Gekijouban TIGER&BUNNY: The Beginning

TIGER&BUNNY, a série de TV

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A combinação explosiva de super-heróis, patrocínios, reality show e 3DCG mal-desenhado está de volta em um filme metade reprise, metade refeito: mas será que com o mesmo charme do original?

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Quando TIGER&BUNNY, inesperado mas grande sucesso de público e crítica, terminou em Setembro de 2011 com todos os indícios para que fosse feita uma continuação direta [o que ainda poderá acontecer, basta a BANDAI saber planejar direito] poucos esperavam que fôssemos seguir o caminho de Macross F ou Madoka Magica: uma releitura, um universo paralelo aonde ao mesmo tempo a história é recontada e o universo, ampliado para a tela de cinema. Mas foi assim que aconteceu e é a primeira metade desta obra, O Começo, que iremos analisar neste artigo.

Até para fins de consistência vale simplesmente repetir a sinopse da obra, descrita com precisão em Novembro de 2011 ainda no Subete Animes [e posteriormente republicada neste blog]:

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Em Sternbild [obviamente inspirada em Manhattan], cidade localizada em uma Terra alternativa aonde alguns seres humanos denominados NEXT possuem superpoderes, existe um reality show chamado Hero TV no qual super-heróis [em uma apreensão japonesa do conceito ocidental/estadunidense conhecido por todos nós] combatem o crime em uma competição/gincana televisiva – dentre eles o inicialmente combalido Wild Tiger, que começa a viver uma crise de meia-idade – afinal, ele trabalha em um ramo que clama pelo auge da forma física.

Eis que Barnaby Brooks Jr., possuidor do mesmo poder multiplicador de força de Tiger, surge – jovem, cool, estiloso e com uma armadura que faz a velha roupa colada de Kotetsu T. Kaburagi [nome real de nosso protagonista] ficar prontamente ultrapassada e nossa história começa – afinal, após um primeiro episódio dedicado a mostrar o contraste entre os dois protagonistas, o empregador destes [a empresa Apollon Media] decide que devem formar a primeira dupla de heróis da história da cidade.

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Destaque nosso para a característica que mesmo presente na série foi potencializada neste filme que, se sabe dar o mínimo de tempo de tela a todos os heróis presentes na eficiente [mas nada de especial] abertura, foca – até por questões de tempo – na relação de amor e ódio, de amizade e tensão, existente entre Tiger e Bunny.

Claro que a obra televisiva, principalmente em seu terço final, até comete certos excessos em seu foco na dupla que dá o título a essa; e o filme, parte recapitulação/reutilização dos primeiros episódios e parte totalmente inédito, trabalha justamente para que a dupla dinâmica esteja em primeiro plano com naturalidade – sim, a obra foi refeita para os cinemas e muito do que iremos comentar é sobre os pequenos ajustes que somados deram origem a esta nova versão de algo já conhecido – e sim, o modelo a ser seguido é o já citado Macross F e seu parece, mas não é.

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E para isso precisaremos lembrar que a grande mudança no staff foi justamente a saída do bom diretor Keiichi Satou [que atualmente está dedicado no projeto do filme de Saint Seiya em 3DCG] para a entrada do igualmente bom Yoshitomo Yometani [Dororon Enma-kun Meramera, Yuusha-Oh! GaoGaiGar]. O resultado? Um bom filme, mas no qual é nítido que o novato ainda está pegando o jeito da coisa [curiosamente, o mesmo que acontece com a série].

Mesmo com o tempo exíguo da produção – e sim, o grande defeito do filme é durar somente [incluindo abertura e encerramento] noventa e dois minutos – a direção as vezes parece dar voltas para contar sua história, para espremer todos os núcleos presentes no original [toda a introdução do Lunatic, afinal novamente presente na abertura, ficou esquisita].

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Além disso, alguns pontos básicos para o enredo pareceram martelados demais ao espectador: o maior exemplo disto é a relação de Kotetsu com sua esposa [que sim, agora aparece na abertura]. Claro que são maneiras fáceis de explicar pontos importantes do enredo, principalmente ao novato, mas a falta de sutileza atrapalha um pouco a diversão de conhecer, familiarizar-se ou simplesmente rever personagens já queridos como é principalmente Tiger.

Ainda o centro no qual gravita todos os elementos do anime, cede um pouco de espaço para um Bunny ainda frio mas melhor desenvolvido no curto espaço que temos a disposição: a dinâmica da dupla ficou mais equilibrada e apesar de o desenvolvimento ter sido mostrado [óbvio!] pela metade, tudo ficou mais claro e um pouco simples sem perder a magia.

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Se principalmente para os fãs uma boa meia hora adicional fez falta, a duração rápida da obra combinado ao foco maior na ação [temos três grandes cenas de ação que somadas compõem grande parte da duração dessa] fez com que o ritmo se tornasse muito agradável. Melhor, sem soar corrido como tantas outras adaptações.

E isto torna Gekijouban TIGER&BUNNY: The Beginning uma boa pedida para quem curte um bom filme animado com generosas doses de ação e heroísmo mescladas com uma dose leve e bem-aplicada de drama [e comédia]; claro que o sistema japonês de distribuição por lá [onde T&B é uma obra para otaku] e a falta de uma pegada mais adolescente por cá impede um sucesso ainda maior e merecido deste filme.

