Category Archives: Mangás

Bleach 436 – The Time Discipline

Esta é a seção ‘Pula Menino’! Aqui o nós vamos escrever breves comentários sobre os capítulos da semana de One Piece, Bleach, Naruto e Bakuman (além de outros futuramente, de acordo com as suas sugestões). Leia, opine, discuta e divirta-se!
Eu tenho um caso de amor e ódio com Bleach. Contradições, personagens mal utilizados, capítulos vazios, excesso de close-ups, falta de cenários… listar tudo que me irrita em Bleach (e em Tite Kubo) tomaria tempo demais.
Mesmo assim, eu não perco um capítulo sequer. Motivo? Eu chutaria “carisma”, com uma pitada de “esperança”. Kubo criou personagens interessantes (uma minoria, sim, mas eles estão lá), mas a execução de sua história é precária. Tomemos como exemplo o arco que terminou recentemente. Toda a construção da história girava em torno do grupo de Shinigamis (e o robert do Ichigo) tentando impedir os planos de Aizen de construir a chave, invadir o mundo do Rei da Soul Society para… para quê mesmo? Além disso, esperávamos o grande clímax onde Ichigo lutaria contra Aizen; mas ao invés disso, além do velho clichê do personagem principal que treina muito menos tempo do que o necessário normalmente, e se torna absurdamente forte, na luta final vimos um cara estiloso e cabeludo lutando contra um homem borboleta gigante (me desculpem, mas aqueles não eram Ichigo nem Aizen). No fim das contas, nem foi o Ichigo que venceu, e sim Urahara.
Porém o fim daquele arco trouxe de volta o que me atraiu em Bleach: imprevisíveis plot twists! Descobrir que Aizen era o vilão da história ao fim do primeiro arco foi bem legal; mas a pequena dica de que, na verdade, Aizen pode ser nada menos que um revolucionário lutando por liberdade redimiu, pelo menos para mim, boa parte da trollagem do Kubo ao longo destes 9 anos de publicação.
(Repararam que eu mal considerei o Ichigo nestes comentários? Pois é; para mim Ichigo é um coadjuvante, um personagem que só sabe reagir. Aizen, sim, é o protagonista de Bleach em minha opinião)
Mesmo assim não gosto desse novo arco. Vocês já viram isso antes: Ichigo precisa de um Power-Up; novo grupo de personagens aparece, com um novo e absurdo treinamento para um novo poder; Ichigo fica mais poderoso; grupo de personagens some da história, perdendo toda a importância. No capítulo desta semana somos obrigados a ver Ichigo recuperando seu poder numa luta… com um urso de pelúcia.
Além disso, não acredito que Ichigo tenha alguma vez sentido “orgulho como Shinigami”. Ser um Shinigami nunca foi importante para ele; suas habilidades e seu “cargo” eram só uma ferramenta para o que ele sempre quis: proteger as pessoas. Seria o mesmo que um médico sentir orgulho de ser um bom motorista por ter dirigido até o local onde havia uma pessoa doente.
Mas tenhamos paciência. Isso logo acaba.

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Naruto 527 – Secret Word

Esta é a seção ‘Pula Menino’! Aqui o nós vamos escrever breves comentários sobre os capítulos da semana de One Piece, Bleach, Naruto e Bakuman (além de outros futuramente, de acordo com as suas sugestões). Leia, opine, discuta e divirta-se!

Devo confessar: não sou fã de Naruto. Leio meio que por obrigação, afinal, inevitavelmente, Naruto já faz parte do cânon do mangá, e conhecê-lo é importante. Mas nunca me empolguei, nunca consegui me envolver naquela trama enrolada e melodramática. Os personagens nunca me cativaram (o que não quer dizer que eles não sejam carismáticos – isso é completamente subjetivo), a não ser por Shikamaru, o único que parece pensar no que está fazendo, em meio a um bando de supostos ninjas  e seus animais gigantes.
Para mim, Naruto tem dois grandes problemas: falta de foco e falta de ritmo. Primeiramente, nunca entendemos contra quem devemos torcer exatamente. Não que uma história deva nos dar tudo de mão beijada; ambiguidade e surpresas são sempre bem-vindos. Mas Naruto tem três grandes vilões: Orochimaru, Madara e Sasuke; nenhum deles é particularmente interessante e nenhum deles chega a tomar a frente da história por completo. Tivemos o momento do Orochimaru, depois a chatíssima parte onde Sasuke é mais importante, e agora a história se volta para Madara, e os outros dois perdem importância. O arco narrativo geral de Naruto se perde nessas ameaças soltas (todas conectadas, sim, pela Akatsuki, mas a própria Akatsuki já se tornou irrelevante nesse ponto). OK, Naruto é sobre Naruto Uzumaki, mas… alguém realmente gosta do Naruto? O ninja laranja é um dos personagens principais mais irritantes que eu já vi.
Some-se isso ao fato de que Naruto tem um excesso de personagens desinteressantes, e chegamos ao segundo problema: toma-se tempo demais dando atenção ao elenco de apoio (afinal, com um exército inteiro só do pessoal “do bem”, eles têm que servir para algo). A narrativa de Naruto sempre me pareceu muito arrastada, chata mesmo. Não sei dizer ao certo porquê; talvez a fluxo dos quadros seja mal trabalhado, talvez os diálogos sejam mesmo bobos… não sei. Mas Naruto não empolga, e isso é muito ruim para um shonen.


Dito isso, enquanto os outros mangás do Big 3 da Jump estão em fase de início de arco, Naruto caminha para o seu derradeiro final, e eu sinceramente espero que algo de bom saia daí. Achei a volta dos mortos um recurso covarde (atinge os fãs saudosistas e resolve todas as pontas soltas da trama sem nenhum esforço – é como aqueles episódios de sitcom com flashback de temporadas anteriores; puro fanservice), mas pelo menos ficaremos sabendo em breve (espero) o que exatamente o Madara quer. Prevejo final melodramático de novela, mas aguardemos.
Neste capítulo somos apresentados a Ginkaku e Kinkaku, além de dois novos ninjas da Nuvem, que protagonizam boas cenas de luta (apesar do truque ridículo da “palavra secreta”), mas que obviamente vão todos sumir da história assim que essa guerra acabar. Kishimoto poderia ter mostrado a guerra como uma grande batalha, sem se concentrar em lutas menores (e com mais mortes – essa guerra está muito “limpinha”), e focar-se apenas no necessário: o fechamento do conflito entre Naruto, Sasuke, Orochimaru e Madara. Mas ao invés disso, temos que ler lutas que não nos interessam, e esperar pelos personagens que queremos realmente ver. Frustrante, no mínimo.

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