Bijojuku: Cursinho de Sedução – Editora Panini

Olá leitores, como estão? Lendo muito manga, assistindo muitos animes, estudando? Não esqueçam do último, o mais importante. Isso me deu a ideia para um post, mas fica para o futuro, hoje continuo comentando mangas lançados no país com Bijojuku: Cursinho de Sedução.

Anos atrás eu era um assíduo leitor da coluna que a Valéria Fernandes possuia no site AnimePró, que foi uma das referências para que eu criasse o Gyabbo!. A “Shoujo Café”, mesmo nome do atual blog da Valéria, fazia basicamente o mesmo que o blog, mas de uma forma mais temática, com uma certa periodicidade. Pelo que lembro, um dos principais temas abordados nessas colunas era a disparidade entre o número de mangas shonen contra os shoujos no mercado nacional. Se naquela época entre 10 mangas um era shoujo, hoje com certeza a disparidade é bem menor e esse tipo de reclamação já nem cabe mais, sendo mais factível reclamar por mangas joseis.

Muito se dizia que os shoujos não vinham por que simplesmente não tinham mercado, não venderiam. O que acabou ganhando força após a palhaçada causada pela retorno e posterior cancelamento de Peach Girl por falta de vendas (aqui sendo muito mais culpa da Panini do que do manga em si). Mas o que dizer quando uma mesma autora de mangas shoujo consegue emplacar quatro títulos no país? Dizer que não vende seria no mínimo ingenuidade, mas possivelmente má fé.

Yokoyama Mayumi chegou ao mercado com o desconhecido Colégio Feminino Bijinzaka, que apesar de não ter gerado grandes comentários, eu pessoalmente achei bastante carismático, principalmente para um título de três volumes. Algum tempo depois veio Galism, que infelizmente não tive acesso, mas novamente foi bem aceito, mesmo sem gerar um maior rebuliço. Se um manga de uma autora poderia ser uma aposta, um segundo uma tentativa, um terceiro seria uma certeza, mas e um quarto? Isso é praticamente um fato das vendas que Mayumi consegue no país. Para ficar mais claro, no início do ano a Panini anunciou de um só vez o terceiro e quarto título da autora, Otomental, e aquela que vou comentar, Bijojuku.


Lançado em dois volumes, Bijojuku fala sobre Eve Hanazono, uma garota criada só por sua mãe, que sempre colocou para a garota que ela deveria buscar um homem bonito e rico, para não repetir o erro que ela mesma cometeu ao se casar com um cantor fracassado. Com esse pensamento Eve entra em um colégio de prestígio, o Colégio Adão, que recentemente se tornou misto, o que fez muitas garotas se matricularem pelo simples motivo de fisgar um partidão.

Apesar de Eve ser inicialmente completamente superficial e vaidosa, buscando cumprir os desejos da mãe, ela acaba conhecendo um garoto chamado Go Kodakara, que facilmente faz com que Eve se apaixone por ele. O problema é que na verdade ele é pobre, muito pobre, chegando ao ponto de não ter o que comer.

Esse é basicamente o plot da história, a paixão arrebatadora que Eve sente por Go versus tudo aquilo que lhe foi ensinado, escolher um homem de elite para se casar e viver uma vida de confortos para sempre ou seguir os seus instintos e paixões.

Bijojuku segue o mesmo padrão da Panini, com bom acabamento, capa bonita e boa tradução/adaptação, além de eu não ter percebido nenhum erro de redação.

Vi pela internet algumas pessoas criticando o uso do subtítulo “Cursinho de Sedução”. Em primeiro lugar, preciso afirmar que sou totalmente a favor de subtítulos, principalmente em mangas com nomes japoneses e “exóticos”. Para uma adolescente que não lê mangas, uma revista chamada “Cursinho de Sedução” se torna muito mais interessante do que um “Bijojuku”, é puramente uma questão de marketing. Claro, é preciso ver se a tradução/adaptação está correta, já que esse subtítulo faz referência a um host club que a mãe de Eve mantém dentro da história. Mas entre ter esse subtítulo ou nada, prefiro o subtítulo.

A história, por se tratar de um título com apenas dois volumes, é bem direta, mas consegue levar tudo de forma divertida e sem grandes exageros. A comédia faz bem o seu trabalho e a autora consegue mexer bem com aquilo que marca seus mangas (pelo menos o que li dela), a tentação e a adolescência. Achar que uma adolescente não se interessa por sexo ou não procura por isso nas literaturas que consome é besteira, possivelmente até machismo. Esse talvez seja o trunfo que faz a autora vender bem no país, ser honesta com os seus leitores.

Agora é esperar pelo segundo volume e ver se Mayumi conseguirá encerrar bem esse divertido e honesto shoujo.

Olá leitores, como estão? Lendo muito manga, assistindo muitos animes, […]

10 thoughts on “Bijojuku: Cursinho de Sedução – Editora Panini”

  1. Eu sou muito fã de mangás shoujos, às vezes até mais do que shounens, mas não me interessei por este mangá. Questão de gosto. Não gostei do subtítulo. Pode dar uma idéia errada da história.

    O maior problema dos mangás shoujo no Brasil, por incrível que pareça, para mim, são as capas. Ninguém compreende como um homem pode comprar um mangá com capa rosa. Até sofri preconceito com isso. De resto, o tratamento dado pelas editoras costuma ser muito bom.

