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Nerdices Escondidas – Um Nerd em Nova York

Dando continuidade à série de posts sobre a minha viagem a Nova York, tá na hora de falarmos daqueles lugares escondidos, que muita gente que vai pra lá nem sabe que existem, mas se mostram verdadeiros paraísos nerds. Sério, eu resolvi tirar um dia só pra esse meu passeio nerd. Andei, andei, andei, mas visitei lugares que me deixaram realmente de boca aberta. De repente para quem mora lá são lojas como outras qualquer, mas pra mim, e acredito que pra vocês, são verdadeiros achados.

Vocês vão reparar que na lista não tem nenhuma loja especializada em artigos japoneses, de anime, mangá, figures, etc… não se preocupe, o próximo post vai ser só sobre isso. Por enquanto, fique com essas sugestões que tenho certeza que vocês também irão adorar, assim como eu adorei.

Confira também: O Básico – Um Nerd em Nova York

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Dando continuidade à série de posts sobre a minha viagem […]

Uma análise do nosso fandom tendo como base o último capítulo de Genshiken…

ATENÇÃO: Você PODE ler esse post mesmo sem acompanhar Genshiken.

O último capítulo de Genshiken (73), me abriu a cabeça para um assunto que há muito eu havia deixado de lado ao ler a série, os problemas do passado das personagens. Mas antes de entrar diretamente no assunto, um breve resumo da situação para os que não acompanham a série:

A presidente do Genshiken, Ogiue, decide fazer um mangá em parceria com seu calouro, Hato. Para tentar se adequar ao estilo de arte de seu parceiro, ela decide criar uma história de romance colegial. No entanto, a mesma não tem experiência no assunto por mal ter possuído amigos em seus tempos de escola, muito menos um romance. Ela então decide perguntar aos seus calouros sobre suas histórias, já que eles saíram há pouco tempo do ensino médio. É aí que ela descobre que, assim como ela, nenhum de seus calouro teve alguma experiência romântica.

Para começarmos a analisar a situação, é necessário pensar no por quê da Ogiue ter acreditado que seus calouros teriam história para contar…

Comecemos com a Yoshitake. Uma otaku hardcore, que não aparenta ter nenhum trauma quanto ao seu hobby, tem um temperamento explosivo e desinibido e é bonita (apesar de um tanto baixinha). Essas características fizeram a Ogiue acreditar que ela poderia ter algo a acrescentar para sua história. A Yoshitake era vista como muitos nerds modernos o são, pessoas que no exterior não aparentam ser o que realmente são. Algo que como naturalmente houvesse sido criada um escudo de força para evitar que essa pessoa fosse reconhecida como um nerd por uma simples olhada rápida. O que não significa que ela tenha feito isso de propósito porque se envergonha do que ela é. Mas justamente o contrário. Por ela não ter problema em ser o que é, ela acabou tendo a mente aberta para incluir em sua rotina, por exemplo, senso de moda, vida social, etc. Um fenômeno interessante que tem acontecido muito recentemente no fandom.

Mas ao mesmo tempo que todo seu exterior diga que ela é uma “civil” (não-nerd), ela é uma über-otaku. E sendo o que ela é, acabou que ela dava atenção demais ao seu hobby e se esquecia da parte social da vida, o que acontece com muitos no fandom. Ou seja, mesmo ela não aparentando, ela “sofre” dos mesmos “problemas” de qualquer nerd. Ela se dedicava demais aos seus estudos no Clube de História, que mais era um clube otaku que qualquer outra coisa, e não “tinha tempo” para a vida social escolar.

E que tal a Yajima? Uma menina que claramente é uma otaku (gordinha, não liga muito para o que veste ou para sua aparência, fala pouco…)? Por que a Ogiue acharia que ela teria algo para contar? É algo difícil de se perceber e me tomou algum tempo. O caso é que a Yajima sempre pareceu uma pessoa com “experiência”. Ela muitas vezes captava algumas coisas que os outros não. Parecia que ela tinha mais noção de “vida em sociedade” que seus colegas. Algo como o Sasahara no início da série (lembram dele roubando o celular do Kousaka pra dizer para a Kasukabe que eles já estavam de saída e que ela poderia ficar com o Kousaka a sós logo no volume 1?). Esse ar de pessoa experiente com certeza foi o que levou a Ogiue a crer que a Yajima já tinha tido algum romance nos tempos de colégio.

