Mesmo com infinitas possibilidades de começar uma nova vida, após 10 anos trancafiado em um quarto sem saber o motivo, ele só consegue pensar em vingança. Desconfie até da sua própria sombra com Old Boy.
Imagine você, vivendo sua vida tranquilamente, trabalhando honestamente até que um dia você vai dormir a noite e na manhã seguinte acorda em um quarto desconhecido e vazio, a não ser por uma televisão. O quarto está trancado e refeições são levadas até você por um buraco na parede. Os dias passam. As semanas passam. Os meses passam. Os anos passam e você fica totalmente confinado sem saber o motivo. Shinichi Gotou passou por essa situação e de um dia para o outro foi libertado, também sem uma explicação.
Mas agora ele quer saber, e quer se vingar do responsável. Mas como?
Com a sua vida totalmente abalada, Gotou tenta buscar dicas sobre quem poderia ter feito tamanha atrocidade com ele e também o porquê dele merecer isso, mas é complicado não saber onde procurar. Sua longa e tensa caminhada contra o seu adversário é algo inimaginável!
Old Boy não é um mangá tão atual. Foi publicado na revista Weekly Manga Action entre os anos de 1996 e 1998, vindo a fazer sucesso nos cinemas no ano de 2003 com uma adaptação live-action sul-coreana. Após 10 anos, recentemente em 2013, foi realizada uma adaptação norte-americana dirigida por ninguém menos que Spike Lee e estrelada por Josh Brolin.
A arte do mangá foi feita por Nobuaki Minegishi e o roteiro escrito por Garon Tsuchiya, autor também de outro mangá publicado no Brasil chamado Astral Project, só que nessa obra ele assina com o pseudônimo “Marginal”. Old Boy foi trazido ao Brasil recentemente pela editora Nova Sampa. Na minha opinião, a escolha desse título foi bastante acertada e eu tive o prazer de completar a coleção.
Acompanhando a saga de Shinichi Gotou atrás do seu capturador, nós conhecemos um homem solitário. Mesmo após ficar 10 anos trancafiado, quando ele sai, consegue reencontrar apenas um amigo que é dono de um bar que mais tarde seria sua morada. Isso dá a entender que mesmo antes de ser jogado no seu exílio, o rapaz não matinha muitas amizades. Minegishi é expert em criar expressões faciais que nos faça sentir pena dos personagens e isso é explorado bastante no protagonista.
Como um bom seinen de mistério, os quadros vão passando durante a leitura com um clima de tensão constante quase como se estivesse nos dizendo: “Você está assistindo a um filme de suspense” e várias vezes me peguei surpreso pelas ações dos personagens. Existem páginas só de ações e cenários, sem qualquer fala e essa é a principal característica que nos faz sentir a pressão que o protagonista carrega nas costas.
A narrativa é bastante arrastada e me fez chegar a conclusão de que oito volumes foi coisa demais para contar essa história. Em quatro ou cinco volumes daria para concluir tranquilamente, mas mesmo arrastada, ela consegue não perder seu ritmo para uma boa leitura. Leitura esta que é rápida, prática e consegue divertir quem está esperando um grande mistério a ser resolvido.
Palpites sobre toda a verdade surgem a cada novo capítulo, apenas para caírem por terra no seguinte. O final deixa algumas pontas soltas e parece ter sido um pouco apressado, mas não deixa de ser um roteiro de enorme qualidade.
Criador de um jogo psicológico entre dois adversários como eu não via desde Death Note, Old Boy é um prato cheio para os amantes de um mangá mais sério com traços realistas.
Parece bem interessante, é um tipo de história que combina com o preto-e-branco do mangá. Bom texto!
Apesar do que muitos dizem,não considero que filme seja superior ao mangá ,nem mesmo inferior.Ambos têm pegadas diferentes.Enquanto a adaptação para os cinemas tem um enredo extremamente pesado,o quadrinho é uma boa história de suspense e mistério.O filme ,apesar de ser muito bom,tem alguns aspectos negativos.Tem seus problemas de direção ,as vezes ,se torna confuso saber o que acontece em tempo real e o que é flash back .A narrativa ,no início ,também é bastante confusa,é bem visível que foram aceleradas algumas cenas.O maior ponto positivo do Oldboy ,sul-coreano,é seu clímax,ou terceiro ato,o qual amarra todas as pontas soltas e resulta em final extremamente impactante,mas não é algo ,que seja,de fato,superior a HQ.Os dois são tão diferentes que se torna difícil fazer comparações.
Comprei a coleção completa. Vou começar a ler só agora. Mas fiquei animado com sua prévia.