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Quando você aprende com o seu hobby

Ontem minha namorada comentou sobre a quantidade de alunos que a mãe dela, professora de espanhol, tem que estão ali aprendendo a língua só porque são fãs de Rebeldes (sim, aquela banda/programa de TV). Eles estão aprendendo seja para entender melhor o que eles falam ou só para se sentir, de alguma maneira, mais próximos de seus ídolos.

Em um paralelo, nesse exato momento estou estudando sobre o Período Edo no Japão e a todo momento, quando eu leio sobre um fato ou alguma figura histórica, não são raras associações com Samurai X ou outros animes/mangás de época. Isso me fez lembrar de mim criança, quando Samurai X ainda passava no Cartoon Network e eu era um pequeno viciado naquele que viria a ser meu anime favorito até hoje.

Naquela época, ainda com uma internet um tanto rústica, tentava procurar o maior número de conteúdos possíveis sobre história do Japão para poder entender as referências e os momentos históricos que se passavam naquela série que eu gostava tanto de ver. Eu não queria ser só um espectador. Queria me sentir como parte daquela história, nem que fosse fazendo pesquisas históricas e conhecendo um pouco mais daquele universo. Isso me motivou a estudar e estudar e estudar e estudar. Quantas horas eu “perdi” estudando sobre história do Japão, pegando pedacinhos em diversos sites e compondo o quebra-cabeça da história daquele país.

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Lembro-me de ficar também irritado pelo fato de no currículo escolar não ter história oriental, nem a China nós estudávamos. Era só história européia e ocidental. Ad eternum. Era preciso que eu buscasse meus próprios estudos. E o que motivou isso? Um desenho animado! Caramba, se pensarmos em quem eu sou hoje e o que eu quero ser no futuro, aquele singelo desenho animado sobre um ex-retalhador do Bakumatsu tentando viver a vida afastado de seu passado após a reforma Meiji foi onde tudo começou.

Não pude deixar de filosofar de leve sobre a quantidade de gente que é impulsionada a estudar algo por causa de seus hobbies…

Quantos fãs de Gundam já se interessaram por engenharia?

Quantos fãs de figures não se interessaram por escultura ou artes plásticas?

Quantos fãs de cosplay já não se interessaram por moda?

Quantos fãs de mangá já não se dedicaram a desenho industrial… pintura…

Quantos fãs de O Laboratório de Dexter não se interessaram por física e química? (nostalgia)

E a lista segue e segue e segue…

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Seja aprendendo uma língua nova, se interessando por história, uma carreira profissional, etc, aprender coisas novas graças a um hobby é uma coisa muito boa e deveria ser incentivado. Quanta coisa existe para ser aprendida fora do currículo escolar pré-formatado! Aprender coisas por prazer é a melhor maneira de se aprender! Se você já pensou em aprender algo graças a um anime que você viu ou um mangá que leu, vá em frente! Acredite, estudar não é chato como fizeram parecer pra gente na época da escola.

Enfim, deixem nos comentários caso vocês já tenham aprendido alguma coisa graças a um anime/mangá! Gostaria de saber as histórias de vocês!

Ontem minha namorada comentou sobre a quantidade de alunos que […]

Editorial 005: Dia Internacional da Mulher, Yakuza na Marie Claire, Kindle, Japonês na UFRJ

Hoje é dia 8 de março, também conhecido como “Dia Internacional da Mulher”, um dia para as mulheres de todo o mundo lembrarem de suas conquistas através dos tempos. Parabéns a todas as mulheres do universo nesse dia. Mas é por causa delas que estou escrevendo esse editorial num intervalo que estou tendo entre duas idas à cozinha. Uma para fazer o almoço para minha mãe e outra para fazer uma torta de maçã que levarei para minha namorada mais tarde… porque convenhamos, muito melhor uma deliciosa torta de maçã que uma rosa.

