Ledd – Editora Jambô – Vol. 1

Em Outubro do ano passado você ficou sabendo aqui no Gyabbo! sobre o início das vendas do manga nacional Ledd, de J.M. Trevisan (roteiros) e Lobo Borges (Arte). Chegou a hora de você saber em detalhes como ficou o primeiro volume dessa que promete ser uma grande saga nos quadrinhos nacionais.

E antes de comentar melhor sobre esse encadernado, é bom dizer que sim, eu considero Ledd um manga. Existe uma longa e infindável discussão sobre o que é e o que não é manga (igualmente sobre o que é e o que não é anime). Uns dizem que é manga somente aqueles quadrinhos feitos no Japão. O que seria bizarro, já que eu poderia então levar qualquer autor de comics, publica-lo em alguma revista qualquer japonesa sem mudar seu estilo e isso seria manga?

Devo confessar que já tivesse opinião até ela ser desconstruída por uma analogia bem simples. O Rock surgiu nos EUA, mas seu sucesso fez-se espalhar pelo mundo, sendo criado e recriado nos mais diversos países, incluindo o próprio Japão. Temos características básicas sobre o que é Rock e isso independe da sua origem. Assim também é o manga. Assim também é o traço de Lobo Borges e a forma narrativa escolhida por Trevisan.

Com isso em mente, vamos à análise de Ledd #1.

Começamos a história na fortaleza Hardof no poderoso reino de Yuden, onde o protagonista da história, Ledd, acaba de ser preso por algo terrível que ele fez. No entanto, além do seu próprio nome, o rapaz não consegue lembrar nada mais de sua própria história.

Com a ajuda do mago Ripp, que tem a peculiar característica de precisar de alguns fios de cabelo ou pêlos para realizar suas magias ao mesmo tempo que seu corpo não possui algum, eles conseguem escapar de Hardof, não sem antes enfrentarem uma terrível besta conhecida apenas como “O Carrasco”, o que acaba por despertar em Ledd um poder misterioso através de uma marca que surge em sua mão direita.

Sem dar muitos spoilers, assim começa as aventuras de Ledd em sua busca por sua própria história, das descobertas dos mistérios que vão surgindo em seu caminho. Mas a história vai muito além dessa primeira camada. Já neste primeiro volume é possível perceber que intrigas políticas no reino de Yuden com suas nuances de supremacia política, moral e racial podem dar ao título muito mais do que a simples aventura de um herói perdido.

É assim que, apesar da pequena participação neste volume do General Klinsmannn, este que é um dos líderes dos Puristas de Yuden, criam-se pontas abertas, deixando os leitores ansiosos para descobrir os pequenos detalhes a serem explorados. Mesmo personagens que aparentam tem uma participação definida já neste primeiro volume, como o Coronel Barba Branca, nos questionam para o que pode acontecer com Ledd. Afinal, não só para nós a história é uma página vazia em nossas mentes a ser preenchida com o progredir da leitura, mas para o próprio herói tudo é inédito. Espere tudo de Ledd, pois tudo pode acontecer.

Mas R$19,90 não é um dinheiro tão fácil de se gastar em algo desconhecido, mesmo que elogiado por quem lê. Você pode, mesmo se interessando pelo que escrevi aqui, não querer se arriscar, ainda mais por estarmos falando de um quadrinho nacional (outro assunto que renderia um post inteiro pelo preconceito bobo).

E agora? Bem, para isso temos a internet. É só clicar AQUI e ler tudo online.

Antes que você ache que estou fazendo apologia aos scans, é preciso salientar que Ledd antes de ser um volume encadernado é uma webcomic. Saindo mensalmente capítulos novos no site do título. Se o primeiro volume vai do capítulo primeiro ao quarto, na internet já está disponível até o capítulo sétimo, próximo de sair o oitavo e fechar a segunda edição. Desta forma você pode saber se gosta do produto antes mesmo de compra-lo! E de forma oficial.

Mas então, alguns podem questionar, se é possível ler na internet de forma oficial, por que irei gastar meu dinheiro comprando? Primeiro que nenhuma obra se sustenta de graça, é comprando os volumes encadernados (e outros produtos relacionados à série como camisetas) que você ajuda os autores a continuar criando.

Não só isso, ao se passar para o papel um material digital é lógico que se dá a necessidade de dar algo mais para os compradores. Assim, temos nove páginas (belíssimamente) coloridas por Alyne Leonel, como você pôde conferir em algumas das imagens que ilustram este post. A ótima arte de Lobo Borges – que em muito lembra o estilo de Kishimoto de Naruto, sem ser uma mera cópia, no entanto – é bem melhor visualizada no papel, principalmente por questões de tamanho das páginas online, principalmente as duplas. Além disso, também é dado acesso aos esboços originais de vários personagens e locais, comentários dos autores e ainda páginas de como os roteiros eram entregues ao ilustrador. O único ponto negativo é que o preto da impressão é mais fraco que o original, algo perceptível na comparação do físico com o online, mas que em nada prejudica a experiência.

Se você não acredita em quadrinhos nacionais, está mais do que na hora de mudar seus conceitos e Ledd é um ótimo começo, pois sim, podemos ter quadrinhos (mangas) de ótima qualidade por autores brazucas. E se você já confia nos autores da terra ou já conhece Trevisan e o mundo de Arton de outros tempos, Ledd conseguirá lhe dar toda a ótima experiência que esse cenário possui, mas indo muito além de coisas já feitas como Holy Avenger. Isso pode ser comprovado pela indicação recebida pelo prêmio HQMIX e pelo Bronze que Ledd recebeu no Ichiban Brasil como melhor lançamento em 2011.

