Category Archives: Bakuman

Como perceber uma mudança nas decisões editorias

Algumas considerações sobre esse post antes de começarmos:

1 – Ele contém spoilers de capítulos recentes de Bakuman. Leia se você não se importa com spoilers ou não lê Bakuman.
2 – O conteúdo desse post é fruto da minha observação, logo não reflete exatamente o que os autores/editores pensaram.
3 – O intuito desse post é exemplificar de forma clara como as decisões editoriais para uma história serializada estão sempre em mutação e que isso é bem comum de se perceber.
4 – Esse não é um post só para quem lê/leu Bakuman. É um post sobre “mangá”. O exemplo usado foi Bakuman, mas poderia ter sido qualquer outro.
5 – Quando eu digo “decisões editoriais” eu me refiro à vida real, não à história de Bakuman (para evitar mal-entendidos).

Bem, a dupla fictícia Ashirogi Muto está com um novo mangá em mente. Reversi foi um one-shot feito pelos autores e que atraiu uma grande atenção dos fãs ficando a frente do one-shot do novo mangá de Eiji Niizuma, o grande rival e gênio dos mangás. Era de se esperar que o mangá fosse serializado. Porém, o departamento editorial estava receoso por deixá-los com duas séries semanais rolando ao mesmo tempo na revista, afinal, PCP ainda era popular e eles não queriam que a qualidade caísse. Foi decidido então que Reversi seria publicado numa nova revista (fictícia) da Shueisha chamada Hisshou Jump, mensal e com um público mais velho.

Legal. Uma boa solução para o arco da disputa de one-shots. Porém, aí que está o “pulo do gato”. Um capítulo depois, temos uma situação em que o editor de PCP, Akira Hattori, claramente se sente triste por não poder ser o editor de Reversi, já que ele trabalha para a Shonen Jump, não pra Hisshou Jump. No decorrer do capítulo é desenvolvida a ideia, por Yujiro Hattori, outro editor, agora capitão da equipe de Akira, que sabe da vontade do colega e decide ajudá-lo. No fim das contas, na reunião de serialização, tudo muda. PCP vai pra Hisshou Jump e Reversi vai para a Shonen Jump.

Ok… isso foi o que aconteceu. Mas vamos pensar no por quê disso ter acontecido. A mudança foi muito drástica. Tem que ter um motivo para os autores terem decidido mudar isso da maneira como foi mudado. De um capítulo para o outro.

A resposta, é até bem simples.

O one-shot de Reversi ganhou do one-shot de Zombie/Gun novo mangá de Eiji. Esse por sua vez ficou incomodado com a derrota e decidiu colocar seus planos de “conquistar o mundo” para melhorar sua história e vencer seu maior rival, Ashirogi Muto. Temos aí um grande plot para um bom arco de rivalidade. Algo do tipo sempre atrai a atenção dos leitores e, normalmente, temos boas histórias no decorrer do arco.

No entanto, ao mesmo tempo que esse plot foi apresentado, um outro plot, também interessante, o foi. A Hisshou Jump. É a primeira vez que vemos um autor em Bakuman sem serializado de forma mensal. Apesar da maioria não achar, há uma enorme diferença em como é ser serializado mensalmente e semanalmente. Além de mostrar para o leitor um universo totalmente novo, eles tem que criar do zero esse universo. É uma revista nova, que só existe na série, com um público-alvo diferente da Shonen Jump, com editores diferentes, autores diferentes… é um berço de novas ideias que pode crescer muito bem. Alguns arriscam dizer que Bakuman está precisando de uma reformulação como essa urgentemente.

Temos aí então dois plots interessantes para serem desenvolvidos. Maravilha. Quem sai ganhando é o leitor. Porém, a coisa não foi pensada corretamente. Se colocamos Reversi e Zombie/Gun para competir em revistas diferentes e em ritmos diferentes de publicação, não existe competição real. A rivalidade não estaria presente de fato. Jogar um plot no ar para jogá-lo fora em seguida é um problema narrativo.

Foi então que, muito provavelmente, o editor ou os autores (os da vida real) perceberam esse “problema” e decidiram dar um retcon no que fizeram. Da maneira rápida que foi feita, ficou claro que foi uma decisão imediata, mas uma decisão acertada. Vamos aos motivos…

1 – Um novo meta-mangá atrai naturalmente a atenção do leitor. Se ele fosse pra Hisshou Jump, o desenvolvimento das ideias para ele seriam, inevitavelmente, colocadas como secundário já que, querendo ou não, o centro de Bakuman ainda é a Shonen Jump e lá Ashirogi Muto estaria trabalhando em PCP.

2 – A rivalidade está estabelecida de fato. Cara a cara. Duas séries começando juntas. Uma briga de igual pra igual. Clássica rivalidade shonen. Os leitores gostam.

3 – O plot da Hisshou Jump ainda se mantém. Eles ainda irão ser serializados mensalmente, ainda teremos uma nova revista pra desenvolver, novos personagens, novos rivais, novos problemas e, principalmente…

4 – Teremos ainda mais um novo plot a ser explorado, que é o fato deles terem um mangá saindo de uma revista semanal e indo parar numa revista mensal. Algo que acontece na vida real. Um exemplo é o que estamos comentando sobre Nurarihyon no Mago estar contando os dias para pular da Shonen Jump para a Jump SQ. Essas coisas acontecem e é legal ver como os autores (no mangá) irão lidar com a adaptação da série para o novo formato.

