Genei wo Kakeru Taiyou – Primeiras Impressões

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Desde que eu assisti a um mahou shoujo chamado Heartcatch Precure, eu venho procurando algum outro que tenha a mesma qualidade. Esse anime era interessante pois, apesar de trazer os clichês do gênero, tinha uma excelente direção e os inimigos carregavam uma carga dramática mais pesada que o normal para o gênero. Desde então nenhum outro conseguiu alcança-lo (não me venham falar de Madoka Magica, é algo diferente). Porém, ao assistir o primeiro (e agora o segundo também) episódio de Genei wo Kakeru Taiyou ou. no título internacional, il sole penetra le illusioni, eu acho que finalmente achei um que chega perto.

Nesse universo, algumas pessoas tem poderes mágicos oriundos de cartas elementais de tarô. Uma organização internacional foi criada para coordenar essas pessoas e focar a luta contra os Daemonia, seres que se aproveitam dos sentimentos de tristeza e maldade das pessoas para dominá-las e causarem muita destruição.

A personagem principal, Akari, é uma dessas pessoas especiais. Ela descobre seu poder, que também era partilhado pela sua falecida mãe, quando um Daemonia tomou controle dos sentimentos de sua prima. Akari mata a prima.

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Foi nesse ponto que eu comecei a achar o anime interessante pois nem tudo serão flores. Vai haver sofrimento. Teremos uma carga bem mais dramática do que a média do gênero, apesar da roupagem clichê. Mas é essa roupagem que incomoda num primeiro momento.

É difícil, para quem não está acostumado ou não gosta, de passar pelas vozes agudas e infantis e/ou os personagens com cabelos extravagantes e coloridos e usando roupas e acessórios incomuns como se fossem as coisas mais naturais do mundo. Mas se você conseguir “sobreviver” a esse impacto inicial, é bem capaz de que assistiremos um anime legal e interessante no decorrer dessa temporada.

Eu cheguei a assistir ao segundo episódio já e ele serve de bom complemento para o primeiro, que acabou sendo um pouco caótico demais, o que me deixou um pouco confuso sobre o que de fato estava acontecendo e como acontecia, mas o segundo episódio me deu esperanças para o futuro da série. Teremos um foco maior no drama da personagem principal em aceitar seu poder sendo que ele também se apresenta como um fardo para ela. Além de que nem todos na organização são bonzinhos. O objetivo é claro e eles farão de tudo para realizá-lo.

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Sim, Genei Taiyou, enquanto história original, suga alguns elementos de Madoka Magica, tal qual o clima mais pesado e o título internacional em italiano, em sua composição. Mas diferente do mesmo, não busca uma abordagem tão subversiva e de desconstrução do gênero. Não estamos diante de um anime revolucionário e marcante, mas um bom mahou shoujo como há algum tempo não se via (pelo menos ao que esse começo promete).

As cenas de ação também merecem um destaque a parte. Estão bem trabalhadas e são empolgantes, mas ainda falta uma grande luta para de fato impressionar. O restante da parte técnica também está de parabéns. A condução do diretor Keizo Kusakawa torna o encadeamento de cenas algo bastante fluido e gostoso de se assistir. Sem dúvida a experiência que ele teve em Mahou Shojo Lyrical Nanoha, uma série que também se mostrou um “upgrade” no gênero, vai ajudar positivamente aqui.

Mas antes de terminar, alguém me diga por favor o por quê de uma escola que serve de fachada para uma organização secreta de garotas mágicas não oferece aulas de treinamento para luta e etc? Acho isso cretino demais! “Aprendemos tudo em batalha” é o cacete! É por isso que sempre morre alguém nessas coisas.

De qualquer forma, me surpreendi positivamente com este anime, mas ainda é difícil passar por toda a roupagem clichê e, até certo ponto, irritante do gênero. Mas acho que vai valer o esforço. Não estamos diante de um novo Madoka Magica e acho que ninguém envolvido com a produção quer isso. O objetivo aqui, até onde eu pude perceber, é fazer um bom mahou shoujo com uma pegada diferente.

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Sobre Diogo Prado

Tradutor, professor, host do Anikencast, apaixonado por quadrinhos, apreciador de jogos eletrônicos e precoce entendedor de animação japonesa.

Você pode me achar no twitter em @didcart.

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3 thoughts on “Genei wo Kakeru Taiyou – Primeiras Impressões”

  1. “mas um bom mahou shoujo como há algum tempo não se via”

    Se esse é um bom, quero nem ver os ruins desse gênero.

  2. Surpresa da temporada, eu não ria assistir, nem ao menos chegar perto desse anime só pela sinopse, mas devido a um comentário de um colega, resolvi dar uma olhada e fiquei espantado com o que vi. Não é simplesmente um slice of life mahou shoujo repleto de moe, tem um clima bem pesado e personagens interessantes, lembra um pouco Madoka mas, acho que todo Mahou Shoujo de qualidade que vier daqui pra frente terá um pouco do ‘toque de Madoka’. O que não gostei foi do design das personagens, achei bem estranho, por mais que se adapte ao contexto, poderia ser melhor.

  3. O primeiro episódio não consegui passar da metade. Depois, como não tinha coisa melhor para ver, o assisti de novo. E que mistério a prima ser morta e sua existência ser apagada da mente dos pais e da protagonista!
    O segundo episódio explica, querendo aliviar a barra das meninas um pouco, que a pessoa totalmente possuída pelo Daemonia tem sua existência apagada do mundo. E a organização apagou essa lembrança da protagonista para que o sentimento de culpa dela não a fizesse ser possuída por um Daemonia. Essa organização não é muito boazinha…
    E ainda tem o fato da mãe da Akari ter mantido segredo disso e na cama de hospital ela não queria que a filha mexesse com aquelas cartas. Parece que ela não queria que a filha se envolvesse com aquilo…

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