Guest Post – A história de Nana Mizuki, a maior seiyuu do Japão – Por Leo Kusanagi

“There is no dream that can’t come true”: A história de Nana Mizuki, a maior seiyuu do Japão

Olá pessoas, como estão?

Hoje é dia de surtar! Não, eu não sou o Denys do Gyabbo!, sou o Leo-Kusanagi do blog Mithril e a pedidos do brother Denys vim fazer um post sobre a Mizuki Nana aqui no Gyabbo!. Mas não é qualquer post, muito menos um post de notícias. Aqui, amigos, irei contar sobre a vida da Nana, desde a infância passando pelos anos de escola até chegar aos dias de hoje se tornando a seiyuu mais importante do Japão. E isso não é falácia de fanboy, ela é reconhecida oficialmente por tal feito. Agradeço ao Denys por ter me convidado a escrever sobre ela e espero que vocês curtam este post.

OBS: A maioria das informações deste post tiveram como base a autobiografia oficial da Mizuki Nana, Shin Ai.

OBS 2: Tanto faz escrever Nana Mizuki ou Mizuki Nana, EU prefiro o jeito japonês com o sobrenome (Mizuki) na frente, mas vai de cada pessoa.


A infância em Niihama e a ida para Tokyo

Mizuki Nana, nome artístico de Kondou Nana, nasceu em 1980 na cidade de Niihama na província de Ehime, sudoeste do Japão. Filha de um pai técnico em próteses dentárias que sonhou a vida inteira e se tornar um cantor de enka (música tradicional japonesa) e de uma mãe dona de casa, Nana desde cedo já se voltava para o caminho da música, porém nesta época contra a sua vontade. Ela praticamente não teve como aproveitar a infância, pois dos 5 aos 15 anos de idade dedicou a sua vida para o treinamento vocal viajando por todo o Japão com o pai para participar de concursos e pequenos trabalhos envolvendo música enka.

Video com a gravação da primeira música oficial de Nana. Ela foi lançada anos depois em VHS e ano passado uma das pouquíssimas cópias estava sendo vendida no Yahoo! Auctions por incríveis 180.000 ienes (4,5 mil reais)

Nesta época o próprio pai treinava Nana, chegando fazer a garota cantar de 10 a 15 músicas todos os dias sem parar para se tornar aquilo que ele nunca conseguira. Em sua autobiografia (lançada em 2011) Nana diz que as lições do pai eram cansativas e que ele era um professor muito severo. Segundo ela, o pai dizia que ser amável com os filhos era o papel da mãe e que o papel de um pai era ensiná-los a sobreviver. Quando ela tinha 13 anos foi escolhida em uma audição para cantar o tema em memória de uma famosa mina de cobre em Niihama, tendo sido este o seu primeiro “trabalho” como cantora de enka. Desde pequena Nana, por onde passava, ganhava prêmios, mas foi aos 14 que ela teve o maior de todos até então: Se tornou a cantora mais jovem a ganhar o campeonato nacional de música enka, o que lhe rendeu um contrato com uma pequena gravadora em Tokyo e a chance de estudar na Hirikoshi Gakuen, famosa escola privada de Tokyo onde grandes nomes da música japonesa estudaram e estudam até hoje. Esta escola é conhecida no Japão inteiro como “a escola que forma idols e músicos de sucesso”.

Ao se mudar para Tokyo, morou sozinha durante a sua adolescência inteira, sendo conhecida como uma das alunas que nunca havia faltado em nenhuma atividade da escola. Isso, quem diria, acabou gerando um desconforto para Nana, pois nesta escola alunos que normalmente não faltavam, eram aqueles que não arranjavam nenhum trabalho no show bizz. Diversos incidentes envolvendo os alunos aconteceram até que um dia a gravadora que a havia contratado e que bancava a sua educação na escola faliu. Sem dinheiro e sem patrocínio Nana quase foi obrigada a se desmatricular da escola, mas um de seus professores de canto lhe ajudou e ela pode continuar os estudos. Durante o colegial prestou diversos testes para papeis de narração e canto, mas foi com um de seus sonhos desde criança que sua carreira começou a ganhar novos rumos.

