God Eater – Primeiras Impressões

Eu sei que não é legal ter preconceito com certas coisas, mas animes baseados em jogos que tem pouca história e com enfoque quase que total na ação e no gameplay dificilmente vão ser algo que realmente valha a pena assistir… a não ser que você seja fã do jogo e aí qualquer coisa tá valendo. Porém, com God Eater, acabou sendo proveitoso.

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No que tange à história, ficamos sabendo que a humanidade está praticamente extinta graças à aparição de monstros conhecidos como Aragami. Nos vemos nessa cidade-fortaleza onde uma organização chamada Fenrir foi criada para servir como último bastião de resistência contra os Aragami. Seus “soldados” usam armas chamadas God Arcs, que possuem uma espécie de ligação com aquele que a usa. Estes que se especializam em exterminar Aragami são conhecidos como God Eaters.

Nosso protagonista, Lenka, é um aspirador a God Eater que após conseguir escapar de um Aragami decidiu começar seu treinamento. A Fenrir descobre que o menino possui habilidades que o diferencia dos demais e decide observá-lo de perto. Um dia, após uma falha de segurança, vários Aragami se infiltram na cidade-fortaleza e ameaçam fazer um massacre. Pelas equipes principais da organização estarem muito longe, Lenka decide ir ao campo de batalha por si só, desobedecendo as ordens de seus superiores.

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Decidi não me deixar levar muito pela ideia de uma boa história e fui assistir a esse primeiro episódio para curtir o aspecto visual, que foi o que realmente me convenceu a assisti-lo. É da Ufotable que estamos falando aqui, um estúdio que estabeleceu um padrão bem alto para suas animações com os recentes Fate/Zero e Fate/Stay Night UBW e que não deixou a peteca cair nesse novo projeto. Bem, pelo menos pra mim não.

Digo isso pois as reações à direção de arte de God Eater foram umas das mais diversas dos últimos tempos. Muitas opiniões e percepções diferentes pintaram por aí. Uma reação esperada já que ela foge bastante do que estamos acostumados a ver. Tanto em animes quanto como vindo da própria Ufotable.

A animação está fluida e o visual geral do anime remete muito ao que encontramos em vídeo-games, criando assim uma ligação direta com o jogo em que é baseado. Se é CG ou não, bem, não temos nenhuma informação oficial, mas para mim, essa confusão gerada em quem assistiu é resultado de uma mistura bem interessante que a Ufotable conseguiu fazer entre animação em 2D e 3D, com interessantes efeitos de sombra, luz e tons que combinaram bem com a ideia da série.

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Porém, embora a direção de arte esteja muito boa, a direção “geral” acredito ter sido um dos pontos mais negativos desse primeiro episódio.

Ao termina-lo, fiquei me perguntando se tinha acabado de ver uma continuação de Sucker Punch, do Zack Snyder, porque as duas maiores críticas àquele filme se aplicam perfeitamente a God Eater: pareceu uma colagem de clipes/cutscenes isoladas e com um excessivo uso de câmera lenta. Ainda ressalto que não só o uso da câmera lenta foi exagerado como praticamente só a usaram em cenas que não se beneficiaram em nada com ela.

Quero comentar mais, no entanto, é sobre o parecer um monte de cutscenes. Há quem argumente que foi para, assim como o visual, dar um aspecto mais “videogaimístico” para o anime, o que faria todo o sentido até. Afinal, assim como a introdução do jogo existe para que nós cheguemos à ação, o primeiro episódio do anime também não enrolaria muito para chegar na parte que importa. Ok, aceito isso… mas ficou estranho.

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É aquela velha história: estamos falando de mídias diferentes. Não dá para fazer uma igualzinha à outra. É necessário fazermos, justamente, adaptações para tornar a experiência melhor.

O protagonista foge de um dos monstros, descobrem que ele é “especial”, é recrutado pela organização lá, começa seu treinamento, e já parte para o campo de batalha em meio episódio. Sem muitas conexões narrativas acontecendo entre esses momentos. Me fez não me importar com ele em momento algum por ter sido tudo tão rápido e isolado.

Só que aí vem aquela questão: será que isso importa? Será que a história aqui não seria só para transferir o espectador de uma cena de ação para a outra? Talvez sim e aí todo esse meu argumento cai por terra.

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Fica então a questão: se você espera uma boa história, não acho que God Eater vá ser o anime para você. Porém, se você só quer curtir um visual legal e boas cenas de ação, aí acredito que God Eater não vá decepcionar. Afinal, o anime tá lindão e as cenas de ação estão bem empolgantes. Eu só queria uma história um pouquinho mais bem trabalhada e uma direção um pouquinho menos escalafobética para poder curtir mais.

Mais do que qualquer outro anime dessa temporada, quero saber o que vocês acharam de God Eater. Deixem suas opiniões nos comentários pois estou realmente curioso.


Confira o Guia Completo da Temporada de Verão 2015 no Gyabbo para uma lista de todas as estreias!

Confira também as Primeiras Impressões dos outros animes dessa temporada de Verão 2015:

Parte 1
Parte 2
Parte 3
Dragon Ball Super

Sobre Diogo Prado

Tradutor, professor, host do Anikencast, apaixonado por quadrinhos, apreciador de jogos eletrônicos e precoce entendedor de animação japonesa.

Você pode me achar no twitter em @didcart.

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2 thoughts on “God Eater – Primeiras Impressões”

  1. Essa espécie de diferença artística foi o que mais chamou atenção em todo mundo, pelo visto. Realmente, foi incrível, repleto de cenas dinâmicas, uma sequência ângulos incomuns (muito bons, por sinal) e suavidade ao retratar o “3D” do videogame no anime.
    Pra mim, a história correu demais logo nesse primeiro episódio. Tudo foi acelerado demais. O enredo não ME agradou muito, também. Porém, mais do que valeu a experiência de assistir um primeiro episódio tão bem animado e desenhado! (Mas, não, não vou continuar)

  2. A arte do anime compensa assistir, uma das artes mais bonitas q ja vi , gostei do anime pq não fica enrolando, tem bastante ação e não fica aquela coisa monótona…

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