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I'm a very twisted person. Gosto de animes e mangás por boa parte da minha vida e comentar sobre isso é sempre um prazer... Desde que eu tenha algo útil pra falar. Afinal, Dirac já dizia: "Eu não começo uma frase sem saber como ela vai terminar". Sou também um quimicuzinho que sabe falar bobagem o suficiente pra parecer inteligente.

Coluna do Fred: Nova sampa não tão nova assim

Quando a editora Nova Sampa anunciou que ia lançar algumas séries (em sua maioria desconhecidas) muita gente foi pega de surpresa. Uma editora que sobrevivia lançando revistas de corte e costura entre outras atividades lançando mangás? Loucura! Mesmo os mais velhos que já conheciam a Nova Sampa de outras pradarias (foi a primeira editora de revista herói e lançou Lobo Solitário e Crying Freeman no início dos anos 90 por aqui) ficaram atônitos perante essa empreitada, de tão aleatório que foi… Sob a batuta de Marcelo Del Greco, recém saído da JBC, a editora anunciou vários títulos, quase todos um tanto underground, mais focados para fãs, à exceção de Ikkitousen, e prometendo que iam chegar às bancas ainda esse ano.

Bem, os primeiros lançamentos já saíram para todos nós vermos afinal, qual é a da nova Sampa hoje em dia e se o produto deles realmente está no mesmo (baixo) nível da concorrência.

Hitman – Matador por acaso (Kyo Kara Hitman) – Hitman conta a história de Tokichi Inaba, um vendedor dedicado no seu trabalho e que acabou de se casar, que acaba envolvido em um acidente estranho e entra em contato com um assassino chamado Magnum Duplo, que é considerado o melhor em seu ramo, Magnum está  mortalmente ferido, mas antes de morrer, ele fecha um contrato com uma empresa mafiosa de que se Inaba não resolver o caso em seis horas e salvar sua namorada, ele e sua esposa serão mortos, o que deixa Inaba sem saída. A partir disso, vemos a história de Inaba cada vez mais entrando nesse mundo de assassinos e mafiosos, tendo que conviver com sua vida normal de salaryman.

O material em si é legal. Desenhos razoáveis, mas não há muita diferenciação entre os personagens. Os homens e as meninas são bonitinhas, mas a Chinatsu é vendida como uma femme fatale super gostosona na série, sendo que nos desenhos ela pareça só uma menina normal e até sem atributos (e olha que o mangá usa e abusa de cenas com ela com os peitos, ou mordidas de mosquito, de fora) o que causa uma situação muito estranha com a ideia que a própria história quer passar. As cenas de luta também são um tanto anticlimáticas e meio malfeitas, mas considerando que se trata de lutas entre assassinos, que deveriam ser rápidas e secas mesmo, nós relevamos. De resto, nada que ressalte muito aqui.

A história é bem mais interessante, com os conflitos internos entre o personagem principal e a vida dupla que leva, entre viver uma vida intensa ou o cotidiano de sempre, isso é o foco principal, além do fato do cara ser um bananão que sobrevive aos confrontos mortais (e como ele faz isso) gerando sempre capítulos interessantes, nem que seja só pra ver como ele vai sair dessa enrascada. O Inaba é um personagem que eu considero muito fraco psicologicamente, mas ele é uma boa personificação de um japonês inseguro em uma situação insana, então acho que o autor conseguiu passar bem a idéia que ele queria para o personagem. Os outros personagens não são tão importantes, mas até que servem como pano de fundo para mais histórias interessantes. A Chinatsu eu já achei meio sem sal e estranha, sem motivações, mas ela tem uma boa química com o Inaba, ainda que pareça que ela tem segundas intenções nessa história toda.

Eu pretendo continuar acompanhando Hitman, não é a melhor série do mundo, mas é interessante. Quero ver até onde o autor vai levar e o que ele pretende, espero que não entre no lugar comum e fique no mesmo pique da primeira edição eternamente.

Yakuza Girl – Ok, esse é tenso. Vamos à história: Um jovem chamado Sengu se transfere para uma escola, lá ele descobre que todos são yakuzas e que as notas são dadas a partir de batalhar entre gangues internas até a morte (!!!!). Sengu que arranjar uma noiva e ao encontrar com Akari (a menina da capa) ele imediatamente a pede em casamento (…), Akari é da sua gangue e foi encarregada de proteger Sengu não importa o que aconteça, mas ela só tem sentimentos pela general da sua gangue, blábláblá…

Yakuza Girl poderia ser resumido melhor em uma palavra: Peitos. Muitos. Tudo é desculpa pra aparecer sacanagem. O autor em seu posfácio assume que ele normalmente é escritor de jogos hentais e isso se percebe claramente na história, onde temos mulheres tirando escudos da vagina, outras curando a partir do leite dos seios e etc…

A história é confusa pra cacete (mesmo sendo simples, me lembra Saber J to X) e os desenhos não ajudam, porque se resumem em uma poluição visual do começo ao fim. As batalhas são incompreensíveis, desisti de tentar entender ainda na primeira… O autor disse que queria fazer um gibi que retratasse a visão que os estrangeiros possuem sobre o Japão, mas olha, acho que loiras peitudas que tiram escudos da vagina é uma coisa que ninguém imagina que rola no Japão, heim…

Bem, se você quiser ler um mangá de sacanagem e nenhuma história, taí. E são só duas edições! Até eu devo completar, nem que seja pra ver aonde vai esse samba do crioulo doido que chamam de história…

Enfim, em relação às edições, temos problemas. Erros de português, impressão muito escura (as primeiras páginas de Hitman são terríveis nesse aspecto)… Parece até que o Del Greco levou os problemas comuns da JBC com ele… Mas também temos coisas legais. Gosto dessa formatação com capas completamente diferentes de cada lado e o preço é mais barato que os da JBC (estão 11,90, enquanto os da Sampa estão no padrão de 10,90).

