A diferença de valores em capas de mangá

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Yo!

É um clássico exemplo de valores culturais expressados pela capa de um mangá.

Sankarea, mangá de Mitsuru Hattori, vai ser lançado nos EUA pela própria editora, a Kodansha, que agora lança seus materiais por conta própria em língua inglesa. No entanto, vemos uma diferença óbvia de valores nas capas.

Esta é a capa japonesa. Quase moe, muito mais bonitinha do que bizarra.

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E esta é a capa americana para o mesmo material. Muito mais bizarro e sem um pingo de graciosidade.

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Dá pra perceber que tem uma diferença de valores claros no que se quer vender, não é? Se a versão japonesa vende na capa um mangá de romance, com uma menina bonita na capa, a versão americana vende um mangá de terror, com uma menina zumbi com um sorriso macabro.

Em Sankarea, o jovem Chihiro (mais um nome que pode ser de homem ou de mulher) sente um estranho prazer em filmes de zumbi. Ele fantasia com as meninas transformadas em zumbi. Quando seu animal de estimação morre, ele decide testar uma poção de ressurreição em segredo. Mas uma menina chamada Sanka Rea descobre tudo. Ela é popular, mas as coisas não são tão perfeitas quanto parecem… e o menino sugere usar ela como cobaia!

É uma história romântica bem fora dos padrões, com referências a filmes de George Romero e situações bizarras.

O que eu acho? Isso mostra como uma capa tem que ser pensada para cada mercado. Infelizmente, não é tão fácil assim. No Brasil, as capas passam por aprovação dos japoneses. Além de demorado (às vezes, os próprios autores intervém), muitas vezes não existe a menor possibilidade de trabalhar a capa, usar uma arte mais chamativa ou interferir no design de capas que não funcionam aqui. Acho que faz um bom tempo que não vejo uma mudança tão radical na capa quanto em Sankarea. Acho que desde que a Dark Horse passou a publicar mangás, ainda na década de 90, que eu não vejo capa tão diferente da original.

4 ideias sobre “A diferença de valores em capas de mangá”

  1. Pode mesmo fazer uma diferença grande nas vendas… Não li Sankarea mas pela sinopse me parece que os americanos exageraram. Quem vê e compra o mangá esperando uma história cheia de sangue e zumbis comendo cérebros pode se decepcionar, pois, pelo que entendi, o foco é o romance apesar de todas as bizarrices. Uma capa estilo Tim Burton (“A Noiva Cadáver”) talvez combinasse melhor.

  2. Nunca parei para pensar… É muito interessante isso já que julgamos o livro pela capa (não adianta mentir a capa é que dá a primeira impressão), adaptá-la para cada país e seu público com certeza é uma jogada de marketing muito legal. ^^

  3. eh… até que faz sentido mudar as capas para ter um valor mais chamativo no mercado.
    agora, Sankarea foi um mangá tão chato de ler que eu parei na metade e nem tive vontade de assistir o anime lançado meses depois.

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