Ao final de tudo, apesar de ter ficado uma coisa exageradamente rápida, essa mudança foi para o melhor. Editores e autores perceberam o erro e o corrigiram a tempo de trazer ao leitor uma boa história. Como foi dito no início do post, isso é algo muito comum de acontecer e é válido você começar a tentar perceber essas mudanças. Comece por se indagar “por que isso aconteceu da maneira que aconteceu?” e você estará mais perto de perceber essas mudanças. É algo que gosto de fazer e dá a você um bom entendimento sobre o manga making.

Algumas considerações sobre esse post antes de começarmos: 1 – […]

21º encontro "O Bakuman Dessa Semana Foi Interessante"

Quanto tempo! Devido a diversos fatores, faz um mês desde o nosso último encontro. Espero não ter que entrar num hiato tão grande até o final da temporada.  Mas, curiosamente, o que falaremos hoje sobre, é hiato. Sejam bem vindos ao 21º encontro “O Bakuman Dessa Semana Foi Interessante”!

Nesse mês, tivemos a exibição dos episódios 2 a 6 e muita coisa aconteceu. Tivemos o arco do Nakai convencendo a Aoki a tentar novamente emplacar Hideout Door com ele, tivemos o arco da Miho tendo que fazer um ensaio de biquíni como forma de alavancar a carreira de dubladora e, por fim, tivemos o início do grande arco de serialização de Detetive Trap. E é sobre esse último que pretendo falar nesse encontro (e uma curiosidade sobnre o cross com Sket Dance, mas esse fica mais pro final).

Detetive Trap, até hoje, é um dos meus mangás favoritos do Ashirogi Muto. É engraçado falar isso sendo que a gente nunca leu nada de fato da série, mas todo o conceito, design de personagens, desenvolvimento de arcos que vemos os autores falar sobre me deixaram muito interessado. Da dupla de autores, é o manga que eu mais quero ver um dia feito de verdade (mesmo sabendo que dificilmente irá acontecer). Outros seriam CROW, do Eiji, e Otters 11, do Hiramaru.

Falando sobre essas séries, não tenho como destacar todo o clima desse arco em que estamos entrando no mangá. Foi um dos momentos mais legais e mais shonen da série. Todos os autores do Team Fukuda serializados e disputando posição a posição nos rankings. É um clima de rivalidade muito legal e que deixava tudo mais tranquilo de se ler.

Porém, não foi tardar e os problemas começaram a acontecer. Mashiro se viu obrigado a melhorar sua arte cada vez mais e, ainda tendo que estudar para as provas do colégio, se via sacrificando preciosas horas de sono em prol do trabalho. Junte isso a falta de uma alimentação adequada e, inevitavelmente, ele desenvolveu um problema de saúde. Foi hospitalizado e o diagnóstico foi que era necessária uma cirurgia para tirar um pequeno pedaço do fígado dele, sendo que ele deveria ficar hospitalizado por três meses no pós-operatório. A notícia não foi nem um pouco fácil de absorver. Detetive Trap teria que entrar em hiato e isso era algo que Mashiro não estava disposto a deixar acontecer.

Vamos falar um pouco sobre o que entrar em hiato representaria para a dupla…

As posições dos primeiros capítulos de Trap nos rankings não era muito agradável, era um mangá de mistério, precisava de desenvolvimento. Finalmente, lá pro 16º capítulo, eles finalmente tinham conquistado uma posição boa. Tinham um mangá de mistério com uma boa base de fãs, que já tinha sido absorvida no desenvolvimento inicial necessário, tinham acabado de empatar com Eiji nos rankings, receberiam páginas coloridas nas próximas edições, tinham tudo para conseguir seu objetivo de superarem o rival… e vem o risco de entrarem em hiato.

Todo o trabalho feito até aquele momento, todo o esforço, teria sido em vão. Os fãs iriam se dissipar e eles teriam que começar tudo de novo, mas começar do meio, o que é muito mais difícil que começar do começo. Mashiro sabia que isso seria assinar uma carta de suicídio para uma série semanal de mistério. Um exemplo não tão exato de um caso como esse pode ser o de Hunter X Hunter.

Quem acompanha os ToC’s semanais aqui no Anikenkai, sabe que HxH tem aparecido numas posições bem estranhas e baixas. Apesar de muitos defenderem o fato de que ele não é de fato rankeado no ToC como os outros mangás, ainda é um caso a ser estudado. Rapidamente (porque pretendo fazer um post a respeito do caso no futuro), HxH sofreu com diversos hiatos em toda a sua serialização. Isso acabou afastando o público semanal de votar por ele nos rankings. Porém, HxH não é ameaçado de cancelamento pois tem um público fiel que conquistou após anos de serialização e que, apesar de não votar nos rankings semanais, compra (e muito) os volumes encadernados (tankobons). Já Detetive Trap, não tem essa fanbase instalada. O primeiro volume nem saiu ainda. Como lidar com um hiato em uma série que não teve nem seu volume 1 pulicado?

É um problema, não há dúvidas. Mashiro quer continuar a desenhar  a todo custo. O departamento editorial, por outro lado, não quer arriscar a saúde de um menino e quer que a série entre em hiato. Como as coisas vão ser daqui pra frente? Esperem e verão. Muita tensão vai rolar ainda.

Para fechar esse encontro, quero comentar algo curioso sobre a parceria BAKUMAN/SKET DANCE, que acabou gerando um crossover entre os animes com Sket Dance tendo aparecido no episódio 5 de Bakuman e a dubladora da Miho tendo dublado no episódio 31 de Sket Dance.

A partir desse ponto, poderão haver spoilers relativos ao mangá de Bakuman. São spoilers pequenos, mas que algumas pessoas podem considerar relevantes. Sendo assim, leia se quiser. Se não quiser, avance até a marca “FIM DO SPOILER” e continue lendo tranquilamente o post.