Fachada do prédio principal da Hirokishi Gakuen

Desde pequena Nana era apaixonada por animes e tirando o fato de ter que treinar todos os dias para ser cantora enka, Nana queria mais do que tudo se tornar uma grande seiyuu. Foi apenas no terceiro ano do colegial que Nana conseguiu o seu primeiro papel como seiyuu, tendo assim conseguido debutar antes de sair da escola. Nesta época muitas pessoas de sua classe pensavam que o fato dela querer ser uma seiyuu era algo inadmissível, pois todos ali queriam ser cantores, atores e atrizes e não ligavam para algo tão “trivial” como emprestar a sua voz a algum personagem. Foi nessa época que Nana conheceu a sua melhor amiga, SAYURI, uma atriz de teatro e compositora com quem convive até hoje. Ao se formar na Hirikoshi Gakuen, Nana ganhou um prêmio honorário pelas ótimas qualificações e habilidades para a música. Só ela e mais outro aluno ganharam tal prêmio no ano em que ela se formou.

Foto da turma de Nana junto de Domoto Tsuyoshi, membro do grupo Kinki Kids. Enquanto todas as meninas tiravam foto com o Johnny, os garotos com cara de “okay” ficavam ao fundo só olhando. A Nana é a garota em destaque na foto.

De Koudou Nana para Mizuki Nana, o começo da carreira como Seiyuu

Ao debutar como seiyuu Nana percebeu que já havia uma cantora relativamente conhecida chamada Koudou Nana (usando os mesmos Kanjis). Foi ai que ela decidiu mudar de Kondou para Mizuki sendo que seu primeiro papel como seiyuu foi uma personagem chamada Kadokura Chisato de um jogo de Playstation chamado NOëL~La neige da PioneerLDC. As habilidades vocais de Nana deixaram os produtores tão surpresos que eles decidiram criar um character CD exclusivo da personagem, o que era incrível, pois fazer um cd para um único personagem era algo extremamente raro para novatos na carreira de seiyuu.

Capa do Character CD da primeira personagem dublada pela Nana.

O trabalho de seiyuu no começo da carreira foi mais difícil do que Nana imaginava. Ao contrário de quando ela estava cantando, uma das coisas que ela não conseguia se acostumar como seiyuu era transportar as emoções do script para a tela e sincronizar a voz com a boca dos personagens. Até hoje ela é extremamente tímida em público e isso no começo da carreira era algo que incomodava, pois tinha que dublar junto de vários outros seiyuus e não sozinha como acontece hoje em dia na dublagem. Como ela ainda não tinha gravadora e quem lhe bancava era seu professor dono de uma pequena agência, ela recebia cerca de 50.000 ienes por mês sendo que 10.000 eram para pagar as aulas de canto. Dos 40.000 que sobravam ela tinha que mandar quase tudo de volta para casa para ajudar nas despesas dos pais, comprar comida e pagar aluguel que em Tokyo era (ainda é) algo exorbitante. Depois de um bom tempo fazendo papeis pequenos como seiyuu e se apresentando em pequenas casas de shows onde a capacidade não passava das dezenas, Nana estava estagnada, pois a agência não investia nem um pouco o mais do que o necessário na carreira dela. Mas isso estava a ponto de mudar, pois Nana estava prestes a conhecer a pessoa que mudaria a sua vida para sempre.

A ida para a King Records e o debut como cantora

Durante uma apresentação um “olheiro” de uma gravadora grande estava presente e ficou bastante animado com a qualidade e a presença de Nana enquanto cantava. Ao final da apresentação o olheiro se apresentou como Mishima Akio, um staff da King Records e que até hoje é produtor da Mizuki Nana. Ele imediatamente tentou fazer com que Nana assinasse um contrato com a King Records, mas por pressão de seu professor ela inicialmente recusou a oferta. Akio não desistiu, pois acreditava muito no potencial de Nana e não podia acreditar que ela sendo tão boa cantora ainda estava presa a uma agência tão pequena e que capava o seu sucesso por não acreditar no mesmo. Após um tempo Nana aceitou o convite e tendo Akio como produtor, assinou com uma das maiores gravadoras do Japão e que poderia lhe dar todo o suporte necessário tanto na carreira de seiyuu como na carreira de cantora.

