O entretenimento nas multi-camadas de Kill la Kill

Eu sempre apreciei como Kazuki Nakashima trabalha o roteiro de Kill la Kill para termos uma multiplicidade de camadas na série. Podemos aproveitá-la de inúmeras maneiras. Há aqueles que buscam os subtextos da série e, como podemos ver pelos textos da Beta Blood, a série entrega, mas há também aqueles que querem assistir pelo puro entretenimento e quanto a isso não há dúvida de que a série também entrega.

O episódio 14 foi o primeiro do novo arco que mostrará a grande guerra da Academia Honnouji contra as “Três Grandes”, as escolas de Kyoto, Kobe e Osaka, que são as únicas que ainda resistem ao poder de Satsuki. Além disso, essa segunda fase também é o palco para uma nova Matoi, que “cresceu” depois dos acontecimentos dos episódios 12 e 13.

Ao terminar de assisti-lo, eu estava estasiado com o que eu acabei de assistir. Um episódio sensacional, empolgante e cheio de momentos marcantes. Crédito total para Masayuki, o responsável pelo storyboard desse episódio que fez um trabalho belíssimo.

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Infelizmente, ao mesmo tempo, muita gente reclamou de que foi tudo corrido demais nesse episódio e de que a “evolução” de Matoi não foi desenvolvida como poderia ser. Esse chegou a ser, inclusive, o tópico principal da crítica do Random Curiosity para o episódio em questão. O grande culpado por isso, seria a teórica preferência dada pelos produtores para a parte do entretenimento da série. Julgam que o foco no entretenimento puro está sobrepujando todas as outras camadas do anime pouco a pouco, culminando no que seria um repeteco do que aconteceu com Gurren Lagann.

Como eu já disse em outras oportunidades, eu gosto de Gurren Lagann como um todo e não acho que a série se perdeu tanto em seu final como tantos gostam de dizer. E sim, Nakashima é o roteirista de ambas as séries, o que não significa que Kill la Kill terminará como Gurren Lagann terminou.

Não digo isso como suposição, mas durante toda a primeira fase de Kill la Kill, pude ver que tanto Nakashima quanto o próprio estúdio Trigger evoluiu tecnicamente e criativamente. Só as referências histórias, inclusive com uma possível recriação do incidente de Honno-ji, já mostram que o show tem muito mais profundidade do que muita gente acredita que ele tenha.

Mas sim, é fato que a camada do entretenimento é evidente na série. É só você ver as cenas de ação espetaculares e o fanservice bem colocado que muita gente pode acreditar que é só isso que a série tem a oferecer. Agora, só porque eles resolvem dedicar um episódio para explorar esse lado do entretenimento não quer dizer que tenham abandonado de vez essa profundidade.

Já fui surpreendido algumas vezes com Kill la Kill então não vejo por que me preocupar agora com uma possível queda na qualidade narrativa da história em prol de pura exploração visual. Mas quero saber o que vocês acham dessa suposição. Não deixem de postar sua opinião nos comentários.

PS: Queria que quando a Matoi recuperasse o Senketsu ele tivesse uma mudança no visual, misturando o estilo antigo com esse estilo novo de óculos + cachecol que eu acho sensacional e que combinou muito bem com a personagem.

Sobre Diogo Prado

Tradutor, professor, host do Anikencast, apaixonado por quadrinhos, apreciador de jogos eletrônicos e precoce entendedor de animação japonesa.

Você pode me achar no twitter em @didcart.

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20 thoughts on “O entretenimento nas multi-camadas de Kill la Kill”

  1. Dado as proporções do próprio Gurren, a mudança de visual provavelmente irá acontecer. Pode até ser parte da narrativa, uma nova Matoi. 😀 Achei maneirasso também esse novo visu.

    Eu sempre fui contra a quem acha que Gurren perdeu força na segunda parte, até porque, na minha visão, a maioria só ficou irritada com a importante e genialmente bem colocada morte de um personagem poderoso na série. E depois a Yoko também acabou perdendo bastante espaço. E nenhum desses dois pontos impediu o desenvolvimento de narrativa, pelo contrario, eles podem ter sido essenciais para o mesmo. Gurren Lagann para mim tem um roteiro frenético do começo ao fim, no qual todas as pontas são amarradinhas e muito pouco senti alguma pressa. Eu vi o Simon crescer e tornar alguém, um dos melhores desenvolvimentos de personagem que já vi em toda animação. E crescer um personagem, er ao objetivo de Gurren.

    Já em Kill La Kill, eu acabei tendo essa impressão, de que está apressando algumas coisas. Como o crescimento da Matoi. Mas Kill La Kill não é um mundo aberto, ele é simples e pequeno, mas Nakashima consegue fazê-lo parecer gigante além dele ter uma habilidade mágica, a de transformar 20 minutos em 40 ‘-‘ A trama de Kill La Kill é rivalidade, sendo assim, acho que desenvolvimento de personagens são tratados de forma bem mais simples, para a narrativa retornar logo ao seu foco principal. O visual acaba ganhando mais prioridade deixando esse desenvolvimento como plano de fundo.