O meta-mangá mais recente da dupla Ashirogi Muto no mangá de Bakuman é PERFECT CRIME PARTY, PCP. Nele, um grupo de colegas resolvem se juntar para criar um clube que executa “pegadinhas” pela escola e, acaba muitas vezes, ajudando outros colegas e solucionando problemas na escola. Esse meta-mangá foi muito comparado com Sket Dance, graças a sua temática. Em Sket, um grupo de colegas tem um clube cuja função é ajudar outros alunos em seus problemas. Ver que Bakuman e Sket Dance se juntaram nesse crossover, não tem como não encarar como uma boa piada dos autores com relação a essa comparação. Esse tipo de fanservice é sempre bem vindo. Fico feliz quando vejo autores “confraternizando” assim com suas obras.

FIM DO SPOILER

Bem, chegamos então ao fim do nosso encontro “O Bakuman Dessa Semana Foi Interessante”. Para tranquilizá-los de que não iremos ter um novo hiato tão grande, semana que vem teremos o 22º encontro sem falta! Anotem e suas agendas, leiam e comentem!

E não se esqueçam, se ainda não responderam…

CLIQUE AQUI PARA PARTICIPAR DO 1º CENSO ANIKENKAI!

Quanto tempo! Devido a diversos fatores, faz um mês desde […]

Anikencast #009 – Misoginia em Bakuman

Olá, queridos ouvintes! Cá estamos com mais um Anikencast!

Nesse programa, DidCart e Starro reuniram Fábio Sakuda (Ação Magazine), Darko (JCast) e Dri SweetPepper para uma mesa redonda sobre misoginia em Bakuman. O mangá, ao mesmo tempo que muito aclamado, recebe várias críticas por como suas personagens femininas são tratadas e retratadas.A misoginia está realmente presente na obra? Será um problema pessoal do autor? Isso condena a qualidade do mangá? Essas e outras várias questões são colocadas na mesa para a discussão.

Não deixem de comentar mandando e-mails para [email protected], dando reply no meu twitter ou comentando aqui no post! O assunto PEDE sua opinião!

Índice:

00:00:00 – 00:02:50 -> Introdução

00:02:50 – 00:15:20 -> Comentários sobre o cast passado e sobre a nova temporada de animes

00:15:20 – 00:58:25 -> Mesa redonda “Misoginia em Bakuman”

00:58:25 – 01:10:11 -> Considerações finais e despedidas

Escutem o podcast:

Duração: 70min

Olá, queridos ouvintes! Cá estamos com mais um Anikencast! Nesse […]

20º encontro “O Bakuman Dessa Semana Foi Interessante”

Olá, queridos leitores do Anikenkai! Já fazem seis meses desde o último encontro “O Bakuman Dessa Semana Foi Interessante”. Como o tempo passa rápido! Infelizmente, ao verificar o arquivo do Anikenkai não encontrei o post do 19º encontro, onde falei sobre o final da temporada. Não consigo entender o que aconteceu para ele sumir. Então, para tentar contornar um pouco esse “problema”, vamos a um apanhado básico sobre o final da temporada passada:

A primeira temporada de BAKUMAN acabou nos eventos do final do volume 4 do mangá. Mashiro e Takagi venceram a Gold Future Cup com seu one-shot de “Detetive Trap”, derrotando o mala do Koogy. Na reunião do departamento editorial, ficou decidido que o trabalho dos garotos seria serializado, era um sonho sendo realizado para a dupla. No entanto, os outros membros do Time Fukuda não tiveram muita sorte. Nem o trabalho do próprio Fukuda, nem o da Aoki com o Nakai, foram serializados. Ao fim do episódio, Mashiro e Takagi descobrem que Hattori não será mais seu editor, o substituto é Miura, um jovem demasiadamente energético e empolgado.

A segunda temporada começa exatamente onde a anterior deixou, com a dupla conhecendo seu novo editor. Vendo a empolgação do novo editor em trabalhar com eles, cria-se uma dúvida de se isso será realmente bom para eles ou não. Hattori os ajudou muito, mas a vida segue e não há nada que eles possam fazer quanto a isso. E é interessante ver nesse ponto que Hattori foi transferido para trabalhar em One Piece, um cargo bem importante, mostrando a confiança que o editor-chefe tem nele e em seu trabalho.

E eu quero destacar a escolha para o dublador do Miura. Ficou exatamente como eu imaginava que seria. Um cara barulhento, agitado, que fala alto, energético. Muito boa a escolha e casa bem com a personalidade do personagem.

E como o Miura é irritante. Mas eu acho que isso vem da minha experiência com o mangá. Não gosto do Miura e nunca gostei. Mas eu quero congratular a produção do anime. Eles deram ao Miura uma nova faceta, uma faceta cômica. Isso provavelmente fará os espectadores que não tiveram contato com o mangá a gostar do personagem. É incrível como colocar uma trilha sonora adequada em alguns momentos pode mudar tanto. Gostei. Miura se tornou mais tolerável. Um alívio cômico. Evitam-se assim comparações diretas com o trabalho do Hattori. É tudo levado como piada.

Por outro lado, como esse episódio condensou 3 capítulos do mangá, praticamente, algumas coisas ficaram um tanto corridas demais, como a relação do Mashiro com os assistentes e dos próprios assistentes entre si. Há um certo desenvolvimento disso nos capítulos do mangá que foi esquecido no anime.

E teve também o dublador do Hiramaru. Não aprovo. Para os diálogos normais não influencia tanto, mas na hora dos surtos, a voz parece ser completamente deslocada do personagem e de sua expressão. Tinham que ter colocado uma voz mais grave e que na hora dos surtos ficasse bem doida, algo como a do Eiji, só que mais grossa. O dublador que escolheram deixou o personagem com um ar mais jovem do que deveria ser, menos depressivo do que deveria ser e menos engraçado do que deveria ser. Prevejo que a popularidade dele para com os fãs do anime não será tão grande quanto entre os leitores do mangá.