Ainda que não seja o melhor dos produtos, são mangás bem inusitados de ver nas bancas. Mesmo que o passar do tempo nos tenha feito sair das cartas marcadas de sempre, ver um mangá como Hitman é uma grata surpresa (Yakuza Girl eu já acho que poderia muito bem ter saído pela JBC, lol). Se vale a pena comprar? Talvez. Se você já compra produtos normais da JBC, dê uma chance, porque em relação à qualidade material, não é muito diferente, e são séries que podem melhorar (novamente, isso em relação à Hitman, no caso de Yakuza eu não espero nada, haha). Agora, se você estava esperando algo que fosse muito bom, tanto em relação da qualidade do mangá quanto da sua edição, vá comprar 20th century boys, que é o mangá que você vai ver alguém lançando por aqui em muito tempo.

Quando a editora Nova Sampa anunciou que ia lançar algumas […]

Coluna do Fred especial de dia das crianças: Top 6 animes infantis!

Dia das crianças é sempre uma data especial… Exceto no meu caso, já que em casa eu nunca comemorei… Meu aniversário era perto e o pessoal desprezava, fazer o quê, né? Por isso eu nunca dei muito valor ao dia, mas sei que as crianças merecem um dia pra elas ganharem seus presentes e assistirem seus animes em paz pra variar… E os adultos também. Afinal, todo mundo tem uma criança interior.

A partir disso, resolvi fazer um top 6 de animes infantis. Top 6 porque 5 era pouco e 7 é demais.

Vamos a eles!

6 – Shiba Inuko-San

Esse é polêmico! É sobre a vida de uma cadela que age como se fosse humana e… É isso aí! Shiba Inuko-san não preza por roteiros incríveis, boa animação ou, até mesmo, qualidade, mas é uma série bem fofa e gentil que tenta passar lições para as crianças sobre o certo e errado e sobre como se sentir melhor consigo mesmo, no melhor estilo Hello Kitty, só que saiu ano passado, tudo isso com um toque de falta de humor, porque engraçado é que não é, mas a Inuko-chan é uma fofa.

5 – Kaleido Star

Kaleido Star é um anime mágico que eu nunca entendi porquê não fez mais sucesso no Brasil. Conta a história de Sora Naegino, uma menina que sai do Japão para tentar a sorte como acrobata no maior circo itinerante do mundo, o Kaleido star. É uma série delicada, limpa e muito agradável, com uma temática sobre como devemos perseguir nossos sonhos a todo custo e um grupo de personagens bem interessantes(ainda que não sejam muito aprofundados), além de uma trilha sonora muito legal. Queria que tivesse feito mais sucesso aqui, mas acabou ficando relegado ao cartoon network e só.

4 – A viagem de Chihiro

Tudo bem que é um filme e não uma série, mas Chihiro é realmente algo incrível e, pra mim, a maior obra do MiYAzaki. É sobre Chihiro, uma menina que viaja com os pais e acaba parando em um mundo estranho e mágico onde seus pais se tornam porcos e ela que tem que arranjar uma forma de trazer os dois de volta e ir pra casa. Chihiro é incrível, além de ser um espetáculo visual, ainda tem uma trilha linda e personagens muito legais, sem contar a história que é muito bem trabalhada. Não gostei muito dos animes do Miyazaki que vieram após Chihiro, mas era difícil também seguir uma obra tão irretocável quanto essa.

3 – Digi Charat Nyo

Essa é uma pérola perdida do finado animax. Digi Charat Nyo é difícil de explicar em palavras, mesmo tendo uma premissa simples: A princesa Dejiko cai na terra e quer ser famosa, mas começa “trabalhando” como garota propaganda de uma lojinha de fundo de quintal. Fim… Mas é muito mais que isso! Na verdade, a maior parte do tempo, Dejiko sequer fica na loja, ela vive uma mil e uma “aventuras” com sua trupe, sempre se centrando em situações do cotidiano que estrapolam pra coisas absurdas e cretinas devido ao quão loucos são os personagens principais e os coadjuvantes, que transformam até comprar um pacote de soja no mercado em uma tragédia grega. Esse é um dos melhores animes que já vi, excetuando pela segunda parte, quando elas vão pra escola, que perde um pouco o ritmo por sair do clima e relegar o pessoal da vila pra escanteio.

2 – Dragon Ball

O original! Não o Z. Acho que Dragon Ball dispensa apresentações se você veio até esse site, né? Apesar da sequência se focar muito mais nas lutas, o primeiro é muito mais sobre as aventuras e descobertas atrás das esferas do dragão. Ainda que no fim, tenhamos uma palhinha da saga Z, quando Goku enfrenta Piccolo, até lá, é pura aventura e comédia no caminho que Goku trilha pra conseguir todas as esferas. Se possível, assistam a versão do SBT que eu achava a dublagem melhor, hehe.

