez parte da história dos anos 2000.

No entanto, para os leitores mais novos, o mundo de R foi um certo tipo de fardo, e a razão é a presença opressora dos veteranos.

Eu amo Tosaka-senpai e o resto deles, mas se você me disser, “Eles são um incômodo”, eu não poderia negar.

Não só isso, mas por comparação, Madarame-senpai em Genshiken, é bem mais suave, seguindo uma filosofia de viver pacificamente a todo custo. Quando você olha para isso, é algo meio fofo, mas você também pode ver que a relação senpai-kouhai [veterano-calouro] é bem mais tênue.

Esse é a primeira lacuna entre as gerações.

E agora, esta é a segunda.

O número de pessoas que leram Genshiken e se tornaram otakus por causa dele aumentou.

Eu aposto que pessoas que acabaram de ler isso pensaram, “Pera aí, o que?”

Eles diriam, “’Se tornar’ um ‘otaku’? Isso não é algo que se decide da noite pro dia, não é mesmo?”

Está certo, mas durante os anos 2000, o sentido da palavra “otaku” se tornou incerto. Não mais significava que você era um “fora-da-lei”, e não mais tinha uma conotação negativa na cabeça das pessoas. Dito isso, tudo também depende de com quem você está falando.

A cartada final veio no dojinshi [fanzine] que Shinofusa Rokurou desenhou para a edição especial do Volume 9 (o volume final) de Genshiken. [2]

É basicamente isso. Eu acredito que há pessoas hoje que nunca leram ou viram Genshiken (já que está esgotado), mas vocês não vão se arrepender de lerem. O mesmo vale para Mozuya-san Gyakujousuru.[3]

Yasuhiko Yoshikazu[4] disse uma vez, “Para um cara como eu, que odeia otakus, Genshiken é um mangá cheio de amor aos otakus que foi feito para exterminar os otakus.” Sentimentos bem conflitantes esses, não é? Mas eu o entendo.

Hoje em dia existem cada vez mais pessoas que não são “bonitas apesar de serem otakus”, mas sim “bonitas enquanto são otakus.” Isso não tem a ver com aparência física, muito menos só resultado final do ressentimento; na verdade, o que mudou é que ser otaku agora significa que você está curtindo um “hobby divertido”. Genshiken é uma obra que foi desenhada estando relativamente consciente disso.

Não é minha intenção formular uma teoria de como as gerações são diferentes depois disso. Não importa o que eu diga, o importante é perguntar para si mesmo, “O que eu pessoalmente acho?” No entanto, eu acredito que o número de pessoas que podem sair e admitir “Eu sou otaku” aumentou.

Para alguém como eu que viveu na época de enclausuramento otaku e pensava, “eu não posso falar que sou um otaku”, isso é uma sensação bem estranha.

Mesmo assim, eu diria que o que temos agora é o situação mais saudável.

Esse contexto pode ser observado na maneira como Genshiken foi feito. A geração do Madarame consiste de otakus que são relativamente reclusos que tentam ocultar seus hobbies e não aspiram se mostrar aos outros quanto a isso.

Ohno ao mesmo tempo também esconde seu hobby, mas é o tipo de pessoa que quer poder compartilhar esse hobby com os outros.

Kousaka e Sue simplesmente e livremente mostram ao mundo quão otaku eles são e como eles curtem ser, enquanto Sasahara é o tipo de pessoa que “viu a luz” só após entrar na faculdade.

Eu costumava enxergar a existência do Kousaka como uma fantasia, mas eu percebi que pessoas como ele realmente existiam.

 

O Volume 9 saiu em 2006. Se passaram quase cinco anos.

Agora nós temos o Volume 10.

E nele os personagens são bem diferentes do que costumavam ser.

Se os tempos mudaram, os personagens em Genshiken também mudaram, em termos de onde eles vem e como seus pontos de vista são.

Daqui em diante vou escrever a respeito das respectiva perspectiva da nova personagem Yajima assim como a de Madarame.

 

(continua em breve na Parte 2)

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Notas de Tradução:

[1] Kyuukyoku Choujin R é um mangá de Yuuki Masami, publicado na Shounen Sunday de 1985-1987. O personagem principal era um robo adolescente chamado R. Tanaka Ichirou.

[2] Assim como o Volume 6, saiu uma edição especial do Volume 9 de Genshiken que veio com um doujinshi de bonus, diferente do Volume 6, ele não foi acoplado à edição americana do mangá.

