Resposta aos comentários do post sobre #VergonhaJBC

Em meu último post, expus minha opinião sobre o que foi o #VergonhaJBC. Como era de se esperar, o post rendeu um bom número de comentário. Alguns a favor, outros contra… a questão é que o assunto deu uma agitada nos leitores do Anikenkai. Em virtude da quantidade e da boa qualidade dos argumentos apresentados contra e a favor do meu texto nos comentário, quis respondê-los de uma forma adequada: um post-resposta. Por enquanto irei me ater a isso pois não quero saturar o blog (que não é só sobre isso).

Porém, antes de começar a responder ponto a ponto, quero deixar alguns comentários gerais:

1 – Agradeço a todos que comentaram, contra ou a favor. É para esse tipo de “discussão” que eu escrevo aqui.

2 – Eu entendo, até mais que o normal, de como funciona a manutenção de uma empresa no Brasil. Sei de todos os encargos federais e de todas as dificuldades que se enfrenta para fazer um serviço honesto em nosso país.

3 – Em momento algum quis faltar com respeito à classe social X, Y ou Z. Meu comentário foi simplesmente em virtude de conscientizar as pessoas de que se 5 reais fazem tanta diferença, é melhor você investir seu dinheiro em outra coisa que não mangás, até a situação melhorar. É assim que faço quando estou sem dinheiro e assim que aconselho os outros a fazerem. Se soou desrespeitoso meu comentário, peço desculpas.

4 – O motivo de tal manifestação é o de mostrar para as pessoas que tem sim como melhorar. Eu não quero fazer propaganda de compras no exterior, mas quero que o mercado daqui melhore para que eu não precise recorrer a importações para abastecer minha coleção.

Agora sim, vamos às respostas:

Ryoko disse:

Discordo. Mangá tem que ter um apelo popular, se aumentar o preço no intuito de aumentar a qualidade significar agradar meia-dúzia de burgueses, prefiro que continue do jeito que está.

Sim, mangá tem que ter apelo popular. Mas ser popular significa ter uma qualidade péssima? Por que? Podemos ter um produto popular com um padrão mínimo de qualidade. Manter as coisas do jeito que estão é ir contra o desenvolvimento natural de negócios. Isso implica que a empresa não se desenvolve já que seu consumidor não existe. Dessa forma ela investe muito pouco em expansão de mercado. Se o mercado não cresce, a empresa não pode melhorar. Vira um ciclo vicioso que não favorece em nada ambas as partes.

Ryoko disse:

O mercado já é pequeno, fragmentá-lo não é a melhor opção. Para o tamanho do nosso mercado, dividir o público em “quem quer qualidade” e “quem não quer” só vai piorar a situação.

O mercado é pequeno porque as empresas não tem visão de crescimento. Essa falta de visão de crescimento é sustentada por leitores que não se importam em ter uma maior qualidade. Como disse acima, um ciclo vicioso que não favorece nenhuma das partes.

Danpl disse:

Porque não mostrar as diferenças entre as editoras e porque a JBC anda sendo a pior? ia dar uma ideia melhor sobre os problemas e semelhanças da JBC pra outras editoras eu acho que isso sim ia ser motivo pra vergonha da Jbc

Excelente sugestão. Como já disse no Twitter, a JBC não pode servir de bode expiatório enquanto as outras saem “ilesas” do processo. A JBC tem sim problemas próprios, mas o mercado como um todo sofre com falhas parecidas.

Suna disse:

Não é preciso sair do país pra comparar: A Panini fez e faz um trabalho melhor (não perfeito), cobrando menos por volume do que a JBC. Aumentar o preço não é solução, é lucrar fácil com um público submisso, em sua maioria.
Eu não estou colecionando nenhum mangá, mais por falta de espaço, mas compro aleatoriamente.
Falta vontade de colecionar também porque esse padrão de publicação não é feito pra isso. Quem quer guardar mangá amarelado, despedaçando e com certas “adaptações” sem sentido? Não dura nem dois anos. Tem uns que se a gente quiser ler pela segunda vez tem que pegar com mais cuidados que à um recém nascido. –’
Ainda tem esse maldito formato meio tanko, as páginas borradas, e essa tal “Edição Especial” que é uma *utaria sem tamanho.