Não posso esquecer de falar também da “abertura” de “Detetive Trap” que o Mashiro ficou imaginando no início do episódio. Esse desenvolvimento dos meta-mangás do universo de Bakuman continua sendo um dos pontos fortes do anime de Bakuman e um excelente motivo para os fãs do mangá o acompanharem.

Para terminar, vale comentarmos a participação de Kazuhiko Torishima no anime. Para quem não sabe, Kazuhiko Torishima foi o editor de Akira Toriyama quando ele trabalhou com Dr. Slump e Dragonball e é figura carimbada na indústria de mangás. Mashiro e Takagi o reconhecem por uma paródia feita pelo tio de Mashiro e por Mashirito, paródia feita por Toriyama em Dr. Slump. Confiram a imagem abaixo que eu fiz para mostrar o Torishima…

Bem, esse foi o nosso primeiro encontro da temporada, espero que vocês tenham gostado. Não deixem de comentar e até semana que vem!

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Para quem não acompanhou na temporada passada, o encontro “O Bakuman Dessa Semana Foi Interessante”, acontece toda semana ou a cada duas semanas e é onde comento sobre os últimos episódios do anime de Bakuman. Busco trazer curiosidades, observações e comparações para quem quer saber um pouco mais sobre o que viu. Espero que gostem.

Olá, queridos leitores do Anikenkai! Já fazem seis meses desde […]

BAKUMAN Vol. 2 – Começando a carreira profissional

Conforme estabelecido no post sobre o volume 1, eu irei avaliar cada volume de BAKUMAN individualmente conforme eles forem saindo aqui no Brasil pela editora JBC. Sendo assim, o Volume 2 chegou às bancas já tem um tempinho, mas vamos a ele agora.

Logo no início do volume, temos a dupla Saiko e Takagi em seu caminho para o prédio da editora Shueisha apresentar o manuscrito de “As Duas Terras” para o editor. Eles estão adiantados e decidem matar um pouco de tempo para não parecerem muito afobados. Na conversa, descobrimos as motivações de Takagi para se tornar um mangaká. Gostaria de destacar nesse ponto que acho curioso a forma como o Ohba trata isso. Nos quadros em flashback ele nos mostra um cenário extremamente pesado e tenso em que o Takagi se revolta contra os projetos desenhados por sua mãe para seu futuro em “vingança” da demissão injusta do pai, mas logo depois os dois aparecem fazendo piada a respeito do ocorrido mostrando que isso não parece ser um trauma na vida do Takagi, só algo que aconteceu, nada demais.

Chega então a hora deles apresentarem seu trabalho. Ao entrarem no prédio da Shueisha, temos um panorama geral da recepção e dos procedimentos que um novato adota para poder mostrar seu trabalho. E para os que se perguntam se é realmente assim por lá, sim, é. Exatamente igual. Essa parte do mangá foi retratada com extremo realismo. Até o formulário que eles preenchem é o mesmo entregue na Shueisha “real”. Para adiantar, todo o visual do prédio da Shueisha, do departamento editorial, corredores, etc, que aparecem nesse volume são extremamente realistas. Quase “fotografias” do que eles são na realidade.

Nesse ponto somos apresentados a um personagem deveras importante para a série, Hattori Akira, o editor que aceitou dar uma olhada no trabalho dos meninos. Quando ele entra em cena, nós temos a impressão de que ele é um cara excêntrico e provavelmente doido, mas logo ele nos mostra ser muito competente no que faz e que está ali realmente para ajudar a dupla, já que ele vê futuro no trabalho deles. É interessante nesse momento do volume como Mashiro avalia Hattori com base nas informações que o tio passava para ele de como identificar um bom e um mau editor. No fim, o editor ganha a confiança de Mashiro e diz que o trabalho deles ainda precisa de tratamento, mas vai tentar inscrevê-lo no premio mensal da revista para ver o que outras pessoas acham dele.

Em seguida somos apresentados ao rival da dupla, que já havia sido mencionado na edição anterior, Niizuma Eiji. Ele sim aparenta ser muito excêntrico e não faz questão de mudar essa imagem. Um menino extremamente apaixonado por mangás e que não consegue parar um segundo de desenhar. Tem ideias fluindo em sua cabeça a todo momento e elas precisam ir para o papel. Alguns podem até considerar o Eiji orgulhoso e convencido demais nessa primeira fase do mangá. Uma figura, de fato, curiosa. Ele está pronto para ser serializado na Jump e está de mudança para Tóquio. A briga entre ele e a dupla principal está perto de começar.

De volta aos protagonistas, eles receberam a notícia de que “As Duas Terras” não ficou nem entre os finalistas, isso os deixou motivados para trabalhar em conjunto para criar uma história nova o quanto antes e tentar ganhar o grande prêmio anual da Shonen Jump, o Prêmio Tezuka. É daí que sai a ideia de “Um Milionésimo”. Hattori fica tão satisfeito com o novo trabalho que deixa os meninos com altas expectativas… mas infelizmente eles não conseguem receber nem uma menção honrosa.

Todo esse cenário é criado para uma das cenas que eu acho mais memoráveis no mangá até hoje, o soco de Takagi em Ishizawa. Eu decorei o nome desse personagem BEM secundário só por causa dessa cena que me marcou bastante pois coloca em evidência tudo que BAKUMAN “prega”. O colega de Mashiro e Takagi, Ishizawa, vê o nome dos dois na Shonen Jump e vai até Takagi dizer que o grande problema do mangá deles foi a arte de Mashiro. Em seguida ele mostra umas ilustrações feitas por ele dizendo que seu traço é muito superior ao de Mashiro. Takagi fica tão irritado que parte pra cima de Ishizawa derrubando-o com um soco.

