Category Archives: Comportamento

Otakus de 2003, imagens de um evento de anime na época

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As vezes eu me pego lembrando do primeiro evento de anime que eu fui na vida, a 2ª ou 3ª edição do AnimeRio, lá por volta de 2001, se não me engano (me corrigiram nos comentáros, é 2003). Foi uma experiência incrível pra mim pois eu tinha lá meus 12-13 anos e estava começando a conhecer melhor o mundo dos animes e mangás. Dando uma olhada na pasta de fotos do meu computador, fiquei feliz em encontrar umas fotos que tinha guardado daquele evento.

As imagens foram feitas com uma câmera digital bem rudimentar, o que dá para perceber pela qualidade das imagens. No entanto, é um registro da história animística e mangazeira do Brasil, por isso resolvi compartilhar com vocês. Espero que gostem. Em breve faço um post melhor comentando esse evento e contando um pouco mais das minhas memórias.

Continue para ver as imagens!

As vezes eu me pego lembrando do primeiro evento de […]

Fanservice, uma discussão interminável…

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Essa semana o pessoal do Manga² resolveu lançar em sua edição #69 (sugestivo, não?) uma discussão sobre fanservice. A discussão foi muito boa, como é costumeiro, e me motivou a tirar esse post da pasta de Rascunhos.

Fanservice, é um termo em inglês originado entre o fandom de animes e mangás que em sua essência serve para nomear os elementos de uma série que estão ali com o claro intuito de agradar quem está assistindo. No entanto, é comumente associado unicamente ao uso excessivo de situações “sexualmente estimulantes” como calcinhas aparecendo, peitos balançando, personagens perdendo a roupa em batalha, poses erotizadas e por aí vai. É sobre esse tipo de fanservice que estarei falando sobre.

fanservice_heroesVale ressaltar que o fanservice não está presente apenas nos animes e mangás, é um costume difundido em diversas mídias pelo mundo todo. Observemos o caso da personagem de Hayden Panettiere em Heroes (2006), a líder de torcida. Seu personagem foi claramente construído para tentar extrair alguma reação dos espectadores do sexo masculino. A beleza da personagem, seu uniforme, seus trejeitos. Ainda assim, percebe-se uma tentativa de deixar estes elementos um tanto implícitos.

Um outro exemplo mais explicito que podemos usar é a personagem Poderosa, da DC Comics, conhecida pela sua força, mas também pelo seu massivo par de peitos. É engraçado ver como os autores que trabalham a personagem ficam sempre divididos em explorar a sexualidade ou fazer uma história sem sexualidade alguma, com alguns, inclusive, cobrindo o decote da personagem para não dar nenhuma margem mesmo. É engraçado como um meio-termo é raramente encontrado.

Nos animes e mangás, a grande questão do fanservice, é que, em muitos casos, com o passar do tempo, ele deixou seu caráter de “bônus” para se tornar o todo de uma obra. As pessoas não deixam de ver um Gunbuster (imagem que abre esse post, final da década de 80) porque as meninas tinham uniformes mais reveladores. Não caracterizam Cutie Honey (mangá de Go Nagai na década de 70) como uma obra inferior só por causa da cena de nudez e a super-exploração da sexualidade da protagonista. Mas por que então desprezam obras como Queen’s Blade, Kampfer, a série Monogatari, dentre outros?

fanservice_poderosA maneira de se lidar com o fanservice mudou. Os produtores perceberam que fanservice vende. Então, por que não fazer uma série inteira dedicada à isso?

— Ah, mas como fazer fanservice para uma série que não tem fãs ainda?

— Ora, se considerarmos que todo mundo é fã de ver meninas de biquíni fazendo qualquer coisa que seja, acho que podemos dizer que estamos fazendo um serviço a esses fãs, não?

— Claro! Faz todo o sentido.

Pode parecer coisa de maluco pensar assim, mas não creio que a realidade seja muito diferente disso.

O grande problema dessa questão para mim é que animes criados unicamente para explorar esse lado sexualizado da coisa raramente investem em contar uma boa história ou ter bons personagens. Eles se apoiam no fato de que só por ter um par de peitos balançando na tela ele já vai vender o suficiente para dar lucro, o que tá bom. Perde-se todo e qualquer valor atrelado aquelas obras se não o de agradar a imaginação de adolescentes babões (ou adultos babões, vá lá).

Peguemos o exemplo de Kill la Kill, um anime que tem causado uma certa polêmica recentemente por causa de seu fanservice. Você percebe que, apesar dele estar ali a todo momento, ele está integrado com a história e com aquele universo. Não é uma coisa aleatória jogada SÓ para satisfazer a otakaiada. Tem uma motivação por trás e todo aquele papo de aceitação e por ai vai. A questão é que o fanservice não controla a história, mas a história o controla.

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Mas vou ser sincero com vocês. Não me importo muito quando vejo séries se dedicando inteiramente ao fanservice. Eu não as assisto pois não quero perder meu tempo com elas tendo tantas outras séries que me interessam muito mais na lista de espera. Entretanto, eu não as condeno. Elas são séries feitas com o claro propósito de explorar o lado do fanservice. Quem vai assistir uma série dessa só o faz porque sabe o que vai receber. High School of the Dead, High School DxD, Queen’s Blade, Kampfer, etc… todos sabem o que vão encontrar. Acontece, inclusive, situações em que certas séries que a principio seriam puro fanservice se mostrando até bem legais, como foi o caso de Mayo Chiki para mim. Uma série recheada de conteúdo sugestivo, mas que se destaca por ter um desenvolvimento de personagens interessante e uma boa dinâmica entre eles.

