Safras da Shonen Magazine: 2012

Conheça os mangas que entraram e saíram da SHONEN MAGAZINE no ano de 2012!

“Beijo o meu rival, mas é para o sufocar.”

Jean Racine

Bem-vindos às noites de segunda-feira do Gyabbo!, onde os incríveis são normais!

No ano passado eu fiz uma série de posts falando das “safras” da revista SHONEN JUMP. Um pequeno apanhado de todas as séries que estrearam e saíram da revista em 2012, 2013 e 2014. No entanto o mercado de mangas é muito mais vasto que as páginas do semanário número 1 do Japão. Portanto, agora irei falar das safras da maior rival da JUMP, a número 2 do Japão (e que, por um tempo, ficou em primeiro lugar), a SHONEN MAGAZINE!

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A revista é publicada pela editora Kodansha desde 1959. Seu público são os jovens do sexo masculino até idade colegial, mas, como qualquer revista de grande circulação, também faz sucesso entre as meninas, crianças e adultos. Nos anos 50 e 60 sua maior rival era a SHONEN SUNDAY, que possuía um perfil mais conservador enquanto a MAGAZINE era mais “rebelde”, atingindo em cheio o coração dos jovens contestadores do final dos anos 60 e início dos 70 – sua Era de Ouro.

Em suas páginas, trilharam títulos de grande sucesso como GeGeGe no Kitarou de Shigeru Mizuki. Foi a casa de muitas obras do mestre Ikki Kajiwara com seus títulos Star of the Giants,  Ashita no Joe e Tiger Mask. O Rei do Manga, Shotaro Ishinomori, fez umas participações em suas páginas com Kamen Rider, Skull Man e até Cyborg 009. Outro grande nome foi Go Nagai, que publicou Devilman e Violence Jack na revista. Até Osamu Tezuka chegou a publicar uma de suas séries na revista, The Three-Eyed One.

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Porém, bastou chegar o final da década e a incipiente JUMP se armou com Cobra Space Adventure, Kinnikuman e Ring ni Kakero. Todos títulos que começaram a bater violentamente na velha MAGAZINE. E quando chegaram Hokuto no Ken, Dragon Ball, City Hunter, Rokudenashi Blues e Slam Dunk aí já não havia mais volta. A MAGAZINE seria, para sempre, a segundona… ou será que não?

Na metade dos anos 90, quando Dragon Ball e Slam Dunk se “aposentaram”, as vendas da JUMP caíram vertiginosamente e a MAGAZINE voltou a liderar o mercado de mangás em outubro de 1997. Isto durou até 2002, quando a JUMP retomou a liderança.

Outros grandes títulos conhecidos do público brasileiro já passaram pela revista, como Love Hina, Tsubasa: Reservoir Chronicle, GTO, Air Gear, Negima e o já resenhado AQUI Sayonara, Zetsubou-Sensei. Atualmente Hajime no Ippo, Nanatsu no Taizai e Fairy Tail são os carros-chefes do semanário. E, agora, vamos analisar as séries que entraram e saíram da revista em 2012!

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Vale ressaltar que a MAGAZINE geralmente não dá capa às séries estreantes, então terei que usar outras imagens. Se por acaso eu esqueci de alguma série que foi lançada ou cancelada/encerrada em 2012, podem me avisar. Vamos lá:

Estreias: Happy Project – Yamada-kun to Nananin no Majo – Nanatsu no Taizai – Otokodama Rock – Wagatsuma-san – Rakugomon – Aho Girl – Dr. Duo

Cancelados: Bakudan! – Tanteiken Sherdock – Mou, Shimasen Kara – Dragon Collection Ryuu o Suberu Mono – Zeus no Tane

Encerrados: Cage of Eden – Air Gear

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Happy Project, obra de Hirokazu Ochiaia. Miyano Souta tem 18 anos de idade. E como o governo de seu país exige que as pessoas se casem logo, ele participa de um “campo de casamento” chamado Projeto Feliz. Será que ele vai conseguir uma parceira de casamento se ele tem apenas um mês – e apenas uma chance – para fazê-lo?

Uma comédia romântica com o velho plot do casamento arranjado. Durou apenas quatro volumes.

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Yamada-kun, criado por Miki Yoshikawa. A história de Ryuu Yamada, um estudante delinquente do segundo ano que um dia, por algum motivo bizarro, tropeça na escada e cai em cima de Urara Shiraishi, sua colega de sala. Yamada e Shiraishi acabam trocando de corpos (!!!), por causa de um beijo ocorrido durante a queda. Ao solucionarem o mistério da troca de corpos, e como revertê-lo, acabam descobrindo a existência de sete “bruxas” na sua escola que fazem muitas travessuras.

Série cheia dos beijos e situações bizarras. Segue até hoje na grade da revista e está fazendo um relativo sucesso. Vamos ver até onde ela chega.

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Certamente, a maior estreia de 2012 foi com Nanatsu no Taizai, de Suzuki Nakaba! Também conhecido como The Seven Deadly Sins, tornou-se o mais novo arrasa-quarteirão da MAGAZINE, recentemente superando as vendas do todo poderoso Fairy Tail.

