Ishida to Asakura – O que foi e o que podia ser

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Quando vi o primeiro episódio de Ishida to Asakura, achei que estava na frente de uma obra prima, aquelas coisas que aparecem de vez em nunca todo ano e mudam nossa forma de pensar sobre o que é o mundo, de uma genialidade que não via desde a temporada passada.

Mas conforme a série se desenvolveu… É… Sacumé, né?

Honestamente, eu esperei muito de Ishida to Asakura e não acho que ela foi ruim. Não mesmo. Seria até bobagem dizer isso… Mas o primeiro episódio me fez ter um frio na espinha, um sentimento de que havia algo tão perfeito quanto Cromartie em minha frente e conforme cada episódio ia, mais e mais esse sentimento sumiu pra dar lugar ao “Vou ver isso porque são só 3 minutos mesmo. Assisto até Sparrow’s hotel, pô”.

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Cromartie, pra quem não conhece, é um mangá/anime sobre delinquentes juvenis completamente retardados em uma escola que não faz sentido nenhum. Na verdade, se você não conhece, vá conhecer. Não volte aqui até ver tudo.

Podem dizer que eu associei os dois pelo fato de ambos serem relatados com picardias juvenis, mas digo-te não! O humor de Ishida to Asakura era algo que não fazia sentido algum com absolutamente nada e isso é algo que caracterizou Cromartie em sua essência: Histórias que iam do nada pra lugar nenhum e que não eram nem um pouco pautadas na razão e fundamentadas pela lógica.

E Ishida continuou sem ter sentido até o fim. Então qual a razão da celeuma? Qual a MÁCULA envolvida? Acontece que os personagens de Ishida não são tão legais.

Temos Asakura, um jovem obcecado por peitos… E só. Ishida é mais interessante. O melhor amigo apaixonado que quer viver junto dele para sempre. Me lembro quando o Diogo era assim comigo, então eu consigo me identificar com a situação. Temos também a professora trap, o outro cara, o professor que aparece em um episódio, duas meninas que aparecem por um minuto na série toda e… Só.

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O que faz uma série de comédia é, antes de tudo, os personagens. As piadas só te levam até um ponto onde elas começam a se repetir, mas com personagens você obtém histórias, características deles e, com isso, mais formas e opções para zoar os mesmos. Seinfeld já havia dado essa fórmula, mas creio que nunca passou no Japão, então, como o Anikenkai é super-lido por lá, estou escrevendo aqui sobre isso. Anotem.

Uma das razões pros personagens serem ruins provavelmente é devido ao tempo, que era só de 3 minutos (2 se você não contar a abertura). Realmente, nesse tempo é difícil dar caracterização, mas até Mangirl, com o mesmo tempo e mesmo número de episódios, conseguiu criar coisa melhor. E honestamente, alguém imagina algum roteiro em Ishida to Asakura durando mais que isso? Eu não imagino, e olha que eu consigo até imaginar deputado honesto.

Cromartie também tinha episódios curtinhos (não tanto quanto Ishida), mas mesmo personagens que apareciam por segundos conseguiam obter uma personalidade não alcançada por quase ninguém em Ishida. Não é como se Cromartie tivesse piadas muito originais, mas só a presença daqueles imbecis já era motivo de risada.

Nem tudo é ruim em Ishida, acho que nos últimos capítulos com a introdução da empregada Alice, as coisas melhoraram demais, mas era pouco pra uma série que podia ser muito mais e estava destinada a grandes feitos.

Assistir Ishida to Asakura é como ver um moleque genial que cresce e nesse tempo ele começa a vagabundear e quando chega no final, ele se esforça pra passar de ano, mas faz tudo na última hora e passa só com um cinco na recuperação.

Suram

Você podia mais, Ishida. Podia ter entrado nos anais da história dos animes, mas vai ficar terminar seus dias restrito a um canto do crunchyroll. Quem nasce pra ser florista, nunca vai ser delinquente.

Ah, mas a música é legal.

Sobre Fred

I'm a very twisted person. Gosto de animes e mangás por boa parte da minha vida e comentar sobre isso é sempre um prazer... Desde que eu tenha algo útil pra falar. Afinal, Dirac já dizia: "Eu não começo uma frase sem saber como ela vai terminar". Sou também um quimicuzinho que sabe falar bobagem o suficiente pra parecer inteligente.

Quando vi o primeiro episódio de Ishida to Asakura, achei […]

2 thoughts on “Ishida to Asakura – O que foi e o que podia ser”

  1. Ha, curioso, acho que você esperou demais de algo do qual não se deveria esperar nada. Pra mim o saldo foi bem positivo, o anime foi trash, mas tão trash, que acabou divertindo um pouco por conta disso… E agora HOTLINE trouxe esse Sparrow’s Hotel, que também estou achando legalzinho. É o pior anime das quase vinte estreias que estou acompanhando? Sim, de longe, mas tem que levar em conta as condições dele.

    E, ah, Ishida tinha dois minutos de duração contando com a abertura; sem a introdução e a música, cada episódio durava só um minuto, pouquíssima coisa…

  2. jah que estamos falando de comedia nonsense de curta duração, tem tb o senyu que eu achei melhor e mais engraçado que o ishida

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