A primeira música gravada por Nana na King Records foi “Suichu no Aosora” (presente no terceiro single da cantora, “The Place to Happiness” como uma “b-side”). Nesta época ela ainda não havia debutado como cantora (apenas como seiyuu) e recebeu total apoio de Akio e lhe prometeu que faria o que fosse possível para fazer com que os executivos da King Records ouvissem a música. A transferência de Nana da agência de seu antigo professor para a King Records foi um processo lento e cansativo, pois o cara não queria de jeito nenhum fazer com que ela fosse sozinha para a gravadora, mas depois ele acabou topando a deixar seguir em frente. Já na King Records, Nana conseguiu entrar na Agência “Sigma Seven”, uma empresa de talentos especializada em seiyuus de Tokyo e agora tendo uma gravadora grande para sua carreira de cantora e uma agência especializada em seiyuus, estava chegando a hora de Nana começar a sua ascensão rumo ao sucesso.


Primeira música gravada por Nana para a King Records.

Nana debutou como cantora sob o selo da King Records no dia 6 de dezembro do ano 2000 com o single “Omoi” sendo que a música foi tema de um drama CD chamado “Shounen Shin Karon” e uma de suas b-sides tema do anime Mamimume Mogacho da TV Tokyo. Em 2001 ela lançou mais dois singles: “Heaven Knows” e “The Place of Happiness” (este último, tema do game Generation of Chaos de PS2). Foi em 2001 que Nana conseguiu seu primeiro grande papel em um anime, dublando a personagem Tamao Tamamura em Shaman King. Durante os anos de 2001, 2002 e 2003 Nana conseguiu diversas conquistas tanto quando seiyuu como cantora tendo lançado ao todo 3 álbuns e 8 singles. Aliás, foi em 2002 que ela começou a dublar a personagem que lhe acompanha até hoje: Hinata Hyuga do anime Naruto. Daí pra frente ela teve participação em diversas séries com papeis importantes e também já estava dublando diversos games, tendo assim um inicio de carreira muito agitado e com muitos trabalhos surgindo.

Capa de Omoi, primeiro single de Nana como cantora sob o selo da King Records.

Mahou Shoujo Lyrical Nanoha e o inicio do crescimento exponencial da carreira

Em 2004 Nana lançou um Single no mês de abril que seria fundamental para o que ela faria naquele ano. Foi após o lançamento de “Panorama” (seu 9º single) que veio a chance de fazer testes para dublar um dos personagens principais de um novo projeto desenvolvido pelo estúdio Seven Arcs e escrito por Masaki Tsuzuki que tinha como inspiração um pequeno vídeo lançado anos antes. Nascia o projeto de Mahou Shoujo Lyrical Nanoha e Nana foi escolhida para dublar Fate Testarossa, a personagem que se tornaria a segunda main character do anime. A King Records conseguiu um ótimo feito com o anime, pois além de Nana, conseguiu fazer com que Yukari Tamura (que também é da King) conseguisse o papel principal na série dublando a protagonista Nanoha Takamachi. Com duas ótimas seiyuus o sucesso veio rapidamente e com o lançamento de “innocent starter”, seu 10º Single, Nana conseguiu chegar à 9ª posição do Ranking da Oricon, algo inimaginável até então para a cantora. Até hoje Nana é conhecida por seu papel e por suas músicas de Nanoha sendo a série o ponto chave e fundamental para o crescimento de sua carreira.

Ilustração de Mahou Shoujo Lyrical Nanoha. À esquerda Nanoha Takamachi, personagem dublada por Yukari Tamura e á direita Fate Testarossa, personagem dublada por Nana.