    Resumindo: Acho que não é nada alarmamente esse crescimento, ou melhor, amadurecimento de personagem tão rápido. E acredito que Kill La Kill tem espaço suficiente para exploração visual sem atrapalhar a narrativa. O visual é de fato incrivél e prefiro acreditar que Nakashima deixou propositalmente ele dominar nessa fase aproveitando para resumir rapidamente esse amadurecimento da Matoi e assim ter mais espaço para trabalhar a trama principal, que é a rivalidade e vingança.

    Ah, devo ter falado algumas asneiras, mas, eu confio nas minhas apostas. kkkkkkk

  2. Saudações

    Hum…

    Tal como já comentei no Elfen Lied Brasil e como já trabalhei no próprio NETOIN!, Kill la Kill tem trabalhado diversas temáticas.

    Algumas delas tem ligações sutis com a História do Japão e com a sociedade da dita nação (na verdade até mundial em vários aspectos), fazendo críticas bem interessantes ao dito convívio humano nestes aspectos e deixando em evidência que, o combo estilo cartunesco com nonsense, tem apresentado um resultado bem interessante.

    No outro, a forma com a qual alguns personagens se apresentam e executam suas ações acabam soando com grande negativismo para outras pessoas, dadas questões como o fanservice e a entrega do elenco para o mesmo, em causa e efeito. Isso induz a uma outra gama de possibilidades para compreensão e análise.

    Dito isto, Kill la Kill não é necessariamente uma obra que divide opiniões, mas sim um anime que tem feito muitos pensarem.

    E quanto ao episódio #14 em si, também senti uma acelerada brusca nos eventos, mas o fato da Satsuki não ter vida fácil em sua Incursão já me deixou deveras satisfeito.

    Até mais!

  3. Também quero que a Ryuko tenha uma nova transformação com esses óculos e o cachecol! Ryuko Rider!

  4. Não vejo nenhum motivo pra ver esse anime. Não tem nenhum enredo ou história, tudo é desculpa pra ter briga. Não vejo o menor motivo pra toda essa babação com o ele, tudo isso só por causa do estúdio? Grande coisa, existem coisas bem melhores por ai que merecem ser vistos.

    1. Copetência em roteiro, arte, som e desenvolvimento focando nada além de rivalidade pertencendo ao gênero non-sense, tendo vários sites fazendo resenhas enormes e ricas sobre o mesmo. Estúdio? Não, não, mais do que isso, uma equipe. Sim, já se provou ser um anime incrivél, ponto final.

      1. Então você admite que não está vendo o anime por causa do seu enredo nem história, mas sim apenas por causa da qualidade técnica, certo?

          1. Pra mim continua continua sendo uma perca de tempo ver esse anime e ele com certeza não merece todo o fandom que tem, vlw flw.

          2. Não posso fazer nada além de respeitar sua opinião 😉 Só não desrepeite uma série por que tu não gostou, isso é falta de moralidade ‘-‘.

          3. Bem, peço desculpas se ofendi, mas todo esse fandom desmerecido me deixa com muita raiva. Mas, como você gosta e eu não, o melhor a se fazer como você disse é respeitar as opiniões e encerrar por aqui.

          4. mas e vc não esta fazendo o mesmo dizendo q o anime é bom e ponto final como se só as opiniões de quem acham o anime bom contasem

          5. O anime se mostrou bom e cheio de argumentos, é como um filme consagrado, sempre tem quem não goste. Veja, eu não gosto de Matrix, mas nunca disse que era só fandom ou algo tipo, eu li criticas, ouvi os fãs e seus argumentos, a série tem qualidade, eu apenas não gostei, nem por isso a desrespeitei. Isso é a diferença entre não gostar e ser um hater. Ignorar fatos por causa de orgulho é falta de moralidade.

      2. Ninguém aqui está xingando ninguém, só estou dizendo que do MEU ponto de vista essa série não é nem 1/10 do que dizem por ai. Desde quando expor a minha opinião é falta de moralidade? Os fatos é que anime possui uma história tão fixa que vocês estão discutindo o RUMO que o anime vai tomar daqui para frente… Bem, opinião é opinião, cada um gosta do que quer, mas ninguém aqui está faltando com moralidade com ninguém.

  5. Se Kill la Kill fosse 1/5 do que falam e colocam de hype eu estaria feliz mas oq eu eu vi desse anime foi só coisas aleatórias sem nenhuma coerência e lutas com pessoas inuteis pra historia apresentas 5 segundos antes da luta, não da pra mim simplesmente não me desce Kill la Kill pq simplesmente não merece toda essa atenção.

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