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Review Semanal: Genshiken Nidaime – Ep. 02

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Vamos dar início ao 2481º encontro “O Genshiken Dessa Semana Foi Interessante”. Em pauta, temos quanto o hobby de crossdresser do Hato pode causar de problemas para o clube!

Mas antes disso, no episódio dessa semana, a roteirista Michiko Yokote mostrou sua competência. Eu sempre gostei muito do trabalho dela nas séries anteriores de Genshiken e, sem dúvida, chegam a acrescentar ao material original. No episódio dessa semana, não foi diferente. Yokote decidiu por não seguir a risca dois capítulos do mangá, mas ao contrário, cortou e recosturou em uma montagem interessante.

A reunião na casa da Yajima corresponde ao capítulo 58 do mangá enquanto a reunião na casa da Ogiue corresponde ao capítulo 60, sendo que no meio disso tudo há momentos do capítulo 59. E como pudemos ver pelo preview do próximo episódio, ela provavelmente retomará o restante do 59! Quem me dera todos os roteiristas tivessem o cuidado que ela tem em fazer uma boa adaptação da obra original.

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Vamos falar um pouco sobre o que aconteceu na casa da Yajima pois lá pudemos conhecer um pouco das novas personagens. Ah, e se não deu pra perceber, no original, ao invés de sucos, elas compram é bebidas alcoólicas mesmo para “calibrar”  a girls-night. Inclusive cria-se todo um caso sobre a suposta idade da Yoshitake. De qualquer forma, no anime eles provavelmente optaram por retirar a citação ao álcool justamente por uma questão legal quanto a idade das personagens. No Japão não se pode beber antes dos 20, faixa etária que inclui muitos calouros universitários. A única discrepância que isso causa é tentar entender porque elas ficaram tão soltinhas.

Mas vamos falar da Yoshitake pois ela rouba a cena num primeiro momento. Que a novata baixinha e viciada em história antiga era energética, nós já sabíamos, mas nesse episódio ela se mostra realmente expansiva e, em até bem inconveniente (como quando ela quer porque quer tocar na pele do Hato). Já deu para perceber que é uma pessoa pouco tímida e bem solta socialmente falando.

Quanto ao Hato, por outro lado, ele se mostrou cada vez mais tímido, ainda que (como o auxílio do álcool no original) tenha se soltado mais um pouco. Ele mostrou o quanto se esforça para manter a aparência feminina o mais perfeito possível e insistiu em dizer que se não fizer essas coisas ele não se sente “completo no papel de mulher”. Tal fato deixou a Yajima extremamente incomodada, e a ela vamos dedicar um pouco de atenção.

Yajima, pelo que já deu a perceber, será quem inicialmente vai fazer as coisas andarem nessa nova geração. Este papel, questionador do status quo era da Saki (aquela menina que descobriu que o Hato era homem logo de imediato no primeiro episódio, caso você não tenha visto/lido a fase anterior). Era ela que fazia os personagens saírem de suas zonas de conforto e, com isso, crescerem, evoluírem, etc. Se quiserem ver um exemplo disso, podem ler o post que eu fiz sobre a evolução do guarda-roupa da Ogiue.

Porém, o grande diferencial é que, diferentemente de sua antecessora, Yajima faz parte do meio otaku. Ela ao mesmo tempo que estranha certas atitudes e situações, ela entende e corrobora com várias outras. Isso cria uma dinâmica totalmente diferente a tudo! Comentarei um pouco mais sobre isso daqui a pouco, quando for falar da reunião na casa da Ogiue.

O que chamou atenção nessa primeira metade foi como a Yajima se vê enquanto otaku. Ela não achava que era preciso cuidar da beleza por ser uma, ou ainda, não precisava se cuidar no geral, usando roupas largas e masculinas, cabelo desgrenhado e etc. Não duvido que muitos nerds e otakus por aí também se sentem assim ou pensam dessa maneira. O engraçado é que ao entrar no Genshiken ela se depara com pessoas que não correspondem a esse esteriótipo, mesmo sendo considerados uma reunião de gente estranha (como a Ohno bem pontuou no episódio anterior). Ela chega até a duvidar de que Hato seja homem… até ter a constatação de que ele o é na engraçada cena da saia. hehehe.

