Initial D – Legend 1: Awakening ~ Review do 1º Filme da trilogia!

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Finamente chegou a hora de comentar o novo filme de Initial D! O filme que irá recontar a história do Toyota AE86 mais famoso do mundo e que você confere aqui no Mithril!

Para quem pegou o barco andando, Initial D –  Legend 1: Awakening é o primeiro de três filmes anunciados pela Avex no começo de 2014 que irão recontar toda a história da primeira temporada de Initial D, exibida originalmente em 1997, há quase 20 anos!

Não conhece Initial D ou sabe muito pouco sobre a história? Leia o Mega-Post do Mithril contando absolutamente tudo sobre um dos meus animes preferidos!

Os três filmes fazem parte de um esforço da Avex, detentora dos direitos da série, para trazer o mundo de Initial D para um novo público, não só âqueles que tem a série classica como base de tudo. Estes filmes foram produzidos por um estúdio pequeno, chamado Sanzigen, que é mais conhecido por fazer pós-produção em 3D de diversos animes. Ele foi fundado em 2003 por ex-funcionários do Studio Gonzo e também de outros estúdios e é especializado em CGI para séries animadas. Entre as séries assinadas pelo Sangizen na parte de computação gráfica, estão as animações de Gurren Lagann, Gundam 00, KILL LA KILL, Tiger & Bunny e DOG DAYS, além de muitas outras.

Como o filme pretende recontar a história, algumas modificações foram feitas para deixar o ritmo do filme um pouco mais dinâmico do que foi apresentado na série animada de 1997 e não só isso; Todos os seiyuus foram substituidos e a animação agora conta com nomes como Mamoru Miyano na voz de Takumi Fujiwara, Yuichi Nakamura na voz de Keisuke Takahashi, Daisuke Ono na voz de Ryosuke Takahashi e Minoru Shiraishi na voz de Itsuki Takeuchi. Só gente de peso e que faz muito sucesso atualmente. Outras mudanças também foram feitas, mas isso eu comento um pouco mais a frente.

IDMAIN

Este primeiro filme da trilogia começa com a famosa cena em que Keisuke Takahashi está descendo a pista do Monte Akina em seu (maravilhoso) Mazda RX-7 FD3S e é perseguido de perto por um carro misterioso que faz o downhill colado na traseira do carro do cara. Quase no pé da montanha, Keisuke é ultrapassado pelo carro que o estava seguindo: Um Toyota AE86 Trueno preto e branco, e fica abismado em como um simples Trueno conseguiu ultrapassar um dos melhores pilotos da região de Gunma e membro da poderosa equipe Akagi RedSuns, além de claro, ficar com o orgulho ferido, afinal era um carro de pouca potência e com mais de 10 anos de fabricação (a série se passa em 1995, ano de publicação do mangá).

Aqui já começam as diferenças da série. Enquanto Keisuke desce a montanha sendo seguido de perto pelo AE86, um piloto local chamado Koichiro Iketani, membro da equipe Akina SpeedStars, vê a cena e não entende nada, pois sendo um dos membros da equipe que desce o Monte Akina sempre, não sabia quais eram esses carros que ele havia visto. Na série animada, Iketani não está presente nesta cena; Ele fica sabendo da derrota de Keisuke no dia seguinte, pois o boato se espalha rapidinho. Neste caso, um furo de roteiro da série foi devidamente consertado no filme, afinal seria impossível Iketani saber o que aconteceu, pois apenas Keisuke e o AE86 misterioso estavam descendo a montanha e como não se sabia quem era o piloto, a notícia não se espalharia (a não ser que o carro misterioso fosse de um piloto conhecido na região – o que não era o caso – ). No filme, Iketani se encontra com Keisuke logo após o incidente com o AE86.

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No dia seguinte ao ocorrido somos finalmente apresentados ao segundo protagonista da série (o primeiro, claro, é o AE86 Trueno, hahahaha), Takumi Fujiwara. Takumi é um garoto de 18 anos que tem como melhor amigo um moleque que fala mais do que a lingua, chamado Itsuki Takeuchi. Os dois estudam de manhã e trabalham a tarde em um posto de gasolina, mesmo local em que Iketani, o mesmo cara que viu o ocorrido na noite anterior, trabalha e é lá que Takumi e Itsuki ficam sabendo da história da boca do próprio Keisuke, que vai até o posto abastecer o tanque de seu carro e perguntar para Iketani quem diabos era o dono do AE86. Mais tarde, todos ficam sabendo que a equipe Akagi Redsuns está nas redondezas e na noite do sábado seguinte, iria propor uma disputa contra a equipe Akina Speedstars pela supremacia do Monte Akina. Obviamente Keisuke quer porque quer ter sua revanche e claro, não espera outra pessoa a não ser o piloto misterioso emparelhando ao lado de seu carro no pico da montanha.

