Primeiras Impressões: Suisei no Gargantia

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O roteirista Gen Urobochi (Madoka Magica, PSYCHO-PASS) virou uma grife. Tudo que envolve seu nome é imediatamente colocado como a próxima grande maravilha do mundo dos animes. E isso não é bom. Afinal, se o público bota esse hype, é capaz da produção do anime também botar e até o próprio roteirista começar a acreditar em sua onipotência como escritor. Suisei no Gargantia sofre com isso… mas vamos por partes.

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O anime começa com muito bla bla bla, mas muito mesmo. Eu sou fã do gênero mecha e queria ver mais robôs em ação do que um monte de instruções militares em uma enxurrada de novas informações desnecessárias. Mas, tudo bem, apesar de chato, o motivo era mostrar a apatia do nosso protagonista frente a tudo e todos. Um menino que nasceu e cresceu como um soldado nessa guerra espacial entre humanos e a raça alienígena conhecida como Hideous.

No entanto, estou eu lá, vendo uma batalha supostamente épica e fundamental para a sobrevivência da humanidade e não estou com nem um pingo de empolgação. Será mais um recurso para fazer o espectador sentir na pela o que o protagonista sente em relação a tudo aquilo? Independente disso, era chato e eu queria que acabasse logo… até porque as escolhas de design dos robôs e do péssimo uso de 3DCG estava começando a me incomodar.

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A primeira metade do episódio acaba com Red, o protagonista apático a tudo e a todos, expressando sua primeira emoção ao ser sugado para dentro de uma fissura no tempo-espaço. Ficando imerso em um sono induzido pelo sistema de seu robô, o menino acorda em um ambiente bem distante do qual estava acostumado: em uma oficina, com um monte de pessoas falando uma língua estranha… mas eles parecem humanos.

A sequencia que se segue, do choque cultural entre os habitantes dessa nova região e Red foi o primeiro momento em que eu tive interesse no que estava acontecendo pelo episódio. Muito provavelmente por causa de Amy, que será a mocinha da história, ser uma pessoa bem carismática.

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Red tenta fugir da oficina e, quando consegue, seu robô cabeçudo, chamado Chamber, faz uma varredura no ambiente e revela que eles estão na T[…], não não vou estragar essa única “surpresa” pra vocês… quer dizer, se você leu a sinopse você já sabe… mas vamos supor que não e… ah, deixa pra lá. Eu achei esse gancho para o próximo episódio tão ridículo que dá até vontade de dar o “spoiler”.

Mas bem, Suisei no Gargantia esbanja uma boa produção técnica. As partes em animação tradicional são muito bem feitas e o design dos personagens, apesar de um pouco genérico, tem seu charme. Além é claro de toda a direção de arte e de efeitos visuais ser muito competente… tirando o 3DCG que… bem… eu já comentei antes e tá uma bosta.

A situação montada, por si só, já é interessante e irá garantir que eu assista mais alguns episódios, mas se a série não empolgar nos próximos, terei que largar, por mais bonita que ela seja.

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Suisei no Gargantia parece aquele anime que quer morder algo maior do que sua boca pode suportar. Um roteiro que parece querer mostrar uma conjuntura espacial mais grandiosa do que o padrão, mas que parece que não conseguirá encontrar maneiras de passá-la para o espectador. Uma parte técnica que tenta construir um universo belíssimo, bem animado e “vivo”, mas que acaba pecando em pontos chaves, como no design do robô e a 3DCG falha.

Não posso dizer que esse episódio foi excelente, principalmente se tratando de um primeiro episódio. Não empolgou, nem no seu final. Faltou emoção, faltou criar aquela catarse entre o espectador e o universo a ele apresentado. Por sorte, como disse, o cenário criado por Urobochi é interessante por si só e vai garantir que pessoas assistam mais episódios, ainda que por fidelidade ao autor, mas espero que melhore… pois precisa.

Outras opiniões em:

>> Argama

>> XIL

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Sobre Diogo Prado

Tradutor, professor, host do Anikencast, apaixonado por quadrinhos, apreciador de jogos eletrônicos e precoce entendedor de animação japonesa.

Você pode me achar no twitter em @didcart.