No mais, tendo mencionado minha mãe, veio a cabeça algo que a mesma me mostrou hoje agora há pouco enquanto almoçávamos… a revista Marie Claire. Mas por que diabos estou mencionando essa revista aqui no Anikenkai? Uma matéria bem interessante sobre o trabalho de um fotógrafo belga que ficou dois anos acompanhando o dia a dia da Yakuza. Exatamente, o camarada vivenciou dois anos das vidas de uma das gangues da perigosa e respeitada máfia japonesa.

Acho que desde que comecei com o Anikenkai nunca havia pensado que poderia tirar uma pauta de alguma edição da Marie Claire, mas aí está. Recomendo a leitura da matéria. Claro que não recomendo que comprem a revista só para isso, mas se estiverem em algum consultório de médico/dentista/psicólogo/etc, leia. Edição de Fevereiro de 2012.

E aos que ficaram interessados pelo trabalho do fotógrafo belga, ele foi publicado no livro ODO YAKUZA TOKYO e está a venda no site do autor, http://www.antonkusters.com pelo preço de EUR 49,59… algo em torno de R$116,00. O frete me pareceu um tanto caro, para o Brasil, algo em torno de EUR 20,00 (+- R$50,00), mas o conteúdo e a edição parecem de altíssimo nível. Aceita paypal. Mais informações você encontra no site.

Por sinal, já que estamos falando de livros, vamos emendar mais um assunto e falar sobre o Kindle. Quem acompanha essa coluna sabe que eu comprei um na minha viagem aos EUA e estou testando várias de suas funcionalidades desde então. A qualidade mais recente que descobri foi a de que ele é muito mais confortável de se ler em um ônibus que um livro normal.

Isso se deve ao fato de ele ser muito leve,  oque facilita o manuseio durante a viagem; ao fato de você só ter que apertar um botão para mudar as páginas, o que evitar ficar chacoalhando o livro pra lá e pra cá o tempo todo; e obviamente ao fato da qualidade da tela ser impecável, melhor que qualquer outro tablet existente no mercado no quesito leitura. Já deu pra ver que eu me apaixonei mesmo pelo bichinho né? Meu companheiro nas viagens de ônibus para a faculdade, que ficaram bem mais longas esse ano.

E falando em faculdade (nossa, to bom nesse negócio de emendar assuntos…), já tive minhas primeiras aulas de japonês por lá e digo uma coisa a vocês… mesmo sendo a primeira semana, o ritmo é frenético e a cobrança muito forte. Totalmente diferente de um curso de japonês comum. Fiquem de olho caso queiram seguir por essa carreira, que a coisa não é tão simples quanto parece. Tem que gostar muito. Vou sair da faculdade expert em caligrafia japonesa.

Mas não vou desgastar esse assunto por enquanto… teremos bastantes oportunidades para falar sobre ele. Por essa semana é só. Não deixem de comentar e ler os outros posts do Anikenkai.

Hoje é dia 8 de março, também conhecido como “Dia […]

Editorial 003 – Voltando de viagem, evento internacional, novidades acadêmicas, Anikencast de volta…

Depois de um período de férias, cá estou eu de volta ao comando do Anikenkai. Me diverti muito, relaxei, mas agora é voltar ao batente. Em minha ausência vocês puderam conferir um texto do meu amigo Fred sobre a influência de animes clássicos na formação de novos fãs. Ele até que cuidou desse espaço direitinho… e levantou a bola de um post sobre hentai o que, de fato, não é comum na blogsfera brasileira mas que na internacional dá o que falar e gera discussões bem pertinentes sobre o fandom. Isso me deu ideias… mas falando em internacional…

Em minha viagem a Orlando acabei descobrindo que estava acontecendo um grande evento de cultura pop por lá. Ele se chama Megacon e, ao que parece, é o maior evento do Sudeste dos EUA. Pode não parecer grande coisa falando assim, mas acreditem, é. O fato é que eu fui a esse evento e um post quentinho está saindo do forno sobre o assunto. Creio que vocês vão adorar. Infelizmente ir a esse evento me fez ficar mais triste com o que temos por aqui. O post deve entrar no ar nesse final de semana provavelmente.