O enredo: os sete pecados mortais foram uma vez um grupo ativo de cavaleiros na região de Britannia que se desfez depois que eles supostamente conspiraram para derrubar o reino e foram derrotados pelos Cavaleiros Sagrados, mas os rumores continuaram a persistir que eles ainda estavam vivos. Dez anos depois, os Cavaleiros Sagrados se voltam contra o rei e o capturam, tornando-se os novos governantes. A princesa Elizabeth foge e começa uma jornada para encontrar os Sete Pecados Capitais e alistar sua ajuda em tomar de volta o reino.

Série medieval muito bem feita. Com um anime recém estreado e o manga vendendo muito, a série tem tudo para crescer ainda mais neste ano de 2015!

Otokodama Rock

Otokodama Rock, de Satoshi Enomoto, estreou em 2012 e acabou no mesmo ano.

Não consegui muito mais informações, mas ele era um bem desenhado shonen de porrada com delinquentes. Vamos para o próximo.

Wagatsuma-san

Wagatsuma-san, de Yuu Kuraishi e Keishi Nishikida, já era publicado na Magazine Special e estreou já com dois volumes encadernados. Aoshima Hitoshi é um estudante do segundo ano do ensino médio que deseja uma namorada. Um dia ele acorda por um motivo desconhecido 10 anos no futuro casado com a garota mais bonita da escola, Wagatsuma Ai. O que aconteceu?

Adivinha! Comédia romântica, claro! A série também tem o sugestivo nome ocidental My Wife Is Wagatsuma-san. Durou treze volumes, tendo uma carreira razoável dentro da revista.

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Bakudan!, por Atsushi Kase.  Depois de ser ameaçado na sua antiga escola, Makoto quer se proteger e treinar para ser forte. Quando ele faz uma viagem escolar para Kyoto, ele sofre um acidente e cai em um rio. De volta a si, ele percebe que ele foi transportado de volta para o período da história do Japão conhecido como o Bakumatsu!

Prometia ser um shonen de samurais, porradaria e comédia muito bom, mas esteve longe disto. Cancelado com apenas dois volumes.

Tanteiken Sherdock

Tanteiken Sherdock, obra da dupla Yuma Ando e Satou Yuuki. Conta a história de Wajima Takeru, um amante de cães. Ele acaba adotando um cão especial, que, de acordo com as pessoas, não interage ou brinca. Acontece que o detetive mais famoso da história, Sherlock Holmes, foi reencarnado neste cão! Apenas Takeru pode ouvir a sua voz. Sherdock usa suas habilidades de observação e dedução incríveis para resolver crimes ao redor da cidade.

Uau… comédia e mistério. Uma combinação sempre bem-vinda no gênero shonen, mas este não funcionou tão bem assim. Em sete volumes a série foi cancelada.

Dr. Duo

Dr. Duo, por Shigeru Kinoshita e Yuusuke Oosawa. Conta a história de Shinonome, um fantasma que era um grande cirurgião quando vivo. Somente o estudante Tasuku pode vê-lo e conversar com ele. Quando o irmão mais novo de Tasuku sofre um acidente, a única maneira que ele pode sobreviver é se Shinonome e Tasuku trabalharem juntos para se tornarem o “par” de médicos emergenciais mais eficiente do mundo.

Um mangá meio misturado com espiritismo. A arte era muito bonita e a premissa interessante. Pena que não durou muito, sendo cancelado no ano seguinte.

Mou

Mou, Shimasen Kara, obra de Hideo Nishimoto. O protagonista da série é um alter-ego de Nishimoto, passando por várias aventuras para se tornar mangaká. Esta série, no entanto, é caracterizado pelo baixo número de páginas que compreendem um único arquivo. Na verdade, ao contrário das outras séries da revista, Moshima tem capítulos de cinco ou seis páginas. Dentro dos capítulos também estão presentes alguns quadros tomados a partir de fotografias.

Como podem ver, uma série bem estranhinha e que se encerrou em 2012. Eu gostaria de poder dar uma conferida…

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Cage of Eden, criação de Yoshinobu Yamada, foi durante um bom tempo um dos braços fortes da revista. Conta a história do estudante do ensino médio Akira Sengoku. Ele e sua turma estão voando de volta para o Japão após uma viagem escolar quando o avião sofre turbulência e cai em uma ilha do Pacífico. Após se recuperar, Akira descobre com seus amigos que eles estão em uma ilha misteriosa cheio de criaturas pré-históricas extintas. Sem ter para onde ir, Akira lidera um pequeno grupo de sobreviventes para encontrar outros como eles. Eles procuram uma maneira de chegar em casa, lutando contra criaturas selvagens  e outros sobreviventes que enlouqueceram.

Um plot a lá Lost, misturado com Mundo Perdido (me refiro ao filme da década de 20 do século passado, não à produção do Spielberg). A série teve uma boa carreira na revista e encerrou-se com louvor. Teve 21 volumes.