A questão aqui é o Ishizawa representa a “exploração do moe” que a indústria de animes e mangás tem se direcionado para nos últimos tempos. Esse tipo de coisa é completamente abominada tanto por Takagi quanto por Mashiro e eles deixaram isso bem claro logo no volume 1. Ishizawa nunca desenhou um mangá na vida. Só ilustrações de lolis bonitinhas. Quando ele mostrou para o Takagi aquelas ilustrações dizendo que aquilo ali era muito melhor que a arte realista do Mashiro e que venderia muito mais, foi a gota d’água e acabou da maneira que acabou. Foi uma forma de mostra para o leitor o próprio ponto de vista dos autores de BAKUMAN sobre essa “onda moe”.

Por volta do meio do mangá, a dupla se encontra com Hattori para analisarem o que deu errado em “Um Milionésimo” segundo as avaliações do juri. O que se constatou era que o problema não era a arte nem o roteiro, mas sim a temática. A temática não era apropriada para a Jump. Principalmente um personagem que seja mais adequado à Shonen Jump. Ele diz então que vão trabalhar juntos para que isso aconteça e que tem um plano para eles superarem até mesmo o Eiji em 3 anos. Esse plano deixa Mashiro descontente. Para ele, o importante é conseguir uma série o quanto antes e ficar na mão de alguém que tem planos a longo prazo é doloroso. Ao confrontar Hattori sobre caso eles tivessem um excelente mangás em mãos agora ele ainda iria insistir em publicá-los só quando se formassem daqui a 3 anos, vem o editor-chefe e interfere na conversa.

“UM MANGÁ SÓ PRECISA SER BOM. SE FOR BOM, É NATURAL QUE SEJA PUBLICADO.”

Essas foram as palavras usadas pelo editor-chefe para interferir na discussão e diz que essas palavras vieram da boca de Karo Kawaguchi, tio de Mashiro. Tomamos conhecimento aqui que o editor-chefe foi editor do Karo Kawaguchi no passado e que foi ele que teve que “despedi-lo” da Jump. Todo esse contexto serviu como uma incrível motivação para Takagi, mas principalmente para Mashiro. Ele, mais do que nunca agora, quer ser publicado.

No encontro seguinte com Hattori, a dupla mostra os personagens e storyboards mais “ao estilo Jump”… mas para a surpresa geral, todos são horríveis na opinião do editor. Ele decide então mudar a estratégia e voltar com as temáticas e personagens mais “adultos” pois esse é o estilo dos meninos e pode ser um bom diferencial para a atrair leitores. É na conversa que Mashiro e Takagi apresentam uma ideia que havia sido descartada pela dupla, “Dinheiro e Inteligência” (que na edição da JBC foi traduzido para “Grana e Inteligência”). O plot atrai bastante a atenção de Hattori e ele decide investir nessa ideia. Pede para os meninos trazerem um storyboard com objetivo de publicarem na Akamaru Jump, uma revista agregada à Shonen Jump que trás one-shots de autores novatos e sai três vezes por ano. Hoje em dia a Akamaru Jump não existe mais, ela foi substituida pela Jump Next, mas a ideia continua a mesma.

Daí até quase o final do mangá, temos o trabalho de elaboração de “Dinheiro e Inteligência” e é interessante vermos como é o trabalho de um editor com os autores para a criação de um mangá. Essa relação é um dos pilares em que se apoia BAKUMAN e em diversas situações no futuro da série ela é abordada.

Por fim, eles conseguem fazer com que “Dinheiro e Inteligência” seja publicado na Akamaru Jump. Somos também apresentados ao pseudônimo que será adotado pela dupla, Ashirogi Muto, uma mistura dos nomes do Takagi e do Mashiro. Porém, nem tudo são flores. Eiji também publicou seu one-shot de “Crow” na mesma revista que a dupla. Ele ficou em 1º na pesquisa de opinião do público enquanto “Dinheiro e Inteligência” ficou em 3º. A dupla fica arrasada e temos início à bela rivalidade entre Niizuma Eiji e Ashirogi Muto.

Mais uma vez temos uma análise relativamente longa, mas bem detalhada desse volume. Espero que vocês estejam gostando e que continuem lendo tanto BAKUMAN quando estas análises. Não deixe de deixar sua opinião sobre essa edição nos comentários!

Conforme estabelecido no post sobre o volume 1, eu irei […]

BAKUMAN Vol. 1 – O início de algo muito maior

Há cinco dias atrás eu coloquei no ar uma análise do primeiro volume de BAKUMAN publicado pela JBC comparando a edição nacional com a edição americana do mangá. Porém, recebi alguns e-mails de reclamação por eu não ter falado sobre a história e só fiquei “de mimimi” (parafraseando) sobre os aspectos técnicos (como papel, impressão, capa, cores, etc…). A grande questão é que esses que reclamaram estão com toda a razão. Apesar deu ser um fã confesso de BAKUMAN e um dos blogueiros que mais fala sobre a série, eu deveria ter sim falado da história de BAKUMAN, afinal, foi ela que me conquistou e não se o papel é bom ou ruim. Sendo assim, faço esse post para me redimir dessa falha e mostrar a vocês o que me conquistou em BAKUMAN desde o Volume 1. Pretendo continuar com esses reviews conforme as edições da JBC forem saindo (mensalmente) para que os leitores do Anikenkai possam acompanhar juntamente comigo (mais ou menos como faço com Genshiken nos capítulos mensais que saem no Japão).