Foi após o sucesso alcançado com Nanoha que Nana fez o seu primeiro Live no Nippon Budokan em 2005, ano em que ela lançaria dois singles bem importantes em sua carreira: WILD EYES (com os encerramentos do anime de Basilisk) e ETERNAL BLAZE (tema de abertura da segunda temporada de Nanoha). Com ETERNAL BLAZE a carreira de Nana deu uma guinada absurda, pois ela conseguiu a marca histórica de chegar à segunda posição do ranking da Oricon com uma anime song. Na época este fato ganhou uma notoriedade tremenda na mídia, pois uma anime song vender tanto em sua semana de estreia era algo que não se via desde os tempos áureos de Megumi Hayashibara, uma da seiyuus mais importantes da dublagem japonesa na década de 90. As apostas em Nana começaram a se tornar cada vez mais altas e sua popularidade crescia como nunca tanto como seiyuu quanto como cantora, tendo sido chamada diversas vezes para participar de programas de música e de variedades como uma seiyuu em ascensão. Em 2005 Nana seria convidada pelo seu sucesso a participar da primeira edição do Animelo Summer Live, concerto apenas com artistas de anisong e que teve Nana como uma das estrelas principais sendo que um ano depois em 2006 ela lançaria o seu primeiro BEST ALBUM (The Museum).

Capa do Single ETERNAL BLAZE, o primeiro de Nana a conseguir o Top 3 na Oricon.

Ainda no ritmo excelente da popularidade alcançada com Nanoha, em 2007 Nana lançou mais dois Singles: “Secret Ambition” e “Massive Wonders”, ambas as músicas tema de abertura de Mahou Shoujo Lyrical Nanoha StrikerS. Mais uma vez Nana conseguiu ótima colocação na Oricon tendo chegado em 2º e 4º lugar, respectivamente. Este ano foi decisivo para a carreira de Nana, pois os papeis em animes estavam cada vez aparecendo mais e a agenda de shows estava bem cheia além de ter lançado mais um álbum, o que deu chances dela se apresentar em lugares ainda maiores.

No começo de 2008 Nana fez um Live que ficaria marcado como uma grande divisão em sua carreira como cantora: O gigantesco show no Saitama Super Arena. Com o show LIVE FORMULA at SAITAMA SUPER ARENA Mizuki Nana conseguiu seu primeiro lugar no ranking musical da Oricon tendo sido este o DVD mais vendido naquela semana. Com “Trickster”, seu 18º Single, Nana conseguiu a incrível marca de 82.000 cópias vendidas o que lhe rendeu certificações por parte da RIAJ, associação que controla o mercado fonográfico japonês. Estava indo tudo muito bem até que aconteceu algo que a deixou extremamente abalada.

Capa do DVD Box do show da Nana no Saitama Super Arena.

A morte do pai e o titulo de seiyuu mais bem sucedida da História do Japão

Quando Nana tinha 18 anos, 2 anos antes de seu debut como cantora, seu pai sofreu um AVC (Acidente Vascular Cerebral) e ficou em uma situação grave com os médicos dizendo que era um milagre ele ter sobrevivido. Na época, Nana já estava em Tokyo e chegou a pensar em abandonar tudo para cuidar da família em Niihama. A mãe, que acreditava no potencial da filha, não deixou que Nana fizesse isso e falou para ela ir atrás de seus sonhos em Tóquio e deixar que ela cuidasse de tudo. Infelizmente, após 10 anos de internação, o pai de Nana morreu em outubro de 2008, pouco tempo depois do lançamento de Trickster, o que foi um choque muito grande para Nana e que mudaria algumas coisas com relação a sua atitude como cantora profissional.

Como o pai de Nana foi hospitalizado dois anos antes de ela debutar como cantora ele nunca teve chances de ver um show ao vivo de Nana. Segundo o que ela fala em seu livro, um dos maiores sonhos de seu pai era ver a filha cantando no Kouhaku Uta Gassen, famoso concerto que acontece há mais de 60 anos no canal NHK no dia 31 de dezembro onde grandes artistas de música se apresentam e comemoram o ano novo, sendo que os artistas de música enka tem um destaque especial. Passado o choque da morte do pai, no dia do seu aniversário (21 de janeiro) do ano seguinte, ela lançaria um single em homenagem ao pai e que é considerado por muitos o mais emotivo de sua carreira.