O tipo que me incomoda mesmo é aquele inserido de maneira abrupta numa série qualquer sem ter nenhum motivo aparente e que prejudica a mesma. Nessa categoria existem dois tipos:

1) Fanservice que aparece, comumente num episódio dedicado só a isso,  entre dois momentos importantes e mais dramáticos do plot de uma série.

2) Fanservice que aparece justamente no meio de uma cena bem dramática no climax do episódio ou da série.

Infelizmente, nesse quesito, mais do que qualquer outra coisa, a discussão entre qual é o “menos pior” é realmente interminável. Pessoalmente eu acredito que o que menos me incomoda é o 1º caso. Ele serve muitas vezes ao seu propósito de “desestressar” antes de situações mais dramáticas que estão por vir ou que acabaram de terminar. Ainda assim, não dá para condenar quem prefere o 2º caso, já que era um recurso muito usado por Osamu Tezuka, que no ápice de seus dramas colocava uma piadinha aqui, uma careta alí e que funcionavam da mesma forma que os peitos surgindo do nada nos clímaxes de Fairy Tail.

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E aí é que vem a questão chave de toda essa discussão que dá pra preencher horas e horas e horas de discussão na mesa do otakubar: o maior problema do fanservice não é ele existir, ou existirem séries dedicadas só a isso, e etc, mas ao simples fato da indústria como um todo estar “investindo” nesse tipo de material com garantia de “lucro certo” e deixando de lado conteúdos mais interessante, porém mais arriscados. Ainda tem o fato de que a maioria das séries que foca nesse aspecto, esquece praticamente todos os outros. Poucas tem uma boa história e menos ainda tem personagens bem desenvolvidos. Tudo se resume a peitos e bundas e é isso que eles vão mostrar.

Obviamente existem exceções. Kill la Kill é uma delas, Shokugeki no Soma está cada vez mais legal e fazendo cada vez mais sucesso, One Piece também tem lá sua dose (ou a Nami ficar agora 24h de biquíni foi uma “progressão natural”, rs),  Macross Frontier também sofreu um pouco por causa de seu fanservice, mas logo foi assimilado e até colocado como bom exemplo de uso do mesmo…

Se já não bastasse tudo isso que eu falei aqui e o fato de existirem ainda uma infinidade de coisas para se comentar (que deixariam esse post tão intragável como uma tese de mestrado), a percepção do fanservice como aceitável ou não vai muito do pessoal de cada um. Para alguns, se é uma série com fanservice, já é imediatamente ruim. Para outros, pode ter um pouquinho aqui e ali que não tem problema se não incomodar. E tem aqueles que só veem séries com fanservice.

Fanservice é algo que sempre esteve e acredito que sempre estará presente nos animes e mangás. Cabe a cada um de nós aceitá-lo de uma maneira ou de outra. Mas eu já cansei de escrever. Provavelmente nunca mais farei um post onde eu escrevi tanto a palavra “fanservice” como esse. Quero saber a opinião de vocês sobre o tema. O que acham? Como encaram o assunto? Deixem suas opiniões nos comentários! Pois esse assunto nunca acaba…

Essa semana o pessoal do Manga² resolveu lançar em sua […]

Você assiste a aberturas?

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Já não é de hoje que eu vejo comentários de gente falando que pula a abertura dos animes quando vai assistir. Eu entendo essa decisão pois, querendo ou não é uma coisa que se repete episódio após episódio sem alteração. É como assistir a Endless Eight em versão pocket e em todo anime da existência. É compreensível então que se pule tais aberturas tal qual muita gente fez com este famoso arco de Suzumiya Haruhi. No entanto, será que as aberturas são tão desnecessárias assim?

Para começar essa breve discussão, eu digo que não tenho o costume de assistir a aberturas de anime. Quer dizer, eu assisto da primeira vez e, de repente da segunda ou da terceira, mas disso não passa. No entanto, eu não as pulo. Eu simplesmente vou fazer outra coisa enquanto a música tá rolando no fundo. Vou pegar um copo d’água, dou uma tweetada, guardo alguma coisa que tava jogada em algum lugar, etc, mas não pulo a abertura.

Eu entendo que a abertura é algo que determina o clima de uma série. É aquela ambientação necessária para que o espectador se insira naquele universo pelos próximos 20 minutos. Ela prepara sua cabeça para o que está por vir. A abertura de Death Note fazia muito bem esse trabalho, assim como as coloridas aberturas de Suzumiya Haruhi e, por que não, as épicas e motivantes aberturas de One Piece (ou só eu acho We Are épica?), dentre tantas outras. Então não teria porque eu simplesmente pulá-la. São rápidos um minuto e meio que, para mim, acrescentam à experiência.

Mas como eu disse, eu não assisto pois aí já acho demais. Afinal, na maioria das vezes, aberturas de animes são bem parecidas entre si. Independente disso, a parte musical é essencial. O mercado de anime songs (ou anisongs para encurtar) é riquíssimo e movimenta muito dinheiro. Uma evidência de que esse aspecto dos animes não é tão “descartável” assim.