1 – Twin Spica

Esse é outro que vem do saudoso Animax e é ainda mais perdido, por ter um aspecto um tanto quanto pobre. Twin Spica relata a história de Asumi Kamogawa, uma menina que sonha em ser astronauta a todo custo, mesmo que o caminho a percorrer seja extremamente difícil. Eu pensei bem se deveria incluir Spica aqui, porque é uma série que, apesar de ter seus momentos de descontração, foca mais no drama, ainda que não tenha nenhuma situação violenta ou pesada, tem momentos que são realmente tristes, mas eu acho que é um anime muito sincero na mensagem que ele quer passar que é de que não importa a situação, se você tem um sonho, você deve seguir, mesmo que muitos percalços apareçam, se você se dedicar, você vai chegar lá. É uma mensagem típica de séries japonesas, Kaleido Star dessa mesma lista também trata disso, mas poucas séries vão aos limites que Twin Spica vai. Recomendo muito.

Dia das crianças é sempre uma data especial… Exceto no […]

Coluna do Fred: 10 animes/mangás que INFELIZMENTE fizeram parte da minha vida

Inspirado pela lista do Diogo, eu decidi fazer uma também, mas só pra ser do contra, quis inverter: Citar 10 séries que me marcaram, não por serem boas, mas por terem me frustrado de tal forma que eu ainda me lembro delas, mesmo depois de tantos e tantos anos. Ser citado não quer dizer que achei ruim, só frustrante ao ponto de ter me marcado… Mas às vezes é por ser ruim mesmo.

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Inspirado pela lista do Diogo, eu decidi fazer uma também, […]

Coluna do Fred “O som da saudade ecoando no silêncio”

Há algum tempo eu fiz um post sobre os animes antigos e como não devíamos os ignorar, considerando que a partir deles podemos ver como muitos dos clichês atuais foram formados, além de compreender citações e homenagens que muitas vezes ocorrem em animes de hoje em dia e, por fim, só ver animes que apesar de velhos ainda dão um belo caldo.

Mas esse texto está no mesmo lugar desses animes, no passado, agora eu quero comentar sobre o efeito oposto: Os fãs que não se sentem mais a vontade com os animes atuais e que acham que bons eram os antigos.

As vezes nem precisa ser muito antigo. Volta e meia vejo gente citando Full Metal Alchemist como um exemplo de anime dos bons tempos e, no fim, o que essas pessoas gostam é de animes com uma temática tal e usam o fato de que essa temática já foi mais usada em tempos passados para justificar a sua argumentação de uma linha. A irônia disso tudo é que eu sou um exemplo dessas  pessoas.

Eu raramente acompanho as séries atuais. Vejo uma por temporada se muito e quando tento, não consigo ter ânimo para manter. Sempre gostei de culpar o sistema de esperar uma semana por episódio, que é frustrante mesmo, mas há alguns anos eu esperava meses pela nova leva de episódios passar na tv e ainda assim eu ficava animado pelo novo episódio de dragon ball z ou samurai x então eu sei que a culpa não é somente disso. É uma questão complexa entender como algo que era legal fica tedioso para você.

Há algum tempo a minha idéia era fazer uma coluna com o título “Por que não se fazem mais animes bons como… Code Geass?” e você me diz “Po, Code Geass? De 2008? Fala sério! E ainda tem um novo pra sair esses dias” e eu sei! Estou ansioso pra caramba e me sinto feliz por ter um anime que ainda me deixe, com o perdão do trocadilho, animado e ansioso para ver, considerando que à exceção dos filmes de eva, nada conseguiu me deixar com aquela vontade de que o tempo passasse logo para que chegasse a hora de assistir.

Só que tirando os citados, não tem mais nada que eu pense “Poxa, quero assistir isso”. Eu ainda vejo uma série aqui e ali, mas nada que seja emocionante, só passa-tempos e quase nenhuma série completa e isso é frustrante pra um cara que quer se envolver com uma história nova. Hoje, meu envolvimento se restringe aos mangás, que eu ainda sou muito fã, mas só.

A maior parte das críticas que eu vejo as pessoas usando do argumento “Antigamente era melhor”, além de usarem a carta da nostalgia, é de que hoje os animes estão muito centrados em moe e slices of life e ficaram tediosos. E não estão errados! Mas generalizar também é burrice. Toda época tem suas modas. No fim dos anos 80 eram armaduras, hoje são personagens fofos e caricatos em situações cotidianas. Normal isso, assim como é normal você não gostar disso e preferir outro estilo, que pode não estar tanto em voga, mas ainda assim tem seus representantes, enquanto o supracitado estilo for rentável, claro.

Não adianta só ficar julgando as séries da temporada pela fotinho de teaser que aparece naqueles jpeg unindo tudo que vai sair durante seis meses com uma sinopse meia boca. As vezes você tem que garimpar mesmo e ir atrás. Mesmo no caso de Code Geass eu só vim a assistir depois de recomendações de amigos e ainda assim, demorei pra fazer isso. Quem não apostar em série nenhuma, nunca vai assistir nada mesmo.