O fato é que a Yajima é uma interessante personagem a se acompanhar. Espero muito por sua evolução. Para mim, ela é uma mistura de Saki, graças a seu papel questionador, e Sasahara, no que tange a sua evolução e quebra de pré-conceitos quanto ao seu hobby e a si mesmo! Gosto muito dela.

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Só que nesse episódio não foram só os novatos que brilharam. Ogiue também teve seu momento… e que momento. Quando eu li pela primeira vez a cena em que ela recebe o telefone da editora dizendo que foi aprovada para publicação, eu não conseguia tirar um sorriso no rosto. Era como ver todo o esforço da personagem durante SUA VIDA sendo recompensado. Mas além disso, a grande magia da cena deve-se ao autor, Kio Shimoku, e sua arte.

As expressões de felicidade serena da personagem foram muito bem passadas. A Ogiue é uma personagem mais fechada. Todos sabemos disso. Porém, nessa cena, você vê que ela fica claramente com um sorriso bobo, daqueles que não dá para controlar e que expressam uma felicidade real, que vem lá do fundo mesmo diante de algo que você não acreditava ser possível. E o anime conseguiu capturar certinho esse sentimento. Não é a toa. Afinal esta série é a que tem o traço mais fiel ao mangá dentre todas! O trabalho da Production I.G. tem se mostrado bem recompensador.

Inclusive, cabe acrescentar aqui que muito da carga emocional do momento se deveu à dubladora Nozomi Yamamoto, que assumiu a personagem no lugar de Kaori Mizuhashi. Nesse episódio ela me convenceu de que será uma boa substituta. Eu simplesmente ignorei que era uma nova pessoa e só aproveitei a cena. Excelente trabalho!

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Como consequência da notícia e a urgência do prazo de entrega do trabalho, os outros membros do Genshiken decidiram se reunir na casa da Ogiue para ajudá-la a finalizar o manuscrito. Nesse momento, temos o foco dado a dois personagens: Yajima, novamente, e Hato.

Para começar, é interessante ver a insegurança de Yajima aflorando. Embora externamente ela pareça uma pessoa durona, dá para ver que internamente ela tem pouquíssima confiança em si mesmo. Nesse momento aflora um certo sentimento de competitividade com Hato. Ela declara que “perdeu” em pele suave, em habilidade de desenho… mas vai ganhar na habilidade em fazer linhas retas… e falha.

Ela nesse ponto começa a pegar no pé do Hato, principalmente depois que um homem aleatório vem perguntar para ela e Yoshitake quem é “aquela garota que só aparece para atividades do clube e some depois”. Ela começa a se indagar por quê Hato se veste de mulher, afinal isso pode trazer muitos problemas para ele e para o próprio clube.

Assim que tem a oportunidade Yajima o questiona sobre o fato e ele prontamente conta sua história de como sofreu bullying nos tempos de colégio por ser um fudanshi (homem que gosta de yaoi) e logo Yajima o interrompe e pede desculpas por tê-lo inquerido sobre o assunto. E é aqui que se encaixa aquilo que eu mencionei antes sobre a Yajima ser diferente da Saki por fazer parte do meio otaku. Muito provavelmente a Saki continuaria a perguntar e questionar as escolhas e decisões de Hato, mas Yajima, ao sentir uma certa catarse pela situação de bullying, decidiu parar e se desculpar.

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Mas seu sentimento questionador aforou novamente logo em seguida quando ela percebeu que, se fosse por questão de bullying ele poderia parar de se vestir de mulher já que achou um grupo que o aceitava mesmo como homem. E é aí que viemos a conhecer um pouco mais do Hato. Apesar de sim, ele ter começado a se vestir como mulher por causa da repressão dos outros, ele agora o faz porque gosta, como bem constatou a Yoshitake. E ele ainda vai além, ele diz que ao se vestir de mulher, ele consegue observar sua situação “de fora”, como se estivesse vivendo dentro de um mangá BL!

