Fuuka – Primeiras Impressões

Eu até agora tô tentando entender o que me motivou a escrever um post individual para falar de Fuuka. Os primeiros episódios (saíram dois no mesmo dia) não foram bons. Porém, teve algo ali… algo bem no fundo… que me fez não só querer escrever sobre esse anime separado dos outros como também continuar a assistir por mais alguns episódios. Vamos tentar entender o que foi.

Yuu Haruna é um menino tímido viciado em seu smartphone e em redes sociais. Um dia, ao andar distraído na rua, Yuu acaba dando um esbarrão em Fuuka, uma garota bem extrovertida. Ela o acusa, naquele momento e posteriormente também na escola, de estar tentando tirar fotos de sua calcinha (ele não estava). Porém, ela percebe que julgou o menino errado quando, além de devolver o CD que ela tinha perdido no dia do esbarrão, ele tenta “salvá-la” de um garoto que estava sendo bruto com ela. Pronto, o campo está formado para mais um romance colegial.

E quando digo “mais um romance colegial” é que Fuuka não se esforça nem um pouco para trazer nada de novo para esse gênero. Toda essa sequência de eventos é tão rotineira para quem já está acostumado com “animes” que chega a ofender. Todo o decorrer do episódio é desastroso. A cena de Yuu e Fuuka na estátua do Hachiko foi tão besta e cretina que eu literalmente me senti constrangido. Sem contar os momentos em que as irmãs do Yuu, e até mesmo a Fuuka, aparecem sem ou com pouca roupa só por motivos de fanservice, sem nenhum sentido prático na narrativa – sério, teve uma cena de transição em que aparece a Fuuka tomando banho na banheira e… é isso… fala sério. Para piorar, os valores de produção do anime são risíveis. Não só a animação engessada ou o design de personagens inconstantes, mas toda a direção de arte está um caos. O que foram aqueles posteres no quarto do Yuu, minha gente? Anime feito nas coxas, fato.

Porém, como disse na introdução desse post, algo me fez querer continuar vendo Fuuka apesar de toda essa cretinice e má qualidade de produção e esse algo apareceu pro meio-final do primeiro episódio. Trata-se da personalidade e da relação de Yuu Fuuka. Apesar da relação dos dois ter começado da maneira mais clichê possível, ambos são personagens extremamente palpáveis. Digo isso no sentido de que consigo ver suas personalidades existindo no mundo real. Yuu é extremamente tímido e inseguro na vida real, mas sua persona online é bem comunicativa e cheia de seguidores com os quais interage. Fuuka, embora siga a cartilha tsundere, limita esse lado de sua personalidade a alguns momentos, sendo, nos outros, extremamente genuína e segura de si. É ela que cham Yuu para um encontro. Sim, ela tinha interesse em ver o filme e Yuu tinha os ingressos, mas ela podia ter comprado os ingressos ao invés de ter pedido para ir com ele. Essa dinâmica é que acho que, de alguma forma, me atraiu.

O segundo episódio, que, como disse anteriormente, saiu junto do primeiro, acabou sedimentando esse meu sentimento. O episódio começa com Yuu vendo Fuuka chorando ao olhar pela janela e ver um garoto loiro falando com outras meninas. Yuu fica com um misto de ciúme e de preocupação para com ela. A cena se desenrola e Yuu acaba confrontando Fuuka quanto ao fato dela gostar do menino apenas para descobrir que ele é só um amigo, e gay. Fuuka estava chorando apenas por causa da música que estava ouvindo. Ok… é cretino? É. Mas ao mesmo tempo, achei tudo muito autentico. Yuu não se afastou de Fuuka ou fingiu ignorá-la só por achar que ela gostava de outro cara – isso acontece em muitos, mas muitos animes. Ele foi lá, vejam só, FALOU com ela! É esse tipo de autenticidade que eu digo ter me atraído e que me motiva a ver para onde aquilo ali vai.

Por sinal, esse não seria um anime de romance escolar clichê se não tivesse um terceiro elemento para fazer um triângulo amoroso, né? Então se prepara porque esse terceiro elemento nada mais é do que uma amiga de infância de Yuu com a qual ele não falava há muito tempo por ter se mudado de cidade. Não só isso como essa amiga de infância acabou virando uma cantora extremamente famosa. E AINDA NÃO SÓ ISSO como ela é ninguém menos que a cantora favorita da Fuuka! OH MY GOD! TV FAMA NELES!