Pode ser que esse meu hábito seja um resquício do meu passado vendo anime na TV sem poder pular as aberturas e indo pegar um sanduba ou um suco para curtir meu episódio sem ter que levantar do sofá, mas é um fato que eu não consigo pular aberturas. Para mim elas fazem parte da experiência de se assistir animes e, por mais que hoje eu não assista de fato, eu a escuto no momento exato que ela se apresenta.

Mas e vocês? Assistem às aberturas dos animes que acompanham? E quando veem numa tacada só? Assistem mesmo assim?

Já não é de hoje que eu vejo comentários de […]

Quando você aprende com o seu hobby

Ontem minha namorada comentou sobre a quantidade de alunos que a mãe dela, professora de espanhol, tem que estão ali aprendendo a língua só porque são fãs de Rebeldes (sim, aquela banda/programa de TV). Eles estão aprendendo seja para entender melhor o que eles falam ou só para se sentir, de alguma maneira, mais próximos de seus ídolos.

Em um paralelo, nesse exato momento estou estudando sobre o Período Edo no Japão e a todo momento, quando eu leio sobre um fato ou alguma figura histórica, não são raras associações com Samurai X ou outros animes/mangás de época. Isso me fez lembrar de mim criança, quando Samurai X ainda passava no Cartoon Network e eu era um pequeno viciado naquele que viria a ser meu anime favorito até hoje.

Naquela época, ainda com uma internet um tanto rústica, tentava procurar o maior número de conteúdos possíveis sobre história do Japão para poder entender as referências e os momentos históricos que se passavam naquela série que eu gostava tanto de ver. Eu não queria ser só um espectador. Queria me sentir como parte daquela história, nem que fosse fazendo pesquisas históricas e conhecendo um pouco mais daquele universo. Isso me motivou a estudar e estudar e estudar e estudar. Quantas horas eu “perdi” estudando sobre história do Japão, pegando pedacinhos em diversos sites e compondo o quebra-cabeça da história daquele país.

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Lembro-me de ficar também irritado pelo fato de no currículo escolar não ter história oriental, nem a China nós estudávamos. Era só história européia e ocidental. Ad eternum. Era preciso que eu buscasse meus próprios estudos. E o que motivou isso? Um desenho animado! Caramba, se pensarmos em quem eu sou hoje e o que eu quero ser no futuro, aquele singelo desenho animado sobre um ex-retalhador do Bakumatsu tentando viver a vida afastado de seu passado após a reforma Meiji foi onde tudo começou.

Não pude deixar de filosofar de leve sobre a quantidade de gente que é impulsionada a estudar algo por causa de seus hobbies…

Quantos fãs de Gundam já se interessaram por engenharia?

Quantos fãs de figures não se interessaram por escultura ou artes plásticas?

Quantos fãs de cosplay já não se interessaram por moda?

Quantos fãs de mangá já não se dedicaram a desenho industrial… pintura…

Quantos fãs de O Laboratório de Dexter não se interessaram por física e química? (nostalgia)

E a lista segue e segue e segue…

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Seja aprendendo uma língua nova, se interessando por história, uma carreira profissional, etc, aprender coisas novas graças a um hobby é uma coisa muito boa e deveria ser incentivado. Quanta coisa existe para ser aprendida fora do currículo escolar pré-formatado! Aprender coisas por prazer é a melhor maneira de se aprender! Se você já pensou em aprender algo graças a um anime que você viu ou um mangá que leu, vá em frente! Acredite, estudar não é chato como fizeram parecer pra gente na época da escola.

Enfim, deixem nos comentários caso vocês já tenham aprendido alguma coisa graças a um anime/mangá! Gostaria de saber as histórias de vocês!

Ontem minha namorada comentou sobre a quantidade de alunos que […]

DVDs/BDs de Anime nos EUA tão caros quanto no Japão? A nova realidade?

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Lindo esse box de Gurren Lagann, não? Quando eu soube que ele seria lançado nos EUA fiquei muito feliz pois gosto bastante da série, mas os DVDs e BDs de anime no Japão tem preços tão impraticáveis que nunca me mobilizei para comprar. Imaginem a minha surpresa então quando descobri que esse box, que será lançado pela Aniplex USA em DVD custará “singelos” $140.00, cerca de R$280,00! Caramba… tudo bem. Tem uns extras legais e o tratamento deve ser de excelente qualidade. O preço, apesar de abusivo, ainda não irreal e está dentro da faixa de preços do mercado de animes americanos.

Mas e o blu-ray? Afinal hoje em dia, se vamos comprar um anime, que seja em 1080p, pelo menos e no melhor formato possível. Sem contar que o box em BD da Aniplex ainda vem com mais extras e ainda com os dois filmes! Que legal! Mas pera lá… não haverá um lançamento americano dessa versão. Ao invés disso o site da Aniplex USA diz que você pode importar o box japonês… ai caramba… já vi para onde isso está indo… POR UM “PREÇO ESPECIAL” DE $549.98, APROX. R$1100,00! Caramba… isso sem contar frete e taxas.

Era o que eu temia.

