Análise – Planetarian (Visual Novel)

Uma cidade abandonada em meio a um mundo pós-apocalíptico. Uma chuva que nunca para de cair. Um planetário abandonado. Um robô esperando pelo seu próximo cliente que nunca virá. Planetarian faz jus a produtora Key?

Produtora: Key
Plataforma: PC, PS2, PSP, Android, iOS
Gênero: Kinetic Novel (Drama, Sci-Fi)
Lançamento: 29 de Novembro de 2004 (JP)/ 12 de Setembro de 2014 (EUA)
Preço: R$19,99 (Steam)

 

“Por que você não vem ao planetário?
O belo cintilar da eternidade que nunca irá se apagar, não importa o quê.
Todas estrelas no céu estão te esperando.”

 

Sim, meus caros, estou de volta com mais uma resenha de visual novel, ou melhor, como devem estar se perguntando, uma kinetic novel?

De acordo com a Visual Novel Database (VNDB), “Uma kinetic novel é uma visual novel que não apresenta ao jogador nenhuma opção de escolha, ele simplesmente irá ler através de uma única, e sem ramificação, história.” É exatamente como se fosse livro com desenhos, animações, sons e, possivelmente, vozes. Seria o meio termo entre um livro e um filme (o melhor dos dois mundo, alguns diriam).

O termo foi criado pela Visual Art’s, uma companhia japonesa, responsável por publicar várias visual novels (incluindo as da Key), e o primeiro jogo lançado com essa definição é exatamente este que lhes falo.

Dada a introdução, vamos então a Planetarian: The Reverie of a Little Planet (Planetária: O Devaneio de um Pequeno Planeta, em tradução livre), uma história de muito drama que irá encher seus olhos de lágrimas.

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História

Produzida pela Key (Clannad, Kanon, Little Busters!), sendo o quarto trabalho da empresa, logo após Clannad, o game foge do estilo de escolhas e vários finais, e possui uma história mais pé no chão (sem mundos paralelos ou viagens muito grandes). Escrita por  Yuuichi Suzumoto e com arte de Eeji Komatsu, sendo que Planetarian é uma das duas novels da Key que não possuem Itaru Hinoue como artista (a outra sendo Tomoyo After: It’s a Wonderful Life).

A história acontece em um mundo pós-apocalíptico. Devido a superpopulação, falhas em projetos de exploração espacial e escassez de recursos naturais, a humanidade praticamente se erradicou através de uma guerra nuclear e biológica. Mesmo após 30 anos, vários robôs, que foram programados para matar humanos, continuam a destruir qualquer um que se aproxime de seu território (geralmente as cidades), nascendo assim os exploradores, “os lixeiros”, junkers, que são pessoas que se arriscam nestes territórios, em busca de equipamentos que os ajudem a sobreviver.

O protagonista é um junker, um homem sem nome (Mr. Customer, Sr. Cliente, segundo a robô), de meia idade, que acaba indo parar no planetário onde nossa querida robô, Yumemi Hoshino, trabalha. Por causa de alguns pequenos defeitos, Yumemi continua a cuidar do local, à espera do próximo cliente que virá para ver a projeção especial comemorativa para o 2.500.000º cliente.

Com essa premissa, a história nos entrega uma experiência extremamente competente, que faz valer cada centavo. Eu realmente me interessei no conceito do mundo e fiquei curioso por cada informação que ia sendo solta, mesmo algumas vezes um pouco clichês e talvez um pouco previsível, os diálogos são bem escritos e o andamento da história é ótimo. Se serve de dica, prepare seus lenços, pois as lágrimas irão rolar (se bem que não sou muito parâmetro nisso).

Curiosidade: O nome da robô é um trocadilho, “hoshi” significa corpo planetário ou estrela, “no” é uma partícula possessiva, “yume” é um devaneio, sonho, e “mi” seria ver. O nome significa algo como “Veja o Devaneio da Estrela” (traduzido na versão de iOS como Reverie Planetarian, ou Devaneio Planetário), e Yumemi é o único personagem que vemos no jogo.

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Detalhes Técnicos

A equipe principal, responsável por quase toda a novel, era composta de 3 pessoas, dado ao jogo ser bem curto (cerca de quatros horas e meia no modo de texto automático). Com isso, temos poucos desenhos e somente um personagem retratado, porém, a arte não peca e é bastante agradável (tanto nos cenários como na personagem), com boas variações para o seu curto tempo. Mesmo querendo mais um pouco de Yumemi, não tenho do que reclamar.

A versão do Steam é, felizmente, baseada na Memorial Edition, que incluí voz para todos os personagens (e sim, em japonês), que ficou muito boa, por sinal. O protagonista é dublado por Daisuke Ono (Suzumiya Haruhi, Umineko, Kuroko no Basuke, Magi) e Yumemi é dublada por Keiko Suzuki (Clannad, Little Busters).

As músicas também são ótimas, combinam bem com cada cena, trazendo a atmosfera melancólica quando necessário, ajudando nossas lágrimas e escorrerem mais facilmente. Enfim, são feitas pela Key, em outro ótimo trabalho de Magome Togoshi.

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Considerações Finais

Quem procura uma ótima história de drama, um jeito rápido de chorar litros de lágrimas ou um jogo curto e bonito, Planetarian atende todos requisitos e não decepciona.

O jogo acabe de sair oficialmente pela Steam em inglês. Para os amantes de Visual Novels e Drama, eu recomendo fortemente que comprem, não só pela qualidade, mas também para incentivar que cada vez mais jogos venham oficialmente para o Ocidente. O preço é de R$19,99 (porém está com 25% de desconto no lançamento, por R$14,99), para os que argumentem sobre este valor, pensem em quanto você paga para uma sessão de cinema hoje? Garanto que essas 3-4 horas valem muito mais que mais da metade dos filmes que saem por aí.

Para os que não se saciaram com o final dessa linda história (como eu), foi lançado uma Light Novel do game e outra com 4 histórias extras, que foram reproduzidas em 3 CDs de drama (sendo que duas delas têm relação direta com Planetarian, o prólogo Snow Globe, que conta um pouco do que aconteceu com Yumemi antes, e o epílogo Hoshi no Hito, que conta o que ocorreu depois do final da novel). Você pode encontrar os CDs de Drama das duas histórias principais com legenda no Youtube.

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Uma cidade abandonada em meio a um mundo pós-apocalíptico. Uma chuva […]

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