Baoh – Bizarras Aventuras de uma Bioarma

Antes dos Jojos, tivemos Baoh. Confiram esta obra obscura do mestre Araki!

“O natural também é extravagante.”

Oscar Wilde

Bem-vindos às noites de segunda-feira do Gyabbo!, onde os bizarros são normais!

Depois de muitos posts falando dos mangas tradicionais (e alguns bem bizarrinhos) da JUMP, hora de voltarmos a falar de obras menos mainstream, desta vez o título que iremos analisar foi concebido pelo maravilhoso, extraordinário, mestre jedi Hirohiko Araki!

“Uau! Enfim uma análise das Bizarras Aventuras de Jojo!”.

Hã… não!

Imagino que neste último ano o título virou uma modinha tardia e muita gente já falou mais do que suficiente da obra. Aqui mesmo no Gyabbo! você encontra um detalhado post sobre as três primeiras partes da franquia. Então resolvi pegar para análise este manga que o autor publicou antes do seu mega-hit e que, de certa forma, guarda muitas semelhanças com ele.

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BAOH: O VISITANTE, como é conhecido, foi lançado em 1984 na nossa querida Shonen Jump. Araki era jovem naquela época e estava começando a desenvolver seu estilo. O que vemos nesta obra é uma gênese disto, mas antes, vamos ao enredo:

A história começa com uma menininha de nove anos chamada Violet (Sumire no Japão) conversando com uma mulher que parece ser sua babá. A garota vive dentro de um estranho trem-laboratório e parece estar lá contra a sua vontade. Num descuido da segurança, ela usa um estranho poder para tentar escapar. A garota, na verdade, possui poderes psíquicos (aliás, um tipo de super poder muito comum nos anos 80) e é cobaia de um experimento. Na correria para fugir, ela acaba entrando em outro vagão onde uma estranha câmara com água é mantida selada. Segundos depois os guardas chegam e ela é recapturada, porém antes ela abre a câmara e um rapaz emerge de lá.

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O jovem é Ikuro Hashizawa. Meses atrás ele sofreu um acidente de carro com seus pais. No hospital, os dois foram mortos e ele foi levado por uma misteriosa organização chamada Doress para ser transformado na “arma definitiva”: Baoh. Violet o liberta sem querer e, desde então, os dois se tornam amigos e companheiros de fuga.

A estranha arma conhecida como Baoh é uma espécie de vírus que embute no hospedeiro uma bioarmadura orgânica. Ela transforma o usuário numa criatura de aparência bizarra, além de lhe dar superforça, supervelocidade, entre outros apetrechos, como lâminas saindo dos braços e substâncias corrosivas para atingir seus adversários. Em suma, uma poderosa arma biológica.

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As duas ex-cobaias agora tentam descobrir uma forma de se livrar para sempre da organização que os caça sem piedade, a fim deles voltarem a levar uma vida normal. Mas isto não será fácil. O chefe da organização, Professor Kasuminome, envia vários assassinos e outros monstros geneticamente alterados para tentar matar os dois fugitivos.

Como podem ver, a premissa é bem clichê. O modo como o enredo caminha também, não fazendo desta obra nada demais. De fato o tema era até comum na época. Como já disse, armas geneticamente alteradas e poderes psíquicos surgiram aos baldes não só nos quadrinhos japoneses, mas em todo o mundo naquela década.

BAOH

A arte de mestre Araki era razoável para o nível dos anos oitenta. Ou seja: ruizinha. No entanto já era possível ver algumas das poses fantabulosas e efeitos rocambolescos de golpes que seriam característica de sua obra mais famosa que viria à frente. Alguns anos depois ele chegou a refazer o personagem, como na ilustra acima, quando ele já estava mais manjão do traçado.

A série foi publicada na JUMP de outubro de 1984 a fevereiro de 1985, não atingindo grande sucesso. Porém, em 1989, calcado na evidência que Jojo começou a ganhar, o título ganhou um OVA, também não muito digno de destaque (embora tenha ganho uma capa bonitaça nos anos 90, abaixo!). Chegou a ser publicado nos Estados Unidos naquela época em que algumas editoras americanas obscuras começaram a lançar mangas “porque Frank Miller dizia que era legal” e, por isto, não havia tantos critérios de escolha.

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No entanto o personagem não foi esquecido! A série foi relançada nos especiais da JUMP Remix e Ikuro é um dos personagens jogáveis no game JoJo’s Bizarre Adventure: All Star Battle. Isto mostra que mestre Araki ainda tem um carinho por esta sua criação.

A série é bem curtinha – teve apenas dois volumes – então vale a pena dar uma espiada nem que seja por curiosidade. Naturalmente a versão em papel não será muito fácil de se encontrar no Brasil.

BAOH-Famitsu

Aproveitando o ensejo, no próximo post iremos fechar nossa série sobre as safras da JUMP. Se quiserem, podem fazer sugestões de mangas bizarros ou, pelo menos, fora do comum para aparecerem neste espaço.

“Ah, faz uma resenha de Oyasumi Punpun!”.

Okey, atendendo a tantos pedidos irei fazer a resenha deste incrível manga não nesta, mas na próxima segunda!

Até lá!

Antes dos Jojos, tivemos Baoh. Confiram esta obra obscura do […]

11 thoughts on “Baoh – Bizarras Aventuras de uma Bioarma”

    1. Não é tão difícil de encontrar na net – e em importadoras deve ser fácil, pois é aquele típico quadrinho que fica no fundo do estoque.

  1. Bom, já que pediste sugestão, peço que se possível dê uma olhada em Sayonara, Zetsubou-Sensei, em Gintama, e, claro, em Sket Dance. Não são series tão desconhecidas mas também não são as mais populares no Brasil, porem (em minha opinião) são de leitura muito agradável. Obrigado e desculpe se abuso.

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