Com a constante popularização dos animes pelo mundo e as facilidades em se transportar mercadorias ao redor do globo era evidente que as produtoras de anime iriam parar de fazer lançamentos de seus produtos fora do Japão optando por, simplesmente, exportarem-nos diretamente para quem quiser. Basta colocarem legendas em inglês em seus discos e pronto. É o que a Aniplex fez com os BDs do novo box de Gurren Lagann.

Eu reconheço que os blu-rays japoneses são excepcionais, mas nada no universo justifica um preço desses. Para vocês terem uma ideia, o box em blu-ray de Harry Potter mais ULTRA MOTHERFUCKING AWESOME com 31 discos entre BDs e DVDs, cheio de firulas e uma embalagem sensacional tem preço “de capa” de $499.00, mas compra-se na Amazon por $345.00. A MALETA VINGADORES MARAVILHOSA em BD com todos os filmes sai por $150.00! Sim, eu sei que são realidades diferentes, mas cara…

Desculpa Aniplex USA, você não vai conseguir o meu dinheiro. Prefiro comprar o novo PS4.

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Segura essa, otaku…

>> Giga License Breaker: Aniplex rescues Gurren Lagann

Lindo esse box de Gurren Lagann, não? Quando eu soube […]

Tudo passa, tudo sempre passará… até editoras!

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Aqui no Anikenkai não tem dia da mentira… mas no mundo editorial já teve muita editora enganando muita gente. Apareciam e desapareciam num  piscar de olhos deixando seus consumidores com vontade de “quero mais”. Conheça um pouco mais sobre como era o passado dos mangás no Brasil nessa nova Coluna do Fred.

JBC, Conrad, Panini… Todo mundo conhece essas editoras. Já estão no mercado faz um bom tempo, se consolidaram, decaíram  tiveram seus percalços e suas vitórias, sua época e até mesmo sua queda, no caso da Conrad, mas no fim, elas continuam aí, ainda que com vários problemas e aos trancos e barrancos. Algumas ainda estão por aí, mas não publicam títulos de apelo incontestável e preferem se focar no underground ou títulos menores, como Newpop (que atualmente até conseguiu um título de peso com K-on), Abril e editoras especializadas em livros, como a L&PM, Zarabatana, Novatec, etc.

Mas e as editoras que vieram, passaram e se foram? Tivemos vários casos, alguns bem emblemáticos, outros que não foram mais que um estalinho. O cemitério de editoras de mangá não é tão vasto, mas tem alguns moradores bem ilustres.

Editora PNC

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Essa aqui é um caso exemplar de editora que veio, lançou alguma coisa e sumiu. A editora PNC lançou em 2003 dois mangás sem nenhum alarde e com títulos que não tinham nada a ver com os originais. Combat era Pineapple Army e Bombshell era o mangá hentai Secret Plot (uma das alegrias dos fãs de hentai no começo da internet).

A edição era feita com papel off-set, leitura ocidental, onomatopeias traduzidas e tinha um tamanho grande de altura, maior que a dos mangás da época e um pouco maior que os atuais. Tinham menos de 100 páginas cada uma.

A editora PNC surgiu numa época onde a internet ainda não era tão consolidada e por isso não se tem muita notícia do que ela foi. Eu lembro que comprei Combat na banca, bastante animado pelo fato de ter sido o primeiro mangá do Naoki Urasawa lançado no Brasil, e ainda por ser algo tão desconhecido. Só muito tempo depois que veio Monster pela Conrad… Já Bombshell só comprei em um evento, só pra me decepcionar pelo fato de ser apenas uma edição em papel de Secret Plot, que era um mangá que eu nunca curti muito. Se ao menos tivessem lançado Slut Girl, que ainda era curtinho, heim…

No geral, eram bons mangás e por suas histórias serem fechadas, não tiveram problemas pelo fato de que nunca houve outra edição lançada pela PNC. Assim como ela surgiu, ela sumiu. Hoje em dia deve ser difícil achar e não vale a pena mesmo, mas naquele momento, foi um sopro de novidade, em meio a um mercado extremamente povoado por cartas marcadas.

Opera Graphica

manga-jam-as-justiceiras-aventura-comp-ed-opera-graphica_MLB-O-79356763_9387Gunnm (Editora Opera Graphica)

A Opera Graphica foi um caso diferente. Ela era uma editora que publicava alguns quadrinhos específicos, coisas mais relacionadas a gibis europeus, clássicos e underground, e, do nada, publicou dois mangás: Gunm e Jam, as justiceiras. Assim como no caso da PNC, somente uma edição foi publicada de ambas as séries e nada mais foi comentado sobre isso. Gunm, por ser um material de qualidade inquestionável, deixou muitos fãs ansiosos pela continuação… Que viria pelas mãos da JBC. Depois disso, foi descoberto que as edições da Opera foram licenciadas de forma pirata, fruto de uma figura que já foi muito famosa no meio: José Roberto Pereira, o JRP.

Isso justifica tudo, já que tanto Gunm quanto Jam eram bem baratos e tinham um formato pouco usado na época, com muitas páginas ao invés do meio tanko que dominava o mercado. Ambas as edições eram feitas com papel jornal e tamanho normal. Gunm eram as primeiras 260 páginas da série, enquanto Jam eram edições avulsas. Eu gostava muito de Jam, mas só vim a ler Gunm pela JBC mesmo, para minha sorte, que não tive que esperar (além do normal) para ter a conclusão da saga.

