Tag Archives: Tradução

Entrevista: O que vem a seguir para Takehiko Inoue (parte 1)

Você já deve ter ouvido o nome Takehiko Inoue. Se não ouviu, deveria ter ouvido. Ele é um dos maiores mangakas do Japão e dono de um nível artístico que poucos conseguem alcançar. Ele é o autor de séries como Vagabond, Slam Dunk e REAL. Suas obras são lidas e admiradas em todo o mundo. Hoje, com 44 anos, o autor passa por uma certa crise em seus trabalhos. Vagabond está paralisado há mais de um ano (mas parece que vai voltar em breve) e seus outros trabalhos também estão sofrendo. Mas mesmo assim, ele busca melhorar cada vez mais como artista e essa entrevista é uma prova disso.

Ela trata do mais novo trabalho de Inoue, um livro, que vem acompanhado de um DVD, intitulado Pepita: Takehiko Inoue encontra Gaudi, com data de lançamento fixada em 12 de Dezembro desse ano. Nesse projeto, o veterano mangaka decide se aventurar na obra arquitetônica de Gaudi, um dos maiores arquitetos da história. Nessa entrevista, Inoue dá um panorama geral de como foi desenvolver o projeto.

httpv://www.youtube.com/watch?v=0480XbKzlcs

Originalmente publicada na revista Nikkei Enterteinment, está sendo traduzida para o inglês pelo blog The Eastern Edge e agora, em português, pelo Anikenkai. Vale lembrar que o The Eastern Edge foi o mesmo com o qual firmei parceria para a série de posts Uma conversa entre Takehiko Inoue e Eiichiro Oda (se ainda não leram, confiram!!).

A entrevista será traduzida em partes. A ideia é tê-la completamente traduzida até o dia do lançamento do material. Por isso fique ligado aqui no Anikenkai para conferir as próximas partes e espero que vocês gostem pois eu, com certeza, gostei e gostarei de traduzi-la para vocês. A matéria foi publicada toda na primeira pessoa, com Inoue como narrador.

————————————————————————————–

O que vem a seguir para Takehiko Inoue (parte 1)

Originalmente, isso não era algo que eu tinha decidido fazer por mim mesmo. Eu comecei esse projeto depois de me fazerem uma oferta. Quando li pela primeira vez o projeto, a primeira coisa que pensei foi, “Por que eu?”, não tenho a menor noção quando o assunto é arquitetura. Meu conhecimento sobre a obra de Gaudi era praticamente zero. Fazer uma viagem e o tempo que isso iria me afastar dos quadrinhos era uma forte preocupação. Vagabond está atualmente em hiato, e os trabalhos em geral não estão progredindo bem, então parte de mim se perguntava se eu realmente deveria aceitar um trabalho como esse nesse momento.

No entanto, eu já estava fazendo certas coisas um tanto diferentes do trabalho normal de um autor de quadrinhos.  A The Last Manga Exhibition foi diferente,  assim como o trabalho nos murais de Shinran para o Higashi Honganji.

Eu senti que esse tempo na Espanha seria como continuar a corrente desses outros trabalhos. Eu senti que atráves de Gaudi eu iria ganhar a oportunidade de realizar várias coisas, e ser guiado a respostas que estavam na minha cara, mas que eu não conseguia ver.

Eu sempre fui uma pessoa que aceitou trabalhos sem planos ou guias e seguindo o instinto, mas dessa vez é algo ainda maior pois é Gaudi, e isso foi um ponto importante para mim.

Com quadrinhos, se você os queima, eles se vão ou se se param de ser publicados, uma hora se perdem. Contruções se mantem por um longo período de tempo, não é? Eu posso não parecer, mas sou muito tímido e fico imaginando se seria embaraçoso ver algo que você fez ficar lá no meio de uma cidade (risos). Eu imagino o que as pessoas que deixam coisas como essa no mundo se parecem, e com o que Gaudi, que fez aquele prédio que parece como algo vivo, se parece. Eu achei Gaudi admiravelmente interessante.

A arquitetura de Gaudi e seus outros trabalhos são amplamente conhecidos, mas que tipo de pessoa ele era, e o que estava nas suas raízes (que o fizeram daquela maneira) não.

Eu pensei que se eu poderia conhecer sua história, haverial algo que eu poderia sentir em seu trabalho.

Então, eu aceitei o trabalho pensando que se eu pudesse transmitir para outras pessoas o que eu obtiver fazendo isso, especialmente para as mais jovens, isso o daria um significado real.

(continua na parte 2)

Você já deve ter ouvido o nome Takehiko Inoue. Se […]