O curioso é que, de fato, ela teve… mas não teve. Explicando…

Apesar do seu ar de experiente, ela é muito inocente, na verdade. Sua “experiência” no colégio foi a de um outro menino de sua turma ficar enchendo o saco dela fazendo piadinhas com ela de vez em quando. O bullying praticado pelo rapaz foi encarado por ela como uma forma de afeto. Afinal, era um garoto que falava com ela e mesmo quando ele mudou de turma e o bullying acabou, ele ainda se lembrava dela. Isso é o que ela considerou como um “romance”. Totalmente unilateral. O rapaz provavelmente não dava bola nenhuma pra ela, mas pelo simples fato dele falar com ela já despertou algum sentimento do seu lado.

Essa é mais uma característica do nosso fandom. Nerds devem ser as pessoas que mais tem paixões platônicas no universo. É impressionante o número de pessoas que se apaixonam pelas mais mínimas das coisas, e muitas dessas vezes essa pequena parte das pessoas ofusca o todo fazendo-os não enxergar o óbvio. Yajima se apaixonou pelo menino porque ele falava com ela, era o único. Isso não deixou que ela percebesse que, de fato, ela estava sendo alvo de bullying.

E Hato? O fudanshi cross-dresser? Por que ele teria histórias para contar? Ora… essa é fácil. Porque ele é bonito e sempre andou rodeado de garotas no antigo Clube de Arte do colégio. Mas ele é um fudanshi, um garoto que gosta de yaoi. Tem que ter algo de podre nisso aí. Infelizmente, o autor não nos deu o gostinho de saber mais sobre o passado do personagem. Ficará para o próximo post.

Mas antes de terminar essa breve análise, tenho que falar do Kuchiki. Ele não é um calouro do Genshiken, mas ele aparece nesse capítulo sendo o único que teve um romance de fato. O mais doido dos otakus que já passaram pelo Genshiken,  o ser menos improvável do universo, teve uma experiência romântica.

No último ano de escola, uma menina se confessou para ele. É, assim, de bandeja. A questão é que o relacionamento terminou menos de um dia depois. E o que podemos tirar disso em paralelo com o nosso fandom? É simples. Como é constante a quantidade de vezes em que desperdiçamos oportunidades que caem de bandeja para nós. Kuchiki confessou que falou com a menina no máximo uns três minutos naquela noite. Claro que a menina iria dar um pé na bunda dele no dia seguinte. Oportunidades são perdidas ou porque acabamos não sabendo como lidar com elas ou porque não acreditamos que seja realmente conosco. “Uma menina como essa dar mole pra mim? Não, não pode ser… ela deve estar me sacaneando” é um pensamento comum no fandom, não?

Aqui tivemos quatro exemplos de personagens que serviram como base para analisarmos aspectos e comportamentos do fandom. A questão é que  apesar do que eu falei, cada um é cada um. Pode ser que você não se encaixe em anda que eu falei aqui, como também pode ser que você se encaixe em tudo que eu falei aqui. Independente disso, os pontos de vista aqui apresentados são comuns no fandom… tão comuns que foram representados na história.

É engraçado como isso contrasta com a ideia de nerd que muitos tem hoje em dia… nerd-chic… mas isso é um assunto para outra época do ano

Não deixem de comentar.

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Não entre em pânico…

No último dia 25 de maio o mundo celebrou o “Dia da Toalha”. A data foi instituída em homenagem ao escritor inglês Douglas Adams, responsável pela série “O Guia do Mochileiro das Galáxias”, onde, segundo o próprio, a Toalha é a melhor companheira de um Mochileiro Galático. Porém, há algum tempo, a data, que também é a data de aniversário de Star Wars, tornou-se também o “Dia do Orgulho Nerd”. Mas qual o motivo de eu estar fazendo um post sobre isso? O fato é que quando comecei o Anikenkai, eu me propus a tratar meu hobby sobre uma ótica social e portanto acho válido fazer um post sobre esse tema já que ele engloba a grande maioria de visitantes desse querido blog.