Eu comecei a ler BAKUMAN desde que o capítulo 1 saiu na Shonen Jump, lá no já longínquo ano de 2008. Lembro que eu estava no 2º período da faculdade, começando a delinear meu futuro profissional e cheio de perguntas de como seria minha vida a partir de então, o que eu queria fazer com ela, etc. Foi então que recebo a notícia de que a dupla que fez Death Note estaria com um novo mangá na Jump e que seria sobre mangakás. Era óbvio que eu iria conferir. E assim o foi. Em 11 de Agosto (um pouco antes graças às ‘habilidades’ do fandom) estreava BAKUMAN.

O que eu li naquele primeiro capítulo foi algo extremamente interessante. Para começar, novamente a dupla de autores desafia os “padrões Jump” de ser e coloca um tema polêmico para a própria sociedade japonesa. O tio de Mashiro era um mangaká que morreu de tanto trabalhar. Caramba… a Shonen Jump era uma revista que publica mangás e ela coloca em suas páginas um caso de um mangaká que MORREU de tanto se esforçar para ser publicado na própria Jump? Achei extremamente curioso.

Mais curioso ainda foi o fato do próprio Mashiro estar com questões quanto a seu futuro muito parecidas com as que eu vinha tendo e que, com certeza, muitos dos que estão lendo esse texto também o tem, já tiveram ou vão ter. “O que eu vou fazer do meu futuro?”

No caso, Mashiro está conformado que terá uma vida medíocre como a maioria e não vê porque mudar esse status. Porém, vemos que nem sempre foi assim. Quando convivia com seu tio, em sua infância, Mashiro era extremamente sonhador, desenhava, criava histórias, personagens e queria ser um mangaká quando crescesse para poder continuar esse fluxo criativo e mostrar seu trabalho ao mundo, como seu tio fazia. Porém, em algum momento ele tomou outro rumo. Esse momento foi o “suicídio” do tio.

Sim, mais um tema polêmico para a sociedade japonesa, o suicídio. Porém, eu coloquei suicídio entre aspas pois o tio não se suicidou de fato, mas era o que Mashiro acreditava, cego pelo que os parentes o contaram. Por acreditar que seu tio foi um derrotado que não conseguiu encarar a vida de frente, ele deixou a ideia de ser um mangaká e fazer o que sempre gostou para não ser um fracassado como o tio.

Estamos falando de um mangá para um público infantil aqui. Apresentar esses temas é algo extremamente complexo.

E se isso já não fosse motivo suficiente para eu estar acompanhando o mangá, ainda temos o Takagi, o segundo protagonista da série, que nada mais é que, nesse início, o oposto do Mashiro e o fator entrópico que faz toda a história acontecer.

Basicamente Takagi é um dos meninos mais inteligentes do colégio e que tem os maiores prospectos de vida da escola. Para ele parecia que tudo daria certo na vida. Ele iria entrar numa excelente faculdade, ser contratado por uma grande empresa multinacional e ocupar um glorioso cargo de chefia. Porém, Takagi sabe muito bem o que quer da vida, e não é nada disso. Ele quer ser um mangaká. Ele sempre foi fascinado por histórias e principalmente por mangás. Porém, ele não tem nenhuma habilidade para desenhar. Mal consegue fazer bonecos palito direito.

É ele que vai até Mashiro e propõe que eles formem uma dupla e que comecem a fazer mangá. Obviamente, Mashiro nega, mas devido à insistência de Takagi e um belo empurrão na descoberta de que seu tio não tinha se suicidado, mas sim se esforçado absurdamente até a morte para conseguir o que acreditava, ele acaba aceitando e se torna o parceiro de Takagi rumo a seguir os passos do tio.

Já era. Estava fascinado pelo que iria sair dali. Nos capítulos que se seguiram, e que compõe o primeiro volume do mangá, nós temos o início do processo criativo da dupla. Uma jornada de aprendizado, cheia de referências e mensagens importantes que poucas vezes se vê num shounen.

A principal delas é a citação a “Otoko no Jouken” de Ikki Kajiwara, que fez também Ashita no Joe, mangá favorito de Mashiro na história. Essa obra escrita na década de 60 é basicamente um guia de “Como ser um homem” e durante muito tempo foi usado como manual para mangakás novatos ou aspirantes. Não quero me prender muito a isso aqui nesse post, mas digo que as 5 “regras” citadas em BAKUMAN serão o fio condutor que guiará a série. Um guia moral e profissional para a dupla em sua busca pelo sucesso na carreira de mangaká.

Por fim, fiquei extremamente interessado pelo nível de ambição dos meninos. Eles são dois moleques de 15 anos que ainda lutam pra passar de ano na escola e que simplesmente decidem de uma hora pra outra que vão se dedicar a ser mangakás. E não somente isso, mas serem mangakás na maior revista de mangás do Japão, a Shonen Jump. Haja culhões, se me perdoam o vocabulário.

Esse review até que se estendeu mais do que eu pensava que se estenderia. Mas acho válido dar meu ponto de vista sobre essa obra que hoje em dia tenho extremo prazer em ler. Obviamente existem pontos negativos na série, afinal, nem tudo são flores, mas posso garantir, como leitor de BAKUMAN há três anos, que vale a pena continuar acompanhando. Tive momentos em que quase desisti da série, que achei que os autores tinham perdido o rumo, mas digo que chegando aonde estou, no capítulo 143, que vale a pena ler BAKUMAN.

Para os que estão preocupados com o romance entre Mashiro e Miho, essa coisa utópica e desinteressante que foi introduzida pelo autor por razões que não cabem a esse post discutir, relaxem. Esse romance é secundário no decorrer da história de BAKUMAN.