Respondendo a pergunta da minha coluna hipotética: eles provavelmente fazem animes tão legais como Code Geass hoje em dia, eu só estou fechado demais na minha zona de conforto e com muita preguiça pra ir atrás deles. E enquanto essa situação não muda, eu vou empurrando com a barriga pensando que antigamente era melhor, que antes eles faziam animes pra mim em específico e mimimi…

Há algum tempo eu fiz um post sobre os animes […]

Coluna do Fred: Freezing 1 – A edição está legal, mas…


Eu já havia dito que não compraria nada mais da JBC depois da última deles, mas após a saída do Marcello Del Greco, decidi dar (mais) uma chance para ver qual é. Ainda que seja muito recente para ver alguma mudança editorial, não custa nada ver como está o gibi, né?

E está legal! O preço não é muito convidativo(R$12,90), mas até que vale a pena pela qualidade. Temos páginas coloridas, o que já é uma coisa pra se animar(esperemos que elas continuem até o fim, ao contrário do que aconteceu em Bt’x, mas já é uma coisa progressiva para a JBC, eu, pelo menos, não me lembro de muitos mangás recentes com color page da editora) e a impressão também está bem razoável, o que indica que não usaram guardanapo de lanchonete chinesa pra fazer o gibi como rolou em Kobato.

Apesar disso, a minha edição, ainda que plastificada, veio com danos razoavelmente pesados nas páginas internas, com várias rasgadas. Isso não é um problema da JBC em si e sim da gráfica, mas ainda assim, é uma coisa bem corta-tesão, né… Um gibi plastificado de fábrica vir com páginas internas rasgadas é algo que não pode acontecer nem hoje, nem nunca.

Quanto ao gibi… Bem, não espere muito. Se você já viu o anime de Freezing, saiba que é basicamente aquilo lá. Para frente ocorrerão mudanças(como é de praxe), mas essa edição foi somente uma introdução, até por ser a primeira, e não tem nada demais além da apresentação dos personagens.

Agora, se você não viu o anime e não sabe nada sobre a série, espere algo com uma história razoavelmente incompreensível, cheio de pontos extremamente convenientes para o objetivo final do autor(putaria e a união dos dois protagonistas) e muitas calcinhas e alguns peitos aqui e ali. É um dos mangás mais gratuitos que vi serem lançados por aqui que não se assume totalmente como um ecchi, se é que não se assume, porque a história é tão insana e cretina que não pode ser séria e que vai do nada para lugar algum, ao menos por esse começo.

A trama se trata de um mundo que foi invadido por aliens que só querem destruir tudo, para coibir isso, meninas com poderes especiais chamadas de Pandora lutaram contra eles em uma guerra que mudou o planeta. Após isso, foi criada uma academia para criação e manutenção de guerreiras para enfrentar esses seres e entre elas temos Satellizer El Bridget(que todo mundo faz questão de falar o nome inteiro o tempo todo) que é uma menina rebelde que odeia a todos e é considerada a mais talentosa da academia em sua série, mas tudo muda quando chega o irmão de uma das guerreiras que lutou na grande guerra, Kazuya, que começa a se entrosar com Satellizer em virtude da semelhança dela com sua falecida irmã e que deseja se tornar seu limiter(que é tipo uma parceria que uma garota tem que fazer com um garoto mais novo que ela para poder liberar seu verdadeiro potencial). Aí os dois vivem aventuras mil e etc…

Freezing é um bom gibi para os garotos que querem ver muitas meninas brigando de camisola, cinta liga e até algumas coisas mais quentes, mas não tente prestar atenção na história, que não é nada especial para dizer o mínimo. Os desenhos são legais, não são nada de outro planeta, porém servem para o propósito final, que é mostrar mais calcinhas e peitos, e as meninas são bonitinhas, apesar de não ter muita diferenciação entre elas e todas serem bem parecidas. As cenas de batalha na primeira edição foram competentes, rápidas e sem firula, mas ao mesmo tempo também foram bem genéricas.

No fim das contas, é um mangá competente no que se propõe e pode até melhorar(ou não), então vale a compra, se é isso que você procura. Se você esperar algum mangá de ficção científica um pouco mais cabeça, não entre nessa.

 

Eu já havia dito que não compraria nada mais da […]

Coluna do Fred: Um breve Bakulove…

Bakuman é um mangá que, pro bem ou pro mal, sempre se destacou. Dos mesmos autores de Death Note, mas com uma temática mais leve e shonen, Bakuman sempre teve essa “aura” de algo diferente. Na mesma revista você tinha Naruto, One Piece, Toriko, Bleach e… Bakuman? Um mangá sobre mercado de mangás?

Vindo do pedigree de Ohba e Obata não dava pra esperar que fosse algo normal, mas sem dúvida o resultado quebrou qualquer expectativa possível. Apesar de ser uma quebra de paradigmas na revista, ainda tínhamos todos os clichês de mangás para garotos: Garoto com um sonho e um familiar como ídolo, faz promessas, lutando e se tornando bom naquilo que faz, a procura de ser o melhor. Quem quiser fazer um resumo porco sobre um mangá da Jump pode falar isso da maioria das séries. Só faltou o pai do Mashiro se revelar o Akira Toriyama no fim pra ser derrotado numa batalha mangá em seguida.

Mas com o tempo Bakuman se mostrou muito mais que isso e nunca se limitou a ficar só nesse marasmo. Ainda que os personagens tivessem seus objetivos bem definidos e que, apesar de haver algumas adições, continuam se mantendo até o fim, sempre houve a variação necessária para que o mangá mantivesse o interesse dos leitores. Vemos os personagens crescendo, conhecendo novas pessoas, tendo felicidades, tristezas, desilusões, amando e chorando.

