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Atualizado: Filmes Japoneses para se ver no Festival do Rio

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Todo ano acontece na cidade do Rio de Janeiro o Festival do Rio, um grande festival internacional de cinema que trás centenas de filmes dos mais variados diretores, atores, estilos, países e por aí vai. Se você nunca foi ao Festival, eu recomendo bastante! Todo ano eu participo vendo dezenas de filmes nos dias do Festival. Os filmes são exibidos em diversas salas espalhadas pela cidade. Basta você comprar seu ingresso (que este ano está custando R$18/R$9) e curtir!

A programação completa pode ser encontrada no site do Festival, mas, como eu estou vasculhando ela agora, eu resolvi fazer um post especial para vocês destacando os filmes japoneses que marcarão presença nesse ano. São apenas cinco, então ninguém tem desculpa de não ver pelo menos um deles! Confira abaixo quais são, suas sinopses e um breve comentário sobre eles! Clicando nos títulos vocês vão para a página do Festival onde outros detalhes técnicos dos filmes estão disponíveis.

ATUALIZAÇÃO: Coloquei mais detalhes aqui na página mesmo como diretor dos filmes e horários (além de adicionar um outro filme que eu tinha deixado passar).

Dragon Ball Z: A Batalha dos Deuses

Dragon Ball Z: Kami to Kami

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Dirigido por: Masahiro Hosoda

Alguns anos após a batalha de Majin Buu, os deuses da criação, Wiss, e da destruição, Bills, se reúnem para buscar um equilíbrio no universo. Ao acordar de um longo período de sono e descobrir que o lorde galático Frieza foi derrotado por Son Goku, Bills desafia o Super Sayajin, que termina sendo facilmente derrotado. Cabe agora aos heróis descobrir uma maneira de parar o deus da destruição. Com argumento original do criador de Dragon Ball Z, Akira Toriyama, A batalha dos deuses é o primeiro longa-metragem da série em 17 anos e o primeiro filme japonês da história a estrear no formato Imax.

Este, sem dúvida é o maior destaque do Festival para os fãs de animes e mangás. O mais recente filme de Dragonball estreará em várias salas Brasil a fora, mas quem for ao Festival poderá conferi-lo antes de todo mundo! Só teremos uma seção e é claro que eu estarei lá, então se me virem, vamos poder trocar uma boa ideia sobre o filme antes e depois da exibição! Quero ver todos lá!

Sábado, 28/0921:30Cinemark Botafogo 4CB004

Outrage: Beyond

Autoreiji: biyondo

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Dirigido por: Takeshi Kitano

A polícia japonesa draga um carro contendo os corpos mortos de um policial e da dona de uma boate. As evidências sugerem que o poderoso clã Sanno está tentando crescer dentro do universo da Yakuza. Pelo menos é como entende o corrupto policial Kataoka, que acredita que Kato, jovem e imaturo líder do clã Sanno, não tem respeito pelas velhas formas de compartilhar o poder e conviver com a polícia. É quando Kataoka convoca Otomo, renegado membro da Yakuza, para ajudá-lo, e uma nova batalha começa a se formar. Do diretor Takeshi Kitano (Zatoichi, Outrage). Competição de Veneza 2012.

Se vocês nunca viram um filme de Takeshi Kitano, essa é a sua oportunidade. O cara é simplesmente um dos diretores japoneses mais conhecidos da atualidade e, o melhor de tudo, o cara só faz filme badass, daqueles de chutar bundas cheio de mafiosos porradeiros, mas sem deixar o filme ser raso e sem graça. Um grande mestre que merece ser apreciado. Claro que irei ver!

Sábado, 28/0914:00Leblon 2LB005
Sábado, 28/0919:00Leblon 2LB007
Segunda, 30/0916:50Estação Botafogo 1BT121
Sábado, 05/1022:10Est Vivo Gávea 5GV546

Backwater

Tomogui

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Dirigido por: Shinji Aoyama

Toma tem 17 anos e vive em uma cidade à beira do rio ao lado do pai e de sua madrasta, Kotoko. Testemunha das atividades escusas e constantes abusos praticados por seu pai contra Kotoko, Toma sofre ao reconhecer algumas similaridades entre eles. As semelhanças tornam-se mais evidentes quando o jovem não consegue controlar sua violência contra Chigusa, com quem há pouco iniciou um relacionamento. Quando um tornado se aproxima e inunda a cidade, Kotoko, agora grávida, consegue escapar, dando início a uma busca repleta de encontros inesperados. Do mesmo diretor de Eureka. Locarno 2013.

