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A volta dos que não foram… – Genshiken Cap. 63

Eu tenho evitado vir postar no hype logo após ler um capítulo de Genshiken. Isso me faz segurar um pouco a empolgação e analisar melhor o que aconteceu no capítulo em questão. Sendo assim, posso dizer com clareza de que esse capítulo foi o mais “cheio” desde o início da “Era Nidaime”. Muita coisa acontecendo, muita coisa para se observar e um personagem retornando da cinzas.

Nesse capítulo, Ogiue está exausta depois de ter virado a noite trabalhando em um dojinshi extra para a Comiket. Sendo assim, ela manda Sue em seu lugar para tentar ter algumas horas a mais de sono. Yabusaki não fica nada contente com a substituição e muito menos com a fila que começa a se formar na frente do seu estande quando os portões se abrem. O motivo é a popularidade do mangá profissional da Ogiue, contrastando com o que ela havia colhido de feedback online e gerando uma invejinha saudável. No lado de fora da feira, Ohno, Angela, Hato, Yajima, Yoshitake, Tanaka e Kuchiki enfrentam a enorme fila desse primeiro dia de Comiket.

Descobrimos então que essa é a primeira vez de Hato na feira e que isso o está deixando tenso, afinal, ele está ali para comprar doujinshis BL e é um homem. Fingir ser uma mulher, como normalmente ele faz, pode causar muitos problemas em um ambiente como esse. Sendo assim, Ohno bola um plano B para Hato. Ele irá fazer cosplay… de um personagem feminino. Sim, cretino, mas como isso é algo “comum” no Japão, as pessoas entenderiam “melhor”. Seguindo a tradição do clube, Hato se fantasia de Yamada, uma personagem de Kujibiki Unbalance (a série fictícia favorita dos membros do Genshiken).

O capítulo termina com uma figura conhecida dos leitores retornando: Nakajima.

Para começar com as análises, somos apresentados à leitura oficial do primeiro nome do pseudônimo da Ogiue, Ogino. Outra observação linguística da série, é a evolução do vocabulário da Sue. Todos lembramos que quando ela apareceu pela primeira vez, seu domínio da língua japonesa se limitava a citações de animes. Em sua segunda aparição, ela já estava bem melhor em seu aprendizado, mas ainda era extremamente limitado. Quando ela decidiu ir estudar no Japão, tivemos uma significativa evolução, com ela podendo se comunicar tranquilamente sem ter que citar animes o tempo todo. Porém, o autor decidiu por colocar todas as suas falas em katakana representando assim seu sotaque estrangeiro e sua “não-fluência” na língua. Porém, pelo pouco que eu pude observar, tivemos vários momentos em que as falas da Sue são escritas em hiragana, não em sua totalidade, mas palavras específicas. Ao que parece seu desenvolvimento vem se acelerando recentemente, um reflexo da vivência da personagem no ambiente nativo da língua.

Outra análise fica a cargo da ideia que Hato tem na diferença entre cosplay e crossdressing. Impressionante como ele fica mais tenso quando está de cosplay. Pois ali ele se entende como um homem fantasiado de uma personagem feminina tentando enganar homens e mulheres para tornar o ato dele comprar doujinshis BL menos embaraçoso. Diferente de quando ele se veste de mulher e assume tal personalidade, inclusive com mudança de voz. Naquele momento é como se um segundo Hato o tivesse “possuído”. Mas detalhes da mente “Hatoniana” já foram analisados no post do capítulo 61.

Temos ainda a escolha dos cosplays da Ohno e da Angela. Elas se fantasiaram das versões angelicais das protagonistas do anime “Panty & Stocking with Gaterbelt” da GAINAX. E é curioso como a personalidade de ambas se ajusta de certa forma às personagens em questão. Angela sempre deu a impressão de ser bem mais sexualmente ativa do que os outros membros do Genshiken, assim como Panty. Ohno tem um gosto um tanto estranho para homens, carecas e mais velhos, Stocking também tem lá seus problemas com o sexo masculino. E se querem uma análise mais “física”, como bem lembrou Ogiue Maniax, os peitos da Stocking são maiores do que os da Panty, assim como os da Ohno são curiosamente maiores do que os da Angela (afinal a lógica diria que os da americana seriam maiores que os da japonesa).