Isso é o que sempre foi o grande pulo do gato na série: O sentimento de se importar com os personagens. Todo mundo gostou de saber mais sobre como funciona o mercado editorial da Shonen Jump, coisas e metodologias que ninguém sabia e, considerando como japoneses são reservados, nunca seriam ditas, mas sem ter as personalidades que carregam as páginas do mangá, como Shujin, Eiji e Hiramaru, a série não duraria o quanto durou. Curiosidade inicial pode te levar até tanto e Bakuman conseguiu uma grande façanha de ser um mangá com uma temática completamente underground e com rankings iniciais bem baixos, conseguir não só fazer um sucesso razoável como se tornar um dos pilares que categorizavam a Jump.

Bakuman já acabou e mesmo tendo um final corrido e completamente do nada, conseguiu fazer aquilo que os personagens tanto queriam: Mudar a Jump, ainda que por pouco tempo. O próprio mangá deles era a realização do objetivo dos personagens e isso é algo que merece todo respeito. O caminho pode ter sido duro,  especialmente na parte que eles tentaram fazer o mangá de comédia, mas no fim das contas, foi uma corrida que valeu a pena.

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*Este post faz parte do #JumpWeekend, evento dos blogs para comemorar os 44 anos da Shonen Jump!

Bakuman é um mangá que, pro bem ou pro mal, […]

Coluna do Fred especial do dia dos namorados: What is love?

Hoje é dia dos namorados e o amor está no ar. Contagiado por essa atmosfera, resolvi falar sobre romances que acontecem nos mangás e animes em geral.

Nós amamos os mangás por sua variedade. Temos dos mais variados temas neles, de ação até comédia. Policial até esportes… Se você quer ler uma história de um estilo que você gosta, você certamente estará bem servido se procurar…

Eu sempre fui um cara bem romântico, era uma progressão natural que eu fosse procurar séries desse tipo, mas uma coisa que, inesperadamente, me pegou é que eu costumo gostar mais de séries onde o romance não é o foco, que de séries puramente românticas… E olha que eu tentei. Comprei Furuba, Peach Girl, Wanted, Karekano, Vampire Knight…

Ainda assim, não há nada nesses mangás que me faça curtir como eu curto o Sakuragi tentando ficar com a Haruko em Slam Dunk, ou a Ogiue ficando com o Sasahara em Genshiken.

Em mangás românticos normais, você tem sempre aquele foco: Fulano quer fulana (ou vice-versa) e isso é o que vai rolar, a menos que entre algum outro cara (ou menina) no meio e mude o jogo. E isso funciona sim, ainda mais quando rolam algumas modificações, como em Peach Girl onde temos a Sae, que só quer atazanar a vida da Momo e deixar ela o mais infeliz possível.

Essa proposta permite ao autor desenvolver mais o romance, criar um vínculo legal entre os personagens e fazer tudo de uma forma que fique bem natural quando eles ficam juntos. Nem sempre se tem esse luxo em mangás shonen ou que só não tem o romance como foco. Ainda assim, parece que falta algo nisso tudo e, shonens, com sua fórmula básica, conseguem pegar isso: Gerar aquela empolgação.

Muitas vezes o shonen não mostra nem tanto desenvolvimento pro casal em si. A gente tem uma menina/o que é salva/o pelo principal ou é amiga/o dele e ela/e acaba gostando do cara/menina (as vezes já gosta desde o começo, estilo Hinata em Naruto) e é assim que se costuma trabalhar em shonen, mas ainda assim, ver os personagens lutando contra vilões e problemas da vida, pelo mundo ou por uma qualidade melhor, pra no fim ficarem com as garotas/os prometidas/os… Isso é uma coisa que realmente empolga.

Não que um romance seja como se fosse um troféu pros personagens principais, mas o caso é que ainda que não tenhamos romances bem trabalhados em mangás shonen, ainda se pode ver verdadeiros fandons torcendo pra personagem tal ficar com fulano tal e isso é uma coisa impressionante. A quantidade de ships por aí (grupos torcendo por personagem tal de forma amorosa) é algo que não dá nem pra contar e isso por mangás onde a maior parte dos capítulos é um garoto gritando “AHHHHH” ou nem falando nada, como em Bleach.

O que faz essas pessoas torcerem tanto por algo que muitas vezes parece que nem era intenção do autor? Podem até falar que é loucura, mas aí eu relembro sobre a questão da empolgação que eu mencionei: Muitas vezes temos aquele personagem de suporte que está sempre lá pro principal, ainda que ele não note, e isso gera aquele sentimento de querer torcer pra ele. Às vezes nem precisa ser um personagem de suporte puro, mas também daqueles personagens bem agressivos que aparecem bastante, lutam, mas que também nutrem alguma forma de sentimento não resolvido por outro. Personagens assim sempre acabam gerando um carinho que nos leva a curtir e admirar, ainda mais pela perseverança que eles têm por seus objetivos (amorosos ou não).

E nisso temos alguns mestres do “romance não tão intencional”, como o Kishimoto em Naruto, onde os fãs conseguem ficar loucos com a aparição de um personagem por dois quadrinhos e tirar conclusões sobre isso, mesmo que nada aconteça nunca! E é essa a série que o fandom é mais voraz por relacionamentos. Eu acho isso muito legal, porque a maior parte do tempo ele nem mostra as personagens femininas em momento algum, ainda assim, os fãs realmente se importam com quem vai ficar com quem.

