O Melhor Anime de Todos os Tempos

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Nudez, violência e Hironobu Kageyama – como poderia dar errado?

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Introdução

Há um quarto de século atrás, a moda dominante na animação japonesa era apostar em produtos direto-para-vídeo recheados de ação, sangue e nudez. Se Genocyber e Ninja Scroll, cada um de seu jeito, firmaram-se como representantes fortes do gênero, M.D.Geist tem toda uma história no Ocidente que o torna especial.

Do mesmo diretor do citado Genocyber [e três temporadas de Ikkitousen], M.D.Geist foi feito em 1986 por um Koichi Ohata de apenas 23 anos – e passou despercebido no Japão da época, assim como passaria nos Estados Unidos se não fosse John O’Donnell. O diretor da Central Park Media, pioneira em licenciamento de anime para lançamento em vídeo naquele país, adotou Geist como símbolo e mascote do U.S. Manga [que chegou a passar no Brasil; sim, M.D.Geist foi exibido na extinta Rede Manchete] desde o começo – e, quando em 1992 M.D.Geist finalmente chegou nos E.U.A., foi sucesso absoluto – o suficiente para bancar uma continuação feita em 1996.

Mas quem se importa com a continuação? O que importa é o clássico, feito em 1986 e que no lançamento da segunda parte ganhou uma Versão do Diretor com vastas correções – que também não importam. Iremos analisar logo abaixo o original de 1986, um clássico em todos os sentidos… ou não.

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Rule of Cool

Pronto, resenhamos M.D.Geist em três palavras, dez letras. Os quarenta e poucos minutos de duração basicamente são uma colagem, mais do que inspirada em filmes como Mad Max, do que o autor achava cool, legal o suficiente para colocar na tela. São cenas e mais cenas empilhadas umas em cima das outras mostrando como Geist é mau, é foda.

Da sequência inicial em que ele, apenas com uma corda e uma arma, consegue derrubar um avião lotado de militares, até o final com um plot twist pra lá de inesperado [e sem qualquer sentido], M.D.Geist entrega um pacote fechado de enlouquecer qualquer fã de Stallone, Schwarzenegger e cia. – afinal, quem se importa com roteiro, personagens, consistência na animação, eficiência na direção?

Todos sabemos que isso é para os fracos – e o Most Dangerous [Mais Perigoso] Geist, com a voz profunda e sem igual de Norio Wakamoto é um bom equivalente em anime do clássico filme Comando para Matar [Commando] e faz bem em focar nas cenas que interessam, em fazer de seu herói duro como aço – sim, apesar do interesse amoroso se oferecer abertamente antes da metade do filme, este a dispensa só de calcinha no chão com os dizeres: “O que importa é o que tem em seu cérebro.”

Um niilista sem qualquer objetivo além de entreter o espectador em sua busca pelo mais forte oponente, Geist faz-nos perceber que estes quatro parágrafos não valeram de nada além de reforçar o sentido da regra do legal, da rule of cool dita acima – e este é o seu poder.

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Infelizmente, para Poucos

Todo mundo sabe que os animes já foram melhores, e o esquecimento de M.D.Geist é um caso latente de como deixamos para trás a testosterona dos anos 80 e começo dos 90 em prol de menininhas moe, protagonistas fracotes e animes que até na coloração soam fracos, quase doentes. Uma pena.

Sorte que blogs sérios e respeitados como o Argama existem justamente para recomendar a seu público somente a fina flor da animação japonesa – e é por isso que temos reviews de BLACK ROCK SHOOTER, Boku no Pico e Guilty Crown existem. Assim, nada mais que a obrigação recomendar M.D.Geist, cool entre o cool, um verdadeiro clássico que ultrapassa as barreiras da animação, direção e roteiro rumo ao lugar ao sol [banhado de caveiras] que merece. Sim, em certa ótica temos aqui o melhor anime de todos os tempos.

Em breve, no Argama: Mars of Destruction, outro clássico esquecido e que deveria ser igualmente apreciado.

Mais sobre M.D.Geist:

– O profundo e analítico JCast sobre o assunto.
Buried Garbage with Justin Servakis, no Anime News Network
review, no JBox

P.S.: E o Hironobu Kageyama?

Nudez, violência e Hironobu Kageyama – como poderia dar errado? […]

10 thoughts on “O Melhor Anime de Todos os Tempos”

  1. “He fought so extraordinarily ferocious that he was regarded dangerous and imprisioned on a satellite”

    Pqp, tive crise de riso depois de ler essa frase.

  2. Cara, ótima review, sinceramente, dói dizer mas, nunca havia ouvido falar antes de ler sobre M.D.Geist, mas pelo visto parece ser realmente bem épico, assim como as outras obras citadas na matéria. Vou dar uma conferida e espero que não me arrependa!

  3. Geist é inesquecível!

    Na época do US Manga eu pirei e fiquei chocado com muita coisa. É uma pena que não tem mais animes “sangui nus zoio” como Akira, A Lenda do Demônio, Genocyber, Orgun, Zeorymer, Geist e outros.

    Nunca imaginei que no futuri eu teria acesso à tantos animes e mangas, mas também nunca imaginei que existiria tanto anime “pinto mole”.

  4. Quando ouvi falar sobre este anime pela primeira vez, disseram o seguinte:
    é tão ruim que é bom, e tem musica do Hironobu Kageyama.

    com certeza é ruim… mas tem algum valor.

  5. Por mais tosco que Geist seja , o estilo casca-grossa definitivamente faz falta nos animes de hoje

    . . .

    ás vezes me dá vontade de soltar uma legião inteira de “Death Force” em cima de toda essa horda de bonequinhas alegres … … …

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