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Os últimos anos têm sinalizado essa mudança, mas os rankings de venda mais recentes comprovam: as light novels estão começando a vender mais que os mangás dentro do nicho de público.

Era inevitável isso. O sucesso de Sword Art Online, agravado agora pelo anime que está desde julho na TV japonesa e no Crunchyroll pro resto do mundo, não para de aumentar. O mais recente volume da light novel, número 11, vendeu mais do que muitos mangás de expressão, como 3gatsu no Lion e Shingeki no Kyojin, de acordo com a rede MangaOh. E ainda foi seguido por Mahouka Koukou no Rettousei, outra light novel, publicada pela Dengeki G Fantasy.

As light novels existem há anos. Desde a década de 90 que o formato que é conhecido como light novel é publicado no mercado japonês, com um ou outro material de expressividade, mas que encontrou o sucesso mesmo com Suzumiya Haruhi no Yuutsu, em 2003. O termo “light novel” foi criado no Japão para se referir aos romances voltados ao público jovem, de fácil leitura. Sua estrutura é mais próxima de um mangá e usa arte desse estilo para ilustrar a história.

O formato é mais prático. Depende apenas do escritor, dando liberdade para ilustradores que não sabem fazer mangá ou que não têm tempo para se dedicar, fazerem artes mais soltas. Isso torna o mercado mais ágil ainda, por criar mais volume de história em menos tempo, atendendo a demanda imediatista atual. Isso, em editoras menores, acaba sendo uma forma de alavancar sucessos muito mais facilmente do que com mangás, que sofrem de muitos outros fatores, pois podem ser criticados pela arte, podem não ser tão lidos por estar em uma revista de menor expressividade, pode faltar verba para manter projetos promissores, pode ter uma boa história destruída por uma narrativa ruim, etc. E o sucesso de uma light novel não impede o subsequente sucesso de um mangá baseado na mesma história, fica até mais fácil disso acontecer, como foi com Tora Dora, Suzumiya Haruhi e Sword Art Online. Acaba sendo um degrau a mais no caminho do multimídia desse mercado.

Não creio que vá haver uma inversão de valores, com a queda do mangá em popularidade e a escalada das light novels. Ainda mais enquanto revistas como a Shonen Jump mantiverem o sucesso de seu formato. Mas vai ficar cada vez mais comum escritores sem artistas trabalhando no formato, em detrimento à parceria de trabalho que é normalmente imposta pela editora como condição. E se isso trouxer novos materiais de qualidade para o mercado, independente de ser originalmente mangá, light novel, anime ou web comic, vai vir em boa hora.