Ainda que o mangá não esteja nas melhores pernas esses tempos, Kishimoto é claramente um mestre romance involuntário e, confesso, até eu queria ver todo mundo se dando bem no fim.

Nem sempre temos um romance bem feito e legal, mas às vezes tudo que se precisa pra ter um romance que empolgue são dois personagens carismáticos envolvidos. Às vezes esse é o problema dos shoujos, onde você não consegue se importar de forma nenhuma com as pessoas que lá estão. Os mangás shonens formam tantos personagens legais que invariavelmente, se acaba torcendo. Talvez esse seja o segredo desses romances empolgantes. O que eu sei é que nunca torci tanto pra alguém ficar com alguém quanto com o Hanamichi.

Desejo um feliz dia dos namorados para todos os leitores do anikenkai e, especialmente, para minha namorada. Aishiteru, meu amor. 🙂

Hoje é dia dos namorados e o amor está no […]

Coluna do Fred: "Olhem como sou malvadão!"

Oi amigos, cá estou, Fred, para mais um post da Coluna do Fred. Como o Did não me deixou fazer um post sobre as strippers que vimos semana passada, vou fazer um sobre Deadman Wonderland.

Acompanho vários mangás e Deadman Wonderland é um deles. A história é sobre um garoto chamado Ganta que é vítima de um ataque feito por um homem vestido todo de vermelho. Ao matar toda a turma de Ganta ele o poupa, apenas atirando uma pedra nele. Ganta é logo preso pela acusação de assassinato(dos seus colegas de classe), e vai para uma prisão mantida por iniciativa privada onde ele descobre que o ataque lhe deu poderes e vai precisar usá-los para viver o dia a dia naquele ambiente.

Eu gosto de DW, não vou dizer o contrário, mas existem alguns problemas na série que me encucam. Para mim, DW é um mangá que representa a essência da “evolução” do Shonen, é um feijão com arroz legal, mas que força pra parecer que tem algo a mais. No fim, é feito de forma tão superficial que fica na cara e você acaba com um produto que mais lhe faz pensar que os personagens estão querendo aparecer do que algo que te faz imergir no mundo do mangá. Pretendo entrar nesse assunto da “evolução” do Shonen outro dia, por hora, falarei só sobre Deadman.

Nos anos 90, muitos quadrinhos americanos embarcaram numa onda de ser violento, cheio de dentes, muito sangue e armas de 2 metros. Tudo isso para entrar num expresso que começou no fim dos anos 80 por alguns títulos de muito sucesso. Sucesso esse que não se repetiu com os outros quadrinhos que os seguiram, que viraram motivo de chacota. É isso que eu me sinto lendo quando leio DW.

Os personagens tem personalidades muito bem definidas: Shiro é uma menina ingênua, Ganta é um moleque medroso mas com senso de justiça, o Senji é o malvadão que não quer se meter com as coisas, mas se importa com a galere… Só que em meio a tudo isso você tem histórias do tipo “Fulano matou cinco pra tirar os bebês das barrigas e fazer jóias usando os olhos”. É sempre uma história nova inserida no meio pra chocar, isso quando não acontece na própria história central, onde temos algum vilão novo que se faz de bonzinho, mas é mau. Fala um monte de palavrão e conta uma história triste…

E no fim, ele perde e logo vira amigo da trupe.

Ou seja, é um shonen normal. Então pra quê as tentativas de chocar o leitor(ou espectador)? É realmente necessário que sejam contadas histórias pesadinhas, mesmo que pouco tempo depois voltemos ao basicão de sempre?

Para mim, esse é o problema de DW. Você tem um mundo em que o autor tenta passar uma aura pesada e intimista, quando o mundo em si é mais otimista do que aparenta e isso acaba gerando um conflito. Tem horas que parece que você está lendo algum texto sobre serial killers, pra poucas páginas depois, você estar lendo DBZ.

Eu não tenho problema em ler um mangá com um conteúdo pesado e adulto, mas se você vai fazer um mangá assim, que mantenha essa pegada sempre. Não faça tudo pelo meio, ou você corre o risco de ter uma obra bem paradoxal, especialmente quando as partes pesadas são tão excessivas, o que só aumenta o contraste  com o resto do mangá.

Existem séries que conseguem demonstrar bem como um mundo em ebulição é. Em Evangelion, por exemplo, temos um clima bom enquanto as coisas estão bem, mas depois que a merda cai no ventilador, não dá pra evitar a sensação de degradação. Em Deadman Wonderland, isso nunca rola(pelo menos até onde li, que foi o volume 5, o último que saiu aqui). Coisas horríveis acontecem, mas depois de um capítulo tudo parece voltar pro mais do mesmo. Já rolou até um treinamento!

Deadman Wonderland tem uma ótima arte. O desenhista é o mesmo de Eureka Seven (também publicado pela Panini) e acho que ele sabe retratar muito bem a ingenuidade e a inocência da Shiro e a bananice do Ganta. O escritor mesmo sabe como retratar os personagens muito bem em relação a tudo que está acontecendo, ainda que alguns personagens sejam tão maus ou escrotos que fica realmente exagerado (mais uma vez). Acho que os personagens e o mundo em que eles estão inseridos é muito legal… Exceto pelas forçadas de barra.