Nesse instante nós podemos ver pela primeira vez o lado fudanshi/fujoshi do Hato falando mais alto, principalmente com sua mudança de atitude (vide imagem acima). É a primeira vez que vemos ele falando abertamente sobre isso, mesmo ele já tendo dado indícios quando entregou o desenho com temática Yaoi após o pedido de Ogiue. Apesar de tudo, Hato ainda não conseguiu convencer Yajima. Ela sempre irá vê-lo como homem e isso ainda provavelmente vai gerar muitas situações interessantes de se ver.

Por fim, foi ótimo rever o Tanaka e o Kugayama ao final do episódio. No entanto, eu estou cada vez mais incomodado com a nova dubladora da Ohno. Simplesmente não combina EM NADA com a personagem. Uma péssima escolha.

Só mais uma coisinha…

Eu adoro as referência de Kio Shimoku ao seu próprio trabalho e achei sensacional a cena, que o anime recriou direitinho, da Ogiue fechando a porta na cara da Ohno. É uma referência bem nostálgica ao passado da personagem, como podemos ver na comparação abaixo! Até semana que vem! Não deixem de comentar sobre o que acharam deste episódio e/ou sobre o que eu falei aqui!

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Vamos dar início ao 2481º encontro “O Genshiken Dessa Semana […]

Análise Comportamental no Capítulo 69 de Genshiken (aka "Yoshitake é uma intrometida?")

Nossa… há quanto tempo não falo dos capítulos atuais de Genshiken por aqui. Tava com saudades. Tivemos até uma nova personagem e nada de um postzinho a respeito. Bem, o post está aqui, mas não é sobre a nova personagem, sim sobre a Yoshitake (mais velha – se você está lendo entendeu porque eu especifiquei qual Yoshitake estamos falando sobre). A pequena e energética personagem teve um importante papel no recente capítulo 69 do mangá e rendeu uma boa discussão pelo fandom: Afinal, ela é ou não é uma intrometida?

Para um breve histórico para situar o leitor eventual na história: A irmã da Yoshitake, Risa, está com dúvidas sobre qual faculdade entrar. Como forma de ajudá-la nessa decisão, ela resolve levá-la em um tour pela universidade Shiou, onde fica o Genshiken (acontecimentos do capítulo 58). A grande questão é que na noite depois da visita, Yajima e Hato acabaram indo pra casa da Yoshitake e lá ficaram até de manhã. Ao acordarem, Risa, que sempre enfrentou problemas por parecer um garoto, pede para ver a “versão masculina” do Hato. Acaba que todos então decidem ir para a casa do Hato onde ele poderá se trocar tranquilamente… bem… não tão tranquilamente. Acontece que Hato decide tomar um banho, deixando as três meninas na sala esperando. Seguindo sua personalidade, Yoshitake resolve “explorar o ambiente”.

Aí começa a grande questão. Yajima logo se coloca contra essa intromissão na privacidade de Hato. Ela inclusive fica indignada com a atitude da amiga e diz que era algo que nunca imaginou esperar dela. Mas voltemos um pouco no tempo, mais precisamente para o capítulo 58, quando os então novatos resolveram se reunir na casa da Yajima para uma “festinha”. Naquela ocasião, a personagem não ficou nem um pouco incomodada com a intromissão de Yoshitake pra cima das suas coisas logo ao entrar. Por que agora, com outra pessoa, ela se incomodaria?

Há uma teoria que eu tenho como certa e que compartilho com outros “pensadores” do fandom: Yajima gosta do Hato. Gosta no sentido de sentir atração mesmo. Pode ser uma atração inconsciente ainda, mas que existe. Esse sentimento inconsciente é que fez ela reagir mais fortemente quando algo do Hato está em jogo do que quando algo dela própria está. Acrescente a isso o complexo de inferioridade da personagem e pronto, podemos compreender sua reação.

