Hal

E se o cara que você ama acabasse morrendo em acidente fatal e um robô tentasse substituí-lo na sua vida, o que você faria? Esse é o drama de Kurumi em Hal. Confira mais sobre esse shoujo aqui no Gyabbo!

Hal (Haru) é um longa-metragem sobre um romance nada convencional que estreou no Japão em 2013 produzido pelo Wit Studio em parceria com a Production I.G. que adapta o manga shoujo homônimo de Umi Ayase.

A história se passa em torno de Kurumi, uma moça que após descobrir que seu namorado Hal faleceu em um acidente de avião, entra em depressão, deixando de sair de casa, interagir com as pessoas e alimentar-se até chegar ao ponto de não ter mais vontade de viver. Ao vê-la nesse estado lamentável, os criadores do robô Q01 o designam para função de substituir Hal na vida de Kurumi, fazendo com que ele adquira a forma perfeita do falecido que ela tanto amava. A partir daí, a narrativa se torna simples e linear, com o Hal-robô tentando conquista-la.

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Kurumi é a personagem principal que ao perder seu grande amor, adquire essa personalidade que conhecemos na obra. Antes disso, no entanto, ela foi uma pessoa feliz, de alegria contagiante, que todos amavam, mas por conta do acidente fatal de seu parceiro, ela perde seu brilho e as esperanças, e, assim como aconteceria com a maioria das pessoas em uma situação dessa que sofre uma grande perda, ela acaba se isolando para minimizar a dor, algo retratado de forma bem verossímil. Nesse processo de tentar esquecer tudo, ela se depara com alguém que se diz ser um Hal adjunto, que propõe trazer sua rotina de volta ao normal. Obviamente isso não é aceito por ela no inicio, pois não é o que ela deseja. Suas lágrimas e seu jejum não eram para obter um novo Hal, ela queria o velho de volta, resultando em um difícil relacionamento com a máquina inicialmente.

Se tratando dos personagens, a obra em si já vale a pena ser assistida por conta de um em específico: O Hal-robô. Ele é um dos personagens mais cativantes e intrigantes da obra, pois, ainda que passe despercebido, assim como Kurumi, sua vida também é deixada de ponta cabeça após a morte do Hal verdadeiro. Se antes ele era apenas um robô que vivia seus dias tranquilos ao lado de seu velho cientista, agora ele tem uma difícil missão: Ser o Hal substituto. Ocupando o espaço de alguém que já se foi e continuando a trajetória de um garoto que ele desconhece. Esse robozinho foi literalmente jogado na história e não tem noção das dificuldades que lhe aguarda. Assim, acaba sendo um choque também para ele tudo aquilo.

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Como se isso não bastasse, seu principal objetivo como o Hal substituto é trazer de volta a vontade de viver de Kurumi. Difícil não é? Mesmo assim, diante de todas as circunstâncias, esse robozinho faz de bom grado tudo que lhe é pedido, mesmo com as birras de Kurumi, que muitas vezes o trata com indiferença e o manda embora por não ter aceitado essa situação. Porém ele volta no dia seguinte para tentar conquista-la. Muitas vezes chegamos a esquecer do fato dele ser um robô, de tão profundamente que ele consegue transmitir seus sentimentos, principalmente por ele tentar decifrar a incógnita que ela é. Seu jeito persistente se assemelha as características semelhantes de um ser humano. É justamente isso que mais chama atenção, o fato de um robô poder ser tão humano quanto nós.

Além dos personagens, outra questão bem interessante é a simplicidade do cenário. Não há datas de quando ocorrem os eventos, é dito apenas que é em um futuro não distante onde há um grande desenvolvimento robótico. Não fosse por isso juraríamos que a narrativa se passa no nosso presente justamente por ser ambientado em um cenário simples longe das idealizações de qualquer filme de ficção cientifica. Essa jogada é o que acolhe quem assiste e deixa o enredo mais realista. Hal não é um filme apelativo, que contém carros voadores ou algo do tipo, ele tenta passar uma história e nos convence que ela existe.

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Em quesito animação no geral, ele também foi muito bem feito, com o filme sendo todo bem colorido, deixando em segundo plano a trilha sonora e em maior evidência o excelente trabalho visual dos estúdios Wit Studio e Production I. G. O único problema de Hal é a sua duração, já que com menos de uma hora de animação o desenvolvimento acabou sendo mais rápido do que seria apropriado para fazer o espectador mergulhar na narrativa. Por mais que o filme tenha um final surpreendente, você acaba esperando algo mais, porém não deixa de valer a pena ser assistido. Recomendo a todos que procurem um romance para rir e chorar um pouco.

Sobre Karolina

Formada em Comunicação Visual e estudante de Design, Karolina Facaia é gerente de conteúdo do Portal Genkidama, consagrado veículo do segmento otaku no Brasil. Desde 2015 faz parte da comissão, escrevendo resenhas e cobrindo eventos do meio.
Twitter: @KarolFacaia

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