Capa do Single Shin Ai, que leva o nome da autobiografia de Nana lançada tempos depois e que é uma homenagem ao pai falecido.

“Shin Ai”, nome do single que depois virou nome da autobiografia de Nana, foi tema de abertura do anime White Album onde Nana interpretava uma idol junto de Hirano Aya. O single vendeu muito bem em sua primeira semana tendo alcançado o segundo lugar no ranking da Oricon. Naquele ano Nana lançou ainda mais um single, “Mugen”, tema da segunda temporada de White Album. Foi em 2009 também que Nana se apresentou pela primeira vez em um Domo se tornando a primeira seiyuu a conseguir tal feito.

Após dois anos sem lançar álbum completo, em 2009 Nana lançou Ultimate Diamond, que tendo ótimas vendas, alcançou o 1º Lugar no Ranking da Oricon tornando Nana a primeira seiyuu da história a chegar ao topo das paradas japonesas. Nenhum cantor de anime songs conseguiu chegar tão longe no cenário musical e isso foi motivo de orgulho para todos na King Records e principalmente para Nana, que ficou extremamente feliz e viu que o importante era não desistir. No final daquele ano ela foi chamada para se apresentar na edição de 2009/2010 do Kouhaku Uta Gassen, o que a deixou extremamente orgulhosa de si mesma, mas ao mesmo tempo muito triste, pois seu pai não conseguira viver o bastante para ver a filha realizando um de seus sonhos. Mais uma vez fazendo história, Nana foi a primeira seiyuu convidada a se apresentar no Kouhaku em 60 anos de realização do concerto.

Capa da Versão Limitada de Ultimate Diamond, primeiro álbum de uma seiyuu a chegar no topo da Oricon.

2010 se tornaria outro ano especial por diversos fatores. Logo no inicio do ano saía no cinema o primeiro filme de Mahou Shoujo Lyrical Nanoha e claro, a Nana foi escolhida para cantar o tema do filme. PHANTOM MINDS, single da cantora correspondente ao lançamento do filme conseguiu mais um feito inédito para a cantora. Além de já ter sido a primeira seiyuu a ter um álbum no topo das paradas, agora foi a vez de se tornar a primeira a ter também um Single. O sucesso de PHANTOM MINDS foi tão grande que Nana passou a ser conhecida como “Anison no Jou”, ou seja, a “Rainha do Anime Song”, pois já havia conseguido tantos recordes e feitos inéditos que nenhum seiyuu poderia se comparar a sua popularidade. Após Nana fazer shows no Seibu Dome, a cantora começa a mirar outra coisa: O Japão inteiro.

Capa de PHANTOM MINDS, Single da Nana que a tornou a seiyuu mais bem sucedida da história

A turnê nacional e a consagração no Tokyo Dome

Em 2010, como quatro shows no Seibu Dome, diversas premiações e um sucesso eminente, começaram a surgir rumores de que um possível show no Tokyo Dome estava perto. Eu mesmo pensei que 2010 seria O ano do Dome, mas acabou não sendo, pois a King Records tinha outros planos para a Nana. Foi em 2010 que Nana teve a sua primeira turnê nacional, fazendo ao todo 14 performances por todo o Japão. Além de ter lançado mais um álbum (o oitavo de sua carreira), Nana já havia sido chamada mais uma vez para cantar no Kouhaku. Teoricamente 2010 seria o ano em que a Nana comemoraria o seu décimo aniversário de debut como cantora, mas como Omoi foi lançado no final do ano, ficou decidido que todas as comemorações passariam para o ano de 2011 que ai sim, foi O ano.