Com relação à essa trama novelesca, deixo aqui as palavras do Starro quando disse que tava pensando em ver mais alguns episódios de Fuuka

… e ele é mesmo. Fuuka será um novelão. Um novelão com um monte de clichês trabalhados nas coxas, mas que, por algum motivo (oh, deus, por que?) acabou me chamando a atenção. Se eu recomendo que vocês assistam? Nops… mas eu vou. Que seja só pra ver se essa perspectiva das personalidades dos personagens continuará sendo uma parte interessante ou só pra ver quão rocambolesca será a trama criada por Seo Kouji, o autor do mangá original. Esse cara é tão cretino que a Fuuka nada mais é do que a filha da Suzuka, personagem principal de um mangá anterior escrito por ele que segue os mesmos clichês da mesma maneira rocambolesca. Tal mãe, tal filha pelo visto.

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Sobre Diogo Prado

Tradutor, professor, host do Anikencast, apaixonado por quadrinhos, apreciador de jogos eletrônicos e precoce entendedor de animação japonesa.

Você pode me achar no twitter em @didcart.

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23 thoughts on “Fuuka – Primeiras Impressões”

  1. Estou louco para ver o anime de Fuuka terminar naquele plot-twist que todos nós, leitores do mangá, conhecemos, e ver todo mundo odiar ainda mais o Seo Kouji. hahaha

    De qualquer forma, aparentemente terá 12 episódios. Se o Diomedea fizer o que o Gonzo fez com Kimi no Iru Machi, e pular uns 10 volumes, aí será nós, leitores do mangá, que vamos odiar muito.

    1. O Starro tinha me falado que a série podia terminar nesse plot twist cabuloso aí (que eu não faço ideia qual é, por isso NÃO ME FALEM!, rs)

      1. Nada de spoilers nesse comentário, mas depois de ler sobre o que acontece no plot twist e depois, (que by the way, é algo surrealmente absurdo e imbecil), a única razão pra continuar assistindo a esse anime é se você acompanha alguma discussão sobre o anime, como num fórum ou no Reddit, do contrário a única coisa que você vai sentir é o mais puro e inalterado ódio do autor

  2. Se você não recomenda assistir você me fez um desfavor porque tudo de errado nesse animê me atraiu em igual medida ao trabalho com a autenticidade das personagens. Certeza que isso vai virar cult da garotadinha BR. Tem toda chance de ser hit no Brasil.

  3. O anime tá avançando bastante rápido, mas é clichê sim, romance, vida escolar e afim.
    Caso a nimesulida tivesse 24 temporadas e o mangá tiver sido finalizado, será um bom anime, se for somente 12, deverá ser igual a Kimi no iru machi…

  4. Cara, Fuuka é um ecchi, e é de fanservice que se faz um ecchi, assim como de robôs se faz um mecha, de lutas se faz um shonen e por aí vai, criticar putaria em ecchi é o mesmo que criticar a existência de piadas em um filme de comédia, kkkkkkkkkkk.

    1. Amiche, o problema não é o fanservice em si, mas sim quão bosta ele está sendo apresentado. Seu comentário me deu vontade de escrever um post sobre isso, btw. Valeu. =)

      1. Bom, já peço então que no post você ponha exemplos de fanservice que você aprova, pois sinceramente, não consigo ver como um fanservice seria mal apresentado em cenas que não necessitam de um bom aproveitamento nem nada do tipo.

        1. Olha, não é só por ser ecchi que tem que ter fanservice desnecessário, pelo que entendi do post o Fuuka tem muito disso. E existem obras como o Kill la Kill ou até mesmo o Keijo, ambos tem um excesso de fanservice, mas não são de maneira desnecessária, praticamente todos os momentos de fanservice é um momento “importante” (não assisti keijo inteiro, mas pelo que vi parece que sim).
          OBS: sim, dá sim para criticar a piada de um filme de comédia, no momento não tenho exemplo, mas se um filme de comédia só tiver piada ruim então é um filme ruim, ou seja, posso criticar de maneira negativa a vontade, já que o Diego não criticou a existência do fanservice e sim da maneira que foi executada.

          1. Defina fanservice desnecessário, please.

            Acho que me expressei mal, o que eu quis dizer é que a existência de fanservice (ruim ou não) é necessária, se o ecchi em si vai ser bem trabalhado ou não é outra história, mas quando se trata de uma obra ecchi é necessário putaria sim.

            Sobre Kill La Kill, é diferente mano, o ecchi em Kill La Kill existe pra comédia, já o ecchi em animês como Fuuka existem pra perversão, e sinceramente, não vejo o fanservice de Fuuka (e consequentemente de Suzuka) sendo ruim em momento algum, pois segue bem o seu propósito.

