Redline

O que daria se fosse misturado o live-action de Speed Racer, Space Dandy e Nisekoi? A resposta é Redline.

Redline é um filme de 2009 do estúdio Madhouse, lançado no Japão no dia nove de outubro de 2010. A estreia na direção de Takeshi Koike (The Animatrix, Iron Man) e uma história original por Katsuhito Ishii (Gambo, Trava), que também co-escreve e dirige a parte sonora.

Tudo começa em meio a um futuro distante e intergalático, onde diversas espécies de mundos diferentes convivem. Graças à tecnologia as rodas foram praticamente abolidas e todos os transportes são movidos por motores anti-gravitacionais, a não ser aqueles que se arriscam utilizando veículos com rodas para disputar uma vaga na Redline, uma corrida clandestina e muito perigosa conhecida em todo universo. É nessa corrida que o nosso protagonista, JP, um piloto confiante e cheio de estilo, tenta ter a oportunidade de correr.

Aí está o primeiro item dos três da nossa lista: Speed Racer (com um pouco de anabolizante). Nessa corrida os carros são cheios de tecnologia e vão muito além de “só” correr, chegando a levar armas. Mesmo isso sendo meio batido, acabou muito bem utilizado pela animação, com cenas de ação bem construídas a partir desse artifício, encaixando-se melhor ainda com o estilo do desenho.

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O melhor desse anime, porém, é o que ele tem de parecido com Space Dandy.

Redline se sobressai nos momentos em que ele surta, distorcendo a tela ou com algumas piadas rápidas e visuais bem encaixadas, assim como se vê em alguns episódios da obra de Shinichiro Watanabe. O que ajuda muito nesses momentos de surto é a arte, singular, quase sem sombreado, são só linhas e áreas pretas, com uma colorização que parece ter sido foi feita com lápis de cor metalizado. Tudo isso é maximizado por uma trilha sonora psicodélica e frenética.

Outra coisa que lembra muito Space Dandy nesse anime é o protagonista, além do seu topete enorme e de se achar muito, entram outras características como ser boa pinta e sempre parecer ter uma resposta na ponta da língua, soando como aquele protagonista bem clichê, estando aí o lado ruim de Redline.

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Esse lado ruim de Redline é justamente onde nos encontramos com uma mistura de Nisekoi e os anteriores.

Mas por que o Nisekoi? Redline é um romance? Não.

É um harém? Não.

Tem um garoto que carrega no pescoço um cadeado que parece um sino de vaca? Não.

O que realmente é muito fraco nesse anime é a sua história e o desenvolvimento dela. Se Nisekoi é o guia definitivo de clichês em romances, Redline é o guia dos clichês em histórias de corridas, começando pelo protagonista, com seu estilo descrito anteriormente, como também pelo seu carro: enquanto todos usam praticamente naves com rodas, JP usa um carro que é um Camaro amarelo meio quadrado, talvez até mesmo para forçar uma afinidade com o telespectador que reconhece o veículo mais realista.

Da mesma forma, o desenvolvimento da história, dos personagens e até mesmo os plot twists ou são clichês ou mal desenvolvidos. É extremamente fácil deduzir a sequência dos acontecimentos, acontece aquilo que particularmente acho muito chato, você começa a olhar o filme e pensar “Ok, a saída mais fácil e batida para resolver este problema é essa”, passa meia hora e o que você pensou acontece. É meio desmotivante ver um filme que inova tanto no audiovisual, mas acaba pecando em coisas simples no roteiro.

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Em suma, Redline é um anime de altos e baixos, até poderíamos dizer que mais baixos do que altos. Definitivamente não é aquele filme que vai acrescentar algo na sua vida ou até mesmo trazer algum ponto de vista novo sobre o tema tratado, mas pode valer a pena se você gostar de animes surtados, corridas ou se quiser ter contato com um traço não costumeiro para um anime.

Se esse for o caso, aperte os cintos, desligue o seu cérebro e entre na Redline.

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3 thoughts on “Redline”

  1. Gostei das comparações, ótimo texto! Realmente, é uma pena quando um filme que acerta nos aspectos audiovisuais, peca no conteúdo do roteiro…

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