Para começar a tratar do assunto, vamos definir o que é um nerd: Uma pessoa que gosta tanto de alguma coisa que quer buscar saber cada vez mais sobre ela e sobre coisas a ela atreladas. Essa é a definição que eu aceito como correta para um nerd. Porém, não é essa a definição que a sociedade usa para definir um nerd. Todos sabemos que junto a essa palavra vem uma enorme carga de pré-conceitos, como inabilidade social, exagero nos estudos, pouco senso de moda, e por aí vai.

A grande questão é que hoje em dia esse conceito de nerd tem mudado e chegamos a um ponto em que ser nerd é chique e está na moda. Mas aí vem o grande problema. O que está na moda é ser nerd? Sendo um ou outro, é algo para se ter orgulho? Vou tentar falar sobre isso aqui.

Quando eu era bem pequeno ser nerd não era algo “cool”. Na verdade, você era maltratado, as pessoas olhavam torto e a maioria dos amigos que você fazia eram iguais a você se muito. Afinal, o pessoal não gostava de um cara que ficava o dia inteiro no computador, ou jogava muito video-game, ou colecionava cards, brincava com bonecos, assistia desenho animado demais, lia gibi… isso não era algo que os caras “descolados” faziam. Claro que não. O legal era você sair para as boatezinhas (aquelas festinhas feitas para pré-adolescentes que querem ser gente grande), ir ao cinema com as meninas da turma, ir pra praia, ficar falando de relacionamentos e fazendo fofoca. Eu fico pensando o que aconteceu para isso ter mudado. Porque agora isso virou ao avesso?

Opa, peraí… não virou. Essas coisas ainda são consideradas criancice, caretice, coitadice, o que quiser chamar. Então vamos com calma… se o que a maioria dos nerds faz ainda é considerado idiotice, qual a parte dos nerds que está em alta? A resposta é o “visual”.

O conceito de “nerd-chic” nasceu para a moda. Óculos com armações em evidência. Camisas sociais xadres com calça de tecido. Tênis casual e um cinto estilizado. Magro. Uma leve barba mal cuidada (só na aparência). Isso é um “nerd-chic”. O “ser nerd” não é o que está na moda, mas sim o “parecer nerd” está na moda. Você ser apaixonado por algo a tal ponto de fazer certos sacrifícios incompreensíveis pela sociedade não é “cool”. Um fã gastar o salário em um busto do Homem de Ferro não faz sentido. Importar uma edição especial de um DVDs a 400 reais sendo que você tem uma edição “pobraiada” por 10 é inconcebível. Deixar de sair para uma noite para a boate porque vai sair um episódio da série que você mais gosta é coisa de doido. Ficar em casa num final de semana de sol pra assistir a uma série inteira de filmes que você adora é doidera.

É, queridos leitores, ser nerd não é chique. Parecer com um é.

Agora vem a questão do Dia do Orgulho Nerd. Se esse dia já não fosse uma besteira pelo ponto de vista deturpado que eu mostrei agora, é ainda mais idiota pelo conceito em si. Ser nerd é algo para se orgulhar? Eu digo que não. Porém, também não é algo para se ter vergonha. É algo que a pessoa simplesmente é. Não é motivo para orgulho nem vergonha. Eu não me sinto melhor que os outros por ser nerd e nem acho os outros melhores do que eu por não serem.

Quem leu esse texto até agora provavelmente se interessa pelo tema. Peço desculpas se o tratei de uma maneira inesperada, ou um tanto crua, mas esse é um tópico para ser discutido por muito e muito tempo, não em um único post. Sigo eu comemorando o Dia da Toalha em homenagem a um autor que admiro. Sigo também sendo nerd, pois sou e gosto de ser, mas não me orgulho, porque quem não é não é pior do que eu e muito menos deveria sentir vergonha de não ser.

Não deixem de ler também o texto feito pelo blog Gyabbo, parceiro do Anikenkai, sobre o assunto.

No último dia 25 de maio o mundo celebrou o […]

O status da moda em Kuragehime

Eu escrevi um post sobre Kuragehime apresentando a série para meus leitores. Porém, num post do tipo não dá para nos aprofundarmos muito em determinados assuntos e é por isso que eu decidi escrever esse novo post a respeito do anime.