A Panini tem vários problemas assim como a JBC, mas no geral (no tratamento físico dos mangás), faz um trabalho melhor que a concorrência. Mas esse trabalho melhor ainda não é o ideal e constantemente falha em apresentar um bom produto, mas ainda assim é superior ao da JBC. E sim, de fato o produto brasileiro não visa colecionadores. Uma pena, pois colecionadores são parte importante da cultura “quadrinesca”. Infelizmente as editoras ainda não os veem como um mercado valioso de fato aqui no país. Isso acontece porque a maioria dos colecionadores de mangás compram fora do país. Uma pena.

Rozeex disse:

É impossível comprar um mangá no padrão norte americano pelo mesmo preço em uma banca, isso tirando o frente, pois no Brasil há impostos altos para tudo e infelizmente não temos retorno, mas o grande problema se dá por parte das editoras não melhorarem com o tempo e nem TENTAR algo para isso, ao invés disso ocorre o contrario como vemos a JBC que não tenta nem se igualar com a sua maior rival que é a Panini, o resultado será pessoas cada vez mais buscando importar esse produtos e diminuindo ainda mais o numero de compradores que já não é muito e elas (editoras) parecem não fazem questão nenhuma de aumentar ou manter tal número.

Um perfeito raciocínio. É bem por aí que eu penso. Eu sei perfeitamente como no Brasil, manter honestamente uma empresa é um trabalho árduo e custoso. Sei que as editoras não podem de uma hora pra outra colocar um material de qualidade absurda, custando 50% a mais, e achar que tudo vai ficar bem. Claro que não. Eu tenho noção dos encargos pelos quais as editoras passam aqui. No entanto, como o leitor expôs, o que me preocupa é o silêncio das editoras quanto à expectativa de crescimento.

Lilian Kate Mazaki disse:

Contando com o fato de que um volume no Japão vende muitas vezes a quantidade de cópias do que aqui e que, só para exemplificar, a carga de impostos para manter um funcionário aqui é assombrosamente maior do que e boa parte do mundo … sim, o “papel” é mais caro.

O ponto aqui é não é puro e somente a parte física do produto que causa isto. Existe toda uma gama de custos associados à produção que faz com que as empresas (editoras) mantenham o nível pífio em suas obras.

Não é SOMENTE por “não estar nem aí”. Pesquisem sobre os tipos de tributação que uma empresa esta sujeita, para começar a entender que não é de graça que a qualidade é inferior.

Não estou dizendo que deveria continuar assim, estou também querendo frisar que (SIM, no Brasil, afinal é a realidade que conhecemos) não é só bom boa vontade que algo seria modificado.

Raciocínio correto também, mas no entanto, a questão central é que não temos como saber mais profundamente sobre o mercado editorial brasileiro pois, por motivos desconhecidos, a tiragem dos volumes não é divulgada. Deveria ser, mas não é. Então usar o argumento de que as editoras estão fazendo o possível com o pouco que tem existe, mas não é tão válido por falta de dados. Mas ao mesmo tempo eu sei que isso é verdade e volto a dizer, a mudança não pode ser imediata, mas é necessário que as editoras tenham plano de crescimento, mas não há evidencias de que eles existam por aqui.

Ryoko disse:

Então é isso, continuem reclamando sem considerar os fatores externos e com a mente de um burguês de Coapacabana.

Meu caro, seu comentário é extremamente paradoxal. Você me acusa (pelo que pude definir por burguês de Copacabana) de ser parcial no meu modo de pensar e de que estou sendo influenciado pela minha classe social e posição geográfica, mas ao fazer isso você se coloca numa posição superior para pensar sobre o assunto. Não deixe seus bons argumentos (que respondi acima) sejam jogados no lixo por uma declaração de ignorância.

Termino aqui meu post-resposta. Não deixem de comentar pois é através dos comentários que há discussão e geração de conteúdo.

Sobre Diogo Prado

Tradutor, professor, host do Anikencast, apaixonado por quadrinhos, apreciador de jogos eletrônicos e precoce entendedor de animação japonesa.

Você pode me achar no twitter em @didcart.

