Blood Lad – Editora Panini – Vol. 1

Normalmente esperamos ser lançados por aqui os mangas mais conhecidos ou mesmo os que são outras versões dos animes de sucesso do momento. Mas nem sempre isso acontece (alguns mistérios como por que Haruhi nunca veio para o Brasil perduram por exemplo) e vez ou outra um pseudo-desconhecido surge nas bancas brasileiras, sendo este o caso de Blood Lad.

Temos aqui mais uma história onde um Vampiro diferente vive uma aventura ao lado de uma jovem humana, mas muito diferente da franquia mais conhecida no momento sobre as “criaturas da noite”. Charlie Staz é o chefe de um distrito do território leste do Makai (mundo dos demônios), tendo como dever defender seu território contra desafiantes de outros distritos. Mas a verdade é que Staz não tem a mínima vontade de fazer isso, muito menos de ir ao mundo humano sugar seu sangue. O que realmente interessa-o são os elementos da cultura pop japonesa! Animes, mangas, música, eletrônicos. Ele é um completo otaku e utiliza do seu poder para fazer seus subordinados contrabandearem coisas diretas do mundo humano.

Por isso mesmo o vampiro fica muito empolgado ao saber que uma humana japonesa – a colegial Fuyumi Yanagi – está no Makai perdida; não por que vai poder tomar sangue humano, mas sim pra conversar com ela sobre as coisas que tanto gosta. No entanto, Fuyumi acaba sendo morta – e por isso ter acontecido dentro do Makai -, se transformando em um espírito. Staz decide então que irá ressucitá-la, indo até o mundo humano para isso.

Sendo publicado desde 2009 na revista seinen Young Ace pela autora Yuuki Kodama, Blood Lad conta atualmente com 5 volumes encadernados, sendo que neste momento dois já foram publicados no Brasil pela editora Panini em sua periodicidade bimestral e de acordo com o blog Panini-Fã, aparentemente a obra está em sua reta final no Japão, o que é uma uma ótima notícia para não ficarmos à espera como acontece com Highschool of the Dead.

Apesar de eu esperar pouca coisa de Blood Lad, ele conseguiu me surpreender bastante. Mesmo sendo um seinen por sua revista de origem, ele possui todo um clima de shounen que facilmente se encaixaria em uma Shounen Jump da vida, equilibrando muito bem um enredo clichê de vampiros com elementos nipônicos pop que o renovam e dão um ar interessante ao manga.

O traço da autora é bom e constante, seja nas cenas paradas, seja nas boas cenas de ação. E sim, Blood Lad possui todos os elementos de um bom battle shounen, ainda que esse não seja o único foco da série. Boa parte da diversão da leitura desse manga está na personalidade do seu protagonista que apesar de ser um vampiro muito poderoso chefe de uma das zonas do Makai está bem mais preocupado nos seus interesses pessoais do que na tradição. Sendo um pouco pretensioso, Staz é tão poderoso que seu poder o entedia e por isso ele se diverte mais com os mangas que possui.

É difícil predizer para onde o manga irá andar, mas é fácil dizer que as possibilidades dele continuar sendo bom após seu primeiro volume são altas. Ao final do número #1 já somos apresentados ao grande rival de Staz, o lobisomem Wolf (perceba o uso dos elementos clássicos para serem repaginados de forma positiva). Ainda assim, por mais que queiramos ver até onde o poder dos dois pode chegar, ao mesmo tempo também nos interessa acompanhar o Staz-otaku e suas peripécias pelo mundo humano e o desespero cômico da pobre Fuyumi.

O trabalho da Panini aqui está bem competente, sem problemas com as páginas e com uma tradução/adaptação bem feitas por Jae HW e as editoras Elza Keiko, Beth Kodama e Débora Kamogawa. O único pesar a ser apontado é a falta das páginas coloridas (ver Aqui e Aqui), não somente por elas não estarem ali, mas pelas páginas em preto e branco terem ficado demasiadamente escuras, acabando com a arte original.

Blood Lad com certeza me surpreendeu positivamente como um dos melhores lançamentos de 2011 e que deve cativar um público facilmente, nos próximos volumes que virão, até por lembrar um pouco o famoso Yuyu Hakusho.

Se quiser ler outras resenhas sobre este manga da Panini recomendo o já citado Panini-fã e o post do Anikenkai.