          2. Sim, eu entendi que você quis dizer sobre a existência do fanservice, e eu não critico isso, mas o que eu quis dizer é mais do fanservice sem necessidade, eu não vi Fuuka, então não posso falar muito, mas como ele disse, parece que há uma cena de transição e meio dela mostra a Fuuka tomando banho, pra nada, simplesmente para mostrar isso, ou seja, desnecessário. Bem, não assisto muitos ecchi então vou dar um exemplo de gênero que conheço melhor, tô vendo um animê de porrada, aqueles bem shonenzão mesmo, dai em meio disso rola umas lutas que não avançam em nada, não está relacionado em nada no enredo principal ou personagem, apenas para exibir os poderes que já vimos antes, pode ser uma luta boa, sim, claro que pode, mas vai ser necessário no geral? Não, poderia simplesmente não mostrar essa luta. Não sei se me faço claro, mas foi o melhor exemplo que consegui bolar

          3. Consegui entender, mas há uma certa diferença, tipo, shonens variam muito de seus estilos, como por exemplo Fairy Tail, que tem seus grandes defeitos, mas FT nunca precisou ser ótimo, nunca precisou ser um mangá espetacular, apenas algo simples e Leve, pois seu propósito desde o início foi sempre ser algo bobo e divertidinho, assim como Toriko também, agora mangás como Bleach e Naruto já tinham um propósito de serem um pouco mais sérios, logo, as cobranças nas estruturas de Bleach e Naruto são bem maiores do que as de FT e Nanatsu no Taizai por exemplo.

            O que eu quero dizer é que quando determinadas obras se propõem a serem mais bobinhas, “falhas” assim são sempre frequentes, e em ecchis, o caso é bem mais frequente, pois a grande maioria dos ecchis tem como único e exclusivo objetivo de fazer o gosto do leitor, apenas isso, portanto, é estúpido demais alguém querer atribuir as mesmas cobranças de enredo de Evangelion à To Love-Ru, até chega a ser covardia.

            Mas sobre a cena da Fuuka tomando banho, sinceramente, não vejo como ser desnecessária, só seria se Fuuka tivesse realmente uma história daonde esses tipos de cenas atrapalhassem o desenvolvimento, aí sim, mas Fuuka não tem lá uma grande história, assim como a infinita maioria dos ecchis, pois como eu já havia dito, o objetivo principal é atrair o gosto de quem está assistindo, e não entrar em mérito de ser “bom ou ruim”, tal como foi a cena do banho, as histórias servem apenas pra dar uma movimentação, enquanto o objetivo principal se consiste apenas em safadeza (por mais que o ecchi de Fuuka seja bem fraco ao meu ver) um bom exemplo disso, seria os shonens dos anos 80, como CDZ e Hokuto No Ken, tipo, quando você lê fica nítido que ambas as obras existem apenas pra ter lutas fodas e que empolguem o leitor, já a história é apenas 10% da obra, servindo apenas pra dar uma movimentação, e isso também se aplica a grande parte dos ecchis, tais como Fuuka. xD

          4. Entendi seu ponto melhor agora, até concordo, em partes, seu argumento, mas pelo primeiro comentário me fez entende que você estava generalizando todos os ecchi, ou seja, todo ecchi tem como objetivo a safadeza, mas ainda sim acho válido criticar ecchi, assim como outros gêneros, não é só porque a proposta seja dessa certa maneira que tenho que aceitar, se o foco é ser “bobinho” e mostrar apenas o quiser mostrar, pra que criar uma história então? Faça uma algo onde nada acontece e com personagens sem motivação como Tonari no Seki-kun, não há proposta nenhuma na obra e não por isso que ele é ruim, da para fazer obras assim que não seja ruim (tem o OneRoom de ecchi, alguém no mundo deve achar bom), se uma obra criou uma história com personagens que tem motivações e que já tenha um objetivo final então não é uma simples obra “bobinha”, virou uma história que precisa de começo, meio e fim.

          5. Mas quando a proposta (o que já implica em todo o começo) é bobinha e simples, não é de se assustar que o meio e fim sejam bobinhos também, pois automaticamente isso seria apenas a obra seguindo sua proposta inicial.

  5. kkkkk Esse post deu o que falar…. Particularmente curto história ou desenvolvimento de personagens. Se não rolou no primeiro episódio, o que foi o caso em meu ponto de vista, espero os episódios avançarem até que haja comentários suficientes para eu mudar de ideia. Mas valeu a aula de avaliação técnica das cenas de um anime!!!rs.

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