Na primeira de uma série de eventos dos quais fará parte, chega no Anime Friends 2015 o anúncio muito esperado de Kiseijuu! Confira esse e todos os outros detalhes em nossa análise da palestra da editora JBC, incluindo o vídeo da mesma na íntegra.
Em uma palestra que contou com a participação de dois dos principais nomes da história do nosso mercado de mangas, Marcelo Del Greco e Cassius Medauar, não poderíamos esperar outra coisa senão muitas informações de bastidores, maiores detalhes sobre como funciona o mercado e as relações complicadas com os japoneses.
Com mais de 20 anos, a JBC é hoje uma das maiores editoras brasileiras que fazem essa ponte cultural nipo-brasileira, mas ainda assim é uma empresa média/pequena, o que torna a comparação com outras editoras maiores, como é o caso da multinacional Panini, impossível de acordo com Medauar. Com cerca de 30 funcionários, ela conseguiu desde 2001 se fixar de igual para igual na disputa pelo mercado de mangas, mesmo que editoras com a Shueisha prefiram colocar seus títulos mais fortes como Naruto e One Piece em outras casas como na época áurea da Conrad e agora da editora italiana.
A relação com os japoneses, um assunto já clássico nesse tipo de evento, é sempre complexa, indo desde a falta de material original pelas editoras nipônicas – foi necessário comprar Ranma 1/2 em sebos japoneses para conseguir escanear e limpar o material! -, até o aparente esquecimento de informações fechadas no plano de vendas, exemplo de Ghost In the Shell que mesmo após fechado, gerou dúvidas na Kodansha se seria usado o manga original ou a versão americana da Dark Horse.
Buscando sanar de vez as dúvidas sobre a natureza do selo Ink Comics, capitaneado por Del Greco, foi explicado que ele está aberto para publicações de qualquer nacionalidade e estilo, não somente títulos nacionais ou quadrinhos japoneses – é possível sim pensar num futuro com quadrinhos europeus ou manhwas saindo pela JBC. A grande vantagem do Ink Comics, além de aumentar o leque de experimentações da editora, é poder lançar outros títulos com maior rapidez e flexibilidade, que a equipe “tradicional” da JBC não conseguiria a curto prazo, caso de Kill la Kill, manga “normal” que se não tivesse saído pelo Ink só conseguiria ser lançado em 2016.
Outro ponto interessante e que até essa palestra não havia sido comentado pelas editoras brasileiras é que os pedidos por títulos são feitos em “janelas”, períodos específicos onde listas de interesse são enviadas às empresas japonesas atrás de títulos que podem ou não ser liberados. Casos como Akira e Sailor Moon mostram que durante muitos desses períodos o impedimento partiu dos próprios autores. Já o exemplo de Yugioh!, lançado somente anos depois da onde de sucesso no Brasil, deixam claro que isso pode partir também das próprias editoras que não vem como interessante lançar algo fora do arquipélogo naquele momento. Essa natureza de negócios resultou em situações complicadas, como a necessidade de escolher entre Death Note e Bleach por parte de Marcelo Del Greco e entre Terra Formars e Tokyo Ghoul por Medauar.
Mas como não poderia deixar de ser, a palestra da editora JBC no Anime Friends 2015 serviu também para novos anúncios, um do Ink Comics, o manga de mistério e sobrevivência Savanna Game, e a fonte original de um dos animes de maior sucesso recente, Kiseijuu (ou Parasyte no nome internacional).
Apesar de contar com um nome de peso como Kiseijuu, a palestra ficou marcada pela sensação de que poderia ser mais, principalmente pela do ano passado ter sido mais grandiosa. No entanto, é preciso entender que em 2015 o grande palco da JBC nos eventos de julho será no Fest Comix onde será uma das responsáveis pela vinda do consagrado autor de Samurai X, Nobuhiro Watsuki. Com uma palestra marcada para lá também, é natural esperar que a apoteose esse ano seja ao lado desse grande convidado.
Cheia de detalhes e curiosidades, a palestra da JBC merece ser vista na íntegra e por isso disponibilizamos o vídeo da mesma em nosso canal no Youtube que você pode ver ali no começo desse post. Confira pois vale a pena!
Manwha, quero! The breaker seria uma ótima publicação… Ou se eles conseguissem trazer Feng Shen Ji, eu compraria sem medo