Em meu último post, expus minha opinião sobre o que […]

19 thoughts on “Resposta aos comentários do post sobre #VergonhaJBC”

  1. Esse é um tema que não pode e não deve ficar limitado aos artigos da blogosfera e nem somente à Jbc, todas as demais editoras (Panini, Newpop, Conrad etc.) tem falhas que merecem ser levantadas. Na minha opinião a falta de um canal oficial de comunicação com os leitores e sites pífios de informação é o que dificulta a melhora do mercado e declarações infelizes por parte das editoras.
    Tanto as editoras quanto os leitores tem culpa, mas temos que nos mobilizar exigindo respostas por parte de TODAS as editoras. Vamos mandar e-mails, cartas, exemplos de mangás para as editoras mostrando o que está ruim e sugerindo como melhorar. Enviar 1 e-mail por dia para cada um das editora todos os dias vai mostrar que o público sabe exigir de forma madura e eficaz a melhora de um produto que apreciam tanto.
    Muitas vão vir com a desculpa dos scans, mas se não fosse scans e fansubs a “cultura otaku” não existiria com tal tamanho e nem eles saberiam o que publicar.

  2. Só uma ideia sobre o “quem quer qualidade” e “quem não quer”.

    Já não temos isso aqui com a NewPop, a Conrad e editoras de livros? Estas últimas vez em quando, e nem ficamos sabendo, publicam material diferenciado com qualidade de livraria. Já que são obras curtas e com um público alvo diferente desse catálogo da JBC e Panini é possível publicá-los nessa qualidade, não apenas porque os interessados podem pagar mais cara (por um volume único), principalmente porque eles querem assim.

    NewPop publicou alguns mangás com um apelo um pouco diferenciado em formatos de qualidade um pouco melhor por um preço um pouco maior.
    O mesmo vale para a Conrad com seus Buddha, Adolf e agora Gen. Gen é o tipo de mangá que deveria ser lido por todos, mas tem um apelo maior com leitores mais velhos, então faz sentido investir em uma qualidade um pouco maior.
    Lembro também de “O Coração das Trevas” da editora Hq Maniacs .

    Não é questão de dividir o público da forma que eu vejo, é evidente que tem um grande público consumidor em potencial simplesmente negligenciado.
    O que a JBC e a Panini fizeram de diferenciado? A primeira publicou livro de Death Note, e com preço bem obsceno.

    A lugar para os dois, mas os que estão abandonados, se reclamarem do abandono logo sofrem represália.

    E uma dúvida: os mangás antigos de vocês estão tão ruins a Suna diz?
    Meus gloriosos Love Hina estão em bom estado.

  3. Mas a Panini erra também. Por isso fiz questão de comentar que o trabalho feito por ela, apesar de superior ao da JBC, não é perfeito. Seja a respeito da má distribuição, atrasos que invalidam os checklists, distrações com a revisão… Enfim, ela erra, mas é a que menos me aborrece quando quero comprar mangá. Ainda não tenho nada da Newpop pra ter uma opinião formada, nem nunca comprei de fora.
    Apóio a idéia de se fazer um comparativo com as falhas das editoras. Há detalhes que só quem consome mangá com maior frequência pode identificar.
    Já tive algumas coleções, das quais me desfiz também pela deterioração dos volumes. Isso tem uns 7, 8 anos. Se eu quiser começar uma coleção hoje vai dar no mesmo, tomando cuidado ou não os volumes vão ficar amarelados no mesmo período em que os antigos ficaram. É o que aconteceu com mangás comprados há 3 anos, é o que vai acontecer com os que eu compro hoje. E o preço continua subindo bem mais do que a qualidade vendida. Isso aborrece! Não acho exagero algum que o assunto venha à público através de blogs e leitores, isso não só mostra que tem muita gente insatisfeita, como também valorizando o dinheiro gasto com esse segmento. Mangá é entretenimento como qualquer outro. Se o preço sobe, onde estão as melhorias pro consumidor?

  4. @Panino Manino
    Meus Love Hina, assim como Rayearth e Sakura, foram pro lixo. De tão amarelados ficaram ilegíveis (E o Clamp com aquele traço, todo claro e suave, ficou pior ainda.). Alguns tinham páginas soltas, de tanto eu abri-los. Minhas revistinhas da Mônica eram mais velhas, mas estavam em um estado de conservação muito melhor do que os mangás. Na época eu guardava todos do mesmo modo, em pastas. Os atuais ficam no plástico, mesmo assim, volumes mais antigos já estão amarelando.
    Fora um ou outro borrado de fábrica (FMA vol. 50).

