Ikoku Meiro no Croisée: Conflito cultural na Paris do séc. XIX

No início de 1868, o Imperador Mutsuhito retirou oficialmente os poderes do ex-Shogun Tokugawa e declarou o início da Era Meiji sob seu governo. Nesse período da história do Japão, o país foi aberto ao ocidente e várias reformas sociais e culturais começaram. Como consequência, o Ocidente também passou a se interessar pelo Japão e por sua cultura, principalmente a arte. É nessa época que se passa Ikoku Meiro no Croisée.

Yune é uma jovem garota japonesa que chegou a Paris trazida por um viajante veterano chamado Oscar. Ao chegar na nova cidade, ela conhece Claude, o dono de uma antiga ferraria. É lá que Yune irá morar e trabalhar como “garota propaganda” da loja. Acompanharemos então a vida da jovem japonesa em um país ocidental moderno com uma cultura completamente diferente da que ela estava acostumada.

É esse choque cultural que me deixou realmente interessado no anime. A maneira como tudo é apresentado e as situações que isso pode gerar geram inúmeras possibilidades. Um exemplo seria Claude vendendo o kimono da que Yune lhe deu por achar que era só mais um quando na verdade era um dos melhores kimonos que a menina tinha. Ele só não imaginava que ela daria algo tão precioso a ele só por causa de um negócio que ela quebrou.

A ambientação do anime também está muito bem feita. Temos belos cenários, cuidado com os traços da época no vestuário, meios de transporte, lojas, ruas, arquitetura, etc. Esse cuidado valoriza uma série. A animação está realmente competente e a trilha sonora se destacou para mim. Achei que as músicas leves e instrumentais casaram bem com o clima do anime.

Yune é uma personagem bem interessante e extremamente fofa. O que a fez querer vir para o ocidente? Por que ela aprendeu francês? Essas perguntas ficam no ar e acrescentam à ideia de “peixe fora d’água”. E na questão da fofura, não tem pra ninguém nessa temporada. Por enquanto, pelo menos.

Ikoku Meiro no Croisée é um slice of life meio diferente por conta de sua ambientação e temática, mas promete ser extremamente interessante para quem simpatiza com conhecimento cultural e história.

Sobre Diogo Prado

Tradutor, professor, host do Anikencast, apaixonado por quadrinhos, apreciador de jogos eletrônicos e precoce entendedor de animação japonesa.

Você pode me achar no twitter em @didcart.

No início de 1868, o Imperador Mutsuhito retirou oficialmente os […]

4 thoughts on “Ikoku Meiro no Croisée: Conflito cultural na Paris do séc. XIX”

  1. Saudações

    Rapaz, posso assegurar sem medo de ser feliz, que este anime é calmo o bastante para mim.

    Gostei da ambientação, dos cenários, das cores, enfim, uma ótima pedida para esta temporada.

    Entretanto, vou escrever algo que é meio óbvio: o anime não agradará à todos, especialmente aqueles que, além de não gostarem de um clima pacífico, também desprezarem o gênero slice-of-life.

    No mais, um belo título que merece recomendação.

    Até mais!

  2. Conheço o mangá. Não é meu tipo de história nem de longe, mas em sua defesa sempre se pode alegar a pesquisa sobre o cenário das Artes Decorativas francesas do século XIX (dei uma mergulhada no assunto na época da faculdade de design). Ele assusta de tão correto.

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