Talvez o Ganta seja a peça que torne o mundo mais feliz e una as pessoas, mas eu acho que é só escrita ruim mesmo. O Senji disse na edição 5 que o mundo é mais simples dentro da prisão. Realmente não dá pra discordar.

Oi amigos, cá estou, Fred, para mais um post da […]

Coluna do Fred: More money, more problems?

Oi, Fred aqui.

O Diogo já escreveu muito da minha opinião sobre o aumento dos preços dos mangás da JBC. Doze reais pelos produtos que eles oferecem realmente é abusivo…

Mas eu, que pensava no momento da notícia que jamais iria fazê-lo, ainda pretendo continuar comprando da JBC.

Não me levem a mal. Posso dar desculpas como “ah, só quero terminar minha coleção, blablabla”. É uma conduta normal do ser humano: Quando sabe que está fazendo algo repreensível, ele começa a tentar justificar o porquê de suas atitudes. Eu não vou me dar a esse trabalho. Eu só quero ler Hunter x Hunter e, infelizmente, a JBC é quem publica.

Hoje em dia, a JBC tem sido alvo de ataques constantes que, via de regra, acabam minimizando o serviço porco das outras editoras. Tudo bem que eles editam os mangás deles em guardanapos de lanchonete usados, mas isso não redime o serviço ruim das demais. A Panini cancela mangás e atrasa outros constantemente (sim, eu leio Kekkaishi). A Conrad, que Deus a tenha, eu nem preciso comentar. Newpop, apesar de terem feitos bons serviços até o momento, é extremamente inconstante em seus lançamentos…

Enfim, o mercado todo tem seus problemas e pagamos muito por isso. Tanto para o pessoal que quer um produto de qualidade, quanto pro pessoal que só quer ler.

Mas isso quer dizer que estou defendendo a JBC? De forma nenhuma. Os valores que eles cobram são irreais? Com certeza. Cobrar valores altos por produtos bons é uma prática normal do mercado. Cobrar valores altos por produtos ruins é burrice. Eu não sei de que forma tentaram justificar, se é que o fizeram, mas é um valor alto demais pra um produto com qualidade de menos.

Eu só acho que o caminho não é pensar quê, parando de comprar da JBC ou malhando só ela, as coisas vão melhorar. Estou esperando Kekkaishi 15 desde março e até hoje nem sinal de vida. E olha que já é trimestral… No fim das contas, comprar mangás no Brasil tem sido mais uma questão de escolher qual veneno você quer. Seja lá a escolha, você sempre sai lesado.

Ah, mas devo dizer que no meio desses problemas, a entrada L&PM foi um belo sopro de esperança. Lançaram dois gibis com ótima qualidade, preço não muito diferente dos praticados pelas velhas conhecidas e publicaram tudo de uma tacada só. Fiquei honestamente impressionado. Espero que tenhamos mais casos como esse para ajudar nosso mercado a melhorar. Eu ainda vou comprar Hunter x Hunter, mas espero muito que não caia no conto do vigário de querer ler outro mangá da JBC, até porque errar é humano, persistir é burrice.

Oi, Fred aqui. O Diogo já escreveu muito da minha […]

O tempo voa para todos, inclusive os fãs de mangás

Oi, pessoal. Aqui é o Fred de novo, o Diogo anda cada vez mais atarefado com o lance de fazer duas faculdades e eu pretendo dar uma mão pra ele de vez em quando pra evitar que o Anikenkai só tenha uns 10 posts por dia. Não se preocupem que estou degustando vários hentais em preparação pro grande post que vai abalar as estruturas do Anikenkai e macular toda a sociedade blogueira. Só não prometo fazer um post de yaoi, porque o Diogo já tem um encaminhado faz um tempo. Bem, vamos que vamos! Tive a idéia desse post faz um tempo e ainda estou empolgado com o assunto.

Bom, eu ainda me lembro da primeira vez que comprei um mangá na banca. Era Dragon Ball#1(na verdade o primeirão foi Ranma 1/2 da Animangá, mas quero dizer o primeiro mangá com uma edição séria e periodicidade que não fosse a lá Bangu) e a minha felicidade ao pegar o gibi e comprar era algo indescritível. Eu não esperava nunca que aparecesse algo assim, considerando que até aquele momento, a Conrad era só a editora de Pokemon Club e Nintendo World e ter um gibi de Dragon Ball nas bancas era nada mais que um sonho distante e coisa que só um viciado em crack iria esperar.

Isso foi apenas o começo. Depois disso veio a JBC com Samurai X e Sakura, Panini entrando no mercado com Éden e Gundam Wing, a ascenção e queda da Conrad, muitos mangás inusitados como Video Girl Ai, Ooru, Model e sabe-se lá mais o quê(a maioria deles capitaneados pela Conrad), Newpop entrando na equação, editoras estranhas como PNC books, Zarabatana… Hoje em dia temos um mercado mais ou menos consolidado. Ainda que hajam muitos poréms com as mais variadas coisas, hoje entramos nas bancas e encontramos os mais variados tipos de mangás. O que antigamente eram os sucessos da tv hoje são os mangás que fizeram sucesso na internet ou apostas, que se tornaram mais comuns com o passar do tempo(até pela falta de séries com grande apelo). As editoras estão se focando no seu nicho e isso tem funcionado.