O roteirista Gen Urobochi (Madoka Magica, PSYCHO-PASS) virou uma grife. […]

15 thoughts on “Primeiras Impressões: Suisei no Gargantia”

  1. Eu achei um saco a primeira metade. Poderia ter sido melhor… A segunda metade parte do anime me mostrou um background bem legal. Não gostei do robô, do designer, mas a ideia do anime parece legal. Eu gostei da Amy >.>

    A parte em que o robô começa a tentar decifrar nosso idioma é muito interessante, eu gostei daquilo. E a cena em que a Amy consegue escapar e então o garoto (esqueci o nome T-T) vai tentar pegar ela de novo e dá um corte para as armas apontadas para ele foi bem legal, poderia ter fechado ali, e o episódio seria mais interessante. Mas então vêm o robô e eu achei que fraquejou tudo.

    Mas vou confiar no desenvolvimento da série, concordamos que independente do hype, Gen Urobochi é um cara que impressiona. Ele está sobre uma enorme pressão, muita gente espera muito dele, isso pode ser ruim… Ou bom. Digo que o único ponto ruim foi a parte ‘mecha’ do episódio, para mim. No mais, foi muito bem feito por ele. Todo o background, a força que esse cara tem para fazer personagens fortes (que marcam você com poucos segundos) é impressionante. Vou confiar que essa obra irá melhorar, o cara tem talento… Suas obras são todas dignas de Oscar… (Calma garoto…)

    Vamos Gen Urobochi, me impressione!!!!

    1. Que bom, amiche… da próxima vez diga porque achou uma porcaria para podermos aproveitar de alguma maneira seu comentario.

    2. Se você se refere a minha, tem razão, sou um merda, mas eu tento. É um inicio a critica, tenho anos de estudo e experiencia para cumprir ainda.

      Agora, se for para a do Diogo… Gostaria de ver você fazer uma critica melhor. Para mim o ele é um dos melhores em expor o pontos bons e ruins de uma série, se você consegue ser melhor, vamos lá, nos mostre uma boa critica. 😀

  2. Eu não sou de me importar muito com produtor, diretor ou coisa assim e fui assistir esse anime sem preconceitos ou espectativas e gostei bastante.

    O design das naves é bem fraco mesmo, mas a animação é extremamente colorida e competente. Os personagens não são nada de mais, mas pro primeiro episódio está ótimo e eu gostei da história. Achei um anime divertido de ficção, que não é nada mais do que eu espero. Se continuar assim, serei feliz.

    Acho que foi a melhor estréia da temporada dos que eu vi, mas ainda tenho que ver o Kyojin.

  3. Achei o episódio de estréia muito bom, fiquei animado em acompanhar.
    Com relação à contextualização do universo e a batalha no primeiro bloco, sinceramente não tenho nada à reclamar, já assisti coisas mais chatas, e este achei até interessante. Comparando com as batalhas de Yamato por exemplo, realmente não é tão empolgante. Mas acho que nada comprometeu. Mesmo o design e a animação dos mechas, sei que poderia ser melhor, mas está ok do jeito que tá, já considero suficiente.
    O segundo bloco foi mais divertido, com o protagonista tentando entender o que aconteceu e aonde ele foi parar, e o “choque cultural” que ele teve com a raça primitiva.
    Bem, se vai ser um anime épico e marcante, não sei, provavelmente não. Mas dificilmente será uma merda, como muitos animes por ai..

    1. Será que ter um bloco inteiro apenas para explicar o porque dele ter ido a terra não é um pouco exagerado? Bem… Talvez seja assim porque lá para o final eles podem entrar em uma batalha no céu. Não sou um cara que entrou tanto no mundo mecha, mas esse inicio não seria bem clichê? De qualquer forma eu vou acompanhar, com o segundo episódio fiquei mais confiante em acompanhar.

      1. Ah, sei não hein.. eu particularmente curti esse primeiro bloco que vcs consideram “enrolado”. Todo desenvolvimento da batalha pra culminar na mal sucedida volta do protagonista pelo wormhole, valorizou o desenvolvimento da segunda parte. A terra era até então uma coisa lendária pra ele.
        Não acho o uso de clichê ruim.

        1. Vendo por essa lado, de fato. Mesmo que tinha sido um grande tempo apenas para explicar o porque dele ter vindo a terra, isso deu um melhor tempero para a segunda 😀