  5. Não concordo com a discriminativa do leitor Ryoko em seu último comentário, porém não concordo também com seu contra argumento que diz que sua condição monetária e posição geográfica não influenciem em suas opiniões. Do contrário, nossas opiniões são derivadas do senso comum que dizem respeito às interações entre seres humanos e o ambiente, com o fim de realizar objetos de uso e de fruição. Pessoas, ambiente (espaço geográfico), poder aquisitivo e diversos outro fatores são os determinantes de qual grupo social estamos inseridos.

    Não sei qual é sua condição social e onde mora, porém vamos supor que more em Copacabana e tenha uma boa condição financeira. A diferença entre valores reais dos mangás são diferentes se comparamos dois indivíduos de condições financeiras diferentes visto que uma pessoa de uma classe social de baixo poder aquisitivo, por exemplo, tenha de seus rendimentos mensais apenas setenta reais mensais destinados ao seu prazer e lazer, enquanto do outro lado tenhamos um individuo de médio poder aquisitivo que tem disponível de trezentos á quinhentos reais. Em ambos um acréscimo do valor final do produto terá impacto, porém serão impactos diferentes.

    Seu comentário anterior que diz para reavermos nossas necessidades de aquisição de mangás é segregacionista e contraditório quando reconhece que mangás tem um apelo popular, e assim devem ser.

    Devemos reaver conceitos e propor que a editora encontre maneiras de melhorem a qualidade de seu produto visando um melhor preço e competividade. Não creio que uma gradual melhora do material aumente o preço do produto, somente reduza os lucros da empresa. Uma alternativa para que os lucros das editoras continuem altos seria aumentar seus mercados. Claro que tudo dito nesse parágrafo consiste de presunções, que infelizmente não podem ser confirmadas principalmente pela falta de informações por parte da editora.

    Agora por que ao invés de questionarmos e criamos manifestações, porque, não desenvolvemos soluções que visam atender as necessidades do mercado sem que o torne o segregacionista. Pois, o preço do produto é sim um fator que qualifica o mercado de mangás e esse é o medidor responsável pelo mercado que encontramos hoje.

    Apoio às reivindicações feitas pelo blog (principalmente sobre qualidade), concordo com alguns pontos levantados pelo blog e leitores em seus comentários, porém devemos nós mobilizar de forma homogênea do contrário somos apenas várias vozes heterogênicas em blogs e tweets.

    1. @Ighor H

      Excelente argumento, amiche.
      De certo modo você está certo. Da maneira como expus parece que a única solução é aumentar o preço e isso não é verdade, como você mesmo expôs. O problema é que as editoras, ao que parece, não estão muito interessadas em aumentar o mercado. Pelo menos não há nenhuma manifestação por parte delas nem de intenção de fazer isso no futuro. Pelo contrário. Todos vimos a entrevista do Marcelo Del Greco ao HQ & Cia. Aquilo ali é um diretor de conteúdo falando que a JBC não está afim de mudar. CARAMBA! O cara é praticamente o segundo no comando da editora e manda uma dessas? Complica, não acha?

  6. Uma Nova Editora !!!
    Essa é a solução
    Pq essas são um lixo …
    A prova que essas editoras ñ estão nem aê …
    Cade o mangá do One Piece ?
    JBC e Panini até hoje nada….

  7. @Diogo Prado

    Realmente o desinteresse de editoras parece ser enorme. Creio eu que o preço atual e sua péssima qualidade é devido um despreparo das editoras. Acredito inclusive que elas vêm cometendo á muitos anos o erro de jogar o prejuízo de mangás que não são muito lucrativos (ainda assim são lucrativos) nos “populares” como Naruto (Panini), Bleach (Panini) e Fairy Tail (JBC) e regulando o custo e preço final por cima para atingir um valor de lucro mínimo geral ao invés de entender que cada mercadoria rende de uma forma no Brasil ou ainda não rende. Uma teimosia que lança diversos mangás no mercado brasileiro sem “preparar o terreno” com propagandas, consulta ao consumidor e outras formas para certos mangás venderem bem.

    Esse questionário que o blog propôs que os leitores respondessem deveria estar na pauta anual das empresa para todo ano entender as mudanças do mercado. Ou pelo menos considerar petições como a que eu vi no Mangá Cast para trazer GTO para o Brasil, tem mais de 450 pessoas que querem o mangá publicado no Brasil.

    É triste eu estar aqui pressupondo que seja um despreparo de empresas que tem anos de mercado que deveriam ter atingido algum nível de excelência em suas publicações. Infelizmente é o contrário. Cada vez mais perdem em qualidade.