Há também outro tópico sobre o qual eu gostaria de compartilhar com vocês nesse editorial. Durante a minha viagem eu recebi a feliz notícia de que havia passado para minha segunda faculdade, Letras na UFRJ. Quem me acompanha no Twitter já deve saber, mas eu estava tentando entrar no curso de Português-Japonês da UFRJ para poder dar início a uma nova fase da minha vida onde pretendo levar ao nível acadêmico o que faço apenas como “amador”, observar, usufruir, criticar e estudar a cultura japonesa. E quando eu digo cultura japonesa não me refiro só a animes e mangás, mas sim a todo o resto que isso engloba. Do passado ao presente. Das partes boas às partes ruins desse país que fascina e assusta. Espero que dê tudo certo daqui pra frente. Poucas pessoas conseguem trabalhar de fato com o que gostam e eu dei um grande (e de certa forma audacioso) passo para conseguir isso para mim.

Mas o que isso influência o Anikenkai? Em muito! Primeiramente eu estarei mais qualificado para falar sobre muitas das coisas que falo aqui. Além do fato deu ter que aprender de uma vez por todas a língua japonesa, o que irá melhorar ainda mais meu acesso a fontes de pesquisa de conteúdo, eu irei poder trazer a vocês vários temas diferentes frutos do meu estudo e pesquisa futuro! Mas relaxem, eu ainda vou falar (e muito) sobre animes e mangás.

Se você, por um acaso estuda na UFRJ, mais ainda, faz Letras na UFRJ, ou mais ainda mais, faz Japonês na UFRJ, prazer, serei seu colega por lá.

Por fim, venho aqui anunciar que, MUITO em breve (assim espero), o Anikencast estará de volta! Novos tópicos, novos convidados, mas sempre prezando pelo conteúdo! Aguardem e verão!

É bom estar de volta! Não deixem de comentar!

Depois de um período de férias, cá estou eu de […]

iPad? Nani? What? Mas ein?

Assisti ao 11º episódio da 2ª temporada de K-ON e, devido ao fato de não termos esse anime licenciado no Brasil, tive que recorrer a funsubbers. Como abandonei os funsubbers nacionais há algum tempo, por diversos motivos que, de repente, em um futuro post eu comente mais profundamente, assisto a todos os animes com legendas em inglês.

K-ON é traduzido para o inglês pelo Coal Guys que é na verdade uma só pessoa. Ele escolhe poucos animes para traduzir, mas os que escolhe traduz com competência e rapidez. Pois bem, agora vamos ao sentido do título do post conter menção ao mais novo produto da Apple, o iPad.

No contexto dessa cena, as meninas estão bolando uma maneira de conseguir um ar-condicionado pois o verão está transformando a sala do clube em um forno. Elas decidem então pedir ao conselho estudantil e começam a pensar em maneiras de agradar a Nodoka, presidente do conselho. Yui então diz que a Nodoka estava querendo um laptop. Sabiamente e num surto de espontaneidade, a presidente do clube, Ritsu diz: “Certo! Mugi, consiga um iPad para ela”. Na hora eu comecei a rir e continuei o episódio.

Ao final, o tal da menção ao iPad ainda me incomodava. Decidi voltar à cena e prestar atenção no que a Ritsu falava de fato, se era iPad ou qualquer outra coisa. Não demorou muito para meu japonês falho perceber que na verdade ela havia falado パソコン (lê-se “pasokon”, personal computer, laptop), e não アイパッド (lê-se “aipaddo”, iPad) como na tradução.

Apesar de modificar o texto original, não tirou o sentido original sendo uma modificação saudável e que deixou o diálogo ainda melhor. Uma modificação feita com bom senso acrescenta ainda mais a uma obra. Uma coisa que os funsubbers brasileiros tem que aprender com os estrangeiros é que adaptar muitas vezes é melhor que manter o original. Mas, como eu disse, essa discussão fica para outro post. Espero que vocês tenham gostado da curiosidade.

Até o próximo post.

P.S.: Esse episódio 11 de K-ON é uma boa maneira de saber se o seu fansub nacional favorito traduz do inglês ou do japonês. rs.

Assisti ao 11º episódio da 2ª temporada de K-ON e, […]