Iketani em uma conversa com o dono do posto de gasolina, acaba descobrindo a história de um grande amigo do dono do posto que no passado era um grande corredor de rua e que atualmente é dono de uma loja de tofu e coincidentemente tem um AE86. Iketani decide então ir investigar a história e acaba chegando à loja de Bunta Fujiwara, pai de Takumi (mas Iketani não sabe). Iketani propõe a Bunta que ele corra com seu AE86 no sábado contra o FD3S de Keisuke, o que Bunta declina na hora, porém, depois de alguns dias, Bunta decide aceitar a proposta do rapaz e o mesmo volta todo feliz achando que finalmente teria um trunfo contra a Akagi RedSuns.

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Chega a noite da corrida, muita gente é avisada sobre o evento e lotam os canteiros da pista do Monte Akina, claro, para ver Keisuke e Ryosuke, os irmãos corredores da RedSuns. A hora passa e mesmo com a confirmação de Bunta, ele não aparece, o que deixa todo mundo apreensivo, até que numa hora observam um AE86 Trueno subindo a montanha, era o AE86 da loja de Tofu. O que ninguém esperava, porém, era que quem estaria dirigindo o carro não era Bunta, mas sim seu filho, Takumi, amigo de Iketani e Itsuki, deixando-os sem entender nada do que estava acontecendo.

No dia anterior Takumi havia pedido o carro emprestado de seu pai e o mesmo, claro, não deixou. Takumi havia sendo convidado para levar Natsuki Mogi, uma amiga de escola, para ir a praia e precisava do carro de qualquer jeito. Bunta, que percebeu as intenções do garoto, autorizou que ele levasse o Trueno, mas com uma condição: Que fosse ao topo do Monte Akina no sábado correr contra o piloto que estaria desafiando os locais. Caso ele vencesse, teria o carro todo pra ele no domingo e ainda mais, com o tanque cheio. Takumi hesitou, mas acabou aceitando, afinal, ele não precisaria gastar com nada!

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E foi assim que Takumi foi parar no Monte Akina num sábado a noite com o AE86 da loja. Após explicar a história de que era filho do dono da loja de tofu e que usava o carro todos os dias para fazer entregas, Iketani sacou tudo e acreditou que Takumi seria capaz de fazer o desafio. Tudo certo, a corrida entre o FD3S de Keisuke e o AE86 de Takumi iria começar e começara ali, naquela corrida, a lenda do piloto do Toyota AE86 Trueno que dominaria o Monte Akina por muito tempo sem ser vencido.

Apesar do começo ser igual à série original, afinal as duas versões foram baseadas na mesma mídia, o mangá, a forma de contar a história muda e as perspectivas também ficam diferentes. Uma das principais mudanças logo nessa primeira corrida, é o fato de que desde o momento que Takumi subiu o monte Akina até o final da corrida lá embaixo de novo, ele percebeu a aura envolta daquele evento. Ele fica extremamente surpreso em ver tanta gente querendo ver a corrida, debruçados nas beiradas da pista, escorados nos guard-rails, no topo de rochas. Era algo novo para Takumi que sempre via o Monte Akina deserto e sem graça, apenas como um caminho pelo qual ele tinha que seguir todos os dias para fazer as entregas no topo da montanha.

Essa parte em que ele percebe essa empolgação não está presente na série original e faz muito sentido, pois é um fator muito importante para Takumi mais tarde começar a gostar de correr, gostar de competir. Para Takumi um carro era apenas “um negócio com motor e quatro rodas que anda”, mas aos poucos isso foi mudando e fez que com o AE86 se tornasse uma extensão de seu corpo.

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A animação do filme é muito boa e como já é de costume mudou mais uma vez. Já perdi a conta de quantas CGs Initial D já teve que foram refeitas, principalmente por causa dos Battle Stages, os OVAs especiais resumindo a série. O traço dos personagens está um pouco melhor do que apresentado no Fouth/Fifth Stage, o que já é um avanço significado pois a animação da série original de 1997 é sofrível, ruim demais MESMO.