Normalmente esperamos ser lançados por aqui os mangas mais conhecidos […]

13 thoughts on “Blood Lad – Editora Panini – Vol. 1”

  1. Gostei da resenha. Eu admito que comprei esse mangá porque achei a capa bonita e resolvi dar uma chance, e não é que ele me surpreendeu? Positivamente, claro. Adorei a referencia a Final Fantasy logo no começo e o protagonista tem personalidade, não é mais um protagonista clichê bobão que quer salvar os amigos. Tem tudo pra ganhar seu fandom aqui no Brasil quem sabe um adaptação em anime em breve?

  2. Eu comprei não esperando muito, mas me surpreendi e já estou comprando na pré-venda. Uma coisa que gostei foram justamente as partes clichês, pois tem elas aos montes, mas eis o diferencial, por ser clichê você pensa que vai acontecer determinada coisa e acontece totalmente o contrario, vai ver que isso acontece porque leio não esperando nada super desenvolvido, mas não me arrependo de ter comprado Blood Lad.

  3. Não entendia porque o pessoal falava tanto desse mangá. Mas agora deu até vontade de acompanhar, parece ser uma mangá gostoso de se ler.
    O nome do lobisomem é mesmo Wolf? Nada criativo HAHA

    1. Mas a ideia é justamente essa, o manga zoa consigo mesmo pra ser mais divertido.

      E o nome é Wolf, “Wolf Boy” é como o Staz chama ele por serem rivais.

      Gyabbo!

  4. Li o mangá por scans na internet, até o começo do volume 5, mais ou menos. Achei legalzinho, mas ainda estou pensando se vale a compra ou não. Há muitos personagens divertidos, começando pelo próprio Staz, passando por Wolf (que deu uma sumida nos últimos volumes, mas que eu espero que volte a aparecer), e indo até os irmãos do protagonista, Liz e Braz (a Liz em especial me surpreendeu bastante; achei que ela fosse ser só o esteriótipo da pirralha irritante, mas felizmente ela foi desenvolvida de uma maneira melhor). O character desing também é muito bom, principalmente nos personagens masculinos – as personagens femininas tendem para o esteriótipo fanservice “rosto de criança e corpo com “atributos” super-desenvolvidos”, o que definitivamente não me agrada. O plot é bem raso, não procurem uma história profunda por aqui; isso, porém, não quer dizer que ele não seja divertido. Aliás, em se tratando de diversão, o que brilha mesmo são as interações entre as personagens, e o modo como cada uma reage ao mundo bizarro que as cerca. Outra coisa legal é o modo como o mangá não se leva a sério: mesmo as lutas mais arriscadas não acontecem por algum motivo nobre ou dramático – há vários momentos do tipo “eu estava passando pela rua, me meti em um mal-entendido e acabei brigando”, xD. O que eu não curti mesmo é como a Fuyumi é mal desenvolvida. Nos últimos capítulos até que deixaram ela se expressar um pouco mais, mas no geral ela é só um “objeto” que acaba “entrando em altas confusões” (sessão da tarde feelings) por causa de Staz e cia. Personalidade rasa total. Parece bem personagem feita para agradar otaku, entende? Isso meio que me irrita um pouco. Aliás, se não fosse a Liz, o mangá não teria nenhuma personagem feminina decente (eu sei que o povo adora a Beru, mas eu acho ela meio chatinha-irritante. E a Liz não conta tanto como personagem feminina, já que ela ainda é criança). Enfim, resumindo: o mangá não tem muita história, mas tem personagens cativantes, boas tiradas, cenas de ação bem legaizinhas e, apesar de ter fanservice, é bem leve. Se você só quer relaxar e dar umas risadas, é uma boa pedida. Ah, e aos que se deixaram levar pelo boato do “está na fase final”, um aviso: eu li quase até o capítulo atual, e até agora eu não percebi nenhum sinal de que o mangá esteja próximo do fim. Ele pode muito bem acabar durando mais do que o esperado.

  5. Olha esse aí merece uma tenção é um bom anime e nossa tão engraçado sem ser escrachado, pelo menos eu achei..sabe cheio de referências que deixam o clima….tão bom, sim a falta das páginas coloridas foi um ponto contra(até pq como disseste elas ficaram escuras demais! -.-). Já li por aí que existe planos para um anime, isso é verdade ou só é papo de povo fã?

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