Para quem não leu o post anterior, Kuragehime é sobre uma menina otaku que mora com outras otakus numa pensão em Tóquio. Em um belo dia, seu caminho cruza o de um cross-dresser que é o completo oposto da protagonista, principalmente na personalidade. O cross-dresser então passa a fazer parte da rotina da menina e das outras mulheres que moram na pensão.

Entre outros assuntos, como NEETs e sexo, um dos mais explorados em Kuragehime é sem dúvida a moda. Tóquio é a capital japonesa da moda e um dos principais pontos geradores de tendências do mundo. Como é de se esperar, as moradoras da pensão são completamente avessas à moda e mesmo morando em Tóquio tentam se manter longe de Shibuya (o bairro da moda em Tóquio) e das pessoas que andam por lá.

Porém, é justamente por eles morarem lá que eles acabam tendo que conviver e lidar com a pressão da beleza. Principalmente pelo fato de um dos principais motes da moda japonesa ser “não seja igual a todo mundo”. A pensão onde elas moram, Amamizukan, é seu refúgio. Elas sabem que são diferentes dos outros e por isso o prédio, com arquitetura tradicional, acaba sendo retratado como o único lugar onde elas realmente podem ser quem são. Isso acaba fazendo com que elas tentem manter aquele espaço completamente livre de mudanças. Isso é percebido nas constantes negações de propostas de novos possíveis moradores. E é aí que Kuranosuke entra. Ele é uma ameaça ao estilo de vida das otakus. Ele é a “ameaça externa” invadindo o ambiente interno da pensão.

Porém, essa discussão vai além disso. Por saberem que são diferentes, elas se mantém assim por opção, gerando assim uma resistência interna pela anti-moda. No episódio 3, Tsukimi recebe um tratamento de beleza pelas mãos de Kuranosuke. O resultado exalta toda a beleza reprimida e escondida pelo descuido proposital da personagem. O curioso no entanto é a reação de Tsukimi ao se ver daquela maneira. Ela simplesmente não aceita o fato de poder ser bonita. Mesmo ela desejando ser uma princesa quando criança, ela se realiza de sua situação atual, otaku, e abomina o fato de ser bela graças ao seu atual meio social. Ela logo se imagina sendo “deserdada” por suas amigas e sendo queimada viva em plena Otome Road.

Toda essa situação não é exclusiva de Tóquio, nós, brasileiros, também podemos nos enxergar facilmente na personagem. Eu moro na zona sul do Rio de Janeiro e sempre estudei e andei por lugares em que a maneira como você está vestido conta. Mesmo eu nunca tendo sido muito ligado em moda, eu sempre tive uma certa noção do que vestir e não vestir em certas ocasiões, mas ao mesmo tempo era bem comum ouvir coisas como “o quê? você já está há oito meses sem comprar uma roupa nova?”, ou “como é possível você usar sempre o mesmo casaco todo dia?” e por aí vai.

É comum essa aversão dos nerds à moda e também é comum quando “um dos nossos” aparece bem vestido, ou bem maquiado nós acabarmos tirando sarro. Não fazemos isso por mal mas, se pararmos para pensar, nós fazemos o mesmo que eles fazem conosco quando aparecemos desleixados com nosso visual.

Voltando à Kuragehime, a aversão das otakus à moda acaba gerando um certo preconceito com quem se importa com isso. É errado se preocupar com a maneira como nos vestimos? É errado às meninas dedicarem tempo à maquiagem, depilação, etc? Sinceramente, claro que não. Não é errado querer valorizar a beleza. Por mais que eu acredite que uma boa personalidade é mais importante que uma boa aparência, por raras vezes sem uma boa aparência a boa personalidade aparece. Moda muitas vezes é encarada como uma maneira de mascarar seus defeitos (e aí entram principalmente os defeitos de personalidade), mas a falta dela também pode ser encarada como uma maneira de esconder as suas qualidades.

