Lúcifer e o Martelo – Editora JBC – Conclusão

Lúcifer e o Martelo, uma fábula sobre a destruição do planeta contada de uma maneira que você nunca viu!

O protagonista desse palco é Yuuhi Amamiya, um complexado e excêntrico estudante universitário que em um dia comum acorda e se depara com um lagarto falante em seu quarto que se denomina Noi Crescent, o cavaleiro de uma ordem que tem a missão de salvar o planeta. Segundo este, um martelo gigante paira no espaço ameaçando esmigalhar o planeta a qualquer momento. Esse martelo é uma criação de um feiticeiro maligno chamado Animus e para combatê-lo existe a Ordem dos Cavaleiros das Feras, serventes da “princesa”. Dentro desse contexto Yuuhi foi um dos escolhidos da ordem que é composta por doze humanos que possuem como parceiro um animal.

Não, isso daqui não é Cavaleiros do Zodíaco, até porque os animais não tem relação com nenhum horóscopo! Com essa premissa tresloucada, Lúcifer e o Martelo ou Hoshi no Samidare, no original, é uma obra surpreendente, pois mesmo dentro de um contexto tão clichê, consegue ser extremamente original: Um protagonista que não se importa com o destino do mundo, uma princesa anti-heroína, animais falantes dispostos a salvar o planeta, inimigos que são bonecos de barro e um feiticeiro que vive de pijama e muito mais!

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Essa obra consegue ter o equilíbrio certo entre humor e sobriedade, passando conceitos autênticos de integridade, lealdade e amadurecimento. Lúcifer e o Martelo soube concluir tudo a que ele se propôs desde o começo e ainda mais! Uma coisa gostosa dessa história é que, mesmo aquele personagem que você considera coadjuvante, tem seu papel especial na conjuntura. Uma das maiores lições que ele passa é de que, a partir do momento em que você vive e se entrosa com outras pessoas, você está propenso a aprender com as situações que são impostas pela vida, inclusive as perdas. Mas, acima disso, aprender a lidar com essas perdas e seguir em frente é um processo muito importante para o amadurecimento.

Hoshi no Samidare não foge do realismo, mostrando que por mais que a gente não queira, pessoas queridas tem que partir, ainda mais em uma guerra. Se o conceito de uma obra é o desenvolvimento de seus personagens e se essa obra consegue atingir esse objetivo com maestria, então o autor dessa façanha merece com certeza meu respeito e admiração. Nesse quesito, Satoshi Mizukami soube passar isso muito bem. Com um início mais debochado, um desenvolvimento sagaz e comovente e um final homérico, essa obra conquistou um lugar especial pra mim. É daquelas obras que você demora pra ler o último volume com dó de que acabe. Aquela obra que você se vê rindo alto com as piadas toscas, mas se vê chorando com a perda de um personagem. É isso, ele te embala, te incorpora na história e te faz ansiar pelo próximo capítulo dessa fábula.

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A editora JBC está de parabéns novamente por trazer um título incrível, com 10 volumes que passaram voando. A qualidade da edição física está muito boa, contando no primeiro volume com um prefácio do autor especialmente para a edição brasileira, papel brite 52g, páginas coloridas em todas as edições e mesmo formato de Magi. Vale cada centavo.

Como addendum, vou me permitir um momento tiete e expressar aqui minhas parabenizações ao tradutor Luiz Kobayashi pelo trabalho esmerado com esse manga, assim como em Soul Eater, que sempre traz informações tão interessantes sobre os mangas na área “Versos da Tapeçaria”. E vou reforçar aqui o que ele disse no prefácio do tradutor: Leiam e releiam Lúcifer e o Martelo porque é uma obra em que, cada vez que você lê, você redescobre as mensagens por trás dela. É um manga muito bem trabalhado e planejado do começo ao fim! Está esperando o quê?

Sobre Karina Herbsthofer

Artesã, fotógrafa, escritora, otaku, comilona, amante de gatos e dança. Viciada em cheirar livros! Mora no estado de São Paulo. Escreve no blog do Gyabbo! desde 2014.

Lúcifer e o Martelo, uma fábula sobre a destruição do […]

3 thoughts on “Lúcifer e o Martelo – Editora JBC – Conclusão”

  1. Já faz um tempo que eu planejo reler. Eu li através de scans mas eu queria ler a versão impressa, só ainda não tive condição financeira para ir atrás dos volumes… Coleciono tantas coisas que fica difícil arrumar uma grana e ir atrás desses volumes já lançados. Mas é uma análise de conclusão muito boa, de fato!

    1. Eu sei como é, com tantas opções de mangás, fica difícil colecionar tudo o que quer ainda mais quando a coleção já está mais avançada ou já terminou. Eu tenho vontade de comprar Black Butler, mas o dinheiro e a falta de tempo pra ler, fazem eu adiar essa decisão rs
      Ah mas quando puder, compre a versão física de Lúcifer e o Martelo, é muito bom e o Koba, o tradutor colocou muita coisa interessante como a tradução dos nomes e suas relações!
      E obrigada por ler e comentar! ^^

  2. lucifer e o martelo…. um dos melhores mangas que já li, envolvente, empolgante, impressionante… a cena em que um fulaninho morre e depois todos lutam daquela forma… aquilo é epico!!!

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