Esse é o cenário atual do mercado, mas recentemente houve uma mudança, que foi a entrada da L&PM nesse status quo. A  L&PM é uma editora muito famosa e solidificada, cujo foco sempre foi em livros, com algumas exceções. Hoje em dia é muito difícil não entrar numa banca ou livraria sem uma seção para os pocket books lançados por ela, que passeiam pelos mais variados estilos, de Agatha Cristie até Andy Warhol… E agora, dois mangás: Solanin e Aventuras de Menino, lançados pela editora em seu selo  L&PM Pocket Mangás. Solanin possui duas edições e Aventuras de menino é uma edição única. Ambas as edições tem um tratamento muito bom, com bom papel e tradução e um acabamento invejável para as outras editoras, que lembram os da Conrad no começo, pelo preço normal de um pocket book, que é 15 reais. Em  relação ao quanto essas histórias são boas, falarei mais tarde.

Solanin retrata um grupo de jovens que acabou de sair da faculdade(exceto por um deles) e que está desgostoso com o ritmo atual da vida e o marasmo do dia-a-dia, que só parece oferecer alguma felicidade quando eles ensaiam em sua banda e o que eles podem fazer em relação a isso, em relação a vida deles e o que o futuro deles pode vir a ser.

Já Aventuras de menino são vários contos sobre lembranças nostálgicas de garotos que cresceram e que por muitas vezes se esqueceram dos seus sonhos, ou que desviaram de um caminho que por muitas vezes pareceu ser o único enquanto eram pequenos. Nenhuma das histórias tem relação com outra, exceto pelo tema central, que são as memórias de quando eram apenas meninos.

São duas obras que possuem um foco em comum: O que é ser adulto e seus contratempos. Enquanto Solanin mostra algo cada vez mais constante na sociedade, que são jovens que, apesar de serem formados e seguirem seu rumo, estão insatisfeitos com as escolhas que o levaram até aquele momento de desilusão total, Aventuras de menino retrata adultos que vêem em sua infância um tempo mais humilde, mais feliz e sem tantos problemas, onde a simplicidade reinava e o céu era o limite dos sonhos. Isso foi algo que me fez pensar(o que é raro) sobre mim mesmo, olhar para a minha própria pessoa e pensar.

Eu fiquei muito tocado lendo Aventuras de menino, não tanto com Solanin, que já não achei tão bom, mas Aventuras sem dúvida me deixou louco. Li duas vezes e ainda me sinto emocionado com tudo que as histórias passam. Me fez realmente pensar nos meus sonhos quando garoto, lembrar daquela época onde as felicidades duravam muito e as tristezas se dissipavam em minutos, onde as responsabilidades eram poucas e a maior preocupação era não perder o episódio de Cavaleiros do Zodíaco… Foi aí que eu percebi que esse mangá não era pra qualquer um, assim como Solanin, por pior que fosse, também não era.

Não que esteja com nenhum ego inflado de dizer que são mangás para “iniciados” ou pessoas com “bagagem” e frases feitas similares. Eu nunca fui de crer muito nisso, que alguém precisava crescer pra ler isso ou entender aquilo. Pra mim, uma boa história sempre teve que agradar gregos e troianos, independente de que posição social ou nível cultural a pessoa esteja, mas lendo esses mangás eu vi que eles são sim, mangás para pessoas com bagagem. Não cultural, mas emocional.

Quando terminei de ler Aventuras de menino, fiquei realmente tocado e pensei nisso. Se eu fosse um garoto, nunca entenderia o que o autor quis passar. Se eu fosse aquele menino que comprou Dragon Ball #1, eu iria achar esse mangá uma merda, não por ele ser ruim, mas porque eu estava vivendo justamente aquilo que o autor queria ressaltar, que é a juventude. Eu não tinha nenhum sentimento nostálgico pelo passado, nada daquilo iria me movimentar emocionalmente e eu nunca teria sacado a proposta do gibi. É exatamente por eu ser um jovem com uns bons aninhos nas minhas costas que eu pude ler e apreciar aquilo que o autor quis passar.

Foi aí que tive a idéia desse post. Sei que não sou o único que lê mangás desde essa época, que ainda se emociona com os draminhas e as batalhas de sempre e que torce pro herói se dar bem no final, mas que também já vê outras nuances e curte outras coisas. Por isso achei genial a  L&PM ter lançado essas histórias. São para essas pessoas. Que amam mangá, mas cresceram e tem que viver com tudo aquilo que isso acarreta, tanto pro bem quanto pro mal.

Eu não gostei tanto de Solanin, talvez pelo tema não ter me envolvido tanto, já que não estou desiludido com minha vida. Já tive minha época de querer salvar o rock nacional, hehe, mas hoje estou contente com o caminho que escolhi e como as coisas estão, então não tive tanta catarse com Solanin, mas ainda assim vejo o que ele propõe e sei que existe um público que vai olhar e ver esse gibi como algo que os inspire para sair do marasmo e ir à luta.

O tempo nunca pára e o garoto que hoje lê Naruto vai ser o fã adulto de mangás de amanhã e isso vai continuar, mas é uma grande alegria ver que ainda podemos ler mangás que podem nos tocar e lembrar de tempos mais simples ou nos renovar os ânimos para mais uma semana de lutas na rotina diária. As pessoas crescem. Muitas deles mudam seus hobbys, mas praqueles que continuam nesse barco, tem sempre algo feito para você e é muito bom ver que gibis como esses são lançados aqui para nós.

Oi, pessoal. Aqui é o Fred de novo, o Diogo […]