Aproveite então e compre pela loja da editora Jambô onde você ganha um desconto e o frete ainda sai grátis, entregando para todo Brasil!

É só clicar AQUI e comprar!

No mais, aguarde pois teremos muitas novidades sobre Ledd aqui no Gyabbo! e em outro lugar… aguardem!

PS: É spoiler, mas cliquem aqui para ver o que vocês podem esperar de Ledd para os próximos capítulos.

Em Outubro do ano passado você ficou sabendo aqui no […]

9 thoughts on “Ledd – Editora Jambô – Vol. 1”

  1. Sendo bem sincero, eu fiquei meio confuso no começo da história. Achei que jogaram a gente do nada no meio de tudo sem nem explicar nada. É claro que sei que não ficará sem respostas, mas é preciso alguma base para se começar alguma coisa, e isso não teve. Simplesmente colocaram lá e apareceu. Não gostei nem um pouco disso, não me deu vontade de continuar a ler, só deu confusão. Só depois que as coisas se ajeitaram, colocaram base, explicação, mas ainda não com a história principal, e sim com essa secundária que está saindo agora.

    Os primeiros capítulos também tem uma narrativa visual(não digo o traco, mas narrativa visual mesmo) apenas razoável. Algumas cenas de efeito sem sentido e cenas de movimento que não tinham movimento. Admito que em menos de 8 capítulos conseguiram corrigir tudo isso, não vejo mais esses defeitos nos capítulos atuais, algo excepcional em tão pouco tempo, mas nos primeiros vi muito.

    Praticamente não tenho dinheiro comigo, e o que tenho seria pra comprar os outros mangás. Mas se em julho, quando irei comprar todos os volumes atrasados que preciso, se sobrar, compro sim.

  2. Desde Holy Avenger e Mangá Ex, ou antes, que leio essa bobagem de “Nós não temos mangá nacional” ou “Só o japão sabe fazer mangá”. Triste ver que essa modinha de desvalorizar a prata da casa ainda não passou, pois eu tenho certeza de que se esse povo tivesse em mãos uma página de mangá daqui, do Japão ou do raio que o partisse em dois, sem os balões de fala, não saberia precisar a origem dela baseando-se apenas no que vê. A maioria é implicância gratuita, pura e simples frescura.

    Eu fico mega feliz quando nasce um mangá made in Burajiru, independente das primeiras impressões que tenho dele. Pode não ser do meu agrado, pode ser excelente ou uma buesta fumegante, mas só de ver desenhistas, roteiristas e editoras tentando estabelecer uma produção de mangás nesse país já merecem todo o meu respeito. Se for dos bons, ganha meu incentivo de brinde.

    Sobre Ledd, eu comecei a ler pela internet, mas parei porque ainda não me decidi se compro o volume 1 ou continuo online mesmo. Vinte dinheiros não é pra se queimar na dúvida e o pouco que li me deixou assim. Gostei do traço do Lobo Borges, é bem bonito e simples, do jeito que eu gosto, mas confesso que esse cenário medieval de RPG está longe de figurar entre os meus favoritos. Vejamos pra onde a história vai e se isso vira apenas um detalhe. No mais, sucesso pros autores, que se trabalhar com quadrinhos no Brasil não é nada fácil, com mangá deve ser umas 3x pior.

    Ainda falando de mangá nacional, mas sobre outro título: Turma da Mônica Jovem. Acho que é o único que eu não vejo como um mangá completo, não por seu traço, mas pela narrativa ser idêntica aos quadrinhos tradicionais da turminha. É tipo um mestiço de tirinhas com mangá. Estranho.

  3. Eu acredito no mangá nacional!!!
    Comprava aquelas revistas do tempo do ronca em que autores nacionais faziam histórias (Booken, Tsunami etc), mas oq me dava raiva msm era a falta de continuação da história (fizesse então uma revista só de one-shots!).

  4. Mangá nacional é tudo de bom, temos muitos exemplos bons, principalmente relacionado ao RPG, sou jogador a uns 7 anos e já vi vários quadrinhos muito bons, desde os rits Holy Avenger e Victory, até alguns menos conhecidos como Mercenário$, Ethora, e até mesmo o recente Dragons Bridge. Isso sem falar na Ação Magazine, que realmente é uma bela iniciativa e traz alguns mangás muito bons!
    Agora Ledd, é realmente muito bom! Para eu que já venho acompanhando o mundo de Arton há um bom tempo (isso incluindo os livros básicos de jogo, os complementares, os romances, e sim os vários quadrinhos que pintam em torno desse fantástico mundo) dá pra perceber claramente a evolução dos quadrinhos brasileiros!
    Muito bom, vale o preço!

  5. Ora pois, o que caracteriza um mangá é a narrativa e o estilo não. Pra que ficar inventado termologias xD
    Eu até queria comprar, mas além do preço, sei lá, eu não gosto muito de estórias de RPG xD

    Quando eu vejo esse pessoal me bate uma invejinha, porque eu também queria publicar um mangá e não sei como~~ enfim…

  6. Num evento aqui em Hellcife tive a oportunidade de conhecer Lobo Borges no Omake ’12.
    Cara muito simpático e talentoso! Ele tava lá pra autógrafos e vender cópias e artes do Ledd, e feitas NA HORA! E realmente o traço dele é muito bom!

Deixe sua opinião