[3] Mozuya-san Gyakujousuru é um mangá de Shinofusa Rokurou. Publicado na Monthly Afternoon (a mesma revista de Genshiken) desde 2008, é sobre uma garota com um transtorno bipolar cujo nome refere ao seu descobridor, Dr. Josef Tsundere.

[4] Designer de personagens para Mobile Suit Gundam e muitos outros animes. Atualmente desenha Gundam: The Origin.

INTRODUÇÃO: Não há dúvida para quem visita o blog de […]

A Onda de Mudança de Gerações no Âmbito da "Diversão" em Genshiken II Volume 1/ Genshiken Volume 10 (Parte 1)

INTRODUÇÃO:

Não há dúvida para quem visita o blog de que meu mangá favorito é Genshiken. É uma obra para a qual eu realmente gosto de gastar tempo e me dedicar a sua análise. Não só para entretenimento, mas para observar todo o fenômeno ao qual ela se refere, no caso, os otakus. Por todos esses anos pesquisando e analisando Genshiken eu aprendi muita coisa. Pouco já foi publicado aqui no Anikenkai.

Numa dessas pesquisas, me deparei com um texto do blog japonês Tamagomagogohan traduzido para inglês pelo meu colega blogueiro do Ogiue Maniax. Era um post onde o autor mostrava o que sentia para com essa segunda fase de Genshiken. Como eu achei o texto interessante e pertinente (principalmente agora que recebi minha cópia do Volume 10), pedi autorização para ambos e posto aqui o texto traduzido para meus leitores.

Para ler o texto, é bom conhecer Genshiken, mas mesmo que não conheça ou só tenha ouvido falar, é uma leitura válida sobre como um mangá pode continuar mesmo tento uma mudança relativamente drástica em seus protagonistas.

TRADUÇÃO:

Por se tratar de uma tradução do japonês, existem muitos termos que perderiam muito do sentido em uma tradução. Estes foram mantidos e uma nota foi adicionada a respeito deles ao final do post. Assim como certas citações.

As imagens usadas aqui foram usadas no post original, obviamente aqui traduzidas para o português para entendimento da maioria dos leitores.

Espero que gostem.

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Genshiken II [Nidaime] Volume 1 ou Genshiken Volume 10 saiu!

 

Bem… é…

Genshiken Volume 1 saiu em 2002.

Realmente já faz quase 10 anos…?

 

Quando Genshiken foi lançado, era comum compará-lo com Kyuukyoku Choujin R.[1].

Como obras individuais eles são completamente diferentes, e não há porque compará-los diretamente (brevemente, em R temos o Cluble de Fotografia, estudantes do Ensino Médio, e nenhum interesse otaku entre seus membros, enquanto que em Genshiken temos a Sociedade para o Estudo da Cultura Visual Moderna, estudantes universitários, e é baseada em um grupo de otakus). Porém, quando você olha para as diferentes faixas-etárias entre os membros e como há uma certa lacuna entre as gerações das obras na maneira como eles “trabalham” seus hobbies, a comparação acima fica mais fácil de entender do que poderia-se esperar. É sobre ver como eles gastam seu tempo livre se divertindo.

Isso foi tão discutido que eu já perdi a conta. Fez parte da história dos anos 2000.

No entanto, para os leitores mais novos, o mundo de R foi um certo tipo de fardo, e a razão é a presença opressora dos veteranos.

Eu amo Tosaka-senpai e o resto deles, mas se você me disser, “Eles são um incômodo”, eu não poderia negar.

Não só isso, mas por comparação, Madarame-senpai em Genshiken, é bem mais suave, seguindo uma filosofia de viver pacificamente a todo custo. Quando você olha para isso, é algo meio fofo, mas você também pode ver que a relação senpai-kouhai [veterano-calouro] é bem mais tênue.

Esse é a primeira lacuna entre as gerações.

E agora, esta é a segunda.

O número de pessoas que leram Genshiken e se tornaram otakus por causa dele aumentou.

Eu aposto que pessoas que acabaram de ler isso pensaram, “Pera aí, o que?”

Eles diriam, “’Se tornar’ um ‘otaku’? Isso não é algo que se decide da noite pro dia, não é mesmo?”

Está certo, mas durante os anos 2000, o sentido da palavra “otaku” se tornou incerto. Não mais significava que você era um “fora-da-lei”, e não mais tinha uma conotação negativa na cabeça das pessoas. Dito isso, tudo também depende de com quem você está falando.

