Coluna do Fred: Um breve Bakulove…

Bakuman é um mangá que, pro bem ou pro mal, sempre se destacou. Dos mesmos autores de Death Note, mas com uma temática mais leve e shonen, Bakuman sempre teve essa “aura” de algo diferente. Na mesma revista você tinha Naruto, One Piece, Toriko, Bleach e… Bakuman? Um mangá sobre mercado de mangás?

Vindo do pedigree de Ohba e Obata não dava pra esperar que fosse algo normal, mas sem dúvida o resultado quebrou qualquer expectativa possível. Apesar de ser uma quebra de paradigmas na revista, ainda tínhamos todos os clichês de mangás para garotos: Garoto com um sonho e um familiar como ídolo, faz promessas, lutando e se tornando bom naquilo que faz, a procura de ser o melhor. Quem quiser fazer um resumo porco sobre um mangá da Jump pode falar isso da maioria das séries. Só faltou o pai do Mashiro se revelar o Akira Toriyama no fim pra ser derrotado numa batalha mangá em seguida.

Mas com o tempo Bakuman se mostrou muito mais que isso e nunca se limitou a ficar só nesse marasmo. Ainda que os personagens tivessem seus objetivos bem definidos e que, apesar de haver algumas adições, continuam se mantendo até o fim, sempre houve a variação necessária para que o mangá mantivesse o interesse dos leitores. Vemos os personagens crescendo, conhecendo novas pessoas, tendo felicidades, tristezas, desilusões, amando e chorando.

Isso é o que sempre foi o grande pulo do gato na série: O sentimento de se importar com os personagens. Todo mundo gostou de saber mais sobre como funciona o mercado editorial da Shonen Jump, coisas e metodologias que ninguém sabia e, considerando como japoneses são reservados, nunca seriam ditas, mas sem ter as personalidades que carregam as páginas do mangá, como Shujin, Eiji e Hiramaru, a série não duraria o quanto durou. Curiosidade inicial pode te levar até tanto e Bakuman conseguiu uma grande façanha de ser um mangá com uma temática completamente underground e com rankings iniciais bem baixos, conseguir não só fazer um sucesso razoável como se tornar um dos pilares que categorizavam a Jump.

Bakuman já acabou e mesmo tendo um final corrido e completamente do nada, conseguiu fazer aquilo que os personagens tanto queriam: Mudar a Jump, ainda que por pouco tempo. O próprio mangá deles era a realização do objetivo dos personagens e isso é algo que merece todo respeito. O caminho pode ter sido duro,  especialmente na parte que eles tentaram fazer o mangá de comédia, mas no fim das contas, foi uma corrida que valeu a pena.

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*Este post faz parte do #JumpWeekend, evento dos blogs para comemorar os 44 anos da Shonen Jump!

Sobre Fred

I'm a very twisted person. Gosto de animes e mangás por boa parte da minha vida e comentar sobre isso é sempre um prazer... Desde que eu tenha algo útil pra falar. Afinal, Dirac já dizia: "Eu não começo uma frase sem saber como ela vai terminar". Sou também um quimicuzinho que sabe falar bobagem o suficiente pra parecer inteligente.

Bakuman é um mangá que, pro bem ou pro mal, […]

16 thoughts on “Coluna do Fred: Um breve Bakulove…”

  1. Bom, o post define o que sempre achei de Bakuman: uma coisa diferente na torrente de battle shounens, apesar de carregar algumas características do gênero. Acho que foi um dos poucos mangás que me deixava ansioso para Ler o próximo capítulo.
    Mesmo que a qualidade tenha caído no final, isso não afetou o brilhantismo da obra em si.
    PS: não gostei da última capa….

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