  8. Digníssimo colunista e comentaristas de post, peço perdão pelo comentário imenso.

    Eu venho a alguns anos pesquisando academicamente as editoras de quadrinhos no Brasil, e apesar de minhas pesquisas não adentrarem o reino dos mangás permitir-me-ei algumas colocações com base do que já estudei.

    Sim, caro Igor H, as editoras utilizam os títulos mais populares para contrabalancear os com maior variação de vendas. Ao contrário dos EUA que parte dos custos dos quadrinhos são divididos com as gibiterias, no Brasil não a custo nenhum para as bancas. Esta situação leva a questão de que todos quadrinhos necessitam de um controle maior de gastos, menos edições para tentar vender tudo, ou pelo menos reduzir ao máximo as edições que rodarão na distribuição setorizada.

    Tudo isso que falei acima leva a um gargalo no qual se têm de aumentar o custo individual de cada edição para compensar o numero limitado de vendas, das mais populares para as mais underground.

    Há duas alternativas viaveis: o aumento de quadrinhos em formato livro, que ficam expostos até esgotarem, ou o aumento da distribuição como forma de forçar demanda e tentar fazer os Naturos da vida puxarem os títulos menos populares.

    A primeira necessita de educar os consumidores para acharem viavel pagar 30, 40 reais por edição. A segundo apostar em um público que talvez não corresponda. Estes são os desafios póstos. Eu acredito em ambas, e vocês?

  9. “Infelizmente as editoras ainda não os veem como um mercado valioso de fato aqui no país. Isso acontece porque a maioria dos colecionadores de mangás compram fora do país. Uma pena.”

    Embora eu ache que a parcela que compra fora é ínfima, eu não culpo o descaso com os colecionadores. A editora não se informa, não existem dados que comprovem que a importação afeta nos números da editora. Para que isso aconteça seria necessário uma pesquisa de mercado. A minha sugestão é:

    – Naruto volume XX será lançado em duas edições diferentes. Uma com grande tiragem e papel de menor qualidade, preço acessível.

    – Outra com menor tiragem, papel decente, maior durabilidade, preço alto.

    Com isso avaliamos a margem de lucro e coletamos os dados que sirvam de base para uma consultoria. Com isso estudado é possível saber se investindo no segundo tipo de mangá é viável estabelecer um novo padrão de qualidade. Infelizmente como o DidCart ressaltou não existe ambição em aumentar e melhorar, o mercado se acomodou e o público também. O interessante é notar que quando se trata de HQ’s (Watchmen e Ano Um) a Panini é um exemplo, já que oferece versões de luxo com capa-dura e papel de qualidade.

    Para tentarmos almejar um aumento de qualidade primeiro os mangás teriam que se igualar ao nível das HQ’s, que já tem público estabelecido e é claro que eu adiciono todas as outras sugestões que a discussão proporcionou.

  10. Já colecionando os mangás nacionais a dez anos posso afirmar, nem os mangás da Panini e nem da JBC estão com uma qualidade muito boa. Achava que os da Panini tinham uma melhor qualidade até pegar meus volumes de Bleach, estão amarelando muito rápido, tenho mangás bem mais antigos que não estão tão amarelados.
    Panini e JBC imprimem na mesma gráfica, por isso ambos os mangás estão com um papel fininho (vide Kobato 1 e NHK 6), têm que ver isso aí…. o MDG no seu Facebook disse que já entraram em contato com a gráfica, é esperar para ver se terá algum resultado… (acho que não vai ter).
    Fico feliz por uma verdadeira editora estar entrando no mercado nacional, sai esse mês os mangás Solanin 1 e Aventuras de Menino pela L&PM, em papel off-set (vejam vídeo http://www.lpm-webtv.com.br/site/default.asp?Template=../multimidia/layout_exibir.asp&MidiaID=719462&TroncoID=539000&SecaoID=849190 ) disponibilizaram algumas páginas dos mangás em pdf procura lá, a adaptação ficou muito boa e o preço parece justo (15 reais).
    Não é impossível lançar um produto de qualidade a preço justo, o que falta é interesse das editoras em prover esse material.

  11. @Waru Shinji

    Publicar mangás curtos é bem mais fácil já que os valores da negociação são bem mais baixo e principalmente se tratando de títulos tão poucos badalados. Como um exemplo temos a panini que lançou Lodoss War em um molde parecido se não melhor como é mostrado no gyabbo (http://gyabbo.wordpress.com/2011/11/03/lodoss-war-a-dama-de-pharis-editora-panini/#more-4238).

