Yakuza Girl – Editora Nova Sampa – Vol.1

Como eu havia dito no meu post sobre a coletiva da editora JBC, a Fest Comix me deu a possibilidade de conseguir muito material para ler e trazer aqui para vocês. E com certeza algo que muita gente queria saber era, afinal, como havia ficado a nova empreitada de Marcelo Del Greco após sua saída da JBC. É claro que eu aproveitei a oportunidade e comprei os dois títulos lançados (sendo sincero, mais para comentar para vocês do que por interesse pessoal), por isso vamos começar falando sobre Yakuza Girl.

Yakuza Girl – Blade Shikake no Hanayome é um título shounen publicado em dois volumes após sua serialização na revista Champion Red de fevereiro de 2008 a fevereiro de 2009, escrito por Masaki Motonaga e desenhado por Yu-go Okuma, escolhido para estrear juntamente de Hitman na nova investida da editora Nova Sampa ao mercado de mangas pelas mãos de Marcelo Del Greco.

A história fala de Senguu Fumihiro, um jovem garoto que sai do interior japonês onde morava com sua avó para estudar na prestigiada academia Daihon, onde esperava não somente ter uma formação de elite, mas também encontrar a garota perfeita para se casar e realizar o desejo de sua avó que tanto queria vê-lo casar com uma bela moça antes de morrer.

Pouco depois de começar seu primeiro dia de aula, Fumihiro é solicitado a ir buscar Akari Semimaru na “Cachoeira da Purificação” (sim, existe uma cachoeira dentro da escola). Chegando ao lugar ele se depara com a garota semi-nua e repentinamente acaba apaixonado, pedindo ela em casamento.

Após voltar para sala, uma prova está para começar e o garoto se desespera por não ter tido tempo de estudar nada, mas para sua surpresa (e completo desespero) a prova não é sobre conhecimento algum, mas sim um verdadeiro battle royale onde grupos – clãs – lutam um contra os outros, com as notas dependendo de quantas pessoas forem mortas.

No entanto, mais do que simplesmente matar com armas, os estudantes possuem habilidades especiais chamadas “Poderes cavalheirescos” manifestadas através de tatuagens em seus corpos chamadas Shikigei.

Cheia de fanservices (sejam os sexuais com seus mamilos polêmicos, sejam os gores) bem visuais, Yakuza Girl é uma obra que seria fácil dizer que não iria me agradar. Mas, não podemos falar em uma questão meramente de gostos, a obra é ruim.

É verdade que o traço de Yu-Go Okuma é bom, principalmente por aquilo que a obra solicita. Sabe ser limpo e até suave quando precisa, mas também pode ser grosseiro, “riscado” em outras cenas. Podemos até elogiar a forma como o traço é bonito para fazer o fanservice sexual da obra, conseguindo em vários momentos não cair para dentro do exagero fetichista das mulheres-borrachas (apesar disso acontecer).

Mas se você quiser buscar qualquer coisa que não seja fanservice, certamente sairá decepcionado, principalmente quando ouvimos que a editora viria suprir um buraco no mercado com títulos voltados para adultos. Yakuza Girl, apesar de sim, merecer sua censura +18, passa longe de ser um título adulto, sendo muito mais “apropriado” para os adolescentes que acreditam que quadrinhos adultos é ter sangue e sexo aos montes.

Mesmo o mistério que deveria levar a obra a algum lugar, com a premissa de que o protagonista estaria destinado a mudar o mundo com seu poder que ainda desconhece, acaba não dando motivação alguma quando percebemos que teremos apenas o segundo volume para que ele seja “desenvolvido” de forma incrivelmente rápido.

Se o roteiro é forçado, clichê e apelativo até dizer chega, falar da qualidade técnica do produto feito pela Nova Sampa também não é muito animador. Pegando o volume em mãos  não há muito o que falar, graficamente ele é igual a qualquer volume da Panini, por exemplo, com as páginas em pisa-brite, bem coladas, transparentes em um nível aceitável e com a parte de trás das capas com imagens da obra coloridas. Pude perceber alguns problemas no enquadramento das páginas na hora da impressão, o que resultou em alguns quadros cortados e outros perto demais do miolo, mas isso pode ser resultado de um erro da gráfica e não ter acontecido com todos os volumes (pelo menos espero que seja isso), algo que já aconteceu em mangas da JBC e da Panini.