Toda essa discussão ao redor do que é a moda, como os nerds encaram a moda e como a personagem principal reage a tudo isso só torna Kuragehime uma série ainda mais interessante de ser assistida. Vale ressaltar que qualquer coisa em exagero é ruim. Eu lembro de ter mencionado isso em um dos primeiros posts do Anikenkai e é a mais pura verdade. Por isso é sempre bom a gente estar se auto avaliando e vendo em que pontos estamos exagerando a ponto de prejudicarmos outro lado de nós mesmos.

Eu escrevi um post sobre Kuragehime apresentando a série para […]

MBB Anikenkai LIVE! #03

É com muito prazer que eu trago o 3º programa do MBB Anikenkai LIVE!. O programa dessa semana me agradou bastante. Tanto em forma como conteúdo. Espero que vocês também gostem e não deixem de comentar.

httpv://www.youtube.com/watch?v=8A9DrcRN8oc

Programa semanal sobre animes, mangás e nerdíces nipônicas em geral. O programa é apresentado por Diogo Prado, autor do blog MBB Anikenkai ( http://www.mbbanikenkai.com )

Nesse programa:

– Heartcatch Precure
– Nana Mizuki
– Anime Records
– Nerdcast sobre “Autores”

Anime Records #1 – http://gyabbo.wordpress.com/2010/06/2…
Vídeo de um show da Nana Mizuki – http://www.youtube.com/watch?v=oUydAM…
– Nerdcast “Profissão: Autor” – http://jovemnerd.ig.com.br/nerdcast/n…

Até o próximo programa!

É com muito prazer que eu trago o 3º programa […]

Os Dez Mandamentos dos Otakus (por Madarame)

Para quem ainda não sabe, eu sou fã de Genshiken e recentemente adquiri a versão americana do databook da série. Dentre um monte de curiosidades interessantes destaca-se um capítulo chamado Os Dez Mandamentos dos Otakus (por Madarame). Nesse capítulo o uber-otaku Madarame nos mostra as diretrizes de com ser um verdadeiro otaku. Enquanto eu lia e me divertia lembrando dos momentos citados percebi que muitos ali poderiam ser aplicados a nós, Otakus ocidentais.

Um dos motivos pelos quais criei o MBB Anikenkai foi justamente para ter um lugar onde poderia construir uma análise do fandom ocidental, traçar seu perfil e entender sua dinâmica enquanto grupo. Sendo assim, não podia deixar passar essa oportunidade e daí surgiu a idéia para esse post. Analisar esses “10 mandamentos” de uma perspectiva ocidental e não oriental como no databook.

01. Quando estiver comprando fanzines, não olhe para o preço.

Bem, nós raramente compramos fanzines. Sejam eles fanzines adultos ou não. Porém, a idéia desse mandamento é a de que quando estiver comprando algo relacionado a seu hobby, não se importe com o preço. Nem que lhe sobre pouco para o resto, o seu hobby merece prioridade. Digo por experiência própria que já deixei de sair a noite ou comer fora pois tinha gastado meu dinheiro com gibis, video-games, DVDs/BluRays e coisas do gênero. Sei que muitos otakus ocidentais fazem o mesmo pois é uma simples questão de prioridades. O que é mais importante pra você? Sair todo fim de semana ou comprar o blu-ray importado do último filme de Evangelion?

02. Eu não tenho um único exemplar de pornô normal.

Esse mandamento veio da célebre frase de Madarame quando perguntado se ele tinha algo além de hentais. Nesse ponto nem temos como comparar. Os otakus japoneses levam tão a sério seu hobby que deixam de enxergar o mundo a sua volta chegando a casos extremos de só sentirem atração por personagens 2D (como gostam de chamar as personagens de animes e mangás).

03. Aquele é o salão principal. Lá é o nosso campo de batalha.

Apesar de não termos eventos como a Comic Fest e termos que brigar pelos fanzines mais populares, todo otaku/nerd/geek que se preze sente-se realizado por conquistar um item raro para sua coleção ou até mesmo estar na fila para ser um dos primeiros a por as mãos em um novo jogo. Novamente por experiência própria, posso afirmar isso. Lembro detalhadamente de como foi estar em Nova York no dia de lançamento de Street Fighter IV, ter ficado na fila e poder dizer que fui um dos primeiros a colocar as mãos no jogo.