Mas o post não é sobre ela, e sim sobre a atitude da Yoshitake. Será que ela está sendo intrometida demais ao querer adentrar no submundo do quarto do Hato? Pessoalmente, digo-te não. Minha teoria é de que, assim como os outros membros do clube, excluindo a Yajima, a Yoshitake está encarando o Hato como uma das garotas. Se é assim que ele quer ser tratado, é assim que ela vai tratá-lo. Seguindo sua personalidade, ela gosta de ser bem próxima das pessoas. Próximas no sentido físico e no sentido de um relacionamento também. Ficar fuçando pra achar dojinshis é o que ela faria na casa de qualquer uma de suas amigas, por que não fazer na do Hato? Só porque ele é um menino? Mas ele não quer ser visto como tal.

Para mim, a Yoshitake não faz o que faz por mal, pelo contrário, ela trata o Hato tão como igual que não vê problema em chegar nesse nível de intimidade. Se isso é certo ou errado, só o tempo irá dizer. Agora, não achem que ela faz tudo isso inocentemente. É só ver seu discurso e suas feições pra saber que de inocente essa menina não tem nada. Fico curioso para os rumos que a personagem vai tomar. Espero que seja explorada cada vez mais pelo autor. Será que a Yoshitake será a Kasukabe dessa geração? Será ela a personagem entrópica que fará os outros membros se desenvolverem? Só Kio Shimoku sabe…

Nossa… há quanto tempo não falo dos capítulos atuais de […]

A Dualidade do Otaku – Genshiken Cap. 61

E cá estou eu, com um atraso de mais de 10 dias, postando a respeito do último capítulo de Genshiken que saiu no final do mês passado. Apesar do carnaval ter colaborado, não foi ele o único motivo deu não ter feito esse post até agora. Quem costuma ler o blog sabe que Genshiken é uma série com a qual eu me importo bastante e antes de escrever qualquer coisa a respeito dela eu costumo pensar bastante. Porque uma vez escrito, lá ela estará. Eu posso editar, apagar, fazer o que eu quiser, mas a mensagem provavelmente já passou para umas centenas de pessoas. Mas o momento de reflexão já passou e o que eu quero agora é falar sobre Genshiken! Vamos lá…

Nesse capítulo 61, intitulado “Daydream Believer”, igual à música dos The Monkeeys, que facilmente pode ser usada como trilha sonora em sua leitura. Digo isso porque uma tradução para esse título seria “sonhar acordado” e é basicamente o que vemos Hato fazer durante uma de suas visitas à casa de Madarame para se trocar. Mas vamos deixar isso para depois e começar falando da Ogiue, que também teve uma participação nesse capítulo.

Juntamente com a Sue, ela está conversando com Yabusaki e Asada. Curiosamente, o cenário que vemos é que Yabusaki agora se considera parceira da Ogiue nos doujinshis, mesmo ela não sabendo nada a respeito disso. O motivo? Ogiue disse que estaria fazendo um doujinshi para comemorar o final de Haregan (que para os que não entenderam é uma clara referencia ao final de Hagaren, Full Metal Alchemist). O grande problema, como vimos há alguns capítulos, é que ela, além do doujinshi, tem que terminar o manuscrito para sua serialização. A capacidade para desenhar da Ogiue é incrível, mas a grande questão é sua paixão e sua “Fujoshice”. Como vemos no último quadrinho do capítulo, ela se deixa levar facilmente por sua paixão. Não sabemos quanto isso pode influenciar na sua vida profissional.

Durante a discussão, ela deixa escapar “Hato-kun”, sendo esse o sufixo para homens, Yabusaki pergunta se um homem entrou para o Genshiken dessa vez, e Ogiue imediatamente tenta remediar falando que confundiu e que é “Hato-san” mesmo, um sufixo mais genérico e inventou uma desculpa qualquer. Eles sabem do problema que será quando descobrirem quem de fato é o Hato, assunto discutido previamente em outro capítulo.