    Vi sua coleção de mangás no About e fiquei com inveja. A minha ainda não chega nem perto! =D

  2. Eu vou ser sincero: são raros os shoujos que ganham minha atenção e qualquer coisa que a Mayumi Yokoyama escreva cai nessa categoria. Porque ela faz essencialmente personagens preparadas para o mundo no que tem de seu pior, mas que não são choraminguentas ou boazinhas por causa disso. Elas não querem encontrar o melhor nas pessoas, querem o melhor para si; se encontram algo diferente, encontram por mero acaso (pode reparar: a protagonista é tão canalha como qualquer outra de suas colegas em Bijojuku, as circunstâncias é que a fazem pôr em cheque algo de si). Pode reparar que personagens cem por cento legais (como o Yohei de Bijinzaka) são punidos por serem cem por cento legais – ele perdeu a protagonista para um sujeito com um pé no canalha, porque mal ou bem é isso o que acontece na prática – e em geral quando esses caras jogam a toalha e tentam agir de forma não tão legal, só estragam ainda mais a situação; em Galism, o “bom moço” termina empatado, porque não apenas não conseguiu a garota de quem gostava (que, novamente, preferiu um tipo mais bad boy) como não vai engolir tão facilmente a garota que gosta dele porque por mais que ela insista, ela sempre vai ter um passado como “garota ordinária” nas costas – não é alguém pelo qual um bom moço se apaixone a menos que se queira correr o risco de ser destroçado; é um mundinho impiedoso o das histórias dela e a autora ainda faz troça dele com muito veneno.
    Isso me faz mais sentido do que, digamos, Tohru Honda e seu jogo do contente (quem leu Pollyanna – argh – entendeu).

  3. Olha, vou ser franca, não gosto das personagens dos mangás dela. Sempre digo que adoro protagonistas que fogem do estilo “desastrada, bobinha e kawaii”, mas as da Yokoyama são aquele estilo de meninas vulgares demais! Poxa, pode falar de sexo? pode! mas não é só isso que adolescente tem na cabeça. Eu sou adolescente e penso em várias outras coisas legais que não é sexo!
    As histórias dela não tem o mínimo de conteúdo e é sempre pegação adolescente com protagonistas chegadas a uma farra…é o tipo de menina que eu mais vejo na rua! E são sempre protagonistas que você olha e pensa “essas meninas nem parecem que tem cerebro, só usa a sensualidade para pegar homens, só!” Se a autora pelo menos variasse as histórias, mas é sempre a mesma temática!

    Me desculpe quem gosta e não me venham com “blablabla é mangá só pra divertir blablabla você só gosta de histórinha de amor boba blablabla whiskas sache!” porque é o que eu acho ^^

  4. Como uma garota normal e muito sonhadora, só que muito fã de animes e mangás, é algo normal eu gostar de um shoujo! Já li muitos, se bem que aprecio a leitura de um shounen, tanto que hoje acompanho mais animes desse estilo do que os shoujo, mas tudo bem… Falemos sobre o estilo shoujo da mangaká Yokoyama Mayumi! O primeiro mangá que li dela foi no ano passado, quando uma amiga minha me emprestou “Colégio Bijinzaka”, eu achei bastante original e o modo como ela aborda os temas de adolescência são realmente interessantes e não tão distantes da realidade, não é aquele shoujo que tudo é lindo e sempre tem um príncipe encantado para salvar e/ou conquistar uma donzela, achei bem legal o/
    Mas virei fã dessa mangaká após ler Galism, é uma história muito divertida, eu ri muito e o modo como se desenvolve a história é demais, se tiver a oportunidade leia Galism, Denys! Creio que você vai gostar e muuuito!
    E agora vem mais dois títulos dela para o Brasil, eu fiquei muito feliz ao saber disso e quando tive a oportunidade comprei Bijojuku, mais uma história interessante dessa incrível mangaká, aquela garota um tanto futil só pensando em garotos e dinheiro, praticamente, acaba se apaixonando e pouco a pouco se entregando a um pobretão do seu jeito! Hohaohaoahoahoahoa E quando lançar Otomental eu vou comprar! o/

    E só pra finalizar, parabéns pelo blog viu? Já passei por aqui várias vezes, mas acabava ficando com preguiça de comentar, porque sabia que não seriam uma ou duas frases, já que adoro escrever *-* Já tenho até um link adicionando do blog Gyabbo no meu blog modesto ^^ HOahoahohaoha
    Tudo de bom, e parabéns mais uma vez! :D

  5. Bom,subtitulos em português sao realmente interessantes e atraentes.Mas o sub desse manga passa uma ideia completamente errada, eu quando vi na banca e mais alguns materias em certos sites da vida, fazia questao de torcer o nariz (sim,sou bem preconceituosa quanto á certos mangas,mas adoro quebrar a cara depois ao saber que estava errada). Porem hoje resolvi dar uma chance e ler sua resenha e gostei,vou comprar o primeiro volume.

  6. Eu sou mais fã de shonen do que de shoujo, não que eu não goste de shoujo, é só que os meus preferidos são sempre shonen, enfim.
    Eu li bijojuku e sinceramente gostei, apesar da protagonista ser uma vadia descarada ela mostra bem a realidade da personagem, que praticamente foi “obrigada” a ser assim pela sua mãe e que acaba conhecendo um outro lado da própria personalidade ao se apaixonar de verdade.
    Também acho que rola um certo preconceito de quem já gosta de mangás ao ver um subtítulo como: “cursinho de sedução” e uma capa rosa (eu mesma li porque peguei emprestado de uma amiga -q), mas…a publicidade existe pra isso, pra atrair um novo público

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