Porém, apesar deu gostar dessas curiosidades, isso tudo fica em segundo plano ao chegarmos ao final do capítulo e o retorno da Nakajima. Da última vez que ela apareceu na série, foi como um furacão na cabeça da Ogiue. Na época o passado dela ainda a assombrava e sua insegurança era enorme consigo mesma e com todos ao seu redor. A presença da “amiga” a fez reviver tudo aquilo trazendo grandes tormentos de volta. A Ogiue se desenvolveu, cresceu e amadureceu e é bem diferente da da época, mas mesmo assim, nunca houve um confronto direto com a Nakajima. E isso irá acontecer no próximo capítulo. Não consigo esconder minha empolgação para isso. Posso dizer que o capítulo 64 será um dos mais aguardados por mim em toda a série. Não vejo a hora de lê-lo.

Eu tenho evitado vir postar no hype logo após ler […]

Ataque Cardíaco – Genshiken Cap. 62

E após o esperado, porém mesmo assim sensacional, anúncio de que Genshiken voltou a ser uma série permanente da Afternoon e não mais uma serilialização limitada, eu li esse capítulo com um sorriso de ponta a ponta. Achava que nada poderia aumentar ainda esse sorriso que deixaria o Coringa intrigado. Porém, aconteceu. Mas vamos por partes.

No capítulo desse mês, Angela volta para sua 3ª visita ao Japão. Porém, não podia ser num momento pior pois ninguém está no Genshiken. Kuchiki está concentrado criando planos mirabolantes para comprar todos os dojinshis que quer no pouco tempo que dispõe na Comiket. O resto está na casa da Ogiue ajudando-a a terminar a segunda metade do seu mangá de estreia. Ela está atrasada com o trabalho graças ao dojinshi de Full Metal Alchemist que fez para a Comiket em parceria com a Yabusaki (como visto no capítulo 61).

O problema começa quando, depois de dias e dias de trabalho ininterrupto, Hato começa a perceber que sua barba está crescendo e ele não consegue se concentrar no mangá pois não aceita isso estar acontecendo enquanto ele está vestido de mulher. Para resolver o problema, eles usam os cosplays que a Ohno deixou na casa da Ogiue (também como visto no capítulo 61). Todos então decidem entrar na festa e fazerem cosplay… inclusive a Ogiue.

Para começar, nesse capítulo ficamos sabendo do nome completo dos novos personagens: Hato Kenjirou (波戸賢二郎), Yoshitake Rika ( 吉武莉華 ) e Yajima Mirei ( 矢島美怜 ). Isso por si só já valeu a leitura. No entanto, confesso que não gostei de termos mais um capítulo centrado no Hato, ou pelo menos impulsionado por ele. Temos outros personagens tão interessantes quanto para Kio Shimoku falar sobre.

Interessante observarmos também o cosplay escolhido por Ohno para Yajima. O mais revelador e constrangedor de todos. Totalmente contra a personalidade da mesma. Dá para traçarmos um paralelo com as primeiras aparições da Ogiue. Ao vermos a Yajima usando o cosplay, percebemos que ela tem um busto bem mais avantajado que as demais e que ela usa aquelas roupas largas e masculinas para esconder o corpo por vergonha. Bem parecido com as origens da Ogiue. Proposital ou não, Yoshitake está usando um cosplay exatamente oposto. Ela, que não tem vergonha de mostrar sua feminilidade, faz cosplay de uma personagem que tem esse problema.

Os cosplays escolhidos para o Hato acabaram não adiantando para muita coisa, já que eram todos de personagens cross-dressers. Temos aí um indicativo dos “planos” da Ohno para o novo integrante. Ele seria uma espécie de substituto do Kousaka, namorado da Kasukabe, que em dado momento quebrou um galho e vestiu um cosplay feminino na Comiket intrigando a todos os presentes.

O cosplay da Sue também ficou ótimo e bem apropriado, mas nenhum deles vence do cosplay da Ogiue. E quando eu vi quase tive um ataque-cardíaco. Já não bastava o cosplay da Yoshitake, me vem esse da Ogiue. Parece que foi um capítulo direcionado a minha pessoa. Não poderia ter sido uma escolha melhor. Azusa. Sim, a Ogiue se vestiu de Azusa de K-ON. Obrigado, Kio Shimoku, por esse presente.