O problema em como as imagens originais foram tratadas. Lembram como anos atrás os mangas os mangas eram assolados pelos famigerados “quadrados brancos”? Símbolos da preguiça na hora de reconstruir os fundos das imagens e falta de comprometimento com os leitores, eles estão de volta – e com muita força – em Yakuza Girl. É triste ver como simplesmente jogam um retângulo branco/preto em cima dos símbolos originais como se ninguém fosse perceber. Um verdadeiro trabalho amador.

Ao final o que ficou na minha cabeça foi não somente uma decepção por uma obra ruim, mas principalmente por aquilo que foi apresentado visualmente. Eu estava preparado para gírias, para uma qualidade gráfica menor, mas não para o puro descaso. Se a edição conseguiu fugir dos maneirismo típicos de Del Greco na época da JBC – o que foi um grande ganho -, ficamos com algo ainda pior! Sem contar o texto que trunca a leitura e alguns erros de revisão.

Em um mercado cada vez mais cheio de títulos disponíveis e com a editora JBC escolhendo aumentar a qualidade dos seus produtos, será que um produto genérico e ruim desses tem algum espaço na seleção natural que os leitores fazem na hora de escolher em que gastar seu dinheiro? Porque mesmo que você goste de mangas desse estilo, um Freezing seria um dinheiro bem melhor gasto do que os R$10.90 de Yakuza Girl.

O erro aconteceu (e vamos perceber no post que virá sobre Hitman que ele não foi um caso isolado) e a primeira impressão é algo muito importante, qual será o reflexo disso para a Nova Sampa (que até agora nem sequer colocou algo sobre esses lançamentos no seu site oficial, dependendo apenas do perfil no Facebook do seu editor)?

Ficam as dúvidas, mas também a dica: Passe longe.

Como eu havia dito no meu post sobre a coletiva […]

20 thoughts on “Yakuza Girl – Editora Nova Sampa – Vol.1”

  1. Cheguei a cogitar comprar essa série,só pra dar uma chance pra Nova Sampa…
    Quem sabe na próxima, quando lançarem Old Boy.Uma pena o descaso da editora quanto a qualidade da sua mais nova linha de mangas.

  2. Se tecnicamente Yakuza Girl tiver mesmo ficado “tão bom” quanto Hitman (que comprei, li, e fiz uma crítica), ficou horrível mesmo. E Yakuza Girl sequer tem uma história que faça compensar a compra, apesar dos defeitos, ao contrário de Hitman. Sobre a edição, não achei a de Hitman ruim, estou ansioso para ler o que achou. Hitman continuarei comprando, Yakuza Girl talvez um dia eu compre só porque sou um colecionador compulsivo. E espero sinceramente que a editora melhore muito a qualidade de seus produtos.

  3. Muito bom saber o comprometimento da editora com o público, passarei longe realmente, afinal com tantos títulos bons sendo lançados não gastarei meu dinheiro com qualquer coisa, ainda mais algo dessa qualidade, e eu achando que ia poder ler mais seinens por essas bandas… doce ilusão.

  4. Bom… o resultado que as críticas podem fazer só o tempo dorá. Talvez a qualidade dois títulos melhore (a lá JBC) ou talvez a Nova Sampa abandone esse projeto (já que nem se preocuparam em citar qualquer coisa que seja em seu site, pode ser apenas uma aposta). Mas se tratando do Del Greco, axo dificíl uma melhora no material; ficamos então com a 2º opção.

    1. Aaahhh! Gyabbo… Parabéns e valeu por trazer um review dos mangás da Nova Sampa, faz uma semana que eu to procurando nos blogs algo sobre. Bom, acho que comprarei Yakuza Girl só pelos peitos, assim como Ikkitousen. Mas torcendo para que melhorem, mesmo sabendo que não é desculpa, mas a editora está (re)começando agora e alguns erros são até “naturais”, até porque alguns profissionais de edição de imagens, tradução, podem ser “novatos” no mercado de mangás. Vai saber como é o quadro de funcionários para essa parte da empresa, às vezes a editora não arrisca tanto em contratar um grupo grande por não saber o retorno, entãop esta prefere não se arriscar.