E lembrem-se: ler a opinião alheia é extremamente importante. Mas mais importante ainda é você tirar suas próprias conclusões. Então compre, leia e analise o mangá você mesmo. Não deixe simplesmente se levar pela opinião do outro. Para mais um ponto de vista, recomendo o review do meu colega e xará no Chuva de Nanquim.

Há cinco dias atrás eu coloquei no ar uma análise […]

BAKUMAN pela JBC – Uma Avaliação e Comparação Com a Edição Americana

E finalmente BAKUMAN aportou em terras brasileiras. A editora responsável foi a JBC, a mesma que trouxe Death Note, outro mangá da dupla Tsumugi Ohba e Takeshi Obata, para o Brasil.

Eu como fã que sou da série, não poderia de deixar de comprar e dizer minha opinião para vocês, leitores que já conhecem ou ainda vão conhecer as peripécias de Mashiro e Takagi rumo ao sucesso no mundo dos mangakás.

Rapidamente, para quem não conhece, BAKUMAN conta a história de Mashiro Moritaka e Takagi Akito. Dois jovens amigos que decidiram trilhar um rumo diferente dos garotos de sua idade. Eles decidem se tornar mangakás. Mas não qualquer tipo de mangaká. Eles querem publicar na maior revista de mangás no Japão. A Shonen Jump.

BAKUMAN já conta com 14 volumes publicados no Japão. A JBC traz a série no formato tankobon, com 209 páginas e custando R$10,90.

Nesse post, pretendo comparar a nossa edição nacional com a edição americana do mangá. O objetivo disso é avaliar a qualidade do material que veio para o Brasil comparando-o com uma edição que considero de altíssima qualidade. Em busca sempre da melhoria do mercado nacional.

*cliquem nas imagens para aumentar

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Apresentação – Capa e Contracapa

Para começar, vamos falar dos aspectos externos da edição. A capa já foi comentada por mim em um post anterior, mas ao ter a edição brasileira em mãos, vi que os tons usados para imprimir a capa estão saturados demais. Isso fez com que as cores quentes se destacassem demais deixando o contraste com as cores frias exagerado. BAKUMAN tem excelentes capas desenhadas por Takeshi Obata, gostaria que tivessem um cuidado melhor nas futuras edições.

A contracapa, infelizmente, é a padrão da JBC: capa com a mesma arte da contracapa só que com uma tarja com informações como código de barras, preço, faixa etária e logos. Diferentemente, a edição americana traz uma pequena sinopse do que se trata o mangá e um visual diferente da capa.

Páginas Coloridas

Antes de alguém reclamar da falta de páginas coloridas na edição brasileira, elas também não estão presentes nem na americana e nem na japonesa. É padrão aos mangás da Shonen Jump manter as páginas coloridas só para a antologia semanal (onde os capítulos das várias séries saem semanalmente) ou para futuras edições especiais de luxo, conhecidas como kanzenban.

Sendo assim, antes de crucificar a edição brasileira, é bom um pouco de pesquisa.

Impressão e Papel

Nessa categoria, vou ter que falar separadamente de alguns aspectos.

Para começar, vou fazer um elogio à edição nacional e dizer que a impressão está com uma definição muito boa. Gostei de ver como conseguiram evitar o efeito moiré, aqueles quadriculados que ficam quando se redimensiona uma imagem com retícula (diferente da edição de K-ON nacional, infelizmente), como visto na imagem acima.

Porem, nem tudo são flores. Apesar da impressão ter me surpreendido nesse ponto, ela ainda peca pela falta de contraste. Diferente da capa onde o contraste foi acentuado demais, aqui temos o contrário: os pretos e os brancos ficaram mais acinzentados do que deviam. E em alguns momentos, há falhas de impressão, como visto na imagem abaixo, que deveriam ter sido evitadas pelo controle de qualidade.

Concordo que nessa edição esse problema com o contraste até que não incomoda e pode até passar desapercebido se você não tem com o que comparar. Porém, algo que não passa desapercebido é a qualidade do papel usado pela JBC em seus mangás. Papel de gramatura extremamente baixa, basicamente o “bom” e velho papel-jornal. A arte do mangá nesse caso é a maior prejudicada, principalmente com a tonalidade mais acinzentada do papel e também pelo fato dele ser quase transparente, fazendo com que o leitor veja a página de trás ao ler.

Fico feliz que esse cenário parece estar mudando, não pela JBC, mas pela Panini, que trouxe dois mangás muito bem impressos e mostrou que com um leve aumento na gramatura do papel rende um grande aumento na qualidade.

Tradução

Nesse quesito eu tenho que bater palmas para a JBC e para o tradutor Edward Kondo. Fico muito feliz da editora ter dado o tratamento que BAKUMAN merece nesse quesito. Todas as referências estão lá, com respectivas notas de rodapé explicando para os leitores, não há erros de português, regionalismos nem um discurso forçadamente informal. Gostei mesmo. Parabéns JBC e Edward Kondo pelo trabalho.

Conclusão

Provavelmente muitos de vocês já pularam para essa parte da comparação. Mas independente se leram o post todo ou não, deixo aqui explicitamente que recomendo a edição nacional de BAKUMAN. O trabalho de tradução está exemplar e a qualidade gráfica não compromete. Porém, se você realmente gosta de Bakuman e se importa em ter um material com uma qualidade técnica melhor, daí eu diria para você comprar a edição americana ou até mesmo a japonesa.

O Anikenkai aprova e edição nacional de BAKUMAN. Aprova com ressalvas, mas aprova.

E vocês? Gostaram da edição nacional? Ainda preferem comprar a edição americana ou japonesa? Deixe seu comentário!