Depois dessa empreitada, a Opera voltou ao seu nicho e nunca mais se atreveu a tocar no ramo dos mangás. Já o JRP foi para…

Editora Escala

Mangá - Ozanari Dungeon

Até mesmo a escala, famosa por revistas de corte e costura, entrou no mundo dos mangás por algum momento. Ozanari Dungeon foi o único mangá lançado por eles, também com o selo  JRP Productions. Foram lançadas 4 edições da série e depois disso ela foi esquecida, assim como qualquer idéia de lançar um mangá pela editora. O mais inusitado era a propaganda “A série que deu origem ao vídeo e ao game”, sendo que os ovas da série nunca passaram aqui e nunca foram sequer famosos entre a comunidade fansubber em momento algum (e eu nem sei se já teve algum game da série, nunca nem ouvi falar).

A edição, ao contrário das da Opera, era em meio tanko. A capa tinha um papel muito frágil e o papel era jornal também, mas tinha uma boa impressão e não era caro, infelizmente a série era muito ruim e não valia sequer o preço.

A Escala também nunca mais tentou, agora, dizem que o JRP fez um serviço para…

Editora Mythos

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A Mythos é outra que sempre teve seu nicho. Publicava várias hqs da Marvel e DC que eram deixadas de lado pela Panini, assim como gibis italianos, os fumetti. No fins dos anos 90 isso a levou a publicar duas séries em mangá, Homem Aranha e X-men. Homem aranha era uma série muito interessante, já que em razão da Marvel temer que o público japonês não viesse a curtir o estilo americano de fazer quadrinhos, eles contrataram mangakás japoneses para difundir a marca no fim dos anos 70. Inclusive tinha desenhos do Ryoichi Ikegami em início de carreira. Eu, quando moleque, lembro que gostei demais. X-men era só uma versão mangá do desenho dos anos 90 e não tinha diferença alguma. No fim, nenhum desses mangás durou mais que duas edições. Só muitos anos depois a Mythos viria a publicar de novo séries japonesas com Superalmanaque mangá.

Assim como grande parte dos citados, Superalmanaque mangá se destacava no mercado pelo seu formato de coletânea. Foi o primeiro a usar aqui e até hoje não é muito comum. Assim como toda coletânea, tinha seus altos e baixos. A edição era papel jornal e formato usual… E se você está se perguntando, também só teve uma edição e sumiu. Dizem que o JRP teve envolvimento com essa edição, mas nada é concreto.

Tempos depois a Mythos lançou Dark Angel de Kya Asamiya. A edição foi um verdadeiro samba do crioulo doido, com mudança de formatos e preços constantes e demoras longas entre edições. No fim, aos trancos e barrancos, a série se completou e depois fizeram um encadernado contendo todas as edições como forma de reduzir o encalhe.

Dark Angel tinha capas muito legais, mas a impressão era péssima e o preço na época era bem caro, ainda mais pra um mangá com 60 a 70 páginas. A série em si é boa, mas termina sem fim, já que o Kya largou no meio e nunca voltou.

Por fim, a Mythos se envolveu em mais um mangá, a versão do Kya Asamiya de Batman. Lançaram duas mini-séries (que, assim como tudo da editora, depois foi encadernado em um pacotão pra reduzir o encalhe). Honestamente, não era a melhor história do homem-morcego, mas até valia a pena pra ver algo um pouco diferente das histórias de detetive, com algo focando mais na ficção científica e, o principal, com arte do Kya. Apesar de acho que ele não casou bem com o Batman não… A edição era em formato americano e papel jornal.

Depois disso, a Mythos também não se envolveu mais com mangás e o JRP, tendo relação ou não com algo aqui, nunca mais publicou nada relacionado a mangá.

Editora Savana

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A Savana é um caso diferente. Pra começar, enquanto grande parte dos casos acima ocorreram pra primeira parte dos anos 2000, a Savana entrou no mercado recentemente, com edições de alta qualidade, sobrecapa, papel off-set e boa impressão… A tradução não era das melhores, mas nada que não podia ser melhorado. A editora tinha até SAC para resolver problemas, infelizmente, foi mais uma editora que surgiu e não vingou. Os mangás lançados eram em edição única ou bem curtos, mas no fim, só uma edição de cada um foi lançada.

Pela Savana tivemos Toy Box (edição única), Aflame Inferno (manwha, seis edições) e unordinary life (2 edições). Eu só cheguei a ler Aflame, que era divertido e Unordinary, que era um dos piores mangás que já tive o desprazer de ler.

A Savana foi um caso triste, porque eu realmente gostava do método como eles lançaram e queria que tivessem sucesso para mostrar que sobrecapa e papel bom podiam ser padrão nos mangás lançados aqui. Infelizmente não era pra ser, sabe-se lá porquê.

Animangá

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Ok, esse deve ser o caso mais emblemático e famoso de todos merecia o fim do post. Um dos pilares iniciais do mercado de mangás, a Animangá lançou Ranma no fim dos anos 90 até o começo dos anos 2000. Hoje em dia, tem gente que nem sabe o que foi a Animangá, mas ela teve o momento onde se você pensava em mangá no Brasil, você pensava em Animangá.

