Analisando “Level E” (JBC)

level E capa

Não se enganem pela capa de tom sério e com a imagem de um aspirante a Isaac NewtonLevel E não é nada sério e não tem nada a ver com física. Na verdade, não tem nada a ver com nada.

Yoshihiro Togashi, para quem não conhece, é o autor que fizeram (e de certa maneira ainda fazem) muito sucesso, YuYu Hakusho e Hunter X Hunter. Porém após o final de Yuyu (1994) e do início de HxH (1998), o autor tentou emplacar um outro título, muito menos conhecido e divulgado, Level E (1996).

Um dia, um cara cabeludo aparece no novo apartamento de Tsutsui dizendo ser um alien que perdeu a memória. Acontece que, de fato, ele não só é um alien, como também é o príncipe do planeta Dogra e possuí uma das mais brilhantes mentes do universo. Infelizmente, sua personalidade doida e maliciosa ofusca tudo isso. Ele não mede esforços para manipular pessoas para seu bel prazer. Tsutsui acaba se metendo no meio de toda essa maluquice… assim como o leitor.

Apesar deste ser o plot inicial da história, não quer dizer que ela tomará um rumo sério, abordando questões psicológicas e cheia de elementos sci-fi. Level E é um gag mangá disfarçado de um shonen. E muito mal disfarçado, diga-se. Pra começar, a piada começa no estilo de arte adotada por Togashi. Muito pesada, recheada de sombras. Tudo isso para contrastar com o tom leve da história e da interação de seus personagens. O mangá tenta parecer sério (vide a capa), mas não é… nem um pouco… e faz disso sua primeira piada. As outras, ficam a cargo da loucura do príncipe alien e sua busca para evitar o tédio.

O mangá teve apenas 3 volumes publicados e seus capítulos se conectam de forma episódica, quase independente e sem um plot único guiando tudo. No entanto, isso só vem a colaborar com a graça do mangá. Pois isso, de fato ele é. Me peguei rindo em várias partes, as piadas tem um timing muito bom. Não dá pra negar que é um mangá divertido. Simples e eficiente, eu diria.

Level E foi adaptado em 2011 para um anime de 13 episódios numa parceria entre o famoso estúdio Pierrot (Naruto, Bleach) e David Productions (Ben-to, Jojo’s Bizarre Adventure) e nesse último final de semana chegou ao Brasil pelas mãos da Editora JBC. O trabalho nessa edição ficou competente. Já faz algum tempo que as editoras, principalmente a JBC, começaram a dar uma atenção maior ao seu material, o que é uma excelente notícia para os leitores. Qualidade de impressão e tradução continuam tão boas como tem sido o padrão atualmente, apenas deixando ao papel usado o ponto negativo da edição brasileira. Até a capa eles mantiveram o mais fiel possível à original japonesa.

Considerando que o mangá tem apenas 3 volumes e diverte, eu recomendo. Fico curioso para tentar entender o porquê da série não ter durado mais quando estava sendo publicada no Japão. Talvez os fãs esperavam um novo YuYu Hakusho e receberam um Level E completamente nada a ver. É, faz sentido se pensarmos no sucesso que HxH fez…

Sobre Diogo Prado

Tradutor, professor, host do Anikencast, apaixonado por quadrinhos, apreciador de jogos eletrônicos e precoce entendedor de animação japonesa.

Você pode me achar no twitter em @didcart.

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9 thoughts on “Analisando “Level E” (JBC)”

  1. É muito bom ver análises de primeiras impressões sérias. Diferente de outro site popular que só se presta a desmoralizar a imagem da JBC mesmo com o esforço da editora em oferecer maior qualidade ao consumidores agora com o Cassius Medauar. Fazem isto só porque a editora não dá exclusividades aos “profissionais” do site.

    Se aceita uma dica, da próxima vez tire algumas fotos das páginas para os leitores conferirem a qualidade do papel e impressão. Até mais.

    1. @Waris

      Eu estava com a câmera do celular apenas. Tirar com ela não seria grande coisa. Mas já já pego minha câmera de volta e as coisas voltam aos eixos! E que bom que gostou!

    2. Concordo totalmente. Tava faltando reviews sobre mangás, no lugar disso o que temos visto nesses lugares são reviews(tendenciosos) sobre editoras.

      Ótimo post e nessa semana mesmo Level E já estará na minha prateleira.

  2. mto bom esses reviews de mangás q estão saindo no Brasil, pois assim a gente tem uma ideia melhor do q comprar!

    1. @Cassio

      Essa é a ideia. Temos que dar atenção ao mercado nacional agora que ele está nos dando (pelo menos alguma) esperança de que está querendo melhorar.

  3. Gostei, se não fosse esse Review eu não teria criado interesse. Essa é realmente uma ótima ideia.

    Eu não gosto muito quando ficam atacando a JBC, nem tudo é ruim lá. Pelo menos eu não me decepciono tanto, perante ao que muitos falam pela internet (Tirando a tradução do Fairy Tail, a qual algumas partes ficaram nojentas ¬¬). A JBC está, acredito eu, fazendo o melhor que pode, e conforme o publico ‘otaku’ interessados em comprar mangás aumente, a JBC vai começar a dar mais importância ainda.

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