Esse filme faz parte daquela categoria “provavelmente não vai agradar a todos”. Uma história bem focada no dia a dia japonês pode causar um afastamento do espectador brasileiro. Assista se você se interessa por conhecer mais do Japão e de sua cultura, mesmo que seja esse lado nada agradável.

Sexta, 04/1014:30Estação Botafogo 1BT142
Sexta, 04/1021:30Estação Botafogo 1BT145
Sábado, 05/1015:30Est Vivo Gávea 4GV445
Sábado, 05/1022:00Est Vivo Gávea 4GV448

A ravina do adeus

Sayonara Keikoku

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Dirigido por: Tatsushi Omori

O corpo de uma criança é encontrado perto da casa de Shunsuke e Kanako, um casal aparentemente normal. Satomi, a mãe da criança, é presa como a principal suspeita, mas não demora muito para a polícia desconfiar de Shunsuke, depois que alega ter um caso com ele. De olho no caso,  Watanabe, jornalista de um tabloide, descobre outro crime chocante no passado de Shunsuke. Quinze anos anos, em seu tempo de faculdade, ele esteve envolvido no estupro coletivo de uma mulher. Baseado no romance best-seller de Shuichi Yoshida. Prêmio especial do júri no Festival Internacional de Moscou.

Esse filme eu já acho que tem um apelo maior com o público ocidental. Sua história parece mais universal que o anterior. Uma espécie de mistério, com um leve toque de suspense e um romance no meio. É capaz deu gostar. Se eu achar um tempo pra ver, colocarei na lista.

Sexta, 04/1013:00Estação Ipanema 1IP036
Sexta, 04/1019:30Estação Ipanema 1IP039
Terça, 08/1021:00Estação BarraPoint 1BP053
Quinta, 10/1016:45Estação Rio 3RI378

Real

Riaru: Kanzen naru kubinagaryu no hi

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Dirigido por: Kiyoshi Kurosawa

Há um ano, Atsumi tentou o suicídio e está em coma. Com o auxílio de um novo tratamento que permite a comunicação com pacientes nessa situação, seu amigo Koichi tenta descobrir por que ela tentou se matar. Ele entra no subconsciente de Atsumi e a encontra em sua mesa, desenhando. Ela pede que ele encontre um desenho que lhe deu quando estavam na escola e que irá restaurar sua autoconfiança. Koichi tenta explicar que ela tentou se matar, mas Atsumi não para de repetir que precisa daquele desenho. Uma mágica história de fantasmas do diretor de Sonata de Tóquio. Toronto e Locarno 2013.

Quando li o nome desse filme pela primeira vez, achei que se tratava de uma adaptação live-action de REAL, mangá homônimo de Takehiko Inoue (Vagabond). Não, não era. Infelizmente. É uma história viajada japonesa. Para quem gosta do gênero, podem ir na fé, mas o tempo me fez ficar com um pé atrás para com filmes desse tipo vindo do Japão. Já entrei em muita roubada Festivais a fora. Esse eu não devo ver.

Sábado, 05/1019:10Estação Ipanema 1IP044
Quarta, 09/1015:00Estação Rio 3RI371
Quinta, 10/1016:30Estação BarraPoint 1BP060

ATUALIZAÇÃO:

Por que você não vai brincar no inferno?

Jingoku de Naze Warui

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Dirigido por: Shion Sono

Hirata sonha em se tornar um grande cineasta. Enquanto ele planeja a realização de sua primeira obra-prima, uma violenta disputa entre dois clãs da Yakuza começa a escalar: a esposa do chefão Muto massacra a gangue do rival Ikegami e é presa, sacrificando a carreira da filha Michiko, que sonha em ser uma atriz famosa. Dez anos depois, Muto resolve provar para a esposa, prestes a sair da cadeia, que Michiko se tornou uma estrela. É então que os caminhos de Hirata e da Yakuza se cruzam numa verdadeira orgia de cinema e sangue. Seleção oficial dos festivais de Toronto e Veneza 2013.

Uma “verdadeira orgia de cinema e sangue”. Tem como não ver esse filme? Deixei passar quando estava procurando os filmes japoneses no Festival por completa desatenção! Promete ser um dos melhores dessa lista… ok, talvez não tão bom quanto outrage, mas ainda assim muito bom!

