Analisando “Another” (JBC)

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Há exatos um ano o anime de Another estreou no Japão e logo chegou ao resto do mundo conquistando um enorme número de fãs. O gênero de suspense estava um tanto quanto esquecido e Another, apesar de ter desandado um pouco em seu desenvolvimento, veio a saciar tal ausência. O mangá chegar ao Brasil, visto o sucesso do anime por entre os fãs daqui não é nenhuma surpresa. Resta saber, no entanto, se vale a pena.

Em Another, nós acompanhamos a história de Kouichi Sakakibara, um menino que acaba de ser liberado do hospital e está prestes a começar em sua nova escola, a mesma que sua mãe e irmã frequentaram, mas que ele não pois morava em Tóquio. Acontece que no passado, nessa mesma escola, na mesma turma em que Kouichi vai ingressar, existia um menino chamado Misaki que acabou morrendo no meio do ano letivo. Seus colegas de classe da época decidiram então continuar sua rotina como se nada tivesse acontecido e como se Misaki ainda estivesse entre eles. Hoje em dia, 26 anos depois, a carteira do menino continua no mesmo lugar, intocada e o novato Kouichi diz conseguir ver e conversar com ele… mas é uma menina. Ao mesmo tempo, parece que seus colegas sabem mais do que mostram para o menino. Se tudo já não fosse muito estranho, o sobrenome de Kouichi parece ter algo a ver com essa história macabra.

É interessante fazer uma sinopse de algo sabendo como tudo vai acabar. Parece que você está falando coisas imprecisas, por isso copiei a sinopse que fiz quando assisti ao primeiro episódio do anime. Assim fica mais fácil.

Another é uma história que começa um tanto lenta, mas eu chutaria dizer que propositalmente, para incluir o leitor naquele universo e dar o tom de serenidade do interior do país, da chegada em uma nova cidade, do ritmo lento em que tudo acontece. E, também, mostrar ao leitor a estranheza e a tensão que o protagonista sente frente àquela situação estranha.

Sim, o mangá te prende tanto quanto o anime. Você é sugado para aquele universo e o interesse é gerado em toda aquela situação. Você quer saber o que está acontecendo, você quer saber se Misaki Mei existe ou é de fato um fantasma, você quer saber o que os outros sabem e não estão contando, você quer continuar lendo! Isso é um ponto que me agradou muito no anime e que, pelo visto, continua no mangá. Uma história de suspense precisa disso.

Preciso também destacar a arte como ponto positivo do mangá. O estilo de Hiro Kiyohara torna o mangá mais visualmente interessante que o anime, o que é um ponto bastante positivo e que justificaria acompanhar a história pelo mangá já tendo visto o anime. Mas uma ressalva se faz necessária.

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Quando comentei sobre o final do anime, minha maior crítica foi quanto ao desenvolvimento da série. Como quando a coisa deveria ficar tensa, o anime deixava arrastada, arrastou tanto que parece ter sido forçado a concluir tudo às pressas nos episódios finais. Consideremos então que esse primeiro volume compreende três episódios do anime, se o anime tem 12, isso corresponderia a quatro volumes, exatamente o que o mangá tem. Isso me deixa apreensivo. Se no anime a coisa ficou arrastada,então  no mangá tem risco de ficar também, não?

Sim e não. É bom tranquilizar os leitores dizendo que isso não passa de uma suposição. Pode ser que o roteirista do mangá seja mais competente que os roteiristas do anime, o que não é difícil, tendo em vista a forma como é feito um anime. O que deixaria a história melhor distribuída e com uma narrativa mais concisa. E eu espero que seja assim que aconteça. Já vi pessoas comentando como o mangá era melhor desenvolvido que o anime e torço por isso.

Outro ponto positivo é o trabalho de edição da JBC. A editora deu um tratamento especial para o mangá, trazendo uma capa num material diferente, mais fosco, e páginas coloridas em papel couché! Esse tratamento diferenciado tem se mostrado como uma constante nova abordagem da editora para alguns títulos e eu apoio muito tais iniciativas. Junte a isso um bom trabalho de tradução (que tem sido padrão nos mangás atuais) e uma boa impressão (principalmente nos títulos da JBC) e temos uma edição bem caprichada. Minha única crítica seria ao corte do papel, ficou sobrando papel em cima e embaixo além de que na parte da cola, parece que comeu mais do que devia. No entanto, sei que isso é mais problema da gráfica do que da editora, mas fica o toque. No entanto, isso não compromete em nada o aproveitamento do mangá.

Ao terminar de ler o volume 1, eu fiquei sim com vontade de ler o 2, mesmo já conhecendo a história. Isso então deve ser sinal de que eu recomendo que vocês façam o mesmo. Acho que vale a pena sim ler o mangá e acompanhar a história desenvolvida por outras mãos em uma outra mídia. O tratamento dado a ela está muito bom também. Compre o volume 1, se gostar, já vá e compre o volume 2 (que já se encontra nas bancas). Se nunca viu o anime e quer um mangá de suspense para ler, vá e garanta o seu.

Another

Editora JBC
Mensal
4 volumes
Finalizado no Japão
Capa fosca
190 páginas + 4 coloridas
papel brite 52g
formato de 13,5 x 20,5 cm
R$ 13,90

Sobre Diogo Prado

Tradutor, professor, host do Anikencast, apaixonado por quadrinhos, apreciador de jogos eletrônicos e precoce entendedor de animação japonesa.

Você pode me achar no twitter em @didcart.

Há exatos um ano o anime de Another estreou no […]

2 thoughts on “Analisando “Another” (JBC)”

  1. Completei Another, vi o anime e os Ovas. Não é “Oh o melhor do mundo” mas a historia é boa. A arte do mangá é bonita também.

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