Antes de ser editora, a Animangá era uma loja. Uma das maiores de São Paulo relacionada a mangás na época. Como não tinha internet, toda a informação sobre as séries vinham de revistas específicas como Animax e Anime-do, que tinham várias propagandas da Animangá, tanto para as bugigangas que vendiam quanto pelos mangás originais que tinham. Em meio a febre de Yuyu Hakusho e DBZ, eu mesmo fiz umas compras lá (era bem caro pra época). Com o crescimento da loja, eles decidiram tentar um filão pouco explorado no país no momento, que era lançar um mangá em português.

É importante lembrar que até esse momento, os únicos mangás que haviam sido lançados por essas bandas eram seinens como Lobo Solitário, Mai e Crying Freeman no começo dos anos 90. Era um investimento arriscado em um mercado onde não haviam jogadores, por outro lado, a Animangá também teria os fãs de anime só para ela.

E assim Ranma foi lançado. Lembro que eu sequer conhecia Ranma, mas comprei só pela experiência de ler um mangá em português e terminei gostando bastante e acompanhando. Era realmente algo novo na época, ao menos pra mim, que não tinha idade pra pegar os mangás lançados antes, mas que havia crescido com CDZ e outros animes. A edição era em formato de hq americano, com dois capítulos por edição, papel off-set, leitura ocidental e onomatopeias traduzidas, além de ser mensal. A qualidade do papel e a periodicidade variaram muito com a publicação, enquanto o resto continuou igual até o fim.

Ranma fez tanto sucesso que a editora até colocou uma enquete sobre que mangá eles deviam lançar em seguida (com exemplares de peso como Samurai X, Fushigi Yugi e outros). Realmente as coisas estavam indo bem, mas a entrada da Conrad com um formato mais acessível, periodicidade mensal e um planejamento mínimo demonstrou as deficiências que a Animangá tinha.

Por mais que a Animangá fizesse sucesso com Ranma, ela ainda era uma loja e não uma editora com uma infraestrutura suficiente pra competir com as editoras que viriam. Com o tempo, Ranma passou a fazer feio em meio a mangás quinzenais que a JBC e a Conrad lançavam e a periodicidade só ficava mais inconstante. Edições demoravam muitos meses pra sair e quando você tinha 200 páginas por mês, se contentar com cinquenta páginas a cada seis meses era risível. Por algum tempo isso continuou, até que Ranma parou de sair. A loja continuou por mais uns anos, mas fechou também e hoje não existe mais Animangá em nenhum tipo de forma.

A Animangá foi a primeira em apostar em um mangá shonen em um mercado ávido pelo produto, infelizmente, a falta de infraestrutura e poder econômico terminou por sucumbir o que antes fora uma ótima ideia  Hoje em dia, mesmo as editoras menores tem um aspecto melhor que a Animangá, que sobreviveu muito tempo editando um gibi quase que caseiro, com erros bizarros de português, propagandas estranhas e que saía quando saía.

Por um lado, a queda da editora foi boa, porque eles seguiam um modelo insustentável, por outro, eu fico triste como tudo ocorreu, porque se notava que a Animangá fazia o melhor produto possível mesmo tendo tantos percalços no caminho. De qualquer forma, o povo falou e ela caiu e não voltará mais, ainda assim, o ímpeto deles gerou um tiro que até hoje é sentido quando sai um mangá novo nas bancas.

Aqui no Anikenkai não tem dia da mentira… mas no […]

Moe reverso? Os nadadores da KyoAni

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KyoAni (abreviação de Kyoto Animation), estúdio famoso por fazer obras com uma pegada moe, lançou semana passada seu primeiro comercial de 2013 trazendo um grupo de nadadores “se mostrando” para o espectador. O que era para ser um “inocente” comercial com grande fanservice para seu numeroso público feminino, acabou chacoalhando fortemente o mundo otaku.

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A KyoAni (abreviação de Kyoto Animation), estúdio famoso por fazer obras […]

AKB48, Até que ponto é demais?

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Eu estava no twitter quando vi uma mensagem do @Coganerd sobre uma das integrantes do AKB48 que raspou a cabeça e fez um vídeo (abaixo) exibido no canal oficial da banda no Youtube, fazendo uma retratação. Motivo? Ela dormiu com um homem e seus fãs ficaram insanos.

Ok…

Pra quem não conhece a banda AKB48, eu recomendo a Wikipedia  mas para um resumo pouco aprofundado é uma banda com dúzias (não é mentira, são 91 meninas) de integrantes que é um fenômeno musical japonês. Seus discos estão sempre nos mais vendidos e as meninas que participam são grandes estrelas no Japão.

A banda funciona de uma forma exótica para quem vê de longe, mas normal pra quem conhece o mundo das idols japonesas. Tem rankings de popularidade, as meninas pertencem a “classes”, subindo e voltando de nível de acordo com o que acontece nessas votações e quedas e aumentos de popularidade. Há discos em que algumas meninas sequer participam. Normalmente as músicas são cantadas por poucas meninas (comparado com o número real da banda, óbvio).