Domingo, 06/1023:59Estação Rio 1RI157
Terça, 08/1022:10Est Vivo Gávea 5GV562
Quinta, 10/1014:15São Luiz 4SL453
Quinta, 10/1019:15São Luiz 4SL455

Todo ano acontece na cidade do Rio de Janeiro o […]

Entrevista: O que vem a seguir para Takehiko Inoue (parte 1)

Você já deve ter ouvido o nome Takehiko Inoue. Se não ouviu, deveria ter ouvido. Ele é um dos maiores mangakas do Japão e dono de um nível artístico que poucos conseguem alcançar. Ele é o autor de séries como Vagabond, Slam Dunk e REAL. Suas obras são lidas e admiradas em todo o mundo. Hoje, com 44 anos, o autor passa por uma certa crise em seus trabalhos. Vagabond está paralisado há mais de um ano (mas parece que vai voltar em breve) e seus outros trabalhos também estão sofrendo. Mas mesmo assim, ele busca melhorar cada vez mais como artista e essa entrevista é uma prova disso.

Ela trata do mais novo trabalho de Inoue, um livro, que vem acompanhado de um DVD, intitulado Pepita: Takehiko Inoue encontra Gaudi, com data de lançamento fixada em 12 de Dezembro desse ano. Nesse projeto, o veterano mangaka decide se aventurar na obra arquitetônica de Gaudi, um dos maiores arquitetos da história. Nessa entrevista, Inoue dá um panorama geral de como foi desenvolver o projeto.

httpv://www.youtube.com/watch?v=0480XbKzlcs

Originalmente publicada na revista Nikkei Enterteinment, está sendo traduzida para o inglês pelo blog The Eastern Edge e agora, em português, pelo Anikenkai. Vale lembrar que o The Eastern Edge foi o mesmo com o qual firmei parceria para a série de posts Uma conversa entre Takehiko Inoue e Eiichiro Oda (se ainda não leram, confiram!!).

A entrevista será traduzida em partes. A ideia é tê-la completamente traduzida até o dia do lançamento do material. Por isso fique ligado aqui no Anikenkai para conferir as próximas partes e espero que vocês gostem pois eu, com certeza, gostei e gostarei de traduzi-la para vocês. A matéria foi publicada toda na primeira pessoa, com Inoue como narrador.

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O que vem a seguir para Takehiko Inoue (parte 1)

Originalmente, isso não era algo que eu tinha decidido fazer por mim mesmo. Eu comecei esse projeto depois de me fazerem uma oferta. Quando li pela primeira vez o projeto, a primeira coisa que pensei foi, “Por que eu?”, não tenho a menor noção quando o assunto é arquitetura. Meu conhecimento sobre a obra de Gaudi era praticamente zero. Fazer uma viagem e o tempo que isso iria me afastar dos quadrinhos era uma forte preocupação. Vagabond está atualmente em hiato, e os trabalhos em geral não estão progredindo bem, então parte de mim se perguntava se eu realmente deveria aceitar um trabalho como esse nesse momento.

No entanto, eu já estava fazendo certas coisas um tanto diferentes do trabalho normal de um autor de quadrinhos.  A The Last Manga Exhibition foi diferente,  assim como o trabalho nos murais de Shinran para o Higashi Honganji.

Eu senti que esse tempo na Espanha seria como continuar a corrente desses outros trabalhos. Eu senti que atráves de Gaudi eu iria ganhar a oportunidade de realizar várias coisas, e ser guiado a respostas que estavam na minha cara, mas que eu não conseguia ver.

Eu sempre fui uma pessoa que aceitou trabalhos sem planos ou guias e seguindo o instinto, mas dessa vez é algo ainda maior pois é Gaudi, e isso foi um ponto importante para mim.

Com quadrinhos, se você os queima, eles se vão ou se se param de ser publicados, uma hora se perdem. Contruções se mantem por um longo período de tempo, não é? Eu posso não parecer, mas sou muito tímido e fico imaginando se seria embaraçoso ver algo que você fez ficar lá no meio de uma cidade (risos). Eu imagino o que as pessoas que deixam coisas como essa no mundo se parecem, e com o que Gaudi, que fez aquele prédio que parece como algo vivo, se parece. Eu achei Gaudi admiravelmente interessante.

A arquitetura de Gaudi e seus outros trabalhos são amplamente conhecidos, mas que tipo de pessoa ele era, e o que estava nas suas raízes (que o fizeram daquela maneira) não.

Eu pensei que se eu poderia conhecer sua história, haverial algo que eu poderia sentir em seu trabalho.

Então, eu aceitei o trabalho pensando que se eu pudesse transmitir para outras pessoas o que eu obtiver fazendo isso, especialmente para as mais jovens, isso o daria um significado real.

(continua na parte 2)

Você já deve ter ouvido o nome Takehiko Inoue. Se […]