Mirai Nikki – Primeiras impressões

Nessa temporada havia muitas apostas; de Fate/Zero à Persona 4, Chihayafuru à Guilty Crown; mas entre todos os novos animes, um deles dividia muito as expectativas. Mirai Nikki, novo anime do estúdio asread, é a tão esperada adaptação do elogiado manga de Sakae Esuno. Mas se o material original empolgava os fãs, a equipe técnica responsável pela adaptação causava calafrios.

Depois de quatro anos de publicação na revista Shounen Ace, de 2006 à 2010, o manga de Mirai Nikki terminou contabilizando 12 volumes e dividindo opiniões sobre o seu desfecho, mas deixando a certeza de um ótimo manga. O anúncio da versão animada veio em Abril desse ano e consigo a dúvida: uma boa história pode ser o suficiente se os responsáveis não souberem usá-la? Pelo menos pelo primeiro episódio pode-se ouvir um sonoro “Não!”.

Yukiteru Amano é um adolescente que vive fechado no seu próprio mundo; não interage com seus colegas de classe, preferindo observar e anotar tudo que vê em seu diário pelo celular. Sua única forma de interação se dá em um mundo que o garoto pensa ser imaginário. Lá ele é amigo do Deus Ex Machina, uma divindade do tempo e do espaço.

No entanto, o que Yukiteru achava ser fruto da sua imaginação se mostra muito mais real do que ele poderia esperar. Deus Ex Machina dá para o garoto o acesso ao futuro próximo através do seu celular (daí “Mirai Nikki”, diário do futuro), envolvendo-o em um jogo de sobrevivência onde outros portadores de diários semelhantes irão buscar eliminar os concorrentes para se transformarem em um deus.

Apesar de não ter lido o manga, conheço a fama que tem e esperava muito desse anime. Mesmo com o temor de ter o estúdio asread como responsável (o mesmo que tem como maior reconhecimento ter feito uma péssima segunda temporada do anime Minami-ke), a verdade é que eu achava ser bem difícil estragar um roteiro instigante com o de Mirai Nikki.

Eu não poderia estar mais errado.

Começando pela direção de Naoto Hosoda, como comentei no Twitter, chega a ser risível. Cena após cena é jogada na tela sem nenhum esforço de criar uma continuidade, a sensação que se tem é de um grande exercício de corte e colagem. Se isso já não fosse ruim o suficiente, a pressa para que as informações básicas sejam logo apresentadas transformou esse primeiro episódio em uma grande correria que termina em um clímax fajuto e sem emoção.

Mas vamos comentar esse final com mais detalhes. Yukiteru conhece Yuno Gasai, outra participante do jogo, mas também sua stalker. Após uma tentativa de amedrontar o espectador com uma sequência infinita de olhos arregalados, o garota explica para Yukiteru sobre o jogo e como um dos participantes está vindo matá-lo.

Mesmo que uma dupla de colegiais desarmados dificilmente teria alguma chance contra um assassino sanguinário, o roteiro perde todo o interesse de ser verossímil e chegamos a uma cena que só pode ser classificada como a derrota mais ridícula da história da animação japonesa: Yukiteru arremessa um dos seus dardos (que por algum motivo bizarro ele carrega consigo o dia inteiro) no celular do inimigo, perfurando-o! Mil face palms não conseguiriam exprimir o que eu senti ao ver essa cena.

(Cortesia do Leo Kusanagi do blog Mithril)

Se a direção é terrível, não podemos elogiar muito a animação. Está certo que no geral ela é bem mediana e não compromete, até por não termos grandes cenas de ação nesse primeiro episódio, mas quando vemos aquele que deveria ser um deus misterioso e imponente feito com CG a lá “Os carrinhos“, o saldo final é bem negativo.

De todos os animes com hype grande, Mirai Nikki foi certamente a maior decepção. Continuando com o mesmo estilo de narrativa, é complicado esperar que o enredo base de Mirai Nikki consiga salvar a obra, indo para o mesmo lugar que o anime de Deadman Wonderland seguiu, o esquecimento.

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11 thoughts on “Mirai Nikki – Primeiras impressões”

  1. Animação é ruim, dublagem não é maravilhosa e trilha sonora não é daquelas que anima. Para mim é facinho o pior anime da temporada, principalmente pelas altas expectativas acerca

  2. Bem, verossímil Mirai Nikki nunca foi e nem se propôs a ser. A propósito, um dos piores erros da estréia, foi tentar passar a imagem de que se trata de um anime sério. Muito pelo contrário, esse é o tipo de anime daqueles de longas sequências de ação irreais, mas de tirar o folego, de deixar o espectador na vibe suprema. Sério, não estou exagerando, chega certos momentos que Sakae Esuno, com poucas páginas, consegue te deixar perturbado. Enfim, Mirai Nikki originalmente é colagem de ação desenfreada e algo completamente inverossímil, comédia, mistério e suspense. E conseguiram estragar essa formula mágica. Se tentarem fazer de Mirai Nikki, um Higurashi ou Elfen Lied da vida, com sangue,drama e expressões plastificadas, será a fail do ano.

  3. Me desculpe pelo palavreado, mas valendo-se de uma metáfora, assistir esse primeiro episódio me deu a mesma sensação de um cara que namora 3 meses com uma garota, e quando vai leva-la pra cama, descobre que é um “garoto”. Decepção total.

  4. Bem, não cheguei a ler o mangá de Mirai Nikki, mas achei essa estreia mediana.A história da série parece ser bem interessante, mas nesse episodio ficou extremamente corrida, e não acho que a animação seja tão essencial pra séries desse tipo, com exceção do CG horrível, ta aceitável.
    De qualquer forma, vou ler o mangá, tem tanta gente falando que ele é uma obra-prima e mimimimimi

  5. Bom, eu nem sabia que ele seria adaptado até um tempo atrás, mas depois que eu soube também não fiquei maravilhada com a notícia. Logo após isso eu só fui ver o anime, pois havia sido liberado para download e eu não tinha nada melhor para ver. Como eu disse no post do meu blog: “Eu amo histórias com sangue e mortes com ligações a coisas bizarras e esse animê me parece um desse tipo.
    Eu gostei muito do estilo da história e de como tudo é abordado até um dado momento, pois depois que o Yukiteru mata o vilão do primeiro episódio (que é um assassino sanguinário) usando apenas um dardo tudo que eu pensei sobre ele ser um bom animê para passar um tempo foi substituído por um WTF bem grande.
    Já que um dardo lançado por um humano não tem como atravessar um visor de um celular, isso é humanamente impossível de ocorrer. Eu realmente tenho que falar que o animê caiu feio no meu conceito.

    É por isso que eu não o estou recomendando junto de Persona 4 The Animation, Guilty Crown (mesmo ainda não o tendo visto) e de Chihayafuru.”.

  6. Sobre a cena do dardo, ela ocorre no mangá, então a falta de logica já começa por lá povo UHASHUSA! Mas enfim… Achei a estreia bem mediana, mas vou esperar até o 4º episódio pra decidir se o anime é o Fail do ano (merecendo o esquecimento, como Deadman Wonderland, porque pra mim o animê é inexistente u.u, estragou o mangá que é epicamente foda!) ou se é um anime que da pra engolir.

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