A cartada final veio no dojinshi [fanzine] que Shinofusa Rokurou desenhou para a edição especial do Volume 9 (o volume final) de Genshiken. [2]

É basicamente isso. Eu acredito que há pessoas hoje que nunca leram ou viram Genshiken (já que está esgotado), mas vocês não vão se arrepender de lerem. O mesmo vale para Mozuya-san Gyakujousuru.[3]

Yasuhiko Yoshikazu[4] disse uma vez, “Para um cara como eu, que odeia otakus, Genshiken é um mangá cheio de amor aos otakus que foi feito para exterminar os otakus.” Sentimentos bem conflitantes esses, não é? Mas eu o entendo.

Hoje em dia existem cada vez mais pessoas que não são “bonitas apesar de serem otakus”, mas sim “bonitas enquanto são otakus.” Isso não tem a ver com aparência física, muito menos só resultado final do ressentimento; na verdade, o que mudou é que ser otaku agora significa que você está curtindo um “hobby divertido”. Genshiken é uma obra que foi desenhada estando relativamente consciente disso.

Não é minha intenção formular uma teoria de como as gerações são diferentes depois disso. Não importa o que eu diga, o importante é perguntar para si mesmo, “O que eu pessoalmente acho?” No entanto, eu acredito que o número de pessoas que podem sair e admitir “Eu sou otaku” aumentou.

Para alguém como eu que viveu na época de enclausuramento otaku e pensava, “eu não posso falar que sou um otaku”, isso é uma sensação bem estranha.

Mesmo assim, eu diria que o que temos agora é o situação mais saudável.

Esse contexto pode ser observado na maneira como Genshiken foi feito. A geração do Madarame consiste de otakus que são relativamente reclusos que tentam ocultar seus hobbies e não aspiram se mostrar aos outros quanto a isso.

Ohno ao mesmo tempo também esconde seu hobby, mas é o tipo de pessoa que quer poder compartilhar esse hobby com os outros.

Kousaka e Sue simplesmente e livremente mostram ao mundo quão otaku eles são e como eles curtem ser, enquanto Sasahara é o tipo de pessoa que “viu a luz” só após entrar na faculdade.

Eu costumava enxergar a existência do Kousaka como uma fantasia, mas eu percebi que pessoas como ele realmente existiam.

 

O Volume 9 saiu em 2006. Se passaram quase cinco anos.

Agora nós temos o Volume 10.

E nele os personagens são bem diferentes do que costumavam ser.

Se os tempos mudaram, os personagens em Genshiken também mudaram, em termos de onde eles vem e como seus pontos de vista são.

Daqui em diante vou escrever a respeito das respectiva perspectiva da nova personagem Yajima assim como a de Madarame.

 

(continua em breve na Parte 2)

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Notas de Tradução:

[1] Kyuukyoku Choujin R é um mangá de Yuuki Masami, publicado na Shounen Sunday de 1985-1987. O personagem principal era um robo adolescente chamado R. Tanaka Ichirou.

[2] Assim como o Volume 6, saiu uma edição especial do Volume 9 de Genshiken que veio com um doujinshi de bonus, diferente do Volume 6, ele não foi acoplado à edição americana do mangá.

[3] Mozuya-san Gyakujousuru é um mangá de Shinofusa Rokurou. Publicado na Monthly Afternoon (a mesma revista de Genshiken) desde 2008, é sobre uma garota com um transtorno bipolar cujo nome refere ao seu descobridor, Dr. Josef Tsundere.

[4] Designer de personagens para Mobile Suit Gundam e muitos outros animes. Atualmente desenha Gundam: The Origin.

INTRODUÇÃO: Não há dúvida para quem visita o blog de […]

Genshiken Vol. 10! Saiu a capa!

E saiu a capa do volume 10 de Genshiken que será lançado no Japão essa semana:

Junto do lançamento, teremos um evento em Akihabara em que várias lojas estarão com cartões postais contendo artes exclusivas! Uma pena eu não estar no Japão… mas se vocês souberem de alguém que esteja, por favor, me deem o contato dessa pessoa! Vamos ver se eu consigo um desses postais. Para mais informações e as artes desses cartões, vocês podem ver o post do Ogiue Maniax!

E saiu a capa do volume 10 de Genshiken que […]