    E pelo jeito a L&PM só vai trabalhar com títulos assim, algo nada animador porque agora compramos só pela qualidade, mas futuramente isso não vai mais ser uma atrativo porque obras como Solanin e Aventuras de Meninos não são o que realmente a maioria quer.

  12. Bom, primeiramente concordo que não adianta jogar toda a culpa na JBC. A Panini não está muito diferente, seja no que diz respeito à qualidade do produto, seja no que diz respeito às traduções e edições. Na verdade, considero ambas bem semelhantes, por isso prefiro generalizar meu comentário, sem a intenção de falar especificamente da editora X, Y ou Z.

    Coleciono mangás há 2 anos e, como já tinha bastante fluência em inglês, sempre dei preferência às edições americanas, justamente pela qualidade e durabilidade superior. Claro que, de vez em quando, sempre comprava algum mangá nacional. Fiquei muito feliz quando a Panini trouxe Elfen Lied para o Brasil e comprei todos os volumes. Mas ultimamente tenho ficado muito desapontado com as edições nacionais e as tenho evitado cada vez mais. Por que os americanos, franceses e japoneses podem ter um produto decente e nós não? Foi com esse pensamento que tenho me dedicado a aprender francês e japonês nos últimos meses, para poder acompanhar séries que não são publicadas em inglês. Para a minha surpresa, nenhum dos idiomas é tão difícil quanto eu pensava.

    Bom, após ler os comentários daqui, agora é definitivo: não compro mais mangás nacionais enquanto as editoras não tomarem uma iniciativa de melhorar os produtos que colocam no mercado.
    Não aceito as desculpas que muitos colocaram aqui. Se as editoras estão cada vez mais aumentando o número de séries em publicação, só posso pensar que as vendas andam, ao menos, estáveis. Com um certo nível de planejamento e publicidade, é possível, sim, almejar um produto decente que atenda às exigências dos consumidores finais.

    O que posso ver no momento é que as editoras buscam diminuir os gastos no processo de produção para maximizar o lucro, a ponto de chegar a um produto final miserável. Não somos obrigados e não devemos apoiar essa prática.

  13. Devo confessar que não tenho muito conhecimento em editoração ou administração de empresas, mas realmente não consigo acreditar que editoras como JBC e Panini não consigam oferecer um produto que não se desfaça nas mãos, como já me aconteceu algumas vezes, com tradução correta e papel descente, sem a necessidade de elevar o valor a patamares que seriam exorbitantes para o mercado que temos hoje .

    Eu pessoalmente não moro em Copacabana e tão pouco sou de classe alta, média alta e afins, mas realmente não me importaria de pagar R$4,00 ou R$5,00 a mais do que pago hoje por um produto bem feito e melhor acabado, entenda não estou pedindo que os mangás brasileiros tenham um padrão igual aos japoneses por exemplo, somente algo feito com mais cuidado.

    Também me é muito difícil acreditar que elas não consigam manter um site bacana, atualizado e com as informações que todos desejam…poxa há tantos blogs por aí que são amadores e conseguem ser mais eficientes e bem administrados do que os sites das editoras!

    A questão parece ser que as Editoras fazem os mangás exclusivamente para crianças, e pior, estão levando em conta um esteriótipo que já não se encaixa nem mais as crianças de hoje, pois hoje as crianças são muito mais seletivas e exigentes do que outrora, e portanto, tais quais pais arrogantes,elas nos tratam como crianças, ignorando nossas opiniões.