04. Certo… eu tenho que fazer o que eu tenho que fazer.

Um complemento do mandamento anterior. Nossas coleções são uma extensão de nós mesmos, por isso damos valor e lutamos por novos itens. Passamos frio, fome, sono… tudo para ter aquele gostinho de conseguir o que queríamos.

05. Compre agora, pense depois.

Uma verdade universal. Quantas vezes já não fizemos aquela compra online que quando chegou a fatura do cartão ficamos desesperados para arranjar um meio para pagar? Perdi a conta. Nesse ponto não somos nada diferentes dos otakus japoneses. É melhor ter que lutar pra conseguir pagar a fatura do cartão do que se arrepender de ter perdido uma ótima compra.

06. Se eu não fizer, vou sentir como se tivesse fracassado.

Esse é um mandamento bem específico da série. Quando Madarame percebe um pêlo saindo do nariz de Kasukabe ele tem que superar todos os seus medos e se comunicar normalmente com uma garota. Apesar de sermos otakus muito mais sociáveis que nossos companheiros nipônicos, ainda encaramos muitos problemas por causa de nosso hobby como por exemplo explicar para a namorada que não irá sair com ela pois vai ficar jogando video-game online com seus amigos, ou explicar o porque de você comprar gibis com mulheres peitudas se você tem ela alí disponível pra você. Coisas que em qualquer lugar do mundo parece super-normal para nós mas que nunca entrarão na cabeça de nossas mulheres.

07. Ele não para quando está falando sobre isso.

Algum amigo civil (não-nerd/não-otaku) já te perguntou sobre animes, ou games, ou mangás, ou seja lá o que for parte da cultura pop? Você acabou se empolgando mais do que devia e falando mais do que seu amigo esperava ouvir? Pois saiba que isso é normal. Nós gostamos de falar de nosso hobby. Seja aqui ou seja no Japão, é normal nós nos empolgarmos quando falamos do que gostamos. Um surfista adora falar sobre surf. Um skatista adora falar sobre skate. Um otaku adora falar sobre otakuzices, oras.

08. Eu ficarei tão envergonhado se aparecer na Comic-Fest bronzeado.

Aqui não tem como fazer um paralelo. É realmente um mandamento japonês. Trata sobre o fato dos otakus viverem tanto para seu hobby que dedicar tempo para cuidar de sua aparência chega a ser motivo de piada entre os outros otakus. Por aqui nunca vi isso acontecer e espero nunca ver. Amigos otakus e leitores deste blog, cuidem bem de sua saúde e de sua aparência.

09. Você não pode tentar ser um otaku. Você simplesmente acorda um dia e percebe que é um.

A verdade universal dos otakus. Nerds de verdade são aqueles que não fizeram nada para serem, apenas o são. Você não escolhe ser um otaku, você simplesmente é um. Com essa nova onda nerd-chic que vem aparecendo no mundo ocidental, onde ser nerd tá na moda, acaba por atrair pessoas interessadas em “se tornar” um. Um pecado. Nerds são nerds porque são nerds. Vários acontecimentos em nossas vidas nos transformaram no que somos hoje. Por isso não adianta tentar ser uma coisa que não é. Fica a mensagem.

10. O ar aqui está rarefeito demais para um otaku como eu. Eu vou ficar maluco! Vou morrer por falta de oxigênio.

A frase acima foi dita por Madarame quando este estava fazendo compras em Shibuya e Harajuko, centros da moda japonesa. Lugar proibido para um otaku como ele… e como nós também! Se tem uma coisa que eu não suporto são lojas de roupa! Seja a falsidade das vendedoras ou os preços exorbitantes, eu não consigo ficar muito tempo em uma delas. Quando vou comprar uma roupa, entro na loja, dou uma olhada eu mesmo, se eu gostar de algo peço pro vendedor pegar meu número, experimento, se gostar eu compro se não devolvo. Nada mais que isso. Sou só eu? Acho que não.

Pois bem, esses são os Dez Mandamentos presentes no databook de Genshiken e aqui comentados por mim. O post já está gigantesco por isso vou parando por aqui. Comentários são sempre bem vindos.

Até o próximo post.

Para quem ainda não sabe, eu sou fã de Genshiken […]