E finalmente BAKUMAN aportou em terras brasileiras. A editora responsável […]

Bakuman – Comparação de Capas (BR/USA/JAP)

Bakuman já é da JBC. A própria editora confirmou durante o Festival do Japão. Porém, pouco se sabia sobre a versão nacional. Hoje ela entrou em pré-venda no site da Comix com preço promocional limitado de R$8,50 (o preço de capa continua a R$10,90). A data para o lançamento está como 01 de Agosto! Ou seja, semana que vem o mangá deve começar a chegar as bancas de São Paulo, Rio de Janeiro e, progressivamente, no resto do Brasil.

Um dos grandes medos dos fãs de Bakuman era o tratamento que a JBC iria dar às capas. Elas são, sem dúvida, um dos maiores atrativos dos volumes do mangá trazendo artes originais muito bem feitas pelo habilidoso Takeshi Obata (responsável pela arte do mangá).

Porém, nada temam, fãs. A JBC fez um bom trabalho com a capa do mangá, que você pode conferir na comparação abaixo (clique para aumentar):

Como vocês podem ver, todas as capas se parecem bastante. Claramente a matriz da edição brasileira foi a japonesa (já que na americana o logo recebeu um tratamento em gradiente, que não aparecem nas outras). O tradicional “dos mesmos criadores de…”, que assombrou os leitores da edição nacional de Buso Renkin, agora recebeu um tratamento bem mais discreto e combinou com o todo.

Vocês devem ter reparado que a edição brasileira está um pouco mais “clara” que as outras. Não podemos dizer que isso é uma falha ainda pois essas imagens foram escaneadas por pessoas diferentes, em aparelhos diferentes. Sendo assim, só com o produto final em mãos poderemos comentar (farei isso através do twitter quando tiver a minha).

A minha única crítica à edição brasileira, por enquanto, é a presença dos “Ls” em preto nas bordas da arte. Nas edições americana e japonesa, eles tem uma função (que é abrigar o nome dos autores). Porém, na edição brasileira eles estão sem nada dentro. Me incomodou um pouco isso. Que fizessem que nem a edição americana que só manteve os “Ls” de baixo.

Mas esse pequeno “problema” (se é que eu posso chamar de problema) não é motivo para deixarmos de comprar. Muito pelo contrário. Do que poderia vir, a JBC até que fez um bom trabalho. Ou seja, não há contra indicações quanto à aparência externa, podem comprar a edição brasileira sem problemas. Estou realmente torcendo para a JBC fazer um bom trabalho nesse que, hoje, é um dos mangás que mais gosto de ler.

E para quem ainda não conhece Bakuman, recomendo que dê uma olhada na categoria “Bakuman” aqui do Anikenkai.

Bakuman já é da JBC. A própria editora confirmou durante […]

Bakuman e os auto-retratos da Shonen Jump

E cá estou eu com um novo post sobre Bakuman! Dessa vez, não tem a ver só sobre a série, mas sobre a própria Shonen Jump onde Bakuman é publicado.

No último capítulo de Bakuman (139), Eiji está vendo uma edição da Jump e há um close no índice da revista onde os autores colocam um pequeno comentário e há uma caricatura representando cada um deles e suas séries.

Aí podemos ver as caricaturas, ou auto-retratos (já que são os próprios autores que fazem) de Takahama, Aoki, Hiramaru e Ashirogi Muto (Mashiro e Takagi).

Vendo essa cena eu achei que seria legal fazer um post com algumas dos auto-retratos dos autores da Jump da realidade! Vamos a eles então!

Eiichiro Oda (One Piece)

Masashi Kishimoto (Naruto)

Mitsutoshi Shimabukuro (Toriko)

Tsugumi Ohba e Takeshi Obata (Bakuman)

Yoshihiro Togashi (Hunter X Hunter)

Eu acho bem curioso ver como os autores se apresentam ao público. Espero que vocês também tenham gostado. Ah, a propósito, repararam que eu coloquei o Togashi ali na lista? É pra comemorar o retorno de Hunter X Hunter à Shonen Jump! Agora vamos torcer pra ele não entrar em hiato de novo!

E cá estou eu com um novo post sobre Bakuman! […]

Hiramaru = Toriyama = RIGHT!

E cá estou eu falando novamente de Bakuman. Espero que vocês não estejam de saco cheio, mas é algo que eu realmente gosto de fazer e espero que vocês também achem interessante.

Dessa vez vou comentar sobre algo que me chamou a atenção no capítulo 136. Nele, o editor Yoshida, responsável por Hiramaru, faz um discurso sobre o dever do editor de extrair o máximo de uma obra. Foi um bom discurso e com certeza deu um gás legal para o arco atual, mas conversando com amigos a respeito desse capítulo, chegamos a uma comparação interessante.

Quando Dragom Ball era publicado na Shonen Jump, o editor encarregado usou dessa mesma motivação para estender o mangá mais do que deveria ter estendido, pelo simples fato dele ser extremamente popular e a Jump não querer terminá-lo de jeito nenhum por achar que ele tinha ainda mais a oferecer. Contrariando, inclusive, as vontades do próprio autor, Akira Toriyama.

Aproveitando que o Toriyama foi mencionado na conversa, não pudemos deixar de compará-lo mais uma vez ao próprio Hiramaru. O personagem é conhecido por não gostar de trabalhar e por ter uma queda excessiva pelo sexo oposto. Toriyama-sensei também compartilha dessas características como sabemos. Essa relação entre editor fictício/editor real e mangaká fictício/mangaká real seria mais uma brincadeira do autor? Não seria de se espantar, dado o teor metalinguístico da série.

E vocês? O que acham? Hiramaru seria baseado realmente no Toriyama? Ou teríamos aí um pouco de Togashi também? Comentem!

E cá estou eu falando novamente de Bakuman. Espero que […]