Nas corridas, o CGI que antigamente era 3D puro e virou Cel Shading, agora tem um balanço muito bom e a interação 2D 3D não é mais tão estranha (a partir do Fourth Stage ela já era excelente), está tudo fluído e extremamente sincronizado. Um detalhe muito legal desse filme é que tentaram aproximar as corridas ainda mais do que é visto nos mangás então coisas pequenas como o rastro dos carros e as marcas de pneus no asfalto são praticamente iguais às do mangá, ou que deixa o filme ainda mais bonito. Ao mesmo tempo que ele tenta passar um estilo real (e que consegue muito bem), faz com que tudo pareça mais animalesco, com algumas coisas que te fazem lembrar que aquilo é uma adaptação de um mangá cujo traço dos carros e das pistas é primoroso.

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Toda a parte técnica foi refeita, inclusive os sons dos carros. Nos três vídeos abaixo, você confere como foram gravados os sons dos motores e de todo o áudio presente no filme. Os produtores da série usaram novamente carros reais e extremamente parecidos com os do filme e cara, o som dos motores ficou animal. Essa parte sempre foi algo muito elogiado na série, pois não só som como o comportamento dos carros são extremamente reais e mesmo com alguns exageros, costumam respeitar as leis da física, hahahaha. O problema meus amigos, é outro, e irei comentar a seguir.

A ausencia de Eurobeats

Quem acompanha Initial D desde o começo, sabe que os Eurobeats, músicas em estilo eletrônico de origem europeia que fizeram muito sucesso no Japão na década de 90, eram marca registrada da animação. As corridas sempre foram ótimas, mas era o Eurobeat com suas batidas rápidas que ditavam o ritmo e era impossível não ficar animado com as corridas ouvindo aquelas músicas envolventes e que tinham tudo a ver com o espirito das corridas da série. Como o filme quer recontar tudo de novo e como falei, trazer o universo de Initial D para um novo público, a Avex optou por retirar o Eurobeat do filme. Os fãs mais antigos, claro, ficaram chocados e acharam essa uma decisão que ia contra os principios de Initial D, afinal Eurobeat é sinonimo de corridas e elas não podem acontecer ser Eurobeat! (isso foi sarcasmo, ok?). Olha, eu também senti falta, mas entendo o porque de terem tirado.

O Eurobeat é um estilo de música MUITO noventista, mas muito mesmo! Na época que a série foi lançada em 97 o ritmo estava bombando e a Avex tinha sido a responsável por levar esse estilo de música para o público japonês. Obviamente, para promover isso, decidiram colocar no anime e deu muito certo, tanto que mesmo com o estilo em declínio nos últimos anos, a Avex continuou trazendo mais e mais músicas exclusivamente para Initial D, sendo que algumas foram até encomendadas! Estamos em 2015 (o filme é de 2014), a série terminou ano passado e teve durante todos esses quase 20 anos nas suas 5 temporadas, muito Eurobeat. Se o objetivo era fazer uma nova série de Initial D para um novo público, era natural que algo assim fosse retirado. Claro que eu gostaria que os Eurobeats continuassem, mas gente, LET IT GO!

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No lugar dos Eurobeats foram colocadas músicas de rock de bandas indie japonesas e caras, o resultado foi até satisfatório. O show principal no filme são os carros, o barulho de pneu no asfalto, o ronco dos motores e o estouro dos escapamentos. A música, claro, faz parte, mas é um complemento. Nesta nova série o que mais se ouve é barulho de carro e isso é ótimo. No começo fiquei meio nhe~ querendo Eurobeat, mas no final do filme eu já estava tão empolgado que analisando tudo, curti demais a trilha! Sou um fã antigo fervoroso da série, mas que aceitei muito bem essa nova investida da Avex.

As vozes novas cairam como uma luva em todos os personagens. Escolheram bem demais os seiyuus e mesmo sentido saudade das vozes antigas, as novas não decepcionaram em nada, só gente foda e que faz jus a toda a história que esta série tem. Os personagens estão lá, os carros icônicos estão lá, a música pode não estar exatamente como antes, mas estão lá de alguma forma. O primeiro filme da nova trilogia de Initial D é excelente, tanto para antigos fãs quanto para novos. Se eu fosse você iria assistir agora mesmo, pois Initial D está pronto para fazer história novamente e se tornar mais um ícone do mundo automobilístico, sendo lembrado em diversas mídias como cinema e jogos por mais muitos e muitos anos.

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