Vamos esperar agora mais um mês para o próximo capítulo chegar e torcer para que deixem o Hato um pouco de lado para focar na Angela que acabou de voltar ao Japão. Para terminar, fica abaixo os cosplays mostrados nesse capítulo e as personagens correspondentes. Obrigado ao Ogiue Maniax por fazer essa pesquisa.

Yajima: Yagyuu Juubee Mitsuyoshi, a voluptuosa heroína de Sekiganjuu Mitsuyoshi.

Hato: Ashikaga Yuuki, o personagem cross-dresser da sequencia de School Days, Cross Days.

Yoshitake: Kurashita Tsukimi, a adoradora de águas vivas de Kuragehime e vencedora do prêmio de melhor personagem feminino do Anikenkai Awards 2010.

Sue: O personagem principal de Comic Master J, um super-assistente.

Ogiue: Nakano Azusa, a mais novinha das integrantes do Hokagu Tea Time em K-ON!

E após o esperado, porém mesmo assim sensacional, anúncio de […]

Otakus de 1985, Mebaetame, Comiket…

Estava eu fazendo minha visita sazonal ao Sankaku Complex, um site tendencioso, suspeito e que não prez nem um pouco pela moral e pelos bons costumes, mas que de vez em quando nos traz coisas boas, como os vídeos desse post. Algum otaku arqueólogo japonês achou as gravações de um programa de TV de 1985 falando sobre o “Comic Market 28”, o antepassado do que conhecemos como Comiket hoje, o grande evento otaku do Japão.

Porém, o que realmente me atraiu nesse achado foram alguns pontos: Primeiro, o fato deu ter bastante interesse no período dos anos 80, tanto no âmbito dos animes, mangás ou da própria cultura otaku japonesa da época; Segundo, 1985 pega a geração do Genshiken que publicou a primeira revista Mebaetame, em 1987. Sim, é sobre Genshiken e é fictício, mas dá uma ambientação bem legal pra ler a revista no databook ou entender a surpresa que o grupo de 2003 teve ao achar a primeira edição da revista. Se você não sabe o que é a Mebaetame, leia Genshiken ou espere eu fazer um artigo na Genshiken Wiki; Em terceiro tem o fato de 1985 ser o ano em que se passa a segunda parte de Otaku no Video, dois OVAs produzidos pela GAINAX e que muitos de nós assistimos e gostamos. Mais um que terá a experiência aprofundada depois desses vídeos.

Infelizmente, não há legendas. Mas mesmo para quem não sabe japonês, vale a pena ver umas partes e se ligar como eram os otakus da época, seus cosplays, a arte dos doujinshis ou só pelos cosplays de Lum Invader que aparecem. Espero que vocês gostem:

httpv://www.youtube.com/watch?v=e-rbyjCgLJ0

httpv://www.youtube.com/watch?v=-LGdTvipudI

Estava eu fazendo minha visita sazonal ao Sankaku Complex, um […]

Slice of Life: "Mas nesse anime não acontece nada…"

Você provavelmente já ouviu ou leu a frase acima. Se você for fã de animes no estilo slice of life então é quase certeza. Essa é uma crítica bem comum ao gênero e vem me chamando a atenção recentemente.

Slice of Life, que em português significa “Pedaço/Fatia/Porção de Vida”, é um gênero bem comum na animação japonesa que se caracteriza por estórias baseadas na realidade, com personagens mais verossímeis, geralmente no tempo presente e que normalmente exploram situações do dia-a-dia. Exemplos de animes e mangás slice of life são Genshiken, K-ON, Bakuman, Kuragehime e Kimagure Orange Road.

O me atrai nesse gênero é o potencial de explorar o desenvolvimento de personagens, característica que eu aprecio muito em um anime, série, filme, o que seja. O que se entende como desenvolvimento de personagem é o autor conseguir, durante a história, fazer o leitor/espectador conhecer e acompanhar a evolução emocional, intelectual, etc, do mesmo. Isso cria uma aproximação do espectador com a história e um envolvimento maior com ela.

Porém, venho ouvindo constantemente a afirmação do título: “Mas nesse anime não acontece nada…”. Comecei a me intrigar com ela quando comentava K-ON no fórum Multiverso Bate-Boc@ e essa crítica continuou agora quando comento Bakuman. Foi então que eu decidi realmente levar isso em consideração e ver se essa crítica é válida, se realmente não acontece nada nesse tipo de anime e eu que estou errado.

A conclusão em que cheguei foi bem simples. Tudo depende de sua expectativa para com o anime.