Para dar inicio às comemorações do Debut, em janeiro após o seu aniversário Nana fez dois shows no Yokohama Arena totalmente orquestrados onde ela cantou com mais de 100 músicos no palco. Este Live orquestrado foi lançado em outubro de 2011. Foi em janeiro também que Nana lançou sua autobiografia, revelando ao público boa parte dos fatos contidos neste post. Em julho, durante a performance que Nana fez no Saitama Super Arena em sua turnê nacional, veio o anuncio que todos estavam esperando: Mizuki Nana iria se apresentar no templo máximo da música japonesa, o Tokyo Dome.

Capa de Shin Ai, autobiografia de Nana

Para quem não sabe, se apresentar no Tokyo Dome é considerado o ápice da carreira de um artista japonês, pois sendo o maior estádio coberto do Japão e por ser extremamente restrito, o Tokyo Dome se tornou uma lenda. Só os melhores podem se apresentar lá e salvo poucas exceções, o artista que se apresenta no Dome precisa ter uma verdadeira carreira para ser digno de se apresentar no lugar. Ao anunciar o show, Nana era só alegria numa mistura de choro e explosão de felicidade. Foi durante os dias 3 e 4 de dezembro de 2011 para mais de 44 mil pessoas em cada um dos dois dias, que a garota de família simples de Niihama e que por mais tensa que fosse sua situação nunca desistiu, chegou ao nível máximo de sua carreira. Além de ser a primeira seiyuu a conseguir tal conquista, foi uma das primeiras mulheres a se apresentar no Dome. O Show lançado no começo deste mês (maio 2012) bateu diversos recordes de vendas e rendeu à Nana mais uma conquista, pois se tornou a primeira artista a ter quatro blu-rays seguidos no topo das paradas, um recorde que inclusive pertencia a ela mesma desde 2011 com o lançamento do show orquestrado.

Novos horizontes

Ao contrário do que poderia se pensar após o show no Tokyo Dome a carreira de Nana não se estagnou, muito pelo contrário, ela está mais ativa do que nunca em 2012. Agora no meio do ano Nana fará mais uma turnê nacional fazendo mais 14 apresentações por 12 cidades espalhadas pelo Japão inteiro. Logo após a turnê, Nana junto do JAM Project serão os responsáveis pela segunda edição do Animelo Summer Live fora do Japão, que desta vez será na China. Tanto a Nana quanto o JAM são os artistas mais importantes do Animelo e por isso foram escolhidos para fazer um show em Shangai em agosto para celebrar os 40 anos de relações diplomáticas amigas entre Japão e China. Por enquanto nenhum concerto foi confirmado para o final do ano e caso tenha algum, acredito que será mais uma vez em algum domo ou em algum estádio aberto grande.

Capa do Blu-ray da KING NIGHT do LIVE CASTLE, Show da Nana no Tokyo Dome.

Acredito que a Nana ainda tem muito a mostrar ao Japão e ao mundo e tem um papel fundamental na disseminação da cultura japonesa e também das anime songs, principalmente pelo fato de ser uma cantora que por ter um background de música tradicional tão grande enquanto ainda era pequena, se destacou pela sua potencia vocal e presença em palco. Como falei antes, a Nana ainda é muito tímida publicamente, mas quando esta cantando ela se transforma em outra pessoa. Ao ver tudo o que ela já passou só fico ainda mais orgulhoso de ser seu fã e fico extremamente feliz quando vejo que alguém começou a ouvir Mizuki Nana depois de ter ouvido eu falar sobre ela. Praticamente todo mundo no meu twitter conheceu a Nana por causa dos seus surtos e eu fico extremamente feliz em fazer a minha parte divulgando o seu trabalho para pessoas novas.

Ainda há certo preconceito, inclusive no Japão, quanto a cantores de anime songs, fazendo com que eles fiquem em seu nicho e não arrisque algo maior. É impossível não notar em como a Nana se esforçou para mudar este cenário fazendo com que as anime songs se tornassem algo comum e não apenas músicas para uma parcela da cultura japonesa que gosta de anime. Se depender de mim continuarei fazendo o meu trabalho como fã em divulgar o sua carreira sendo que a cada novo single, álbum ou show lançado, Nana cresce cada vez mais neste caminho onde nunca outro seiyuu chegou. Vida longa à rainha das anime songs e espero que vocês, leitores do Gyabbo!, tenham gostado deste post onde contei um pouco sobre a vida dela.

