A Revolução de 1911 – O 100º filme de Jackie Chan

Eu tomei conhecimento de A Revolução de 1911 justamente pela chamada que eu coloquei acima: “O 100º filme de Jackie Chan”. Como fã que sou do ator, fui logo procurar o trailer e fiquei encantado com a qualidade cinematográfica do filme. Não via a hora de assistir. A minha opinião após conferir o filme você lê agora…

A História

O filme se propõe a contar como se deu a Revolução Chinesa de 1911 que depôs a última dinastia de imperadores da China dando início a um novo país, mais independente e moderno. Acompanhamos Sun Yat Sen (Winston Chao) em seus apelos à comunidade internacional ao mesmo tempo que acompanhamos Huang Xing (Jackie Chan) nos conflitos internos a mão armada. Ambos com o objetivo comum de liberar a China dos imperadores abusivos e corruptos.

Comentando…

Nossa, quantos personagens… mas é muita gente mesmo! Uma enormidade de referências e personagens históricos que podem atrapalhar a cabeça dos espectadores que não tem algum conhecimento da história chinesa. No entanto, o filme serve bem ao propósito de dar uma aula de história aos que estão assistindo. Parece meio contraditório mas é verdade. É como pegar um livro de história e estudar, só que em formato de filme. Essa opção narrativa acaba por ter consequências boas e ruins. A boa é justamente oferecer ao espectador uma boa noção de como estava a China no início do século XX. A ruim é que essa narrativa histórica fragmentada acaba sendo amarrada por um roteiro que fãs de cinema podem considerar fraco. Muitos dos acontecimentos não tem fim, são simplesmente cortados, muitas dos núcleos parecem não ter tanta importância, etc. Isso acontece porque historicamente as coisas foram assim, mas em um filme, onde uma ESTÓRIA (e eu optei por essa grafia para deixar bem clara a diferença) tem que ser contada, fica um tanto confuso. Porém, devido às grandes atuações do elenco, nós deixamos essa “falha” de lado e ficamos com a atenção voltada para todos aqueles pequenos acontecimentos que juntos formam a Revolução.

Tecnicamente falando…

É nesse ponto que A Revolução de 1911 se destaca. O filme é simplesmente grandiosamente lindo. O cuidado com a cinematografia, aos figurinos, à ambientação, às interpretações… nossa, é tudo muito bem feito. De deixar qualquer fã de filmes de queixo caído. Basta ver o trailer e vocês já terão uma amostra do que eu estou querendo dizer. Destaque também para a trilha sonora que transforma cenas de batalha que por si só já foram magnificamente filmadas e editadas, em grandes cenas épicas. Esse filme já valeria a pena só por sua qualidade e cuidado técnico.

Para fechar…

Esse filme, sem dúvida nenhuma, foi produzido como uma forma de propaganda da China moderna. Não posso garantir para vocês que tudo o que está ali realmente aconteceu da forma que foi mostrado (historiadores e entusiastas de plantão poderiam me dizer), mas a forma da narrativa me passa uma grande credibilidade e isso conta muito. Eu terminei de assistir a esse filme realizado cinematograficamente e intelectualmente. Eu senti que aprendi bastante ao final e isso poucos filmes conseguem fazer. Um resultado que claramente faz esse filme valer a pena.

Se você busca puro entretenimento, provavelmente terá coisas melhores para ver. O próprio Jackie tem filmes melhores nesse sentido. Mas A Revolução de 1911 é um filme denso, carregado de personagens e conteúdos históricos. Para mim, imperdível.

httpvh://www.youtube.com/watch?v=GXNMUh4Ckts

Sobre Diogo Prado

Tradutor, professor, host do Anikencast, apaixonado por quadrinhos, apreciador de jogos eletrônicos e precoce entendedor de animação japonesa.

Você pode me achar no twitter em @didcart.

Eu tomei conhecimento de A Revolução de 1911 justamente pela […]

5 thoughts on “A Revolução de 1911 – O 100º filme de Jackie Chan”

  1. Ótimo filme, para quem gosta de pesquisar, conhecer a história da China é um prato cheio, eu que gosto de conhecer a história os fatos marcantes dos países me senti realizado ao assistir esse filme.

  2. Nossa, parece mesmo muito bom, vou assistir, principalmente por eu ser um entusiasta histórico, quero ver o filme e depois compara com a história registrada, como faço geralmente com esse tipo de gravação, que, como ressaltou, costumam ser propagandas deste ou daquele país/governo. É preciso cuidado ao tomar como verdade o que está na tela, além de que nem tudo é com o intuito de promover algo ou alguém, as vezes fazer mudanças leves (ou nem tanto assim…) é para que fique mais bonito ou interessante ao expectador. Não podemos tomar tudo como maldade ou oportunismo, há coisas que são feitas visando uma melhora, mesmo que acabe por incorrer em “erros”.(Mas claro, sempre há a questão comercial, afinal, precisam fazer vender, e, por vezes, seguir a história ao pé da letra não é o suficiente)

  3. Acabei por esquecer, 100º filme de Jackie Chan? Uma marca que impressiona, poucos podem contar com tantos assim, e menos ainda são os que superam. Espero que ele tenha saído-se tão bem quanto nas comédias, e pelos seus comentários, de fato foi assim, não?

  4. Este filme é incrivelmente lindo! Um trabalho belíssimo capaz de encantar qualquer admirador da cultura do País e da história em geral. Comovente, é certamente um dos filmes mais realistas e surpreendentes que já vi. Recomendo!

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