A questão é: Como a situação foi ficar ao ponto que chegamos no começo do post? Vamos dar uma olhada no que é o AKB48 e no que são seus fãs antes de chegarmos a qualquer conclusão…

O AKB48 é uma banda pop que se especializou em algo: O tratamento com os fãs. Para a banda, seus fãs são tudo e elas devem estar a disposição para eles. O AKB48 não é só relacionado às músicas, mas aos sonhos que eles querem passar para os fãs.

Sonhos esses que são adequados à filosofia da sociedade japonesa, é claro. Por exemplo, todas as meninas passam uma visão de que elas são puras e castas, intocadas. Para o fã, isso é uma das coisas mais importantes. Como pode a menina dos meus sonhos ficar com outro que não eu? Se parece cretino é porque é, mas lá funciona assim.

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E a indústria incentiva e prega isso de tal ponto que até mesmo a citação de uma das meninas com um cara é vista com maus olhos. Muitas das meninas, que são extremamente jovens diga-se, já foi às notícias falar sobre como a situação beira o insustentável. A pressão para meninas de 15, 16 anos que tem que ser perfeitas e sequer podem procurar o afago de alguém é quase intolerável e, mesmo sendo idols, elas são humanas e queriam ter uma vida.

Ouvindo essa história é fácil querer ficar do lado das meninas. Como esses otakus sebosos ousam prender as meninas e seus himens assim? Viva a liberdade! Eu já fiquei também, mas acontece que como toda história bilateral, também tem outro lado, com sua própria história, seus desejos e seus relatos: O fã.

Mais do que música, o AKB48 vende um ideal… E eles fazem um grande trabalho com isso. O fã não compra pela música, o fã compra pra dar suporte para a menina que ele escolheu. Claro que isso não justifica nada… Mas e quando você percebe que a banda explora o fã de forma pornográfica? O buraco fica mais embaixo…

Os fãs exigem o que eles querem e eles o tem, mas a gravadora exige o dela também e ela tem com bônus e dividendos. Todo tipo de exploração possível é feita com os fãs da banda e isso é algo que se vê de forma descarada. Qualquer tipo de merchandising é feito com o intuito de dar suporte pra garota escolhida e se você gosta da maria chiquinha, você é quase intimado a comprar tudo dela. O mesmo vale para todas as outras.

Não só isso, para você poder votar na sua preferida, você precisa obter a cédula pra votar e sabe como você consegue? Comprando CDs. Cada CD vem um. Óbvio que você não vai dar o suporte só votando uma vez quando todo mundo vota várias, né? Então vamos comprar muitos discos!

Para estimular ainda mais a venda de discos, quando você compra um disco você ganha parte de um ticket, quando você o completa, você pode apertar a mão de uma das integrantes da banda. Óbvio que para isso você precisa comprar quantidades obscenas de CDs, mas o que são centenas de CDs quando eles estão no caminho entre você e sua musa?

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Esse aperto de mão é algo que tem dado muita polêmica, pois certos fãs aproveitam para se masturbar antes de apertar a mão da menina, ou só a xingam, fazem assédio moral, perseguem as meninas… A situação é tão caótica que algumas garotas não suportam a situação e demonstram seu descontentamento, mas é aquilo, sem aperto de mão, sem vendas meteóricas. Muitos fãs compram centenas de cds pra ganhar vários tíquetes, gastando verdadeiras fortunas. Isso garante que ele passe mais tempo com a menina… E é incentivado! Ele pode até levar a menina pra comer com ele, tirar fotos….

Isso no Japão é algo tão surreal que no dia seguinte à estréia de um novo cd, se acha dúzias e dúzias de discos novos jogados no lixo. Eles são comprados puramente com o intuito de entrar em contato com as meninas. Ninguém vai comprar de novo algo quando você acha jogado por aí, então, porque continuar com dúzias de cópias… Isso gera muita polêmica em relação ao número de vendas da banda, que são sempre número 1, mas ninguém sabe o quão inflados são os números em virtude dessa política do grupo.

Tudo no AKB48 é feito para explorar o consumidor de forma deplorável. Recentemente foi inaugurado um serviço no site chamado AKBaby, onde (por uma taxa, óbvio) você pode fazer uma montagem com uma menina da banda, notavelmente envelhecida, segurando seu bebê. Tem gente que paga, do contrário o serviço não seria oferecido…

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Podem pensar que isso é coisa só da gravadora, mas as meninas em grande parte reagem impassíveis a isso, algumas delas até incentivam, aumentando os sonhos dos fãs que entram em contato. No final, todos querem alguma coisa. Alguns querem dinheiro, outros liberdade, outros querem KAWAIII PANTUSUSUJAJLAL

Ninguém é santo. Cada lado tem seus motivos pra exigir algo. Eu acho insano o que certos fãs fazem com essas meninas que mal saíram da puberdade, mas também fico enojado com o quanto os fãs são explorados só pra servir de muleta pra gerar dinheiro. Quando você vê homens que gastam toda a sua renda mensal em discos para poder entrar em contato com a menina que está lhe vendendo idéias, e não música, é natural você se sentir mal ao saber que a menina estava mentindo pra você esse tempo todo sobre o produto que ela queria vender.