Mas é aí que Hato é introduzido no capítulo e o foco passa a ser ele. Como eu já venho falando, não sou muito fã dessa linha que Kio Shimoku está tomando ao destacar demais o Hato dentre os outros novatos, mas esse capítulo foi interessante. Foi interessante porque serviu como um bom complemento para o capítulo anterior onde o Hato revela que faz cross-dressing para poder observar o Yaoi de uma outra perspectiva. Perspectiva essa que nesse capítulo foi materializada na forma de um versão do Hato com peruca, peitos e que flutua pelada por aí acompanhando o mesmo.

Conforme Hato vai entrando no apartamento de Madarame, como de rotina, a cabeça da fantasminha explode com suas análises da situação e do possível cenário BL que estava se formando. Hato, após um banho, acaba adormecendo na cama de Madarame e quando este chega ele se sente extremamente envergonhado com a situação, muito disso derivante dos pensamentos de seu alter-ego flutuante.

Porém, Madarame consegue acalmar o rapaz e comenta o fato dessa ser a primeira vez que vê Hato vestido como homem. Para compensar a arrumação que o Hato faz costumeiramente no apartamento, Madarame decide cozinhar jantar para eles. Conversa vai, conversa bem e a cabeça de Hato começa a funcionar. Ele passa a considerar a possibilidade de que Madarame esteja realmente requerendo algo com ele e isso o perturba.

Hato então para a conversa e afirma para Madarame que não é gay. Madarame sem entender a afirmação, fica sem resposta. Quando indagado ele simplesmente fala o que pensava: BL e cross-dressing eram só o hobby de Hato e que ele em momento algum considerou a possibilidade dele ser gay. E mesmo após o Hato tendo jogado mais uma pergunta capciosa, ele simplesmente rebate com o fato de que ele não pensou em fazer com ou receber nada do Hato pois ele estava vestido como um homem. A conversa termina e Madarame está dormindo. Mesmo apesar da insistência do fantasminha para que algo aconteça, Hato se recusa, afinal ele não “joga nesse time”.

Todo esse cenário foi criado para mostrar justamente a dualidade do personagem. Como é possível alguém gostar de Yaoi da maneira que o Hato gosta e ainda afirmar que não é gay? Dá realmente pra separar esse tipo de coisa? Se encaramos o fantasminha como o sub-consciente de Hato, ele mesmo fica na dúvida se ele é ou não gay. De fato, um prato cheio para psicólogos de plantão, mas ainda mais uma discussão para o fandom no geral. Uma situação dessas é possível?

Essa situação me fez reforçar minhas esperanças na habilidade de Kio Shimoku como autor. Mesmo ainda achando que ele poderia aproveitar mais os outros personagens também, fiquei feliz com o rumo que esse “arco” com o Hato tomou. Principalmente com a cena final onde Hato esbarra numa estante e encontra as fotos da Kasukabe que o Madarame guarda. É aí que a fantasminha entra e diz que é o “tipo de moe que dá pena”. Hato então se vira e diz que ela “não entende os mistérios do coração dos homens”. É curioso pois ela é ele afinal.

Uma coisa é certa ao final de tudo isso. Kio Shimoku ainda consegue escrever histórias que nos fazem pensar e a indagarmos a nós mesmos. E e isso que eu gosto em Genshiken, o seu enorme poder de meta-linguagem e reflexão em cima de uma cultura.

E cá estou eu, com um atraso de mais de […]

Capítulo 60: Nova peruca, mesmas perguntas…

Olá a todos e cá estou eu para comentar o mais novo capítulo de Genshiken, o de número 60. Porém, antes de começar, gostaria de esclarecer que eu não esqueci de comentar o capítulo 59, eu só não comentei mesmo. Há vezes em que você lê um capítulo e a sua melhor arma é o silêncio. Porém, se quiserem ler um bom post a respeito do capítulo em questão, podem contar sempre com o Ogiue Maniax (em inglês).

Contrariando todas as espectativas dos fãs ao redor do mundo, o capítulo 60 não nos trouxe uma história centrada na Ogiue, mas sim no Hato. O curioso dessa decisão é que praticamente todas os capítulos dessa segunda fase rodaram, de certa forma, ao redor do personagem e só agora Kio Shimoku resolveu desenvolvê-lo um pouco.