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Air Gear, de Oh Great!. Conta a história amalucada de Ikki, um jovem estudante e delinquente juvenil, também conhecido como o “imbatível baby face”. Após ser humilhado pela gangue de Storm Riders chamada Skull Saders, tanto seu orgulho quanto sua reputação na escola são manchados. Ao retornar para casa, ele descobre um segredo envolvendo suas benfeitoras, as irmãs Noyamano. Elas pertencem a um grupo notório de Storm Riders chamado Sleeping Forest. Ikki ganha um par de patins conhecidos como Air Tracks e, determinado a experimentar a sensação única de “voar”, ele aos poucos vai penetrando cada vez mais no intrincado e perigoso submundo dos patinadores aloprados.

Bom, este é o enredo, mas todos nós sabemos que Oh Great! não é conhecido por ser o maior roteirista do mundo. Todas as suas histórias são apenas pretextos para ele desenhar as cenas que ele quiser. É a arte que conduz a trama e não o contrário. Nada contra… Air Gear era MUITO bem desenhado! e terminou de maneira orgânica na revista.

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Dragon Collection Ryuu o Suberu Mono, criado por Kaneshiro Muneyuki e Shibano Kyouta. Arata era apenas um estudante normal, até que um dia quando as coisas começaram a ficar estranhas. Ele se envolve em um perigoso jogo do telefone chamado “Coleção do dragão”. Que jogo é este? E como ele fará para ganhar?

Nada de muito excitante para falar sobre esta série. Durou pouco, seis volumes.

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Rakugomon, de Yoshiyuki Murakami. Joh foi transferida para a nova escola e conhece Rakugo e Kosaki, presidente do Comitê de Investigação. Então, vamos acompanhar o cotidiano desses dois jovens em pequenos casos de mistérios cotidianos dentro do ambiente escolar.

Uma série slice-of-life bem banal. Durou pouco, apenas uns quatro volumes. Next!

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Aho Girl, de Hiroyuki. Este manga estilo 4-koma (tirinhas) apresenta Yoshiko, uma garota realmente estúpida (como podem ver na imagem acima…). Ela frequenta a escola com seu amigo de infância por quem ela tem uma paixonite, porém sua baixa inteligência e seu comportamento ridículo em nada lhe ajudam nas suas investidas amorosas.

Outra comedinha romântica com muitos momentos engraçadinhos! A MAGAZINE parece gostar do gênero. Ela ainda segue na grade da revista.

Zeus no Tane

Zeus no Tane, gag manga por Kousuke Ijima. Não sei muito sobre ele, exceto de que havia um centauro barbudo (aparentemente “Zeus”) e uma garota bonitinha. Talvez tenha sido melhor não saber de nada, heh!

…………………..

Bem, estes foram os títulos que estrearam, encerraram e foram cancelados no ano. Foram ao todo oito estreias em 2012 – parece pouco comparado à JUMP, que sempre lança no mínimo umas dez ou doze por ano, mas esta é uma das diferenças entre as duas revistas.

Voltaremos no mês que vem. Até lá!

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15 thoughts on “Safras da Shonen Magazine: 2012”

  1. o tombo da jump durou de 97 a 2002?? mesmo com o lançamento de one piece, naruto, hikaru no go, hxh e tantos outros demorou um tempão pra pegar o posto de volta. gostei de saber disso. se one piece acabar hoje, a jump vai à falência amanhã.

    1. O sucesso de one piece e naruto não foi instantâneo. Por isto demorou um pouquinho. E Hikaru no Go e HxH, apesar do sucesso, tinha uma base de leitores que não comprava a JUMP, só os encadernados – hoje em dia não é incomum. Hoje em dia a tiragem dos volumes de One Piece são maiores que a tiragem da JUMP em si

    1. Sim, pena que obras que não sejam da JUMP sempre ficam meio esquecidas e recebem pouca atenção… principalmente aquelas que não são os ‘pilares’ da sua revista, como fairy Tail

  2. Uma curiosidade: A Shonen Magazine funciona com sistema de votos como a Shonen Jump? Outra duvida que sempre tive, mas que não é relacionado com o assunto, mangas 4-koma saem quantas páginas por edição da revista? É como os da “Turma da Monica”, onde tem uma unica página no final com a piada?

    1. Sim, a Magazine tem um sistema de votos igual a JUMP, mas ao contrário desta o seu TOC não interfere na ordem em que vamos ler as histórias dentro da revista

  3. Realmente Air Gear É MUITO bem desenhado. Mesmo esse roteiro do Oogure Ito ser bem amalucado no início, este no meio da história se torna bem emocionante e interessante e espero que continue assim até o fim(ainda não li todos os volumes do mangá).

    Estou acompanhando Air Gear desde que começou a ser lançado pela Panini e acho que não vou conseguir me segurar para ler todos os volumes, que faltam lançar, na internet.

    1. Oi, Lucas! Eu tava pensando nisso mesmo, é que por mais estranho que isto soe não é fácil achar as TOCs da Magazine, sempre fica algo faltando e eu não teria informações suficientes

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