Abaixo você confere uma das performances que ela fez durante o primeiro show no Tokyo Dome e que tornaram este show algo extremamente épico e com um significado ainda maior do que ele já poderia ter.


Mizuki Nana cantando POWER GATE em um balão dentro do Tokyo Dome para mais de 44 mil pessoas.

Mas se você quiser entender todo o quadro que levou ao ápice que a Mizuki Nana chegou, no post “Seiyuus: Como surgiram, O que fazem e como ficaram tão populares?“, também escrito por Leo Kusanagi para o blog parceiro Nahel Argama, você entende toda a construção histórica de mais essa faceta do entretenimento pop japonês.

“There is no dream that can’t come true”: A história […]

10 thoughts on “Guest Post – A história de Nana Mizuki, a maior seiyuu do Japão – Por Leo Kusanagi”

  1. すげえええええ!!
    Sou fã de Nanoha a pelo menos uns 5 anos e sempre adorei a performance dela com a Fate, tenho inclusive vários singles e alguns álbuns dela aqui no PC dela mas, por pura preguiça, nunca me aprofundei em sua vida. Ótimo texto.

  2. Sou extremamente fã da Nana! É a minha catora, seiyuu e J-Person favorita xD Ando ainda na missão de ver todos os animes em que ela participa. Sonho em comprar todos os álbuns dela x)

  3. Uia grande post Leo-Kusanagi! (*0*)
    Ainda lembro que quando ouvi Eternal Blaze pela primeira vez pirei procurando musica apos musica da Nana! pode se dizer que è como um vicio que dura pouco mais de 1 ano! e continuo a me empolgar ão ouvir suas musicas.
    As musicas da Nana são otimas como eu costumo dizer:
    Como se definir um bom musico de um otimo musico, um bom musico você ouve sua musica e gosta mas fica por isso mesmo. Agora quando è um otimo musico você ouve as suas musicas você não consegue parar de ouvir a ponto de querer aprender a tocar suas musicas! v.(^-^o)

  4. Eu admiro muito o trabalho da Nana, acho a voz dela incrível, porém não posso dizer que sou fã e que acompanho tudo. Mas mesmo assim gostei de saber mais sobre ela. Você nunca tem muita noção de onde surgem esses ótimos artistas… e o que eles passaram pra chegar onde chegaram.
    Minha curiosidade de ler sobre a Nana foi maior porque ela dubla minha personagem favorita de todos os tempos: Hinata Hyuuga, óbvio <3

    ALIÁS, deixo uma pergunta no ar: porque nunca ninguém pensou em fazer uma música-tema da Hinata (ou seja, Nana), ou uma versão cantada pela Hinata de alguma música do anime?? Ia vender tudo e mais um pouco, eu seria uma que compraria, regret nothing XD

  5. Sou fã da Nana musicalmente falando. Como seyuu considero ela na média. Gosto mais de Kugmiya Rie e Kana Hanazawa que considero não só mais habilidosas em colocar sentimentos na voz como criar personalidade diferente em cada personagem. Porém tem personagens da Nana que foram marcantes como Testarossa e Hinata.

  6. Não sou muito ligada em seiyuus, sei alguns nomes e quando penso “NOSSA, QUE SEIYUU MARAVILHOSA!!!” pesquiso em algum lugar para saber quem é etc. É interessante saber mais da Mizuki Nana, nem sabia que ela era tão importante ou popular! É incrível ver como no Japão é tudo muito diferente, assim como você disse no post especialmente sobre seiyuus.
    Às vezes me pego pensando “Se xxxx soubesse que tem um fã no Brasil, como será que se sentiria?”. É bom divulgar o trabalho de quem gostamos.

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