Se você assiste o anime para acompanhar a vida do personagem, de ver seus problemas, suas soluções, suas qualidades, seus defeitos, você não vai se decepcionar (se o autor for bom). Se o personagem decide fazer uma ação que irá afastá-lo momentaneamente de seu melhor amigo ou se outro desistiu de participar daquele show importante porque encontrou no backstage uma antiga inimiga do passado, significa que aconteceu alguma coisa para esse espectador. Ele ficou intrigado e curioso para saber como vai ser o futuro do personagem a partir daquilo. Mas nem todos pensam dessa maneira.

É bem comum, mais do que eu imaginava, pessoas que acham que animes tem que ter um ritmo frenético. Em que cenas épicas e que mudam o universo tem que acontecer a todo o episódio. Caso um anime “falhe” nesse quesito, já é considerado lento e potencialmente chato.

O que leva uma pessoa a pensar assim? Por que um anime não pode ter um episódio dedicado ao desenvolvimento de um de seus personagens sem que isso altere a vida de todos os outros personagens ou seja de extrema importância para o plot central? E eu não posso dizer que cheguei a uma resposta certa quanto a isso, mas uma teoria que chego a considerar bastante é a de que isso é culpa da própria indústria.

Os animes tem diminuído sua “longevidade”. Animes com mais de 13-14 episódios são exceção. Em um anime curto, ter um episódio em que pouca coisa acontece significa que o anime não irá chegar ao seu final, terá um “final aberto”, está “perdendo tempo com coisas irrelevantes para o plot central”. Ou seja, a indústria deu base a ideia de que a história é prioridade frente a bons personagens e não que os dois andam juntos, como deveria ser.

Esse assunto tem me deixado curioso. Vocês acham a mesma coisa? Que é necessário ter um desenvolvimento explícito do plot central ou o episódio é considerado “sem graça”? Gostaria de ouvir a opinião dos leitores. Não deixem de comentar.

Você provavelmente já ouviu ou leu a frase acima. Se […]

“Ore no Imouto”… ou “Minha Irmã Não Pode Ser Tão Fofa”

Ok, antes de começar, já aviso que simpatizei muito com esse anime. Principalmente com a protagonista feminina, Kirino.

Ore no Imouto conta a história de Kyosuke, um estudante que descobre que sua irmã mais nova, Kirino, é uma otaku hardcore fanática por eroges (jogos hentai) e tem moe-feelings por personagens de irmãs mais novas. Interessante, não? Pois foi isso que me atraiu a assistir esse anime. Procurei por referencias anteriores e vi que no original a história era uma light novel, um livro e que posteriormente foi adaptado para mangá. Não li, mas vi que já estava bem famoso no Japão.

No primeiro episódio não acontece tanta coisa, é mais apresentação de personagens e da situação, como esperado. Porém, uma detalhe me chamou a atenção, como mencionei no início do post, a Kirino. A tradução do título completo da série, Ore no Imouto ga Konna ni Kawaii Wake ga Nai, é “minha irmã não pode ser tão fofa” e foi exatamente isso que me deixou mais interessado, a maneira como foi apresentada a personagem. Eles realmente conseguiram me fazer achar a personagem fofa e interessante.

A paixão que ela tem pelo seu hobby fica bem clara. Apesar da sua personalidade forte do dia-a-dia, quando ela fala sobre seu hobby sua paixão aflora. Tanto na maneira de falar como nas atitudes. Os discursos ditos por ela caberiam facilmente a personagens como Ogiue Chika ou quem sabe até Harunobu Madarame. A relação que se desenvolve entre os irmãos por causa da situação foge aos clichês que eu esperaria quando juntam-se eroges e irmãs mais novas na mesma história e isso só deixa a série ainda mais atraente.

Eu adoro desenvolvimento de personagens e relações. Só vocês verem que meu mangá preferido é Genshiken, o qual considero o mangá perfeito nesse quesito. Vi em Oreimo (como os japas chamam a série pra economizar palavras) uma possibilidade grande nessa área , o que me fez garantir que assistirei todos os episódios.

Se assim como eu, você gosta de desenvolvimento de personagens e relações humanas, e é claro, as situações cômicas que elas geram, não deixe de conferir Oreimo, creio que não vai se arrepender.

Ok, antes de começar, já aviso que simpatizei muito com […]