Por isso que vai continuar assim. Enquanto tiver homem trouxa pra cair nessas falcatruas, não vai mudar. As meninas choram, mas o povo vê de forma impassível. Se elas querem liberdade, porque se tornaram idols? Não é como se o comportamento exigido não fosse público… E pra quem não quer mais essa vida, a porta da rua sempre será a serventia da casa, mas isso as meninas não querem. Elas querem continuar com a luz do palco e a grana no bolso e os fãs querem continuar com suas meninas perfeitas do seu lado apertando a mão.

No fim disso tudo, a única música que realmente toca é Rape me do Nirvana. Cada lado quer estuprar o outro, alguns no bolso, outros de forma mais… KAWAIIIIPANTUSUUPAJLPJA~PM

Eu acho que os fãs deviam era passar a ouvir Hatsune Miku, que essa daí não vai ficar com homem nenhum nunca…

A fonte das fotos e das notícias é o Sankaku Complex. Visitem. NSFW.

Eu estava no twitter quando vi uma mensagem do @Coganerd […]

Quando sai o próximo capítulo?

Se você lê mangás há algum tempo, com certeza já teve o desprazer de estar curtindo muito uma série e, de repente, ela terminar. Não porque a série foi cancelada, mas porque a pessoa responsável por trazer ela até você simplesmente parou e você ficou lá de mãos abanando esperando o dia que outra pessoa resolva assumir as rédias.

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Se você lê mangás há algum tempo, com certeza já […]

Coluna do Fred “O som da saudade ecoando no silêncio”

Há algum tempo eu fiz um post sobre os animes antigos e como não devíamos os ignorar, considerando que a partir deles podemos ver como muitos dos clichês atuais foram formados, além de compreender citações e homenagens que muitas vezes ocorrem em animes de hoje em dia e, por fim, só ver animes que apesar de velhos ainda dão um belo caldo.

Mas esse texto está no mesmo lugar desses animes, no passado, agora eu quero comentar sobre o efeito oposto: Os fãs que não se sentem mais a vontade com os animes atuais e que acham que bons eram os antigos.

As vezes nem precisa ser muito antigo. Volta e meia vejo gente citando Full Metal Alchemist como um exemplo de anime dos bons tempos e, no fim, o que essas pessoas gostam é de animes com uma temática tal e usam o fato de que essa temática já foi mais usada em tempos passados para justificar a sua argumentação de uma linha. A irônia disso tudo é que eu sou um exemplo dessas  pessoas.

Eu raramente acompanho as séries atuais. Vejo uma por temporada se muito e quando tento, não consigo ter ânimo para manter. Sempre gostei de culpar o sistema de esperar uma semana por episódio, que é frustrante mesmo, mas há alguns anos eu esperava meses pela nova leva de episódios passar na tv e ainda assim eu ficava animado pelo novo episódio de dragon ball z ou samurai x então eu sei que a culpa não é somente disso. É uma questão complexa entender como algo que era legal fica tedioso para você.

Há algum tempo a minha idéia era fazer uma coluna com o título “Por que não se fazem mais animes bons como… Code Geass?” e você me diz “Po, Code Geass? De 2008? Fala sério! E ainda tem um novo pra sair esses dias” e eu sei! Estou ansioso pra caramba e me sinto feliz por ter um anime que ainda me deixe, com o perdão do trocadilho, animado e ansioso para ver, considerando que à exceção dos filmes de eva, nada conseguiu me deixar com aquela vontade de que o tempo passasse logo para que chegasse a hora de assistir.

Só que tirando os citados, não tem mais nada que eu pense “Poxa, quero assistir isso”. Eu ainda vejo uma série aqui e ali, mas nada que seja emocionante, só passa-tempos e quase nenhuma série completa e isso é frustrante pra um cara que quer se envolver com uma história nova. Hoje, meu envolvimento se restringe aos mangás, que eu ainda sou muito fã, mas só.

A maior parte das críticas que eu vejo as pessoas usando do argumento “Antigamente era melhor”, além de usarem a carta da nostalgia, é de que hoje os animes estão muito centrados em moe e slices of life e ficaram tediosos. E não estão errados! Mas generalizar também é burrice. Toda época tem suas modas. No fim dos anos 80 eram armaduras, hoje são personagens fofos e caricatos em situações cotidianas. Normal isso, assim como é normal você não gostar disso e preferir outro estilo, que pode não estar tanto em voga, mas ainda assim tem seus representantes, enquanto o supracitado estilo for rentável, claro.

Não adianta só ficar julgando as séries da temporada pela fotinho de teaser que aparece naqueles jpeg unindo tudo que vai sair durante seis meses com uma sinopse meia boca. As vezes você tem que garimpar mesmo e ir atrás. Mesmo no caso de Code Geass eu só vim a assistir depois de recomendações de amigos e ainda assim, demorei pra fazer isso. Quem não apostar em série nenhuma, nunca vai assistir nada mesmo.

Respondendo a pergunta da minha coluna hipotética: eles provavelmente fazem animes tão legais como Code Geass hoje em dia, eu só estou fechado demais na minha zona de conforto e com muita preguiça pra ir atrás deles. E enquanto essa situação não muda, eu vou empurrando com a barriga pensando que antigamente era melhor, que antes eles faziam animes pra mim em específico e mimimi…

Há algum tempo eu fiz um post sobre os animes […]