Primeiras Impressões: BAKUMATSU GIJINDEN ROMAN

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Eu demorei para fazer as primeiras impressões de Bakumatsu Gijiden Roman, estava querendo ver o segundo episódio para poder ter uma opinião mais concreta. Acontece que ao assistir ao primeiro episódio, eu saí pensando que havia gostado do que vi, mas algo estava errado, tinha ficado com um gosto amargo na boca. Algo não estava certo. Vendo o segundo episódio, fica claro pra mim o que era.

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Manjiro é um tipo de faz-tudo da cidade onde mora. Passa seus dias ajudando as pessoas com as mais variadas atividades em troca de algumas moedas. Porém, é a noite que exerce sua principal atividade, e se transforma em Roman, o Recuperador! Roman é o super-herói do povo, vai atrás do que lhes fora tirado injustamente por políticos e outros homens poderosos. Sim, o Robin-hood da Era Edo.

A história é simples, mas é para ser assim mesmo. Nada de complicações desnecessárias. Apenas o bem contra o mal. Até aí, nada demais e nada de menos. A coisa começa a complicar quando olhamos como essa história é conduzida. Estamos diante de um claro exemplo de anime que tenta se mostrar para um público X, mas na verdade é para um público Y. Nesse caso X sendo os espectadores mais velhos e Y sendo as crianças.

Bakumatsu chega com o character design do renomado Monkey Punch, criador de Lupin III, mas sem as qualidades desse. Lupin III é bom pois é um anime que agrada a todos! É divertido, tem ação, é inteligente, é simples… sua multiplicidade de características o faz uma série que constantemente é revisitada por vários e vários autores diferentes. Bakumatsu tenta seguir essa linha, mas falha.

Ele começa bem, com um character design clássico, uma animação que nos lembra os anos 90 e uma trilha sonora que remete a animes dos anos 80. O pacote tá bonito, mas o conteúdo não.

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A história é conduzida como um anime infantil genérico. As piadas a principio podem parecer seguir o jeito nonsense de ser, mas quando olhadas com mais calma são sem nenhuma substância e repetitivas. Se o anime tivesse um bom plano de fundo para tudo isso, vá lá, mas não tem. A história é conduzida por gags atrás de gags e, as vezes, pequenos momentos de ação. Só que nenhum deles se mostrou interessante.

Sim, se eu fosse uma criança eu ia adorar esse anime, mas ele não se propõe a ser um anime de criança. Passa na madrugada e traz elementos que claramente apelam para um público mais adulto… mas falha, mais uma vez, nisso. É um anime infantil que não quer ser infantil. Lupin III é um anime infantil e adulto ao mesmo tempo, Bakumatsu não. Não há problema nenhum em ser um anime infantil, contanto que saiba que é para este público que você está falando e trabalhe bem suas limitações. Bakumatsu não faz nem um nem outro.

Fico triste, pois gostei do primeiro episódio, mas odiei o segundo e sei que foi porque vai ser a mesma coisa sempre. Espero estar enganado. Espero que ele se mostre mais do que um anime moleque que quer ser grande, mas infelizmente é isso que parece que vai acontecer.

Se você assistiu ao primeiro e ao segundo episódio e gostou, vá em frente pois não deve mudar muito disso, mas se ficou com um gosto amargo, como eu, pare e parta pra outro. Um desperdício de uma boa trilha sonora.

Sobre Diogo Prado

Tradutor, professor, host do Anikencast, apaixonado por quadrinhos, apreciador de jogos eletrônicos e precoce entendedor de animação japonesa.

Você pode me achar no twitter em @didcart.

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7 thoughts on “Primeiras Impressões: BAKUMATSU GIJINDEN ROMAN”

  1. Eu tava pensando em ver esse anime, ja que assino a crunch e la não tem muitas opções.

    Mas nem quero mais ver :p

  2. Aw, que pena, era o único que eu havia pensado em assistir além de Chihaya 2. Não curto animes muito rasos (não que eu só goste de “séries inteligentes”, mas um plot interessante é essencial, seja qual for o estilo do anime), então vou passar. Pelo visto essa vai ser mesmo a temporada de botar a velharia em dia, rss.

    1. Uma lagoa não parece ser tão profunda até que você mergulha nela. Devia dar uma chance pra ver o que acha e tirar as próprias conclusões, livre de preconceitos e idéias pré estabelecidas, ao invés de seguir cegamente os comentários mundo à fora.
      A maneira como a coisa toda é contada parece excelente se levar em consideração que isso é primeiramente uma comédia, o que explica os anacrônismos entre outros pontos que outras pessoas críticam.

  3. Bem, honestamente, animes que são a mesma coisa sempre não são uma coisa ruim necessariamente. Veja o exemplo de Trigun, que os primeiros são a mesma coisa sempre e quando muda, muda pra um tom extremamente pesado (e na minha opinião, muito pior). O status quo muitas vezes serve pra dar uma ênfase ainda maior quando acontece a quebra de paradigmas e pode ser o que vai acontecer aqui (aliás, tenho quase certeza que vai acontecer, nem que sejam nos episódios fatídicos).

    1. Na boa… Trigun foi uma obra de arte, mantendo-se descontraido, mas mostrando o que tinha que mostrar até que se fez necessário aprofundar mais na história para dar nomes aos bois e fechar a trama como deve ser. Não é perfeito, admito, mas teve um final digno, como muitos outros hoje em dia não tem, ou, levam a vida toda pra receber e mesmo assim não chegam nem a 1/4 do que ele foi.
      Sim, essa série parece que tem uma reviravolta programada, mas nota-se tão claramente o estereótipo comédia em seu semblante, que mesmo durante o climax tenso da trama nós só vamos conseguir rir de toda a merda.

  4. Nojo…
    O anime é legal. Divertido e nosense como uma bo comédia pra descontrair deve ser, com momentos de ação tão sem pé nem cabeça quanto todo o resto, pra divertir ao mesmo tempo em que vibramos com as palhaçadas estupidamente “improvisadas” pelas personagens. No Ep 2 nota-se um pequeno apelo ao drama, que se faz necessário para que a estória possa seguir uma linha. Por essas e outras, digo que sim, vale a pena, mesmo que não seja algo original e inovador (Tantos outros não o são e mesmo assim fazem sucesso).
    Quanto a crítica de merda do pseudointelectual que escreveu a matéria, ela é mais infantil e sem substância do que diz ser essa séria, visto que ela se baseia em “achos” e “pra mims”, sem o menor pingo de imparcialidade, ainda comparando a obra a outras similares (Mas não a mesma), que fizeram sucesso no passado. Comparações devem ser feitas sim, mas é preciso saber fazê-las e ter, acima de tudo, senso crítico para utilizá-las, do contrário, elas viram essa porcaria que os brasileiros chamam de “informações” que a mídia veicúla.
    Tenho certeza que serei crucificado e expurgado pelo que disse, mas como diriam nossos avós: Se a carapuça serviu…

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