Ogiue está prester a ter seu primeiro mangá publicado e está correndo contra o tempo. Para entregar antes do deadline, ela conta com a ajuda dos novos membros, e da Sue, na finalização das páginas. Nesse momento nós podemos observar novamente a insegurança de Yajima quanto a suas habilidades artísticas e sociais. Ela novamente se compara com Hato e afirma que ele é perfeito em tudo. É mais bonito que ela e desenha muito melhor que ela, além de ser uma pessoa carismática e que luta Judô. É interessante perceber que ela sabe que tem esse complexo de inferioridade e que o Hato simplesmente o potencializa.

No outro dia, durante uma conversa entre Yajima e Yoshitake, um rapaz se aproxima e pergunta a respeito da misteriosa menina de cabelos marrons que só aparece a tarde na faculdade. Isso as leva correndo para o apartamento da Ogiue para repassar o ocorrido. Porém, ao chegar lá, Hato está usando uma nova peruca e isso serve como catalizador da pergunta central desse capítulo, frente aos problemas que ele vem causando ao clube: Por que o Hato se veste de mulher?

A primeira explicação de Hato é de que ele decidiu se vestir de mulher na faculdade pois na época do colégio ele foi perseguido e maltratado ao se revelar um garoto que gostava de yaoi, um “Fudanshi”. Se vestindo de mulher ele seria mais facilmente aceito em um clube tipo o Genshiken, onde ele poderia conversar e “praticar” o seu hobby tranquilamente. Ou seja… Hato não é um transsexual. Ele não quer ser uma mulher por causa de um conflito interno de gêneros ou algo do tipo, mas sim por aceitação.

É curiosa aqui a reação da Yajima. Frente a toda essa explicação, a palavra que martelou sua cabeça foi “perseguido”. Ela provavelmente deve saber o que é isso e provavelmente já sofreu isso no passado. Arrisco dizer que sua personalidade fechada e seu complexo de inferioridade derivam de perseguição dos colegas de escola na infância. A tão crítica Yajima agora se sente totalmente culpada e isso acentua ainda mais seu complexo já que ela se sente ainda pior por ter sido movida por um ciúme besta.

Porém, ela tira forças para mais uma pergunta: Se todos do Genshiken já sabem que ele é um homem e não têm nenhum problema quanto a isso, não há motivos para ele se vestir de mulher mais. Então porque ele continua?

Nesse momento, quem responde não é Hato, mas sim Yoshitake. Usando de sua perspicácia, uma característica um tanto incomum no meio em que ela se encontra, ela revela o motivo: Começou a ficar divertido. Numa espécie de “fetiche”, citando clássicas histórias de “troca-de-corpo”, como algo que ela acredita que os homens fantasiam constantemente. Como ele se viu transformado em uma mulher tão bonita, ele não iria parar.

Com essa explicação, Yajima surta pois uma completa idiotice como essa está causando vários problemas. Mas Hato interrompe e diz que não é só isso. Que ao se vestir de mulher ele consegue se ver por um outro ângulo, inclusive sua “relação” como Madarame, explorada no capítulo anterior. Na verdade, isso pode, graças a Deus, mudar a ideia de que o Madarame chegou a propor um certo “interesse” em Hato sem “motivo”, parece que Hato influenciou aquilo… mas é melhor deixarmos isso de lado.

Por fim, fica no ar a questão do gênero. Que por mais que Hato seja uma garota perfeita, a Yajima ainda o vê como homem. É claro que a Yoshitake não pôde perder a oportunidade de dar uma alfinetada e dizer que foi por causa do que a Yajima viu no capítulo 58 embaixo do vestido do rapaz.

Para finalizar, Ogiue. Como meu colega do Ogiue Maniax bem lembrou, eu já vi essa cena em algum lugar…

Capítulo 47 / Capítulo 60

Ah… referências… até a próxima.

Olá a todos e cá estou eu para comentar o […]