Avaliação: Assassination Classroom #01

Assassination Classroom, ou “Escolinha do Professor Molusco”, como tanto gosto de chamar é um dos mangás atuais de maior sucesso da Shonen Jump e chega ao Brasil pela Panini. Será que o hype em cima da série se justifica? Como ficou a edição da Panini? Vamos falar de tudo isso nessa avaliação do primeiro volume.

Assassination-ClassroomUm molusco espacial surge do nada, destrói metade da lua e anuncia que destruirá a Terra em um ano se ninguém conseguir assassiná-lo antes. Os encarregados desse trabalho são uma turma de alunos renegados de uma escola do Japão. Todo dia eles, além dos deveres usuais de qualquer estudante, tem que assassinar o molusco, que decidiu virar seu professor.

Nossa… que plot nonsense! Quem pensaria em uma coisa dessas? Bem, Yuusei Matsui pensou e ele deu bem certo. Porém, o grande destaque desse mangá não vai para sua premissa, mas sim para sua execução. Comecemos pelo Koro-sensei, o tal do molusco espacial com supervelocidade e poder para destruir maior que qualquer arma humana. Apesar dele ser desenhado com traços bem simples, como podemos ver pela própria capa do mangá, ele é extremamente carismático. Um personagem tão excêntrico que é difícil você não simpatizar com ele.

Temos ainda os próprios alunos, que apesar de ainda não terem sido muito desenvolvidos nesse primeiro volume, já mostram uma certas personalidades individuais bem legais. A relação entre eles e o professor se desenvolve de uma maneira bem criativa e até certo ponto impensável. Uma das coisas que mais me chama a atenção nesse primeiro volume é como o Koro-sensei quer realmente fazer a diferença na vida daquelas crianças, ele quer ensiná-las a serem bons estudantes, boas pessoas… mas ao mesmo tempo eles tem que matá-lo ou o mundo será destruído! Que cenário caótico e rico para relações. Achei muito engraçado quando as crianças deixaram o Koro-sensei irritado porque um dos alunos ficou tirando sarro dele, mostrando como ele também tem suas fraquezas…

Acho que é esse o grande charme de Assassination Classroom. Esse cenário nonsense é humanizado através da maneira como o autor consegue fazer o relacionamento entre seus personagens.O leitor é sugado para dentro daquela situação e curte conviver com aqueles personagens. Isso faz com que, inclusive, a história não pareça repetitiva, pelo menos não nesse primeiro volume. Você não cansa, mesmo a premissa do mangá não mudando. Tudo flui muito bem.

Assassination-Classroom-01

Sim, a obra tem pontos negativos. Acho que o que mais me incomodou nesse primeiro volume foi o aluno principal, Nagisa. Tanto o visual dele como sua personalidade me incomodaram um pouco nesse começo, mas acredito que não seja nada que não possa ser contornado com um pouco mais de tempo.

A edição da Panini está no padrão, sem nenhum grande destaque. Sendo publicado bimestralmente por aqui, a editora deu uma maneira para evitar que o título entre logo em hiato já que no Japão ele tem apenas dez volumes publicados. Dá pra aguentar aí pouco mais de dois anos de publicação sem parar até que encontre com o Japão.

Assassination Classroom foi um mangá muito divertido de se ler. Confesso que não sei se justifica o hype, pois isso é algo muito relativo. Para mim justificou, mas vai que as pessoas esperavam uma coisa bem mais épica e mais recheada de ação. O fato é que, dentro de sua proposta, o mangá entrega um conteúdo muito bom. Divertido e bem carismático.

Sobre Diogo Prado

Tradutor, professor, host do Anikencast, apaixonado por quadrinhos, apreciador de jogos eletrônicos e precoce entendedor de animação japonesa.

Você pode me achar no twitter em @didcart.

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One thought on “Avaliação: Assassination Classroom #01”

  1. Vejo Ansatsu Kyoushitsu mais do que um mangá divertido com um pouco de ação, o foco pra mim é totalmente em cima das questões morais da sociedade, as mensagens passadas pelo Koro Sensei são as partes mais impactante da obra, a fachada do assassinato e de todo clima criado pra embasar o que realmente o autor quer passar ao leitor, só é percebido depois de uma reflexão mais apurada. Até o momento, o mangá já passou grandes lições com um fundo bem metafórico e simbólico, o autor faz um ótimo trabalho.

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