Analisando: K-ON! O Filme

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Quase um ano se passou, mas felizmente nós, ocidentais, tivemos acesso ao filme de K-ON!. Lembro de ter lido a notícia do anúncio do filme e posteriormente ter assistido ao blu-ray do show ao vivo das dubladoras em que tal anúncio foi feito… tudo isso fazendo o hype crescer pois, afinal de contas, eu havia me tornado um fã da série.

Com a chegada do blu-ray do filme em terras nipônicas, o filme chega a nós também e eu pude conferir em alta-definição, numa grande TV, sentado numa confortável poltrona, o “retorno” das membros do clube de música leve.

Para descartar logo comentários sobre a parte técnica, se a série já era muito bem feita, o filme levou isso a um nível ainda melhor. A animação está extremamente fluida, cenários belíssimos e uso inteligente de CG. Precisa de mais alguma coisa no quesito técnico? Não, né? Então avançando…

No filme, as meninas estão prestes a se formar e querem fazer algo de diferente nos seus últimos dias na escola. Decidem então embarcar numa viagem de formatura para Londres, o berço de grandes músicos. Ao mesmo tempo, as quatro veteranas quebram a cabeça para criar uma música de presente para Azusa, sua caloura que ainda ficará um ano na escola, longe delas. Claro que com elas, nada pode sair de maneira fácil. Nem a viagem, nem o presente.

A primeira coisa que me chamou a atenção no filme não foi algo bom. Na verdade, foi algo que me deixou um tanto apreensivo no começo… o filme demorou pra engrenar. Demorou bastante até. Se você assistiu ao trailer ou leu alguma sinopse, sabe que o foco do filme seria a viagem para Londres… mas até elas decidirem ir, passaram-se cerca de 20 minutos e até elas irem de fato se foram já quase 40 minutos. Quase metade do filme (de um total de 110 minutos aproximadamente excluindo créditos finais) se passa sem chegarmos no plot central. Tudo isso para a parte de Londres durar só mais 40 minutos e ainda termos 20 minutos para se resolver o plot da Azusa e dos últimos dias na escola.

Essa é minha crítica negativa ao filme. Parece que os produtores e diretores esqueceram que migraram para uma mídia diferente e trataram do filme como um grande episodiozão da série, o que ele não é. Por causa disso, a distribuição de tempo ficou um tanto quanto problemática. Mas ao mesmo tempo nós temos um exagero na ambientação do espectador que parece que o filme tentou agradar também a quem não viu a série. E essa indecisão de ser um filme pra quem viu a série ou ser um filme por si só deixa toda a organização um tanto confusa.

Mas tudo bem. Como eu disse no meu post sobre o porquê deu gostar de K-ON!, o foco da série é no feeling, na sensação de ligação que o espectador tem com as personagens e isso, sem dúvida ainda está presente nesse filme. Temos situações de comédia intercaladas com situações corriqueiras do dia-a-dia como foi com a série, fortalecendo assim os “laços” com o espectador.

Falando nas personagens, eu gostei bastante da forma como elas foram introduzidas numa situação fora do lugar comum, tendo que “sobreviver” num país estrangeiro e as situações cômicas em que isso resulta, como elas serem confundidas com uma banda convidada na abertura de um restaurante japonês.

Pegando o gancho daí, vale reparar também no choque cultural pelo qual elas passam. É engraçado ver, por exemplo, que a maioria delas nunca foi a um restaurante de sushi e que aproveitam a ida a Londres para entrar em um (mesmo que saiam de lá sem nada no estômago). Para muitos ocidentais, sushi é prato corriqueiro para os japoneses, o que não é bem verdade.

E falando na parte cultural, eu achei muito bem feita a reprodução de Londres. Seja no character design diferente para os ocidentais, seja nos veículos, seja no cenário… ficou tudo muito bem feito. Achei legal também o fato das personagens terem que falar inglês em vários momentos. Fico irritado quando em animes as pessoas viajam pra fora e continuam falando japonês normalmente.

Sendo bem sincero com vocês, se não viram a série, não percam tempo vendo o filme, não terá tanta graça. E se não gostaram da série, não vejam mesmo o filme. Mas se você gostou da série, assim como eu, assistam e curtam o momento. Dificilmente teremos algo novo de K-ON tão cedo, se é que teremos um dia.

Sobre Diogo Prado

Tradutor, professor, host do Anikencast, apaixonado por quadrinhos, apreciador de jogos eletrônicos e precoce entendedor de animação japonesa.

Você pode me achar no twitter em @didcart.

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5 thoughts on “Analisando: K-ON! O Filme”

  1. Bem legal o post!
    Eu tamben achei que o filme ficou um pouco longo…
    Mas assisti tão empolgado que nem me importei hehe
    Mas se você prestar atenção o filme da mais pistas sobre o passado da sawako-sensei… bem “talvez” em um futuro distante tenhamos pelomenos um OneShot contano a historia do clube musica leve que tocava metal hehe…

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