  14. Já sou leitor do blog há certo tempo e sempre acompanho os ToC’s da Jump por aqui.
    Parabenizo ao DidCart pelo espaço criado. 🙂
    Bem, quando o mangá começou a ser vendido no Brasil, as vendas se escoravam nos animes televisionados da época (Ex: Dragon Ball Z) e naquela geração saudosista da Manchete (Ex: Cavaleiros do Zodíaco), a qual faço parte. 😀
    Ou seja, já havia um público de massa carente e mais ou menos pronto para receber esse material.
    Por isso, a editora Conrad se animou e acabou extravasando. Deu no que deu! :S
    Porém hoje não vemos mais na TV aberta, animes que exerçam força para renovar um público consumidor, ou tampouco uma publicidade regular e diferenciada para aumentá-lo através de outros meios.
    O mangá ainda não é produto de massa no Brasil e quando isso acontece se deve à grandes sucessos (Ex: Naruto). É só compararmos com o mangá da Turma da Mônica e podemos atestar que existe público para isso.
    O problema é que esse tipo de público não liga muito para qualidade e justo eles que geram a grande parte da renda para as editoras.
    Penso da mesma forma que o Ryan postou acima, apenas vou acrescentar algo. Temos que lembrar que o tempo de publicação de um mangá mainstream é diferente de uma HQ. Ex: One Piece tem 15 anos de publicação e ainda tem fôlego para mais anos.
    Então fica difícil fazer versão de luxo para mangás longos, mas é viável para curtos.
    E aí entra outro problema: existe um número maior de nichos entre os leitores de mangás do que de HQ’s.
    Acredito que seja por isso que tanto JBC quanto Panini não se esforçam para fazer versões de luxo, porque poderiam ter pouco ou nenhum lucro e isso se deve também à um possível meio-termo de qualidade numa publicação.
    Me desculpem, acabei escrevendo muito, apesar de ter mais para escrever, rsrsrs.
    Se eu falei alguma besteira por favor me corrijam, pelo menos essa é a visão que tenho do assunto.

  15. Bom fiquei pensando seriamente sobre aumentar os preços dos mangás por efeito da melhoria na qualidade.

    foi colocado que para uma qualidade igual a dos outros paises sairia na faixa de RS 15,00 a RS 20,00 cada.
    então se os titulos fosem, lançados mensalmente concordo que sairia muito caro para o cliente que costuma comprar, varios por mês.
    mas e se todos os titulos saisem bimestral e os com menos volumes trimestral ficaria caro para o cliente??

    Entao vamos pensar o meio tanko que compramos todos os meses por RS 7,90 cada em dois meses da RS 15,80

    Eu acredito vale muito mais a pena esperar dois meses para se comprar um mangá com uma qualidade melhor do que ficar, comprando eles todos meses mais CARO
    porque se formos pensar no negima que agora é RS7,90 se comprasemos ele inteiro sairia RS 10,90 mas em 2 meses ele sai por RS 15,80, entao onde esta o problema?
    onde esta o problema de pagar RS15,00 a 20 reais em um titulo,

    o Brasileito tem o mal habito de olhar no momento se estiver barato ele compra sem pensar se esta sendo roubado, pensamos muito na quantidade e nao na qualidade
    ou voce acha que esta pagando barato pela quantide de paginas que compoe o mangá pelo papel pela tinta e todo o acabamento?

    vamos colocar que voce compre 12 volumes por mes e pague RS 15,00 cada vamos dividir que esses titulos sao bimestrais se auternando

    sairia 6 em cada més RS 90,00 agora se voce comprar esses 12 volumes todo mes usando uma media de RS10,90 RS 130,00

    Agora se a pessoa que compra mangá para ler e joga embaixo da cama logo em seguida,ele pode muito bem ler na intenet gratuitamente e pronto,
    entao para mim quem e cliente fiel é aquele que coleciona os volumes

    agora se tudo isso nao vai dar certo vai quebrar a impresa e seu bolso entao que as editoras coloque um enquete perguntando aos visitantes do site o que eles acharam de
    combrar valor X aumentando a qualidade do papel para medio ou Y aumentando a qualidade do papel para otimo e deixar lá 2 meses e depois caso o pessoal aceite o valor
    lancem um titulo como teste para ver como o publico reage.

    eu dou valor para o dinheiro que eu ganho tudo mes trabalhando e nao quero jogar ele no lixo, e se voce ganha esse dinheiro dos seus pais comese a pensar no duro que eles deram para te dar e se
    vale a pena voce gaster nisso.porque para mim as editoras só estão querendo lucrar e lucrar cada vez mais até chegar nesse ponto que diminui a qualidade do produto e aumenta o valor e todo mundo fica
    dando risada kkkkkk ( ironia)

  16. caramba nem sei se alguem fai ler isso mais enfim ja fazem novo messes desde esse post e olha como nosso mercado mudou nesse meio tempo estao apostando mais nele melhorou na minha opiniao principalmente a JBC e os titullos tbm melhoraram aulmentaram e vem mais por ai de ambas bom e isso como o tempo muda as coisas ne e muda pra melhor

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