Análise – mangá Sailor Moon vol.1

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As guerreiras da lua voltaram! Para a alegria de uma legião de fãs, o mangá de Sailor Moon começou a ser publicado no Brasil pela editora JBC. Confira o que gostamos e não gostamos desse mangá lunar.

Marinheiras Lunares

“Usagi é uma ginasial de 14 anos. Como muitas meninas de sua idade, é desastrada, distraída e um tanto preguiçosa. Em um encontro, aparentemente ao acaso, a jovem acaba conhecendo uma gatinha falante e, através dela, descobre ser dona de incríveis poderes. Por conta disso, acaba recebendo uma grande missão!

Agora ela terá de encontrar suas companheiras, descobrir se o mascarado que ela acha lindo é amigo ou inimigo e proteger uma princesa, mas nada disso é tão difícil para ela do que acordar cedo para ir para a escola! Será que ela consegue?”

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Edição Caprichada

Sailor Moon é um mangá da autora Naoko Takeuchi que foi publicado no Japão originalmente em 18 volumes, entre os anos de 1992 e 1997. Após o sucesso da publicação, que revitalizou o gênero mahou shoujo, a editora Kodansha resolveu republicar a obra em 12 volumes e é essa edição que a editora JBC está trazendo para o Brasil.

A edição brasileira chegou às bancas no começo de Abril, com formato 12 x 18 cm, em papel off-set, cerca de 240 páginas (6 delas coloridas), ao valor de R$ 16,50 e periodicidade mensal. A editora seguiu bem fielmente a edição japonesa Deluxe Edition, colocando até capa e contracapa com ilustrações diferentes. É o mangá mais bonito que já vi a JBC produzir, o capricho na parte gráfica está impecável, a capa está com cores muito bonitas e as páginas internas estão com o preto e os tons de cinza muito bem definidos.

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História ingênua e cativante

Conhecia Sailor Moon apenas pelo pouco que vi do anime que passou no Brasil, fui ler o mangá sem saber direito o que encontrar. O que reparei logo nas primeiras páginas é como a autora Takeuchi tenta imprimir uma áurea de ingenuidade as suas personagens. Usagi, ou Serena para quem acompanhou o anime, está longe de ser a protagonista que estamos acostumados a ver nos dias atuais, a mulher forte e decidida, ela é apenas uma garota comum cheia de medos e sonhos. Além disso, ela é muito atrapalhada e péssima na escola, Usagi tem tudo, menos jeito para ser uma super-heroína e é isso que torna tão atraente a personagem ter que assumir esse papel.

A própria história é muito simples e sem grandes pretensões. Como a própria Usagi resume em determinado momento “Devo derrotar os inimigos misteriosos que ‘não parecem humanos’ e amedrontam as pessoas. Tenho que procurar outras companheiras. Também preciso buscar o ‘lendário cristal de prata’ que ninguém sabe onde está!” Acredito que o sucesso de Sailor Moon está no entendimento da autora de que seu público é formado por jovens, alguns ainda entrando na adolescência, e que uma história muito complexa poderia afastar parte do público. Essa história simples, mas cheia de personagens cativantes, romance, comédia e um pouco de ação faz o mangá agradar pessoas de todos os gêneros e idades.

A única ressalva é em relação ao ritmo da história que anda muito rápido nesse primeiro volume, não dá tempo para quem está lendo assimilar direito à personalidade de cada uma das Sailors (cada uma delas possuem potencial e parecem ser bem diferentes entre si) e os próprios inimigos acabam parecendo muito bobos e fracos de tão rápido que perdem para as garotas, que mal sabem usar seus poderes direito. Mas nada que comprometa a história, na verdade isso deve agradar uma parcela de jovens que cada dia mais possuem essa urgência em ver grandes acontecimentos em tudo que estão lendo ou assistindo.

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Um mangá cheio de detalhes

Se de um lado temos uma história que se aproveita da simplicidade, por outro temos um mangá visualmente cheio de elementos, é surpreendente o tanto de detalhes e de quadros que podemos encontrar em cada página. Mas esses detalhes infelizmente acabam ficando apenas nos adornos dos quadros e das personagens, senti muita falta de cenários mais detalhados. Não me acostumei com o visual dos personagens também, o traço é bonito em alguns casos e estranhos em outros, com um estilo bem anos 90 mesmo.

Um detalhe curioso é o tanto de texto e notas de rodapé que temos nessa primeira edição, em alguns momentos me senti confuso de tanta informação para ler, mas entendo a importância que as notas de rodapé acabam tendo para os não inicializados com o universo dessa obra.

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Considerações Finais

A editora JBC possui um material com enorme potencial nas mãos, ainda mais se levarmos em conta a base de fãs que o mangá possui no Brasil. O que pode acabar incomodando uma provável nova geração de leitores de Sailor Moon é a simplicidade da história, hoje os jovens são cercados por todos os lados com tantas narrativas e o próprio gênero mahou shoujo já apresentou tantas coisas, que talvez a trama não encante pessoas que estão procurando narrativas com um algo a mais.

O hype em cima da obra está acima do que ela entrega de verdade, mas ainda assim está longe de ser algo ruim. Os fãs do gênero shoujo e das histórias envolvendo garotas mágicas com certeza gostarão do título, leitores não habituados ao gênero provavelmente terão dificuldade em aceitá-lo, mas sugiro fazer um teste. Sailor Moon apresenta uma pureza pouco vista nos mangás atuais e passa mensagens muito bonitas, sobre temas que atualmente as pessoas não dão a importância que deveriam dar.

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Ficha Técnica

Total de Edições: 12 volumes
Formato: 12 x 18 cm
Páginas: cerca de 240
Preço: R$ 16,50
Classificação etária: Livre

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Sobre Wagner

Wagner é o manda chuva do Troca Equivalente. Formando em algo sem relação alguma com o universo dos animes e mangás, está sempre por aqui dando seus pitacos. Pelo nome do blog já dá para imaginar qual é o seu mangá/anime favorito.

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