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Claro que a animação, melhorada mas ainda assim com 3DCG abaixo da média e apoiada demais no bom character e mecha design por Masakazu Katsura [o mesmo de ZETMAN], também não ajuda – mais do que outras adaptações televisivas, o feeling de baixo orçamento continua em parte mesmo com o fato de agora os personagens serem todos bem-desenhados [como a tela grande exige].

O trailer de cinquenta segundos da continuação do filme, é explosivo e mostra um rumo claramente não presente na série de TV – ou seja, ninguém sabe o que irá acontecer. Esperamos, claro, uma mistura do que funcionou na telinha com novos elementos na medida para que o final presente na tela cinza seja digno da franquia. Não deve responder algumas perguntas pendentes na versão televisiva, talvez nem aborde alguns assuntos abordados nesta cujos elementos ainda rondam a tela; que pelo menos diga qual o caminho que a franquia seguir após final desta aventura paralela.

Um novo começo fresco o suficiente tanto para o antigo quanto para o novo fã de TIGER&BUNNY curtir uma aventura redonda de uma meia e hora apresentando um dos melhores conceitos apresentados pelo Japão nos últimos anos em um resultado sobretudo divertido. Faltou um pouco de refinamento na direção, faltou apresentar um pouco melhor Kotetsu como o personagem carismático que é. Ainda assim, mais consistente como obra que a primeira metade do anime televisivo, com certeza vale uma sessão acompanhada de uma boa Domino’s Pizza e Pepsi Max Zero.

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P.S. 1: Talvez o ponto mais curioso da estrutura de TIGER&BUNNY é o fato de companhias reais patrocinarem os heróis fictícios do anime; o que poderia causar problemas [afinal, ninguém quer vincular a sua marca a algo que não promova os valores certos] é contornado aqui através da maior presença de outras empresas, estas sim fictícias, que patrocinam de forma mais direta. Bem-sacado – e poupa a imagem da BANDAI ou Pepsi de qualquer responsabilidade pelos fatos da série.

P.S. 2: Os críticos estrangeiros apontam que a estrutura da série, com trechos claramente inseridos no longa, está claramente presente neste – e de forma prejudicial. Discordamos do afirmado – claro que este filme não é tour de force, mas tem certa estrutura começo-meio-clímax-fim que favorece o desenvolvimento dos protagonistas. Mesmo que os antagonistas sejam inexistentes [tanto que não foram mencionados em todo artigo].

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O Bom: Envolvente; Frenético.
O Ruim: Animação; Muito Curto.
O Patrocínio: Domino’s Pizza.

E que tal ler a resenha sobre a série de TV que fizemos neste mesmo blog?

TIGER&BUNNY, a série de TV A combinação explosiva de super-heróis, […]

4 thoughts on “Gekijouban TIGER&BUNNY: The Beginning”

  1. Acabei de assistir e gostei. Também senti falta de sutileza na apresentação do Kotetsu, mas houve algumas cenas ótimas, que o definem perfeitamente mesmo para quem não viu a série. E foi impressão minha ou o Fire Emblem ficou mais gay do que na série?

    Cenas que eu mais gostei:

    SPOILER SPOILER SPOILER SPOILER SPOILER SPOILER SPOILER SPOILER SPOILER

    – o Kotetsu tentando vestir o uniforme dentro do carro e se atrapalhando todo (ri muito, minha sobrinha faz aquilo sempre)
    – o diálogo entre Yuri Petrov e Barnaby. Não gostei da forma como aconteceu, não fez muito sentido (pra que o juiz vai se apresentar a um herói novato?) mas o conteúdo da conversa foi significativo e serviu para indicar que Petrov pode ser algo mais do que um juiz.
    – a cena em que Wild Tiger pergunta ao Barnaby se ele gosta de crianças. Apesar do traço simplificado e da animação ruim, a expressão no rosto do Barnaby é reveladora.
    – pode me chamar de sentimental, mas Kotetsu beijando a aliança foi liiiinnndoooo!

    1. “o diálogo entre Yuri Petrov e Barnaby. Não gostei da forma como aconteceu, não fez muito sentido (pra que o juiz vai se apresentar a um herói novato?)”

      Eu imagino que ele saiba prontamente quais são as motivações do nosso Bunny. No futuro, seus caminhos irão se entrelaçar, colocando em evidência que ambos possuem muito em comum. Acredito que seja isso. E sem sombras de dúvidas, o Fire Emblem está ainda mais gay *e pessoas achando que isso não seria possível* que na tv. Ele sempre foi uma caricatura, um estereotipo, mas aqui ele está mais atacado e menos simpático, assim como sua importância diminui bastante. Ele tem presença, mas não a importância. Blue Rose também tá mais mais vulgar.

      1. Pois é, foi o que eu pensei também, só achei que a entrada do Yuri foi meio abrupta, sem atmosfera… mas claro, é um prenúncio do que aconteceria depois, com o surgimento do Lunatic.

        Acho que faltou uma cena demonstrando o lado mais sério e perspicaz do Fire Emblem (afinal é ele que descobre e conta a história do Barnaby para o Kotetsu). Gostaria que tivessem incluido a paixonite da Blue Rose pelo Tiger… Eu ficava com pena do Kotetsu ser tão colocado pra baixo em relação ao Barnaby, então fiquei contente de ver uma garota gostando dele e não do Bunny.

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