          Não acho o uso do clichê ruim, de forma alguma, era só uma dúvida 😀

  4. Assisti ao primeiro episódio hoje. Realmente, a primeira metade ficou arrastada demais. Aquele monte de explicações técnicas sucessivas tiraram boa parte da emoção que a batalha poderia ter, e sem acrescentar nada em troca – eu não creio que saber o nome das armas e manobras vá contribuir para o desenvolvimento da história. Não sou fã de mecha, mas tenho que concordar que as naves ficaram feinhas mesmo. Já o mecha do Red ficou legal, apesar de ser meio genérico (lembrei de Metabots, rss).
    Já a segunda metade foi mais interessante. Ri litros com o Chamber “traduzindo” os xingamentos dos nativos, hehe. Mas, ao contrário da maioria por aqui, eu não fui muito com a cara da Amy. As roupas, os olhos, o bichinho de estimação… Tudo nela grita “olhe como eu sou adorável! Como você pode não gostar de alguém tão kawaii como eu?!”. Isso meio que cria uma aura de “coisa forçada” ao redor dela, o que me impediu de simpatizar com a personagem. Ao menos por enquanto.
    Sinceramente, acho que o anime vai focar mais na parte da adaptação do Red a essa nova vida no planeta do que nas batalhas de mechas. E eu espero mesmo que seja assim. Terminei o episódio com vontade de saber como ele irá reagir ao novo ambiente – e como o ambiente e seus habitantes irão reagir a ele. Acredito que mais batalhas intergalácticas possam ocorrer no futuro, mas espero que os produtores repensem o modo de animar essas sequências. Do jeito que a coisa está, elas vão acabar afastando espectadores da série caso sejam frequentes.

  5. Cara, pra mim levando todos os animes dessa temporada em consideração, o que mais me animou foi Suisei no Gargantia, não pelo fato do roteirista famoso, mas porque para apresentou finalmente um ambiente onde temos robôs que se comportam como robôs, não olhei muitos animes de tema mecha, então n posso realmente afirmar isso, porém os robôs não apresentam um DESING DIFERENCIADO, e sim um design simples e padrão, como um robô de guerra deve ser, ele n deve chamar a atenção e nem desperdiçar dinheiro com enfeites, afinal… eles estão em guerra.
    A “engenharia do robô para mim também faz sentido, já que me pareceu difícil comandar o robô, e ele se movimenta vagarosamente como se realmente ele fosse uma imensa maquina mecânica, não acredito que ele quis mostrar ação, e não creio que esse será o foco do anime, ele tentou retratar a guerra no espaço como ele realmente imaginou.

  6. “O roteirista Gen Urobochi (Madoka Magica, PSYCHO-PASS) virou uma grife. Tudo que envolve seu nome é imediatamente colocado como a próxima grande maravilha do mundo dos animes. E isso não é bom. Afinal, se o público bota esse hype, é capaz da produção do anime também botar e até o próprio roteirista começar a acreditar em sua onipotência como escritor. Suisei no Gargantia sofre com isso… mas vamos por partes.”

    Acho que voce esta bem mal informado, imagino que nao sente responsabilidade nenhuma ao criar esses posts, ja que uma afirmação um pouco pesada com uma sustentação fraca.

    Primeiramente, a opnião que se da em relação ao Urobuchi hoje em dia é totalmente contraria a afirmação de que o proximo trabalho dele é colocado como a “Proxima grande maravilha do mundo”, por causa da repercussão de Madoka, houve uma criação de proporção de haters, principalmente na blogsfera, pode se perceber muito com gente concordando com o comentario de que em Psycho Pass ele é um “Universitario bebado de ego inflado”, ou seja, uma falacia comum que é o Ad Hominem, obviamente afirmações totalmente tendenciosas provavelmente influenciadas por alguma aversão que envolva Madoka.

    Segundo, as vendas dizem o contrário, Psycho Pass não foi um sucesso so pelo nome dele, muito menos um anime cultuado, Fate/Zero foi um sucesso por causa de ser uma obra da Type Moon em parceria com a Ufotable, alem de carregar o peso da franquia de Fate/Stay Night das VNs que influencia até hoje (A Light Novel vendeu bem pelos mesmos motivos, so que sem influencia da Ufotable).

    Terceiro, quem realmente conhece ele são dos trabalhos dele em Visual Novels, que em sua maioria são traduzidos para o ingles, e muito bem criticado pelos fãs de VN.
    Outro fato é que, mesmo nas entrevistas com o Nasu, ou com os produtores de Madoka, em nenhuma situação ele se mostrou arrogante, a unica ambição dele nos animes, segundo o mesmo, é tentar redirecionar a industria dos animes como agradecimento ao companheiro que ajudou ele a entrar no negocio.

    E isso é algo independente de opnião, gostando ou não gostando dele.

  7. Gostaria de saber qual a opinião de você(s) sobre os demais episódios da série. Eu achei que o comecinho do primeiro episódio foi entediante, mas longe de passar das críticas feitas aqui. estou achando essa história muito boa. ^^

    1. @M.Sk.

      Rapaz, provavelmente faremos um post de conclusão para essa série. Fique no aguardo.

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