  5. Obrigado por avisar. Passarei longe desse título. O Marcelo Del Greco é uma ótima pessoa, mas vamos combinar que o cara não tá sabendo tratar bem os títulos que cuida. Vide os mangás que ele jurou ser inviável lançar em offset, ou as artes internas da capa (que em CDZ, apesar de simples, não alteraram o valor). Me pergunto se não seria possível conseguir Next Dimension em offset por 20 reais e com uma periodicidade maior.

  6. “Yakuza Girl, apesar de sim, merecer sua censura +18, passa longe de ser um título adulto, sendo muito mais “apropriado” para os adolescentes que acreditam que quadrinhos adultos é ter sangue e sexo aos montes.” Queria que muitos desses adolescentes entendessem que é um enredo maduro que faz uma história voltada para adultos.

  7. vc pode falar mal do manga, mas eu li ele antes de lançarem, achei legal, bom, vc pode criticar a vontade mas mesmo assim tem aqueles, como eu, q irão comprar.
    é uma merda? é
    edai
    eu gosto.
    e tb só 2 volumes, da nd

  8. Espero que a editora não tenha esse tratamento com Old Boy, e espero ansiosamente que a editora melhore seu tratamento com os mangás e com os títulos também, pegar um mangá com enredo fraco poucos volumes e mostrar peitos não significaque ele irá vender com o caramba por aí, se eu fosse comprar eu comprava por curiosidade e com interesse no tratamento gráfico. Postar nada no site significa que apenas vão “testar” mangás para ver se vende, senão deixar de lado.

    Eu não gostei do Logotipo da editora.

  9. Eu gosto de peitos. Tentei ler Yakuza Girl online e dropei poucos capitulos depois. Nenhum peito do mundo compensa aquela história SEM SENTIDO ( PORRA, se CADA exame fosse esse banho de sangue, não haveria gente viva pra se formar…). Os poderes são chatos, os personagens são rasos e chatos. É uma PÉSSIMA escolha, mesmo se só pensarmos pela parte ecchi do mangá. Peitos são legais, mas ela tem que vim com uma história no MINIMO divertida.

    Já não ia comprar esse mangá e agora que nem olharei ele quando chegar na banca. Obrigado pela dica e conto com a sua ajuda para ver se vale a pena invertir em Hitman ou não…

  10. espero q melhorem isto pois não quero ver estes erros em IKKITOUSEN(acho q é assim )
    pois vou compra e old boy vou comprar o primeiro se a historia for boa continuo

    a e se aguem ai souber um site onde tem old boy em portugues fala ai, quero saber se a historia é boa,

  11. Gostei de mais da edição, gostei da iniciativa de colocar um produto com imagens picantes, sangue e lutas. Deve haver outros bem melhores, mas esse mangá é só para ler e se divertir em um período pequeno.
    Cada editora teve seu tempo para evoluir, essa vai ter o tempo dela. Vendo o primeiro material dessa editora, tenho certeza, que futuramente irá estar altura para competir com outras editoras. Isso, eu acho, é uma jogada para ver se o produto irá vender para investir nesse tipo de tema. Comprei o mangá por acidente, não vi o aviso para maiores de 18 anos, me deparei com uma personagem com os seios de fora, ao ver as batalhas, o tema abordado acabei me sentido preso na história.
    Gostei de mais da história clichê, já que é difícil achar um mangá que é publicado por publicar no Brasil. A maioria é avaliado para ver se irá produzir lucros, já no japão é como um material que será comprado, degustado, depois jogado em uma estante ou lixo como um jornal velho.
    Já aqui no Brasil a coisa é bem mais feia, 14,90 para um mangá de boa qualidade enquanto os de qualidade baixa estão apenas com 4,90 a baixo do preço do de boa qualidade, jogar um mangá fora aqui deve doer no bolso. Brasileiros tem sérios problemas com o preço de materiais de ‘cultura’.

  12. Gostei do mangá. Comprei, achei muito bom! Pra quem não curte ecchi deve ser ruim, mas como eu curto, não poderia ter vindo coisa melhor! Leitura leve, cheia de nudez, violência e tudo aquilo que eu procuro em um mangá de ação. Quem não curte isso, que vá ler CLAMP pela JBC, ou os shoujos meia-boca da Panini.

  13. Esse mangá é realmente bem ruim, de enredo e de traço, pensei que seria algo completamente diferente, mas como eu comprei a nº 1, vou comprar também a sequencia e depois doar pra uma biblioteca, seila…

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